segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A ILUSÃO DO DISCÍPULO

A ILUSÃO DO DISCÍPULO


Jesus havia chegado a Jerusalém sob uma chuva de flores.

De tarde, após a consagração popular, caminhavam Tiago e Judas, lado a lado, por uma estrada antiga, marginada de oliveiras, que conduzia às casinhas alegres de Betânia.

Judas Iscariote deixava transparecer no semblante íntima inquietação, enquanto no olhar sereno do filho de Zebedeu fulgurava a luz suave e branda que consola o coração das almas crentes.

– Tiago – exclamou Judas, entre ansioso e atormentado – não achas que o Mestre é demasiado simples e bom para quebrar o jugo tirânico que pesa sobre Israel, abolindo a escravidão que oprime o povo eleito de Deus?

– Mas – replicou o interpelado – poderias admitir no Mestre as disposições destruidoras de um guerreiro do mundo?

– Não tanto assim. Contudo, tenho a impressão de que o Messias não considera as oportunidades. Ainda hoje, tive a atenção reclamada por doutores da lei que me fizeram sentir a inutilidade das pregações evangélicas, sempre levadas a efeito entre as pessoas mais ignorantes e desclassificadas.

Ora, as reivindicações do nosso povo exigem um condutor enérgico e altivo.

– Israel – retrucou o filho de Zebedeu, de olhar sereno – sempre teve orientadores revolucionários; o Messias, porém, vem efetuar a verdadeira revolução, edificando o seu reino sobre os corações e nas almas!...

Judas sorriu algo irônico e acrescentou :

– Mas, poderemos esperar renovações, sem conseguirmos o interesse e a atenção dos homens poderosos?

– E quem haverá mais poderoso ao que Deus, de quem o mestre é o Enviado divino?

Em face dessa invocação Judas mordeu os lábios, mas prosseguiu:

– Não concordo com os princípios de inação e creio que o Evangelho somente poderá vencer com o amparo dos prepostos de César, ou das autoridades administrativas de Jerusalém, que nos governam o destino. Acompanhando o Mestre nas suas pregações em Cesaréia, em Sebaste, em Corazin e Betsaida, quando das suas ausências de Cafarnaum, jamais o vi interessado em conquistar a atenção dos homens mais altamente colocados na vida. É certo que de seus lábios divinos sempre brotaram a verdade e o amor, por toda parte; mas, só observei leprosos e cegos, pobres e ignorantes, abeirando-se de nossa fonte.

– Jesus, porém, já nos esclareceu – obtemperou Tiago, com brandura – que o seu reino não é deste mundo.

Imprimindo aos olhos inquietes um fulgor estranho, o discípulo impaciente revidou com energia:

- Vimos hoje o povo de Jerusalém atapetar o caminho do Senhor com as palmas da sua admiração e do seu carinho; precisamos, todavia, impor a figura do Messias às autoridades da Corte Provincial e do Templo, de modo a aproveitarmos esse surto de simpatia. Notei que Jesus recebia as homenagens populares sem partilhar do entusiasmo febril de quantos o cercavam, razão por que necessitamos multiplicar esforços, em lugar dele, afim de que a nossa posição de superioridade seja reconhecida em tempo oportuno.

– Recordo-me, entretanto, de que o Mestre nos asseverou, certa vez, que o maior na comunidade será sempre aquele que se fizer o menor de todos.

– Não podemos levar em conta esses excessos de teoria. Interpelado que vou ser hoje por amigos influentes na política de Jerusalém, farei o possível por estabelecer acordos com os altos funcionários e homens de importância, afim de imprimirmos novo movimento às idéias do Messias.

– Judas! Judas!... – observou-lhe o irmão de apostolado, com doce veemência – vê lá o que fazes! Socorreres-te dos poderes transitórios do mundo, sem um motivo que justifique êsse recurso, não será, desrespeito à autoridade de Jesus? Não terá o Mestre visão bastante para sondar e reconhecer os corações? O hábito dos sacerdotes e a toga dos dignitários romanos; são roupagens para a Terra... As idéias do Mestre são do céu e seria sacrilégio misturarmos a sua pureza Com as Organizações viciadas do mundo!... Além de tudo, não podemos ser mais sábios, nem mais amorosos do que Jesus e ele sabe o melhor caminho e a melhor oportunidade para a conversão dos homens!... As conquistas do mundo são cheias de ciladas para o espírito e, entre elas, é possível que nos transformemos em órgão de escândalo para a verdade que o Mestre representa.

Judas silenciou, atormentado.

No firmamento, os derradeiros raios de Sol batiam nas nuvens distantes, enquanto os dois discípulos tomavam rumos diferentes.

Sem embargo das carinhosas exortações de Tiago, Judas Iscariote passou a noite tomado de angustiosas inquietações.

Não seria melhor apressar o triunfo mundano do Cristianismo? Israel não esperava um Messias que enfeixasse nas mãos todos os poderes? Valendo-se da doutrina do Mestre, poderia tomar para si as rédeas do movimento renovador, enquanto Jesus, na sua bondade e simplicidade, ficaria entre todos, como um símbolo vivo da idéia nova.

Recordando suas primeiras conversações com as autoridades do Sinédrio, meditava na execução de seus sombrios desígnios.

A madrugada o encontrou decidido, na embriagues de seus sonhos ilusórios. Entregaria o Mestre aos homens do poder, em troca de sua nomeação oficial para dirigir a atividade dos companheiros. Teria autoridade e privilégios políticos. Satisfaria às suas ambições, aparentemente justas, afim de organizar a vitória cristã no seio de seu povo. Depois de atingir o alto cargo com que contava, libertaria a Jesus e lhe dirigiria os dons espirituais, de modo a utilizá-los para a conversão de seus amigos e protetores prestigiosos.

O Mestre, a seu ver, era demasiadamente humilde e generoso para vencer sozinho, por entre a maldade e a violência.

Ao desabrochar a alvorada, o discípulo imprevidente demandou o centro da cidade e, após horas, era recebido pelo Sinédrio, onde lhe foram hipotecadas as mais relevantes promessas.

Apesar de satisfeito com a sua mesquinha gratificação e desvairado no seu espírito ambicioso, Judas amava ao Messias e esperava, ansiosamente, o instante do triunfo, para lhe dar a alegria da vitória cristã, através das manobras políticas do mundo.

O prêmio da vaidade, porém, esperava a sua desmedida ambição.

Humilhado e escarnecido, seu Mestre bem-amado foi conduzido a cruz da ignomínia, sob vilipêndios e flagelações.

Daqueles lábios, que haviam ensinado a verdade e o bem, a simplicidade e o amor, não chegou a escapar-se uma queixa. Martirizado na sua estrada de angústias, o Messias só teve o máximo de perdão para seus algozes.

Observando os acontecimentos, que lhe contrariavam as mais íntimas suposiçôes, Judas Iscariote se dirigiu a Caifas, reclamando o cumprimento de suas promessas. Os sacerdotes, porém, ouvindo-lhe as palavras tardias, sorriram com sarcasmo. Debalde recorreu às suas prestigiosas relances de amizade: teve de reconhecer a falibilidade das promessas humanas. Atormentado e aflito, buscou os companheiros de fé. Encontrou-os vencidos e humilhados; pareceu-lhe, porém, descobrir em cada olhar a mesma exprobração silenciosa e dolorida.

Já se havia escoado a hora sexta, em que o Mestre expiara na cruz, implorando perdão para seus verdugos.

De longe, Judas contemplou todas as cenas angustiosas e humilhantes do Calvário. Atroz remorso lhe pungia a consciência dilacerada. Lágrimas ardentes lhe rolavam dos olhos tristes e amortecidos. Mau, grado à vaidade que o perdera, ele amava intensamente ao Messias.

Em breves instantes, o céu da cidade impiedosa se cobriu de nuvens escuras e borrascosas. O mau discípulo, com um oceano de dor na consciência, peregrinou em derredor do casario maldito, acalentando o propósito de desertar do mundo, numa suprema traição aos compromissos mais sagrados de sua vida.

Antes, porém, de executar seus planos tenebrosos, junto à figueira sinistra, ouvia a voz amargurada do seu tremendo remorso.

Relâmpagos terríveis rasgavam o firmamento; trovões cavernosos pareciam lançar sobre a terra criminosa a maldição do céu vilipendiado e esquecido.

Mas, sobre todas as vozes confusas da Natureza, o discípulo infeliz escutava a voz do Mestre, consoladora e inesquecível, penetrando-lhe os refolhos mais íntimos da alma:

– “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. Ninguém pode ir ao Pai, senão por mim....



pelo Espírito Humberto de Campos - Do livro: Boa Nova, Médium: Francisco Cândido Xavier.

RESPOSTAS DE DEUS

RESPOSTAS DE DEUS


Eis algumas das respostas de Deus, nos fundamentos da vida, através da Misericórdia Perfeita:

o bem ao mal; o amor ao ódio;
luz às trevas; equilíbrio à perturbação; socorro à necessidade;
trabalho à inércia; alegria à tristeza;
esquecimento às ofensas;
coragem ao desânimo;
fé à descrença;
paz à discórdia;
renovação ao desgaste;
esperança ao desalento;
recomeço ao fracasso;
consolo ao sofrimento; justiça à crueldade;
reparação aos erros; conhecimento à ignorância;
bênção à maldição;
amparo ao desvalimento;
verdade à ilusão; silêncio aos agravos;
companhia à solidão; remédio à enfermidade;
e sempre mais vida nos processos da morte.

Efetivamente, podemos afirmar que Deus está sempre ao nosso lado, mas pelas respostas de Deus, no campo da vida, ser-nos-á possível medir sempre as dimensões de nossa permanência pessoal ao lado de Deus.



pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Respostas da Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

REFLEXÕES SOBRE A CALÚNIA

REFLEXÕES SOBRE A CALÚNIA

Ninguém passa pela jornada terrestre sem experimentar o cerco da ignorância e da imperfeição humana.



Considerado como planeta-escola, o mundo físico é abençoado reduto de aprendizagem, no qual são exercitados os valores que dignificam, em detrimento das heranças ancestrais que assinalam o passado de todas as criaturas, no seu penoso processo de aquisição da consciência.



Herdando as experiências transatas nos seus conteúdos bons e maus, por um largo período predominam aqueles de natureza primitiva, por estarem mais fixados nos painéis dos hábitos morais, mantendo os instintos agressivos-defensivos que se vão transformando em emoções, prioritamente egoicas, em contínuos conflitos com o Si-mesmo e com todos aqueles que fazem parte do grupo social onde se movimentam. Inevitalmente, as imposições inferiores são muito mais fortes do que aquelas que proporcionam a ascensão espiritual, liberando o orgulho, a inveja, o ressentimento, a agressividade, o despotismo, a perseguição, a mentira, a calúnia e outros perversos comportamentos que defluem do ego atormentado.



Toda vez, quando o indivíduo se sente ameaçado na sua fortaleza de egotismo pelos valores dignificantes do próximo, é dominado pela inveja e investe furibundo, atacando aquele que supõe seu adversário.



Porque ainda se compraz na situação deplorável em que se estorcega, não deseja permitir que outros rompam as barreiras que imobilizam as emoções dignas e os esforços de desenvolvimento espiritual, assacando calúnias contra o inimigo, gerando dificuldades ao seu trabalho, criando desentendimentos em sua volta, produzindo campanhas difamatórias, em mecanismos de preservação da própria inferioridade.



Recusando-se, consciente ou inconscientemente, a crescer e igualar-se àqueles que estão conquistando os tesouros do discernimento, da verdade, do bem, transforma-se, na ociosidade mental e moral em que permanece, em seu cruel perseguidor, não lhe dando trégua e retroalimentando-se com a própria insânia.



Torna-se revel e não aceita esclarecimento, não admitindo que outrem se encontre em melhor situação emocional do que ele, que se autovaloriza e se autopromove, comprazendo-se em persegui-lo e em malsiná-lo.



Ninguém consegue realizar algo de enobrecido e dignificante na Terra sem sofrer-lhe a sanha, liberando a inveja e o ciúme que experimenta quando confrontado com as pessoas ricas de amor e de bondade, de conhecimentos e de realizações edificantes.



A calúnia é a arma poderosa de que se utilizam esses enfermos da alma, que a esgrimem de maneira covarde para tisnar a reputação do seu próximo, a quem não conseguem equiparar-se, optando pelo seu rebaixamento, quando seria muito mais fácil a própria ascensão no rumo da felicidade.



A calúnia, desse modo, é instrumento perverso que a crueldade dissemina com um sorriso e certo ar de vitória, valendo-se das imperfeições de outros cômpares que a ampliam, sombreando a estrada dos conquistadores do futuro.



Nada obstante, a calúnia é também uma névoa que o sol da verdade dilui, não conseguindo ir além da sombra que dificulta a marcha e das acusações aleivosas que afligem a quem lhe ofereça consideração e perca tempo em contestá-la.



Nunca te permitas afligir, quando tomes conhecimento das acusações mentirosas que se divulgam a teu respeito, assim como de tudo quanto fazes.



Evita envenenar-te com os seus conteúdos doentios, não reservando espaço mental ou emocional para que se te fixem, levando-te a reflexões e análises que atormentam pela sua injustiça e maldade.



Se alguém tem algo contra ti, que se te acerque e exponha, caso seja honesto.



Se cometeste algum erro ou equívoco que te coloque em situação penosa e outrem o percebe, sendo uma pessoa digna, que se dirija diretamente a ti, solicitando esclarecimentos ou oferecendo ajuda, a fim de que demonstre a lisura do seu comportamento.



Se ages de maneira incorreta em relação a outrem e esse experimenta mal-estar e desagrado, tratando-se de alguém responsável, que te procure e mantenha um diálogo esclarecedor.



Quando, porém, surgem na imprensa ou nas correspondências, nas comunicações verbais ou nos veículos da mídia, acusações graves contra ti,sem que antes haja havido a possibilidade de um esclarecimento de tua parte, permanece tranquilo, porque esse adversário não deseja informações cabíveis, mas mantém o interesse subalterno de projetar a própria imagem, utilizando-se de ti...



Quando consultado pelos iracundos donos da verdade e policiais da conduta alheia com a arrogância com que se comportam, exigindo-te defesas e testemunhos, não lhes dês importância, porque o valor que se atribuem, somente eles mesmos se permitem...



Não vives a soldo de ninguém e o teu é o trabalho de iluminação de consciências, de desenvolvimento intelecto-moral, de fraternidade e de amor em nome de Jesus, não te encontrando sob o comando de quem quer que seja. Em razão disso, faculta-te a liberdade de agir e de pensar conforme te aprouver, sem solicitar licença ou permissão de outrem.



Desde que o teu labor não agride a sociedade, não fere a ninguém, antes, pelo contrário, é de socorro a todos quantos padecem carência, continua sem temor nem sofrimento na realização daquilo que consideras importante para a tua existência.



Desmente a calúnia mediante os atos de bondade e de perseverança no ideal superior do Bem.



Somente acreditam em maledicências, aqueles que se alimentam da fantasia e da mentira.



Alegra-te, de certo modo, porque te encontras sob a alça-de-mira dos contumazes inimigos do progresso



Todos aqueles que edificaram a sociedade sob qualquer ângulo examinado, padeceram a crueza desses Espíritos infelizes, invejosos e insensatos.



Criando leis absurdas para aplicarem-nas contra os outros, estabelecendo dogmas e sistemas de dominação, programando condutas arbitrárias e organizando tribunais perversos, esses instrumentos do mal, telementalizados pelas forças tiranizantes da erraticidade inferior, tornaram-se em todas as épocas inimigos do progresso, da fraternidade que odeiam, do amor contra o qual vivem armados...



Apiada-te, portanto, de todo aquele que se transforme em teu algoz, que te crie embaraços às realizações edificantes com Jesus, que gere ciúmes e cizânia em referência às tuas atividades, orando por eles e envolvendo-te na lã do Cordeiro de Deus, sedo compassivo e misericordioso, nunca revidando-lhes mal por mal, nem acusação por acusação...



A força do ideal que abraças, dar-te-á coragem e valor para o prosseguimento do serviço a que te dedicas, e quanto mais ferido, mais caluniado, certamente mais convicto da excelência dos teus propósitos, da tua vinculação com o Sumo Bem.



Como puderam, aqueles que conviveram com Jesus, recusar-Lhe o apoio, a misericórdia, a orientação?



Após receberem ajuda para as mazelas que os martirizavam, como é possível compreender que, dentre dez leprosos, somente um voltou para agradecer-Lhe?



Como foi possível a Pedro, que era Seu amigo, que O recebia no seu lar, que convivia em intimidade com Ele, negá-lO, não uma vez, mas três vezes sucessivas?!



...E Judas, que O amava, vendê-lO e beijá-lO a fim de que fosse identificado pelos Seus inimigos naquela noite de horror?!



Sucede que o véu da carne obnubila o discernimento mesmo em alguns Espíritos nobres, e as injunções sociais, culturais, emocionais, neles produzem atitudes desconcertantes, em antagonismos terríveis às convicções mantidas na mente e no coração.



Todos os seres humanos são frágeis e podem tornar-se vítimas de situações penosas.



Assim, não julgues a ninguém, entregando-te em totalidade Àquele que nunca Se enganou, jamais tergiversou, e deu-Se em absoluta renúncia do ego, para demonstrar que é o Caminho da Verdade e da Vida.


pelo Espírito Joanna de Ângelis - Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=214, Médium: Divaldo Pereira Franco.

TRAÇOS CRISTÃOS

TRAÇOS CRISTÃOS

O cristão deve ser:

No grupo, um ponto de apoio;

Em família, um amparo constante;

No lar uma bênção;

No trabalho a cooperação eficiente;

Na profissão a garantia de idoneidade;

No serviço, um padrão de amor ao próximo;

No dever, a pontualidade;

No problema, um agente de solução;

Na dificuldade, a base do auxílio;

Na crise, o socorro;

No tumulto, a seriedade;

No verbo, a palavra de rumo;

Nas letras, o guia do bem;

Em qualquer experiência da vida, será sempre alguém com Jesus na construção do Reino de Deus.


pelo Espírito Albino Teixeira - Do livro: Tende Bom Ânimo, Médiuns: Francisco Cândido Xavier - Carlos A. Baccelli - Autores Diversos.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

NA SENDA RENOVADORA

NA SENDA RENOVADORA


Não alegues a suposta ingratidão dos outros para desertar da Seara do Bem.

Na engrenagem da vida, cada qual de nós é peça importante com funções específicas.

Considera o poder de auxiliar que te foi concedido.

Ninguém recebe o conhecimento superior tão-só para o proveito próprio.

Saibamos dividir o tesouro da compreensão em parcelas de bondade.

Recorda que te apoias no concurso de muitos corações que te escoraram, um dia, no recinto doméstico, sem aguardar o brilho de qualquer premiação.

Revisa as sendas trilhadas e redescobrirás na base da tua riqueza de espírito um amigo anônimo encanecido entre a dificuldade e na base da tua riqueza de espírito amigo anônimo encanecido entre a dificuldade e abnegação, ou a assistência de um companheiro que muitas vezes te haverá desculpado as fraquezas e as incompreensões, a fim de que amadurecesses no entendimento da vida.

Reflete nisso e concluirás que Deus jamais te falhou no instante preciso.

Reconhecerás que essa mesma Divina Providência que te resguardou pelo devotamento de braços alheios, espera agora sejas a proteção dos nossos irmãos mais fracos.

Não sonegarás benevolência onde repontem agravos.

Lembrar-te-ás da Infinita Bondade do Criador, que improvisa o oásis na aridez do deserto tanto quanto cultiva o jardim na amargura do pântano, e amarás sempre, aprendendo a distribuir os talentos de tuas aquisições espirituais.

Ninguém consegue adivinhar os prodígios do amor que nascerão de um simples gesto de bondade perante um coração que as circunstâncias menos felizes relegaram por muito tempo à secura, tanto quanto ninguém pode prever a alegria dos frutos que virão de uma simples semente nobre, lançada ao solo por muito tempo largado à negligência.

Seja qual for o contratempo que te erija em obstáculo na estrada a percorrer, age para o bem.

Ambientado a fé no próprio íntimo, alterou-se-te a paisagem no dia-a-dia.

Faze dela instrumento de trabalho e lâmpada acesa no caminho.

Quando assinalaste a verdade que te ilumina o espírito, tiveste o coração automaticamente induzido a integrar a legião dos companheiros do Cristo, e diante do Cristo nenhum de nós poderá esquecer-lhe a inesquecível convocação.

“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”



pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Mediunidade e Sintonia, Médiuns: Francisco Cândido Xavier.

NORMA DE VIDA

NORMA DE VIDA


Sinto-te o coração dorido em prece
E perguntas, em pranto, alma querida e boa:
- "Como guardar a fé, sem que a prova nos doa
Nos recessos do ser?
Uma norma de paz haverá sobre a Terra,
Que consiga sanar as chagas da alma triste?"
Sem pretensão, respondo que ela existe:
- Trabalhar e esquecer.

A própria Natureza é um livro aberto.
Recorda o tronco antigo e a tempestade;
Desçam raios do céu, a nuvem brade,
Sob a crise da noite a estremecer,
Ei-lo, porém, ereto e firme, agüentando a tormenta...
Quebra-se-lhe quase toda a ramaria,
Ele guarda, no entanto, as instruções da vida:
- Trabalhar e esquecer.

Vejo a terra humilhada na lavoura,
Ferida e massacrada
Ao peso do trator e entre golpes de enxada
Tem nos vulcões rugindo o seu bravo gemer...
Mas, mesmo assim, produz o pão do mundo,
Injuriada e revolvida
Atende a ordenação que recebe da vida:
- Trabalhar e esquecer.

O fio dàgua que nasceu na serra,
Pouco a pouco se fez amplo regato,
Percorrendo quilômetros de mato,
A correr e a correr...
Dessedentando pombos e serpentes,
Sofre a baba do lobo que o domina
E segue para o mar, ante a norma divina:
- Trabalhar e esquecer!...

Assim também, alma querida e boa,
Se carregas contigo farpas de amargura,
Desencanto, tristeza, desventura,
Chora, mas faze o bem - nosso alto dever...
Quanto às pedras e empeços do caminho,
Desengano e aflição, mágoa e mudança,
Olvida!... E segue as vozes da esperança:
- Trabalhar e esquecer!...



pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: Assembléia de Luz, Médiuns: Francisco Cândido Xavier.

O RENASCER

O RENASCER

Normalmente discutimos as questões referentes ao renascimento corporal, entrelaçando esse ou aquele argumento, perpassando impressões e casos vários, probatórios, do nosso conhecimento.

O renascimento no corpo, todavia, reclama o nosso esforço, no sentido de refazer a própria romagem, utilizando-nos das felizes lições que a Doutrina do Consolador vem-nos apresentando, há tanto tempo.

Renascer em nova indumentária fisiológica é reencarnar. Muito embora o peso que o termo deixa transparecer para alguns, não resta dúvida de que, sendo lei divina, todos nela estamos incursos. Os que creem na ação dessa lei quanto os que não a admitem, todos estamos sujeitos ao seu comando.

O ressurgimento no corpo, concitando-nos à mudança de posicionamento ético em face das vivências que empreendemos, torna necessária a observação das recomendações ou dos lembretes que nos chegam por meio da mostragem dos que estão lacrimosos, sofridos e marcados por rudes expiações no mundo, junto a tantos que remoem amarguras de aparência interminável.

Mas, ao lado disso, verificamos os que se gloriam no trabalho são e afanoso, contínuo e feliz, na expansão das alegrias e da esperança, do amor e do bem, na trajetória dos seus dias. Acompanhemos esses quadros, a fim de fazermos nossa própria escolha, uma vez que sabemos que a colheita que se faz agora não passa do resultado da sementeira efetuada por nós mesmos, em outra ocasião...

Ante a bênção do renascimento em que você está matriculado, não desdenhe as experiências que o alcançam, convocando-o ao serviço para o encontro com Jesus, nosso Senhor.

Trabalhe e aprimore-se. Aprimore-se e sirva. Sirva e passe, fazendo luz a sua volta, clareando a sua reencarnação, renascendo também em espírito, assemelhando-se ao Criador pelo amor que espalhe.



pelo Espírito Rosângela - Do site: http://www.raulteixeira.com/mensagens.php?not=275. Médium: J. Raul Teixeira.
Caso queira deixar de receber nossas mensagens, basta

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

BURIL DE LUZ

BURIL DE LUZ


Em teus dias de dor,
Recorda, alma querida,
Que a dor é para a vida
Aquilo que o buril severo e contundente,
Entre as mãos do escultor,
É para o mármore sem forma...

Golpe aqui, golpe ali, outro mais e mais outro,
Um corte de outro corte se aproxima,
E o bloco se transforma
Em celeste beleza de obra-prima.

Que seria da pedra abandonada, ao chão,
Triste, bruta, singela,
Se a vida não traçasse para ela
Planos de construção?

Que destino o da argila esquecida e vulgar,
Sem a temperatura desumana,
Que deve suportar
Para ser porcelana?

Enxergaste, algum dia,
Fora das leis da natureza,
O trigo que não fosse triturado
Para ser pão à mesa?

Se alguém te fere e humilha, ama, entende, perdoa
E agradece ao trabalho, a angústia e a prova,
Em que a vida imortal se nos renova,
No anseio de ascensão que nos guia e abençoa...
Alma querida, escuta!...
Para seguir à frente,
Em plena elevação
Sempre mais alta e linda,
Quem não chora, não serve e nem padece ou luta,
Parece tão-somente
Um ser espiritual em formação
Que não nasceu ainda...



pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: Mãos Marcadas, Médiuns: Francisco Cândido Xavier.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

PREITO DE AMOR

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil




PREITO DE AMOR





Senhor Jesus!



Em teu louvor, apóstolo de tua causa homenageiam-te, em toda a parte. E vamos, por toda a parte, os que te ofertam:



a riqueza do exemplo;

a oficina do lar;

o brilho da cultura;

o ouro da palavra;

a luz da fé viva;

as fontes da compreensão;

os sonhos da arte;

os lauréis da poesia;

as obras-primas da bondade;

os tesouros da afeto.



Perdoa, Mestre, se nada mais possuímos, a fim de honorificar-te, senão estas páginas singelas que colocamos, em teu nome, na estante da vida, páginas que aliás, fundamentalmente, não são nossas. Constituem migalhas de tua glória, humildes reflexos de teus próprios ensinamentos que recolhemos na estrada, em que tentamos, de algum modo, admirar-te e seguir-te.



E se assim procedemos, Senhor, trazendo-te em restituição aquilo que te pertence é que nós todos – os espíritos ainda vinculados à Terra – precisamos de ti.


pelo Espírito Irmão X - Do livro: Estante da Vida, Médiuns: Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

CONQUISTAR E CONQUISTAR-SE

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil
CONQUISTAR E CONQUISTAR-SE


Muitos conquistam o ouro da Terra e adquirem a miséria espiritual.

Muitos conquistam a beleza corpórea e acabam no envilecimento da alma.

Muitos conquistam o poder humano e perdem a paz de si mesmos.

Necessário que o espírito se acrisole na experiência e na luta, valendo-se delas para modelar o caráter, senhoreando a própria vida.

Para possuirmos algo com acerto e segurança, é indispensável não sejamos possuídos pelas forças deprimentes que nos inclinam sentimento e raciocínio aos desequilíbrios da sombra.

Indubitavelmente, todos podemos usufruir os patrimônios terrestres, nesse ou naquele setor do cotidiano, mas é preciso caminhar com sabedoria para que o abuso não nos infelicite a existência.

É por isso que sofrimento e dificuldade, obstáculo e provação constituem para nós preciosos recursos de superação e engrandecimento.

Todos os valores externos concedidos à personalidade, em trânsito no mundo, são posses precárias que a enfermidade e a morte arrancam de improviso, mas todos os valores que entesouramos no próprio ser representam posses eternas que brilharão conosco, aqui e além, hoje e amanhã...

Na esfera espiritual, cada criatura é aproveitada na posição em que se coloca e somente aqueles que conquistaram a si mesmos, nos reiterados labores da educação, através do suor ou da lágrima, do trabalho ou da renúncia, são capazes de cooperar na extensão do amor e da luz, cujo crescimento na Terra exige, invariavelmente, o coração e o cérebro, as ações e as atitudes daqueles que aprenderam na lei do próprio sacrifício a conquista da vida imperecível.

Reflete naquilo que te falam, antes de te entregares psicologicamente ao que se te diga...



pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Irmão, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

BEM AVENTURADO ANÔNIMO

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil


Bem-aventurado anônimo

Ninguém, te viu a mão vigilante e sábia

Quando semeavas a leira escura

Para que todos tivessem pão,

Nem te observou o esforço enorme,

Quando abrias caminho à água distante

Para que a sede não aniquilasse os homens da Terra!



Olhos humanos não te fixaram,

Quando levantaste o companheiro abatido,

Quando suportastes os espinhos dos maus,

Chorando em silêncio para, que outrem não chorasse.



Gastaste muitos anos,

Tecendo ninhos para as alheias asas,

Levantando palácios fulgurantes

Que jamais te acolheriam...



De mãos votadas

Ao labor mais humilde,

Traçastes roteiros

Dentro do dia da Natureza agreste,

Ergueste cidades e parques

Para a alegria de todos.



Ninguém te conheceu, nem louvou...



E quase todos

Que se rejubilaram nos benefícios,

Através de teu amor,

Acreditaram que te bastavam

As moedas que lhes sobravam na bolsa

E esqueceram-te para sempre.



Entretanto,

Observas, mudo,

Que os grandes arautos do morticínio

Eram anunciados com ruído

No caminho das nações...

Muitos dos que destruíram as obras do bem

E os que falsearam a verdade

Eram incensados no galarim de fama,

Por milhão de vozes sedentas de poder!...



Bem aventurado anônimo! Bem aventurado anônimo,

E quando a morte chegou

A gratidão terrestre não veio socorrer-te,

Ninguém apareceu para enxugar-te o pranto.

Para os irmãos que te deviam

Não passava teu nome de palavra sem eco...

Somente a caridade

Envolveu-te em seu manto...



Mas, ó trabalhador desconhecido!

Para teus ouvidos venturosos,

Soou, na imensidão dos céus,

A frase inesquecível :

- Vem a mim servo bom e fiel!



Num transporte de júbilo indizível,

Reconheceste, então,

A grandeza das vidas pequeninas,

A glória das tarefas obscuras,

Descobriste a ti mesmo nas alturas,e, atravessando as amplidões divinas,

Abençoastes os dias teus,

A luz do Grande Anônimo que é Deus.


pelo Espírito Alma Eros - Do livro: Correio Fraterno. Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

INVOCAÇÕES DIRETAS

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Bras


Nos primeiros movimentos de intercâmbio com a esfera invisível, Casimiro Colaço experimentara sensações de indefinível inquietude. Aquelas comunicações com o Além assombravam-no. Povoavam-lhe a alma profundas indagações. Aquele novo mundo que se lhe descortinava aos olhos, trazia maravilhosas incógnitas para cuja solução daria, de bom grado, todas as possibilidades terrestres. Casimiro não se contentava com as reuniões de experimentação mediúnica, num esforço metódico e gradativo. Embora o arraigado amor à família, vivia mentalmente muito distante dos deveres inadiáveis e justas. Viciado pela curiosidade doentia, esperava a noite com singular ansiedade. Ao regressar do estabelecimento bancário, após a luta do ganha-pão, trancava-se a sós no quarto, dilatando observações por catalogar conhecimentos novos, no vasto círculo de entidades espiritual. Longe de aceitar com proveito as manifestações espontâneas, preferia impor os próprios c aprichos, perdendo-se em longas evocações diretas e ignorando sistematicamente se possuía credenciais ou merecimento para isso.



Entre as entidades que costumava invocar impertinentemente, contava-se um velho tio – o ex-sacerdote Leão Colaço, que partira do mundo, anos antes. Padre inteligente e devotado ao bem coletivo, Leão convertera-se em ídolo dos parentes. Por isso mesmo o sobrinho, ao menor obstáculo utilizava a concentração, pedindo-lhe esclarecimentos. O ex-sacerdote era obrigado a abandonar trabalhos sérios, no plano de ação onde se localizava quase sempre, para solucionar espantosas futilidades. Decorrido algum tempo em que Leão se destacou pela paciência e o sobrinho pela leviandade, reconheceu o nobre emissário que a situação requeria outros rumos. Muito delicado, falou confidencialmente em mensagem carinhosa:



– Meu filho, nas relações com o Invisível, não queiras impor a vontade caprichosa, quando não identificas, ao certo, as próprias necessidades. Faze a prece, observa, medita e espera com paciência. A oração e o esforço mental, por si sós, valem imensamente, ainda mesmo que não recebas conselhos diretos dos amigos. Por que invocar violentamente os desencarnados, se não desconheces que também eles assumiram certas responsabilidades de serviço ante os desígnios de Deus? Por que insistir nominalmente no comparecimento de quem sofre ou de quem trabalha? Submetes o primeiro à dor da vergonha e ao segundo impões o pernicioso esquecimento do dever. Não recordas a lição de Jesus na prece dominical? O Mestre ensinou ao homem rogasse a Deus o cumprimento da Vontade Divina, assim na Terra como no Céu. Trabalha, meu filho, e sê atento às obrigações próprias. Se não é justo pedir o aluno aos instrutores a necessária solução de problemas condizente s ao aprendizado em curso, também não é razoável abandone a criatura a possibilidade de novas luzes, recorrendo, nas ocorrências mais fúteis, à bondade daqueles que a seguem de mais alto. Organiza reuniões, continua observando os planos invisíveis, mas não olvides a espontaneidade. Se o irmão infeliz bate à tua porta, consola-o; se recebes a visita generosa de respeitável instrutor, pondera-lhe os conselhos e guarda-lhe a sabedoria. Aprende a interpretar os desígnios de Deus, no local de serviço ou testemunho onde te encontres, nas horas mais diversas. O trabalho divino sempre requisitou devotamento, mas dispensa a provocação, por desnecessária e inconveniente.



Casimiro leu e releu a mensagem e, contudo, continuou agindo com a mesma leviandade que o caracterizava antes dela. A qualquer frioleira, repetia o antigo estribilho :



– Chamemos o tio Leão Colaço e teremos a solução precisa.



Submergia-se a prestimosa entidade em verdadeiro mar de preocupações, atenta à confusão que se desdobrava, quando certo amigo lhe observou:



– Não te entregues a exagerada inquietação. Se o sobrinho vem buscar-te tantas vezes por semana, compelindo-te à dilação de serviços tão graves, por que não o invocas igualmente? Se é verdade que os companheiros do mundo podem chamar-nos, não desconhecemos a possibilidade de lhes retribuir no mesmo grau. Experimentando a inconveniência das invocações diretas, o Casimiro renovará as concepções sobre o assunto. E creio que uma vez será o bastante.



O ex-sacerdote aceitou o alvitre, evidenciando indisfarçável contentamento. Escolheu, por isso, a noite mais oportuna e, reunindo alguns companheiros, invocou o sobrinho de modo a lhe proporcionar excelente lição.



Enquanto se lhe enrijecia o organismo no leito, alarmando a família, Casimiro Colaço compareceu em Espírito ante a reduzida assembléia que o atraía intencionalmente. Revelava-se indisposto e perturbado, o mísero sentindo-se presa de inenarrável angústia. Em frente dos amigos espirituais, rojou-se de joelhos e exclamou em pranto amargo :



– Benfeitores amados, por quem sois, não me deixeis voltar por enquanto ao vosso plano, quando tenho filhinhos a esperar por mim!...



Após doloroso gemido, prosseguiu num véu de lágrimas :



– Ah!... quem me chamou aqui com tamanha insistência? Deixai-me regressar à Terra, por amor de Deus!



Aproximou-se então o bondoso tio e esclareceu :



– Sou eu quem te chama, Casimiro.



– Oh! sois vós, meu tio? Por quê? desconheceis, porventura, a bagagem dos meus deveres? Tendes seguido carinhosamente meus passos e compreendeis, certamente, que me não posso furtar ao cumprimento de obrigações intransferíveis. Não me retenhais aqui por mais tempo!...



Depois de soluços convulsivos, rematava diante do ex-sacerdote que sorria, bondoso :



– Afinal, por que me buscastes assim nesta violência terrível?



Colocou-lhe a entidade a mão paterna no ombro, evidenciando amorosa solicitude e respondeu :



– Chamei-te por amor e porque não devia desprezar o ensejo de entregar-te novos valores educativos.



Aprende a considerar as situações alheias, meu filho! Também nós, aqui, temos deveres e trabalhos, responsabilidades e compromissos. Não somos figuras aéreas, catalogadas entre seres ociosos ou vagabundos. Já que percebeste o quanto dói a perturbação infligida ao homem no trabalho honesto e intransferível, não procures desorientar serviços de nossa esfera de ação, onde colaboramos na estruturarão espiritual de um mundo melhor.



Tanto se pode invocar a entidade celeste, quanto atrair a criatura terrestre, na mesma lei que rege o constante intercâmbio das almas. Não olvides, pois, estas preciosas verdades!



E, mergulhando o olhar penetrante no sobrinho angustiado, concluía:



– Voltarás, imediatamente, ao serviço que Deus te confia no mundo; entretanto, faze tudo por não esquecer a valiosa lição desta noite.



Em casa de Casimiro, todavia, observava-se o vaivém dos familiares alarmados. Durante quatro horas, permanecia o pobre rapaz no leito, pálido, ofegante, semimorto. Multiplicavam-se cataplasmas e injeções, sob o olhar atento do médico que o assistia. Quando o suposto enfermo revelou os primeiros sinais de melhora, o facultativo chamou em particular o velho genitor de Casimiro e esclareceu, demonstrando justificada alegria:



– Felizmente o problema está resolvido.



– E que pensa o senhor? – interrogou o ancião aflito.



– Trata-se de caso para observar – retrucou o interpelado, confidencialmente –, aplicarei tratamento decisivo, pois a meu ver a moléstia tem todos os característicos de fenômeno epileptóide.



Mas Casimiro Colaço, daí a dois dias, estava refeito para o trabalho comum. E embora não recordasse o ensinamento senão na tela mágica de sonho mal definido, jamais se atreveu a repetir invocações diretas e nominais, renunciando à imposição da vontade caprichosa em relação ao plano invisível.


pelo Espírito Humberto de Campos - Do livro: Reportagens de Além Túmulo, Médiuns: Francisco Cândido Xavier.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

CONSELHO FRATERNO

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil
CONSELHO FRATERNO


Sentindo-me incapaz de reiniciar a tarefa, procurei Bezerra para aconselhar-me.

O grande orientador recebeu-me com a bondade habitual e explicou, gentil:

- Jacob, se os nossos irmãos ignorantes, depois da morte do corpo, na maioria das vezes prosseguem algemados às ações ruinosas a que se dedicaram, continuamos, por nossa vez, nos serviços de espiritualização a que nos devotamos. Sentimo-nos abrasados na sede de conquistar gloriosos cumes, pretendemos adquirir mais luz, mais alegria e vida abundante, de modo a enriquecer a estrada que trilhamos; entretanto, o milagre de nossas antigas concepções terrestres não existe. O Céu é suficientemente iluminado e jubiloso para cogitar os véus de sombra e eliminar os espinhos do sofrimento que decorrem do nosso desacordo com a Lei e conquistá-lo, começando semelhante serviço em nossa própria alma. O seu trabalho, pois, é de prosseguimento. Organize um entendimento com os amigos de sua boa luta e retorne aos processos de auxílio. Cada setor de atividade cristã, junto de irmãos obsidiados, doentes, desorientados, ignorantes, criminosos ou infelizes; encarnados ou desencarnados, representa um ângulo da construção de seu próprio paraíso. O espírito vale pelas expressões divinas que pode traduzir no próprio caminho, porque o Criador atende a criatura, através da criatura. Regresse, contente, aos seus casos de socorro. Representam eles a sua melhor oportunidade de servir ao Senhor. Ajudando, libertando e iluminando os outros, você auxiliará, melhorará e engrandecerá a si mesmo.

Porque lhe endereçasse algumas palavras com referência ao recomeço, sugeriu me concentrasse atencioso para recordar todos os serviços dos últimos dez anos, de modo a estabelecer um programa criterioso e metódico.

Findo o nosso entendimento, isolei-me para a rememoração necessária.

Com que imensa clareza lembrava os incidentes!

Tive a idéia de que maravilhoso disco de imagens era acionado dentro da minha imaginação, projetando, devagar, sobre a minha retentiva, todos os quadros vividos no último decênio.

Anotei quanto me era preciso para a volta ao ministério que encetara, ao abraçar os princípios evangélicos na esfera carnal.

Logo após, com a colaboração do irmão Andrade, providenciei um encontro com todos os cooperadores, junto dos quais meus humildes esforços doravante se desdobrariam.



pelo Espírito Irmão Jacob - Do livro: Voltei, Médium: Francisco Cândido Xavier.

RESPOSTAS DO ALTO

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil
RESPOSTAS DO ALTO


Reconhecida a verdade de que Nosso Pai Celestial responde aos bons corações, através dos corações que se fazem melhores, não olvidemos a nossa possibilidade de servir na condição de valiosos instrumentos da Divina Bondade.

Nós que sempre somos tão apressados e tão pródigos no "pedir", lembremo-nos de que podemos também dar.

Auxiliemos a Divina Providência no abençoado serviço do intercâmbio.

Ninguém pode contar com uma fortuna, em valores amoedados, para encontrar a felicidade perfeita, mas toda vez que derramarmos o coração, em favor dos nossos semelhantes, semearemos a verdadeira alegria.

Todos podemos, em nome do Senhor, responder às rogativas dos que lutam e sofrem mais que nós mesmos.

Uma visita ao doente é sagrado recurso da fraternidade ao que suplica a assistência do Céu, em desespero.

A desculpa sincera é uma benção de alívio para quem sofre sob o peso da culpa.

Um gesto de carinho é uma plantação de simpatia na terra escura da alma que se arrojou aos precipícios da revolta ou da incompreensão.

Um sorriso amigo é uma resposta do bom ânimo e da amizade, refundindo as forças daquele que está prestes a cair.

Recorda que o Senhor espera por tua boa vontade e por teus braços, para responder com a paz e com a esperança aos que te cercam.

Ainda que tudo seja secura e aspereza em torno de teus pés, ama sempre.

Através da corrente viva do amor em teu coração, interpretarás a cooperação do Céu aos que te acompanham e receberás, constantemente, as respostas do Alto às tuas aflições e aos teus problemas..



pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Alma e Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier.

DOUTRINAR E TRANSFORMAR - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Meus amigos: Em verdade é preciso doutrinar para esclarecer. Mas é imprescindível, igualmente, transformar para redimir. Doutrinação q...