sábado, 31 de dezembro de 2016

NÃO É VINGANÇA, É CORRIGENDA



Irmãos e amigos, a paz seja convosco!

A Terra é um santuário, laboratório transformador de vossas almas.

Defendei-a e amai-a, pois a Terra, como célula viva do Cosmo, reage aos ataques e lança-se em combate na defesa de sua sobrevivência.

A Terra não reconhece fronteiras ou raças, apenas as vibrações de amor e de ódio. Descarrega, de volta à sua origem, toda carga perniciosa que em seu solo foi vertida pelos infiéis e indignos filhos.

Não é vingança, apenas defende a própria vida que é o maior Bem ofertado pelo Criador aos Seus filhos.

Fostes mineral, vegetal e animal e o instinto dos reinos inferiores vos impulsionou ao progresso evolutivo, necessário às mônadas (almas). Mas, como humanos, esquecestes do Amor Criador e tornaste-vos criaturas hediondas, destruidoras.

A Terra defende-se e expulsa os filhos ingratos, seccionando os fios que os identificam como "filhos da Terra". Rompidos os laços de identificação sideral, a alma torna-se apátrida, até que novo Orbe humilde, cumpridor dos Desígnios de Deus, a albergue em seu seio, esperançoso de que ali, no aconchego de um novo lar, desperte a "luz oculta" no coração enegrecido.

Rompem-se, assim, os elos da Terra com os exilados, para que suas almas enegrecidas não machuquem ainda mais a Mãe doente e exaurida.

O Planeta, em sua defesa pela própria sobrevivência, involuntariamente e dentro da Lei de Ação e Reação, impinge as mesmas dores a seus filhos rebeldes.

Não é vingança. É corrigenda. É a Lei do Progresso que avassaladoramente arrasta o Planeta à nova condição.

Jesus, todo Amor, a todos conduz.

Paz em vossos corações!

Arcanjo Gabriel


Vidência: Vejo o nosso Sistema Solar e o movimento dos Astros que o compõem emite som, uma musicalidade que é interrompida, vez ou outra, por um barulho destoante da harmonia que a tudo envolve. É o Planeta Intruso que já se encontra em nosso Sistema Solar, entre os Astros e suas emanações lançadas em várias direções.

Parece atingir com maior intensidade os planetas de graduação evolutiva ainda primária, como a Terra. Os planetas de graduação superior ao nosso parecem intocáveis. Deles, partem vibrações de paz e harmonia em direção ao Astro Intruso e aos planetas que são por ele influenciados.

O Arcanjo Gabriel paira entre os Astros, muito sério.

Mais uma vez, ouço suas palavras:

 
Irmãos!

Nada mais interromperá o ciclo de dores deflagrado para esta humanidade, previsto há milênios pelos Mentores Siderais.

O desejo do Excelso Jesus desacelerou os acontecimentos, dando maior tempo e oportunidade para os rebeldes e recalcitrantes desistirem das Trevas pela Luz. Mas, cessado este tempo, o aceleramento dos fatos e acontecimentos deflagrados não se interromperá.

Deve, cada criatura, buscar servir e amar, engajando-se nas fileiras do Cristo, não como voluntário descompromissado e desatento, mas como candidato sincero à regeneração, realizando com seriedade e responsabilidade as tarefas que lhe compete.

Não basta candidatar-se para os Exércitos do Cristo e manter-se na mesma postura rebelde. Há que ser ativo e, ao mesmo tempo, trabalhar e renovar-se para proporcionar ascensão espiritual e elevação moral.

Paz em vossos corações!

 

Arcanjo Gabriel

GESH – 02/01/2009 – Vitória, ES – Brasil

domingo, 13 de novembro de 2016

SEGURANÇA EM DEUS - JOANNA DE ÂNGELIS - DIVALDO FRANCO


Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

SEGURANÇA EM DEUS



A existência terrestre é uma formosa concessão do Pai Celeste, a fim de que se desenvolvam os valores adormecidos no cerne do Espírito, desse modo, sofrendo alterações imprevisíveis e ocorrências perturbadoras durante o processo de evolução.

Por mais se anele por tranquilidade, o mecanismo a que está submetido é dinâmico, sujeito a variações de cada constituição. Num momento, tudo se encontra em ordem, funciona com equilíbrio, logo depois, alterações significativas modificam o quadro e se estabelecem distúrbios variados que necessitam de atenção e de correspondentes cuidados especiais.

Por esta razão, não desanimes na jornada, quando incidentes desagradáveis te surpreenderem em qualquer área do comportamento, da saúde ou de outro qualquer que se te apresente.

Mantém-te firme, no enfrentamento das dificuldades e dores, das quais sairás mais forte e enriquecido de sabedoria.

O vendaval fortalece as ramagens das plantas que se lhe submetem. Depois que passa a tempestade, recompõem-se com vigor.

Nunca ter permitas a dúvida sobre a vitória final, enquanto transitas na divina oportunidade da reencarnação.

Quem teme a luta ou desiste, ou se entrega à autocompaixão, compromete-se mais, sem dar-se conta, com os códigos da Vida.

A história de todo triunfador é feita com a perseverança no bom combate, mediante a repetição da aprendizagem, sem nunca deixar de insistir e de tentar.

Todavia, esse triunfo tem origem no comportamento íntimo, quando o lutador vence as paixões servis que o atormentam.,..

À medida que o aparente insucesso ocorre, a viagem para dentro do ser através da reflexão e da irrestrita confiança em Deus impulsiona-o para novas tentativas das quais resultará o êxito.

Vigia as nascentes do coração, de onde brotam os bons como os maus sentimentos, e fortalece-te na fixação das metas que pretendes alcançar.

Não te importem os efeitos exteriores, os comentários em torno dos prejuízos, o ridículo dos frívolos ou qualquer outro fator que produz inquietação.

Persiste na ideia do bem que vieste vivenciar e esparzir, tornando a tua existência uma jornada prazerosa, mesmo quando o sol da alegria esteja encoberto por nuvens carregadas de aflição.

Sabes que, além delas, o astro-rei permanece inalterável.

Estás convidado à execução do programa de amor e de revitalização da prosperidade moral e espiritual das criaturas e do planeta que habitas.

Iludido, corres em desespero, na busca do gozo que o consumismo proporciona, sem o menor conhecimento da realidade de imortal que és.

Acende no teu íntimo a luz do discernimento para que te libertes da ignorância, a fim de que te permitas o correto direcionamento existencial.

Certamente enfrentarás dificuldades, entre as quais a fragilidade orgânica, efeito natural das tuas ações transatas, que se apresentam como provas e sofrimentos.

Não as valorizes demasiadamente, detendo-te nelas sem coragem para seguir adiante.

O modelo irretocável a seguir é sempre Jesus.

Na modesta região da Galileia, que padecia sob o guante de muitos preconceitos, Ele optou pelos pobres e oprimidos, elegeu os mais degradados, a fim de reabilitá-los e lhes proporcionar os meios de sonhar e conseguir a felicidade que lhes era madrasta perversa.

Incompreendido, Ele descia aos abismos morais em que se compraziam e os erguia ao planalto da esperança no qual fruíam paz.

Sem qualquer receio, dedicou-se a atender a mulher aturdida, às situações deploráveis em que se encontrava, sem receber a mínima consideração.

Adúltera ou obsidiada, dEle recebeu a inefável ternura que a dignificou, demonstrou quando era digna da oportunidade de soerguimento. Enquanto do todos se voltavam contra os seus equívocos, Ele a socorreu, por saber que ela era vítima das circunstâncias opressoras e do desprezo que experimentava.

Desse modo, foi o libertador da escravidão feminina, que soube corresponder ao Seu afeto, porquanto algumas delas O acompanharam na via dolorosa, na cruz, e uma, que fora vítima da perversidade da treva implacável e dEle recebeu amparo, tornou-se portadora do mérito de lhe anunciar a ressurreição.

A partir dEle, a mulher começou a sair do cárcere dos preconceitos para alcançar na atualidade a governança de nações e povos.

Busca imitá-lO.

Elege os abandonados, os tristes e sofridos, aqueles que perderam praticamente tudo, menos o direito de receber o amor e a luz da caridade. São nossos irmãos do carreiro da agonia, que desconhecem a ventura da dignidade e do respeito, extraviados do caminho redentor que proporciona a conquista da sabedoria.

Amargurados, nunca experimentaram o prazer de receber afeição ou apoio, normalmente são açoitados pela ventania das incompreensões e empurrados para os pântanos do desespero onde se encontram.

Permanece, portanto, na segurança em Deus e nEle confia, deixando-te conduzir.

Ele sempre estará ao teu lado, mesmo quando não O buscares. Embora ignorado, Ele é o hálito da Vida em tua vida.

Se, no entanto, no momento te encontras em combalimento, sob os fórceps dos testemunhos, deixa-te conduzir por Ele, que é a meta sublime em cuja direção rumas no fatalismo da evolução.

Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão de 11 de maio de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Do site: http://divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=444

sábado, 22 de outubro de 2016

SOMOS MUITOS E ESTAMOS ESPALHADOS PELO PLANETA

Irmãos, a paz esteja convosco.

Intensa e febril atividade nos planos invisíveis.

Na Esfera do Bem, inúmeros irmãos se reúnem: terráqueos, extraterrestres, intraterrestres e intraoceânicos para sensibilizarem as criaturas encarnadas, a despertarem suas consciências e praticarem a Lei do Amor.

O "analfabetismo espiritual" campeia nesta humanidade e os esforços por parte dos "Trabalhadores da Luz" obtêm resultados insignificantes, ante o intenso dispêndio de energia, esforço e sacrifício. Mas, mesmo que seja por uma única alma, insistiremos na tarefa com desprendimento e alegria.

Na Esfera das Trevas, os "Trabalhadores do Mal" avançam sobre as criaturas encarnadas para que não seja perdida nenhuma oportunidade de "fisgar" uma alma delinquente para o seu exército sombrio.

Infelizmente, as vibrações dos seres humanos estão em maior sintonia com as "esferas inferiores", facilitando-lhes o assédio e dificultando, muitas vezes, a tarefa das Forças do Bem. É feito também o resgate das almas escravizadas há milênios, nos confins das sombras; e, assim a Luz vem iluminando campos, dantes imersos em trevas, dali retirando criaturas esquecidas do tempo.

Intensas lutas são travadas diariamente entre os Seres ferozes dos Abismos e o Exército do Cristo. Nesse campo, as vitórias da Luz têm sido constantes, vencendo e enviando para o exílio milhares de criaturas do Exército do Mal.

Os animais ferozes são mais facilmente tocados pela Força Superior, que os humanos encarnados que resistem em abandonar a postura primitiva do egoísmo, luxúria e ignomínia.

Nós, Seres humanos Intraterrenos, temos participado de todas as atividades do Exército do Cristo, como parte integrante do mesmo, e, se mais não temos feito, é justamente por não nos permitir a Lei de Causa e Efeito que rege os destinos da Terra e de seus habitantes.

O materialismo domina as mentes humanas, tornando-as inacessíveis às vibrações positivas das esferas invisíveis.

A matéria perecível de vossos corpos físicos não é prova suficiente de sua fragilidade ante a eternidade?

Nossas Cidades Intraterrenas capacitadas a receberem os irmãos terráqueos, já se encontram em atividade, pois muitos irmãos da superfície para lá já foram transportados, alguns estão em estágio de adaptação e outros já adaptados.

Portanto, irmãos, somente os encarnados encontram-se atrasados na atitude positiva e ativa de salvarem-se, contribuindo para melhor aproveitamento do tempo ainda disponível na carne. No plano espiritual, igualmente, os espíritos muito ligados à matéria, em sintonia com os encarnados, com eles vivem como se ainda pertencessem à matéria; estão iludidos e atrasados quanto ao "Tempo Final" que viveis.

Acordai irmãos! Continuar negando o inegável já não é possível.

O caos planetário e a falência das estruturas ambientais como recurso que promove a vida, tornando descontrolada a natureza e a inversão dos valores morais, já não são suficientes para convencer-vos?

Acordai irmãos! As tormentas anunciadas se aproximam, independente do vosso despertar, pois a Lei do Progresso tomou as rédeas da vida neste planeta.

Ligai-vos de corpo, mente e coração ao Nobre Jesus de Nazareth para não vos perderdes, mais uma vez, na escuridão das eras.

Vossos Irmãos Intraterrenos convosco lutam pela preservação da vida na Terra.

Somos muitos e estamos espalhados pelo planeta, trabalhando pelo Bem da Terra e de sua humanidade. Se credes ou não em nossa existência, já não nos importa. Vossas vibrações, Irmãos Terráqueos, nos repudiam, pois estais mergulhados numa "vala de sentimentos inferiores" que emanam do vosso ser; invadem a atmosfera do lindo planeta que vindes vilipendiando e destruindo sem compaixão, com garras afiadas. Evitais escutar os acordes das suplicas de vossas consciências, que em gemidos íntimos, perturbam o sono da alma, para que tomeis novos rumos da existência.

Buscamos, dentro da permissão do Altíssimo, contribuir com os poucos terráqueos que sinceramente desejam manter a vida em harmonia no planeta. E são poucos esses irmãos!

Irmãos de humanidade, escravizastes vossos sentidos sutis de amor e bondade, anestesiando-os para saciar vosso desejo animal, pusilânime, que destrói o ambiente e o próximo.

Caminhamos convosco, anonimamente, e apenas nos tornamos visíveis para aqueles que nos aceitam como irmãos que somos.

São bem-vindos às nossas Cidades, aqueles que lutam por manterem-se como o "bom trigo da Terra". Se envoltos em mistério ainda vivemos, é porque os irmãos não nos permitem apresentarmo-nos, julgando-vos únicos habitantes deste planeta, habitantes e donos de tudo que aqui existe.

Vibramos no amor por vós e ligados às Hostes do Bem, lutamos pela libertação da Terra e de sua humanidade, da Era da Escuridão e pela Vitória da Luz.

Nós vos saudamos em nome da Luz.

Salve o Divino Jesus.

Natanael e Irmãos Intraterrenos

Intraterrestre de Stelta

GESH – 01/06/2007 – Vitória, ES – Brasil

Nota: Mensagem retirada do livro "Os Intraterrenos"

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

AMBIENTES - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Importante pensar que não apenas termos o que damos, mas igualmente viveremos naquilo que proporcionamos aos outros.

Daí o impositivo de doarmos tão somente o bem, integralmente o bem.

Se em determinada faixa de tempo criamos a alegria para os nossos semelhantes e criamos para eles o sofrimento em outra faixa, nossa existência estará dividida entre felicidade e desventura, porque teremos trazido uma e outra ao nosso convívio, arruinando valiosas oportunidades de serviço e elevação.

Se oferecemos azedume, é óbvio que avinagraremos o sentimento de quem nos acolhe, reavendo, em câmbio inevitável, o mesmo clima vibratório, como quem recolhe água inconveniente para a própria sede, após agitar o fundo do poço, de cuja colaboração necessite.

Se atiramos crítica e ironia à face do próximo, de outro ambiente não disporemos para viver senão aquele que se desmanda em sarcasmo e censura.

Certifiquemo-nos de que não somente as pessoas, mas os ambientes também respondem. Queiramos ou não, somos constrangidos a viver no clima espiritual que nós mesmos formamos.

Pacifiquemos e seremos pacificados.

Auxilia e colherás auxílio.

Tudo que espiritualmente verte de nós, regressa a nós, “Dá e dar-se-te-á”, ― asseverou Jesus. O ensinamento não prevalece tão só nos domínios da dádiva material propriamente considerada. Do que dermos aos outros, a vida fatalmente nos dá.


A CONQUISTA ESPIRITUAL ESTÁ EM VOSSAS MÃOS - SANTO AGOSTINHO

A centelha espiritual, a mônada, ao partir para suas conquistas espirituais, leva consigo preciosa Energia Divina, fazendo dela seu combustível para se manter nos mundos onde deverá evoluir, ao longo da sua existência,

Porém, à medida que nasce e renasce no ciclo interminável da vida, vai, aos poucos, distanciando-se da Fonte de Luz que a gerou. Isto ocorre porque é necessário que suas conquistas venham do seu próprio esforço. Ao longo do tempo, o ser adquire ilusões e experiências para seu amadurecimento advindas de um trabalho minucioso e extraordinário dos engenheiros da vida, que montam programações junto aos guias e mentores da criatura, ponderando o que será necessário ao seu progresso, lembrando um complexo enigma que se resolve ao longo da sua trajetória.

São riquezas de detalhes que compõem o aperfeiçoamento da centelha. Vivencia passagens pelos diversos planos da existência, desde o reino mineral até reino hominal. Quando já é um homem, começa lutando pela vida, constrói ferramentas, domina outros animais, cerca-se de pessoas e a isso dá o nome de família, de sociedade. Passa por dramas, no âmbito pessoal e no coletivo. São vários os momentos onde se percebe a difícil trajetória de evolução da criatura humana. Momentos em que seu caminho a aproxima ou a afasta dos desígnios do Pai. Porém o ser, em meio às suas dores íntimas, não consegue perceber que o poder da conquista espiritual sempre esteve em suas mãos, ao escolher qual estrada seguir.

Retornar ao Criador é um impulso irresistível do indivíduo, pois na sua consciência ainda adormecida já fervilha o anseio de retornar ao aprisco de paz e harmonia onde foi criado. Ao gravar sua história de vida no arcabouço da memória espiritual, passa a ter certeza de que tudo que viveu foi no intuito de corajosamente avançar, rejeitando sensações fugazes que ainda estão latentes, sempre se lembrando do perigo de retornar aos velhos hábitos, de compactuar com ideias de confronto e de rebeldia aos preceitos da Luz, porque o carma ainda lhe cobra a sua parte.

É lento e sem retorno o caminhar pela estrada do progresso, a qual lembra um emaranhado de fios que prende o indivíduo aos mundos de dores. Por isso, seu retorno é recebido com rejúbilo e alegria, porque uma ovelha, antes perdida e desgarrada, retorna renovada e em novas vestes espirituais, pronta para servir e socorrer àqueles que hoje vivem as mesmas experiências dolorosas, pois sua vida o capacitou a estender as mãos como nos ensinou o amado Mestre Jesus.

Irmãos encarnados, viemos vos dizer: estais, nesse momento, construindo as bases do vosso futuro e desejamos que as palavras sábias do Divino Jesus sejam sempre as conselheiras a vos guiar em meio aos obstáculos que surgirem, para que as experiências vividas vos tornem mais fortes e resolutos em vossa fé.

A paz do Mestre

 
Santo Agostinho

GESJ – 23/08/2016 – Reunião Pública – Vitória, ES – Brasil



sexta-feira, 14 de outubro de 2016

EXPERIÊNCIAS - MARIA DOLORES - CHICO XAVIER

Uma história de culpa e redenção
Que só pude entender
Fitando a vida na reencarnação:

Há mais de um século passado,
Jovem senhora de fortuna imensa
Desfez-se do homem bom que havia desposado,
Propinando-lhe a morte
Aproveitando antiga desavença.

O marido morreu, sem saber que a consorte
Era a autora do crime...
Sob o açoite invisível de veneno,
Desligou-se do corpo, acreditando
Ter sido vítima de um bando
De conhecidos salteadores,
Que lhe haviam furtado extensa faixa
De lavoura e terreno...

Ela fingiu sofrer, chorou a lamentar-se,
Resguardando a frieza em pomposo disfarce:
Depois, armou-se de razão e herança,
Em seguida a mais ouro, ei-la que avança
No rumo do prazer, unicamente...
Borboleta das noites de aventura,
Converteu-se em esfinge de loucura
E espalhava paixões, assassinatos,
Suicídios e duelos insensatos,
Até que, um dia, a morte
Surgiu numa doença e abateu-a de todo...
A fidalga saiu de túmulo dourado,
Abominando o corpo aniquilado
Como quem deixa um cárcere de lodo.

Atônita, encontrou na própria mente
As sombras que largara para trás...
Via os homens que amara, odiando-lhe o nome
E os lares que ela mesma havia destruído
Sem alento e sem paz,
Padecendo viuvez, necessidade e fome,
Em razão dos seus gestos sem sentido...

Ao fim de tempo longo em suplício e cansaço,
Vendo em si própria a culpa e a punição reunidas,
Rogou regresso ao mundo em lágrimas doridas;
Queria renascer, desprezada e doente,
De maneira a expiar os erros que fizera...
Foi assim que a fidalga ressurgiu
Na penúria de humílima tapera.
Ninguém lhe conhecia a genitora.

A pequenina fora
Simplesmente enjeitada
Sobre o lodoso vão de uma velha calçada...

Recolhida num lar de gente boa,
Cedo mostrou-se como viveria,
Débil mental, vagando à-toa,
Muda e louca, chamavam-na Maria;
E porque andasse, ao léo, de porta em porta,
Fosse onde fosse, se chorava ou ria,
Populares gritavam: “sai, Maria!...
Não te queremos... Sai, Maria Torta!...”
E a pobre em se sentindo injuriada
Pelo cruel pejorativo,
Buscava defender-se a rugido e pedrada,
Ferindo o próprio peito morto - vivo...

Sessenta anos viveu à noite e ao vento,
Sem pouso certo, atada ao sofrimento...

Dias atrás, fui vê-la... Achei Maria,
Num recanto de pobre enfermaria...
Era um farrapo humano, uma sombra de gente
Que a moléstia arrasava, asperamente...

Dera-lhe a caridade um colchão por guarida
E a morte lhe traria o apoio de outra vida...

Agonizou, por fim, a nobre companheira
Que varara, gemendo, uma existência inteira.

Nós, – a equipe de simples servidores,
– Expressando-lhe amor em visita singela,
Orávamos em grupo, junto dela,
Suplicando a Jesus lhe amenizasse as dores...

Quando o corpo cansado demonstrou
Que não mais lhe servia,
Mensageiros da Altura, com cuidado,
Libertaram Maria...

Foi um deslumbramento inesperado.
A sala estreita e pobre iluminou-se,
Ramalhetes lembrando estranhas primaveras
Chegavam pelas mãos de amigos de outras eras...

Jubilosa e espantada, vi Maria
Deixar o corpo em pranto de alegria...
Seres angelicais cantavam em surdina
Doces evocações da Morada Divina...
A pobre soluçava ao tentar entendê-las...

Logo após, envolvida em flores luminosas,
Numa sege de luz, enfeitada de rosas,
Maria se elevou para além das estrelas...


pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: A Vida Conta, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sábado, 1 de outubro de 2016

A QUEDA DE UM TRABALHADOR - RAMATIS


3605 - A queda de um Trabalhador

Quantos filhos vejo desgarrarem-se dos laços amorosos que os envolvem.

Filhos amados, refleti nas existências felizes do porvir, em nome das quais, quaisquer sacrifícios atuais, serão bem-vindos.

Não julgueis tão efêmera a felicidade, nem tão pequena que caiba no dedal exclusivo de uma única existência.

A felicidade constrói-se às vezes a duras penas e assim escolhestes quando optastes, no passado, seguir tortuosos caminhos, distantes do curso.

Gostariam agora de voltar a rota original, sem, contudo, gastar forças para a retomada do trajeto?

Quanto mais vos afastardes dos caminhos determinados para a redenção das criaturas, maiores serão os esforços empreendidos para retomá-lo. Portanto, sustentai a força que os mantém erguidos na luta para vencer as vicissitudes terrenas.

Elegestes para vós, encarnação de árduas provas, em tempos difíceis e contraditórios pois assim deveria ser para que a própria humanidade retomasse sua trajetória, que há muito se encontra desvirtuada da rota original.

Também esta humanidade delinquente deveria pagar, com esforços dolorosos e rudes, o tempo perdido no desvario insano e inconsequente.

Como coletividade, sereis reconduzidos às rotas da evangelização sublime, pois com amor, fostes chamados, através da doce presença do Rabino Jesus.

No entanto, quando escolhestes a libertação do assassino, encarceraram vossas almas no engano do silêncio e da não aceitação das mensagens sublimes e puras do Cristo Cósmico.

Como humanidade, mais uma vez tiveram oportunidade de corrigir a triste rota que adotaram nos enganos do passado.

É chegada a hora de colherem, através da dor, a corrigenda que se faz necessária antes que vosso orbe enlouqueça.

Há tantas criaturas que, necessitando corrigirem-se, mais e mais se chafurdam nos charcos tenebrosos dos astrais hediondos e temíveis. Nada mais existe que possa ser feito, a não ser a correção da rota prevista pelos Correligionários da Luz.

Nada receais amados, pois a corrigenda dolorosa caberá àquele que mais afastado estiver. Quanto mais próximo do caminho do bem se encontra a criatura, maior será sua compreensão e mais profundo o entendimento dos desígnios determinados pelo Pai.

Eis vossa tarefa, lutar por aproximar-se o mais que puderdes da rota feliz do Servidor da Luz e a desejarão para não sofrerem mais. A medida que as Hostes Angélicas os receberem em Seu Âmago de Luz, percebereis que a importância mais urgente e maior de vosso coração é aquela que se refere à possibilidade de socorro ao próximo carente, distanciado do Pai.

Cada um de vós, convertido à Luz, representa apoio e recurso salvacionista a dezenas de sofredores e de trabalhadores socorristas das trevas. Refleti, portanto, no fato de que, igualmente, a queda de um trabalhador representa o atraso no serviço socorrista e de esclarecimento de dezenas e dezenas de irmãos sofridos.

Calculai agora, através da mesma reflexão e sem julgamento das razões ou fraquezas alheias, a quantidade de irmãos necessitados que estamos deixando para trás por simples desistência, perturbação e confusão mental de vários trabalhadores da Seara da Luz. Sobrecarga para aqueles que persistem no serviço redentor.

Não que se queixem os que continuam trabalhando, mas cada um tem seu limite não podendo fazer mais do que suas forças e sobre forças possibilitam.

Meus irmãos! Procurai desfazer os nós que vos entrava a caminhada, o mais rápido possível. Resisti às investidas do mal, pois espontaneamente aceitaram a responsabilidade que vos foi confiada. Agora encarnados, é necessário que a carregueis, ainda que para isso necessiteis domesticar vossa personalidade ainda primária.

É meu desejo que todos os meus filhos amados reflitam sobre o que vos digo. Todos os que se foram e que estão em tarefa espiritual orientada pelo Mestre Jesus, a Quem sirvo.

Vosso Mestre


Ramatis

GESJ – 08/05/2000 – Psicografia – Vitória/ES, Brasil

AUTOAVALIAÇÃO

Autoavaliação

Com tantas dificuldades em nossas vidas na Terra, muito nos equivocamos.

É comum, ao não conseguirmos alcançar os resultados desejados, colocarmos nos outros a culpa pelos nossos fracassos.

Sem reais fundamentos, nos entregamos a reclamações.

Embora nossos olhos estejam estrategicamente posicionados para olhar para fora, devemos aprender a olhar para dentro de nós mesmos.

E dessa forma, quando um fracasso acontecer, quando a decepção nos alcançar ou a indignação alheia nos ferir, é o momento exato de nos questionarmos:
Onde foi que eu falhei? Em que ponto necessito agir melhor?
Meu esforço e dedicação ao objetivo desejado têm sido suficientes?

Muitos acreditamos que o sucesso deva cair em nossas mãos milagrosamente, mas, na verdade, sua concretização só se torna possível quando nos esforçamos para conquistá-lo.

Para isso é necessário ter muito claro em nós o que realmente queremos, qual a meta que buscamos alcançar.

E, quando surgirem as dificuldades, não devemos desistir ou adiar nossos projetos, mas enfrentá-las corajosamente para superá-las, por mais desafiadoras nos pareçam.

Dar o primeiro passo para essa mudança pode parecer difícil, mas é imprescindível para possibilitar que qualquer empreendimento possa ser bem sucedido.

Os que já alcançaram o sucesso, na busca de seus interesses, com certeza, deram esse passo.

Precisamos planejar nossa sonhada realização, estudar os possíveis desafios, conhecer o percurso, caminhar no rumo certo.

Dificuldades no trabalho podem ser apenas a indicação de que estamos necessitando de reciclagem.

Complicações nos relacionamentos pessoais podem significar que precisamos rever nossa maneira de tratar as demais pessoas.

Descrença, desânimo, depressão, muitas vezes estão a pedir um exame criterioso para avaliarmos nossos reais interesses e nossa maneira de viver.

Da mesma forma que um acadêmico passa por avaliações no seu desempenho escolar, precisamos de avaliações nas práticas diárias da vida.

Por vezes nos deixamos levar pelo automatismo, sem avaliar se nossas atitudes são as mais adequadas.

Estudar, atualizar-se, aprender sempre mais, nos fará sentir maior segurança, crescer intelectual e moralmente.

Por outro lado, não devemos esquecer da nossa realidade espiritual, pois somos Espíritos imortais, estagiando na Terra para progredir.

Pensamentos positivos e otimistas nos clareiam o caminho.

Leituras esclarecedoras nos proporcionam novas ideias.

Músicas elevadas harmonizam e enobrecem nosso clima interior.

Conversas construtivas e edificantes nos enriquecem interiormente e descortinam novos horizontes, novas possibilidades.

Meditações nos permitem identificar nossos pontos frágeis, e nos inspiram melhores formas de agir.

Orações de louvor e agradecimento - sempre temos algo a agradecer - nos permitem a sintonia com o Pai Criador, com as esferas elevadas, através das quais haurimos as benesses divinas...

Autoavaliação, autoanálise e autoaprimoramento são ferramentas imprescindíveis à nossa evolução.

O mundo pode estar um caos, a vida um redemoinho, mas nós devemos lutar por permanecermos firmes.


Retirado do Blog Momento Espírita,

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

ENCONTRO SINGULAR - IRMÃO X - CHICO XAVIER

Encontro Singular

- Escute, moço... Se é verdade que o senhor escreve para a Terra, conte o meu caso, amparando alguém...

A observação procedia de um rapaz desencarnado, em deplorável situação num vale de suicidas.

O seu corpo, que se adensava, pesado e escuro, se retorcia, qual se estivesse fixado em agitação permanente, e, na garganta, se lhe viam arroxeadas feridas, alentadas decerto pelos pensamentos de angústia a lhe repercutirem, constantes, na forma atormentada.

Percebi-lhe a condição de enforcado e diligenciei colocá-lo à vontade:

- Fale, meu irmão, quero ouví-lo e aprender.

E o jovem, desenfaixado do envoltório físico, desmanchou-se em agoniadas recordações:

- Sabe?... Fui no mundo uma vítima do copo... Tudo começou numa festa... Lembro-me... Um convite inocente... Brincadeira... Um colega abeirou-se de mim com um frasco de bebida licorosa... Em seguida, a intimação amiga: um trago, só um trago... Recusei... Não tinha hábito... Em derredor de nós a roda alegre e expectante... “Então, você – zombeteou o companheiro sarcástico -, então você é dos tais... Um maricas... Filhinho da mamãe... Que faz você com as calças?...” Ignorava que aceitar um desafio desses era perigoso para mim... Os outros bebiam e gargalhavam... Acabei aderindo... Engoli uma talagada, outra e mais outra... Depois, a cabeça zonza e o prazer esfuziante... No dia seguinte, a necessidade do aperitivo... E, dos aperitivos, passei à bebedeira inveterada... Alfaiate bem pago, a breve trecho comecei a deteriorar-me em serviço... Erros, faltas, pileques, ressacas... Terminadas as tarefas cotidianas, trocava o lar pelo bar... E sempre o quadro lastimável, noite a noite... Amigos me apoiando até a casa e, na porta, a cansada mãezinha a esperar-me... Constantemente, a mesma voz doce, insistindo e abençoando... “Meu filho, não beba! Não beba mais!...” Minha reação negativa nunca falhava... Esbravejava, ameaçava, premindo-lhe os braços trêmulos... Na manhã imediata, os remorsos e as promessas de corrigenda e reajuste... Em sobrevindo a noite, porém, novas carraspanas e disparates... Em várias ocasiões, ao despertar, surpreendia pratos e copos quebrados e a informação estranha de que fora eu o culpado... Estivera em pavoroso delírio, perpetrando desatinos e violências... Aborrecia-me, arrependia-me... No entanto, a sede de álcool sempre mais forte... As ocorrências infelizes se sobrepunham umas às outras, até que, um dia, acordei no cárcere... Oh! porquê? Porque a prisão? Horrorizou-me a resposta do guarda... “Você é um assassino”... Eu? Um assassino?... E ele: “sim, você, “seu bêbado”, você matou”... Solucei, esmagado de sofrimento... O peito parecia rebentar-me e gritei: “meu Deus, meu Deus, que será de minha mãe?!... Aí, veio a revelação terrível: “foi ela própria que você destruiu... sua mãe, sua vítima”... Não acreditei... Pedi provas... Levado à residência sob a custódia de alguns soldados, ainda pude vê-la cadaverizada na urna... Mostrava na garganta os sinais de estrangulamento... Em torno de nós, as tetemunhas... Os que me haviam visto de perto com os dedos cravados na carne materna, em momento de insânia... Ajoelhei e gritei debalde... Recolhido à cadeia, positivamente dementado, aguardei a noite alta e, aproveitando algumas tiras de cobertor, enforquei-me... Desde então, sou um farrapo que vive, uma chaga que pensa... Se minha história triste pode servir a benefício de alguém, fale dela aos outros, aos que se acham no caminho terrestre, na bica da invigilância ou do desespêro...

Anotei, ali mesmo, o episódio amargoso que alinhavo nesta crônica e deixo o relato, com as próprias palavras do desventurado protagonista, em nossa apresentação do assunto, para estudo e reflexão dos amigos reencarnados que porventura nos leiam.

Entretanto, recordando o meu próprio ceptícismo no tempo em que estadeava o enxudioso uniforme carnal, entre os homens do plano físico, não estou muito certo de que alguém possa realmente acreditar em nós.

ALÉM - JOÃO DE DEUS - CHICO XAVIER

Além da sepultura, a nova aurora
luminosa e divina se levanta!...
Lá palpita a beleza, onde a alma canta
a luz do amor que vibra e resplendora!

Ó corações que a lágrima devora,
prisioneiros da dor que fere e espanta
tende na vossa fé a bíblia santa,
e em vossa luta o bem de cada hora.

Além da morte, a vida tumultuada.
O trabalho divino continua...
Vida e Morte – Exultai ao bendizê-las!

Esperai nos pesares mais profundos,
que a este mundo sucedem-se outros mundos,
e às estrelas sucedem-se as estrelas!


Pelo Espírito João de Deus - Do livro: Taça de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sábado, 3 de setembro de 2016

A RESPOSTA DE ENÉAS - IRMÃO X - CHICO XAVIER

Enquanto se esperava o médium Palhares, o velho Azevedo Cruz, doutrinador das sessões, cofiava o bigode longo, comentando mordaz:

— Não reparam a ausência do Guilhermino? Desde muito tempo, não comparece.

— Que terá acontecido? — indagou D. Amália, piscando os olhos.

— Não sabem? — tornou o orientador do grupo — o nosso amigo caiu fragorosamente. Não sai do pano verde, nem se afasta do mau caminho.

— Que diz? interrogou Dona Margarida, fisgando o interlocutor por cima dos óculos — o Guilhermino desviou-se tanto? será possível?

— Ora, ora — aventurou uma senhora na turma, sussurrando —, a esposa dele é uma infortunada. Guilhermino é bastante pervertido para entender o que sejam obrigações do lar.

Azevedo, olhar transbordante de malícia, acrescentou:

— Nunca me enganou o patife. Velho malandro, o Guilhermino! Simples lobo na pele de ovelha. Conheço-lhe as patranhas, desde o primeiro dia em que me buscou, pedindo socorro.

E a conduta do ausente foi ali examinada, minúcia por minúcia.

Chamavam-lhe irmão de quando em quando, classificando-o de velhaco, alguns instantes depois.

Quando a pequena assembléia apareceu desinteressada, alguém recordou que Palhares estava demorando. Bastou isso para que se concentrasse a atenção geral do retardatário.

Após verificar que ninguém se encontrava à escuta nas vizinhanças, a Senhora Fagundes começou:

— Nosso médium já não é mais o mesmo... Nunca chega à hora, nada recebe de útil nas sessões e vive sempre desapontado...

— Não sabe o que vem acontecendo? — perguntou uma companheira irrequieta — Palhares anda agora bebericando... Por três vezes, senti-lhe pronunciado cheiro de vinho. Como poderá ele, desse modo, receber mensagens elevadas? Quando o médium esquece a responsabilidade própria, tudo vai por água abaixo...

O doutrinador fixou um gesto de puritano e considerou:

— Enquanto permanece ele no bar, demoramos aqui, aguardando reuniões improdutivas.

Palhares, presentemente, é um fracasso. Estou cansado de orar e rogar inutilmente...

Decorridos alguns instantes, entra a vítima, identificando sorrisos acolhedores.

Modifica-se a conversação.

Ao passo que o companheiro relaciona os atropelos havidos no lar, comenta-se a laboriosa missão dos médiuns. A maledicência de minutos antes converte-se em observações de suposto entendimento fraternal.

Palhares chega a sentir-se reconfortado e feliz.

Reúne-se à assembléia, em derredor da mesa.

Azevedo ora longamente, rogando a presença de Enéias, o sábio mentor dos trabalhos espirituais.

Silêncio profundo.

Enéias, contudo, não aparece.

Encerrada a sessão, os companheiros fixam o médium, quase irritados, como se fora ele exclusivamente o responsável pela ausência de comunicações com o plano superior.

Azevedo não consegue sopitar os pensamentos íntimos e exclama:

— Não posso compreender. Há mais de oito meses, estamos como que abandonados. Ora-se com fervor, pedimos humildemente; entretanto, Enéias não responde aos nossos apelos.

Todos concordam desapontados.

Na semana seguinte, reúnem-se de novo.

Nessa noite, Palhares está a postos, na hora convencional, mas espera-se pelo velho Azevedo.

Dona Amália, depois de comentar as desilusões sofridas com os vizinhos, afirmando-se perseguida de Espíritos das trevas, começa a tagarelice venenosa da noite. Baixando o tom de voz, sussurrou:

— Disseram-me no bairro que “seu” Azevedo não está procedendo como quem reconhece os deveres próprios. Meu primo afirmou que estamos redondamente enganados, que o nosso doutrinador perdeu o juízo, logo após a viuvez. Notificou-me, confidencialmente, tê-lo encontrado, por mais de uma vez, em situação equívoca, desfazendo talvez a felicidade de um lar honesto.

Palhares inclinou-se, esboçou um sorriso brejeiro e acentuou:

— Não costumo comentar os defeitos dos outros e, mormente, em se tratando dum irmão na fé; sempre estimei o silêncio da verdadeira caridade, mas, aqui para nós, a situação é de fato alarmante. Há no episódio muita coisa a lamentar. Inspira pena o companheiro infeliz.

E como o velho Arantes provocasse uma informação sólida, para conhecer a procedência da acusação, o médium deu de ombros e respondeu:

— Pelo menos é o que me disse um colega da repartição.

— Absurdo! — bradou o Sr. Siqueira, exasperado — onde chegaremos com semelhantes disparates? Azevedo não passa de miserável hipócrita.

Continuavam a operar as línguas venenosas, quando o companheiro penetrou o recinto.

Efusivas e calorosas saudações.

Nem parecia que se comentava tão escabroso assunto.

Durante meses a fio, a situação do grupo mantinha-se inalterada.

Acusavam-se as outras escolas religiosas, apontavam-se os infelizes que a provação atirava ao escárnio público, discutia-se a posição de lares alheios. E, quando faltavam indivíduos para o pasto da maledicência, maldiziam as instituições da época, criticavam os homens de responsabilidades do tempo, duvidavam de todos, espalhando-se leviandades e estabelecendo contradições.

Antes das preces de abertura, era necessário retirar os cinzeiros pletóricos, abrindo-se janelas para melhorar as condições do ambiente.

Decorrido mais de um ano, que se caracterizara pela excessiva conversação dos encarnados, com absoluto silêncio da esfera invisível, Azevedo se revelou, certa noite, mais preocupado e mais emotivo.

Estabelecido o círculo de companheiros, o velho doutrinador começou a orar, sentidamente, entre lágrimas.

Salientava o tempo de doloroso mutismo dos mentores espirituais, rogava esclarecimentos, pedia socorro, implorando auxílio dos protetores benevolentes. Lamentando a ausência de Enéias, o generoso orientador invisível que tantas vezes se manifestara noutros tempos, o chefe do grupo terminava a súplica:

— Oh! bem-amados amigos da esfera superior, não nos abandoneis... Se estamos em caminho errado, esclarecei-nos! por que permaneceis distantes há tanto tempo?! Por quem sois, atendei-nos! Ouvi as nossas rogativas, reaproximai-vos de nós, por amor de Deus!...

A essa altura, o pranto embargou-lhe a voz.

A pequena assembléia chorava também, igualmente comovida.

Quando a meditação séria empolgou a maioria dos corações, incorporou-se Enéias, valendo se de Palhares, e exclamou para todos, pronunciando cada expressão em tom enérgico e amigo:

— Hoje, não iniciamos a palavra espiritual, rogando ao Senhor vos conceda paz e, sim, pedindo-vos, com interesse, guardeis a paz que o Senhor já nos concedeu. Vossa prece comoveu-nos a alma; entretanto, estais equivocados. Nunca estivemos ausentes do trabalho nobre. Aqui nos conservamos invariavelmente no cumprimento do dever, que é fonte de alegrias. Há mais de um ano, porém, utilizais todo o tempo no comentário venenoso e cruel.

Quando não criticais as nações, as coletividades, os lares e as reputações alheias, costumai ferir-vos uns aos outros. Como vedes, meus irmãos, estamos a esperar por vós, que tanto vos distanciastes da obrigação justa. Recordai que é necessário empregar o verbo, no sentido da criação superior. Falai, construindo com a vossa palavra algo de útil para a vida eterna. Não temos, por enquanto, outra mensagem. Quando terminardes as sessões de maledicência, estaremos prontos a iniciar convosco a sessão de Espiritismo construtivo e de Evangelho redentor.

Daí a momentos, a reunião estava finda e, naquela noite, todos se retiraram do recinto, em silêncio.



pelo Espírito Irmão X. Do livro: Pontos e Contos, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sábado, 27 de agosto de 2016

BASTA-NOS-Á - MEIMEI

Quanto mais conheces, mais te vês.
E quanto mais nos vemos, com mais amplitude conseguimos enxergar os outros.
Se já alcançaste semelhantes áreas de discernimento, considera as incompreensões das quais te reconheças objeto, através das lentes interiores que te conferem mais alta visão espiritual.
Diante de alguém que, porventura, te fira, recorda as provas que atravessaste, os empeços vencidos, as ilusões superadas e amarguras que já entregaste ao arquivo da memória, com a recomendação de paz e esquecimento.
Assim, agindo, observarás nos companheiros que acaso te injuriem corações doentes ou imaturos, que é preciso tolerar, a fim de que não te emaranhes no labirinto das aflições inúteis.
Perante quaisquer ofensas, usa a misericórdia na embalagem do silêncio e atrairás a luz para que todas as sombras sejam dissolvidas.
Esse te malsina os gestos de bondade , aquele te empresta a autoria de faltas que desconheces, outro te expõe os enganos de outro tempo ao desrespeito público e outro ainda te apedreja sem razão. Por nada te queixes.
Pelo metro de nossas próprias lutas de retaguarda, ser-nos-á possível estender a compaixão sem limites sobre quaisquer farpas que se nos lance em caminho, seguindo sempre.
Não te lastimes, nem condenes.
Cala-te, abençoa e auxilia sempre para o bem de todos.
Para corrigir-nos ou reajustar-nos ante os princípios da verdade e do amor, bastar-nos-á viver.
Ampara aos que se acham perseguidos pela ignorância ou pela crueldade.
Segue plantando Paz e semeando alegria.

Do livro "Palavras do coração"

terça-feira, 16 de agosto de 2016

MAIS ALÉM - ANDRÉ LUIZ - CHICO XAVIER



Não basta que sua boca esteja perfumada. É imprescindível que permaneça incapaz de ferir.
É importante que suas mãos se mostrem limpas. É essencial, no entanto, verificar o que fazem.
Bons ouvidos são, certamente, um tesouro. A Justiça Divina, porém, desejará saber como você ouve.
Excelente visão é qualidade louvável. Todavia, é interessante notar como você está vendo a vida.
Possuir saúde física é reter valioso dom. Mas é necessário considerar o que faz você do corpo sadio.
Raciocínio claro é virtude. Entretanto é imperioso observar em que zona mental está você raciocinando.
Bela imaginação é trazer consigo maravilhoso castelo. Convém reparar, porém, com que imagens você povoa o seu palácio interior.
Grande emotividade é característico de riqueza íntima. Contudo, é preciso saber como gasta você as emoções.
Possibilidades de produzir intensamente são recursos preciosos.
No entanto, é imprescindível conhecer a substância daquilo que você produz.
Capacidade de prosseguir, vida afora, alegremente, é uma bênção. Não se esqueça, todavia, da direção que seus pés vão tomando através dos caminhos.
Do livro "Agenda Cristã"

domingo, 7 de agosto de 2016

AGENDA DE LUZ - ANDRÉ LUIZ

Agenda de Luz (André Luiz)

Não existe mal em possuir o dinheiro. O mal decorre da invigilância, quando permitimos que o dinheiro nos possua.
Se esse ou aquele plano de trabalho está incubado em seu pensamento, agora é o momento de começar a realizá-lo.
Se desejas fazer alguma boa ação, apareceu o instante de promovê-la.
Este dia é um presente de Deus, em nosso auxílio; de nós depende aquilo que venhamos a fazer com ele.
Mostre um pouco mais de serenidade nos instantes de crise e você se transformará no apoio providencial de muita gente.
Tolere um tanto mais as intrigas que, porventura, lhe assediem o campo de ação, sem lhes oferecer qualquer importância e defenderá a sua própria felicidade, com inesperado brilhantismo.
Não se detenha diante da oportunidade de servir.
Mobilize o pensamento para criar vida nova.
Melhore os próprios conhecimentos, estudando sempre.
Não permita que a dificuldade lhe abra a porta ao desânimo porque a dificuldade é o meio de que a vida se vale para melhorar-nos em habilitação e resistência.
Nunca desconsidere o valor de sua dose de solidão, a fim de aproveitá-la em meditação e reajuste das próprias forças.
Do livro "Agenda de luz"

quinta-feira, 21 de julho de 2016

A PRECE - JOÃO DE DEUS - CHICO XAVIER

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

A PRECE

O Senhor da Verdade e da Clemência
Concedeu-nos a fonte cristalina
Da prece, água do amor, pura e divina,
Que suaviza os rigores da existência.

Toda oração é a doce quinta-essência
Da esperança ditosa e peregrina,
Filha da crença que nos ilumina
Os mais tristes refolhos da consciência.

Feliz o coração que espera e ora,
Sabendo contemplar a eterna aurora
Do Além, pela oração profunda e imensa.

Enquanto o mundo anseia, estranho e aflito,
A prece alcança as bênçãos do Infinito,
Nos caminhos translúcidos da Crença.


Pelo Espírito João de Deus - Do livro: Parnaso de Alem-Túmulo, Médium: Francisco Cândido Xavier.


domingo, 3 de julho de 2016

LIÇÃO DE FÉ - MARIA DOLORES - CHICO XAVIER

LIÇÃO DE FÉ

Coração, não te perturbes,
Se, em torno, há quem se desmande,
Se a luta surge tão grande,
Que tudo é aflição no ar...
Abraça os próprios deveres,
Acalma-te, serve e lida,
Que Deus, sustentando a vida,
Só nos pede confiar.

Olha os exemplos do campo,
Na noite de tempestade,
O solo é treva e ansiedade
Sob o granizo e bater;
Caem troncos, rolam penhas,
O raio quebra a montanha,
O lodo se desentranha,
É a gleba a se desfazer.

Escondem-se, furna em furna,
Os peregrinos da estrada,
Passarinhos na ramada
Lançam pios de oração;
Ouvem-se gritos selvagens,
É o vento brandindo o açoite,
Cortando as formas da noite
E uivando desolação.

Mas outro dia está pronto...
A madrugada vem vindo,
Um roseiral no céu lindo
É o jardim que o Sol produz;
O clarão cresce e se espalha,
A brisa afaga os caminhos,
Brilham copas, cantam ninhos,
Toda a Terra é um mar de luz.

Coração, assim também,
Depois da estrada de prova,
Eis que a vida se renova
Na esperança a ressurgir;
A bênção do amor renasce,
A alegria se proclama,
É Deus que te busca e chama
A novo e belo porvir.


pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: Recanto de Paz, Médium: Francisco Cândido Xavier.



DOUTRINAR E TRANSFORMAR - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Meus amigos: Em verdade é preciso doutrinar para esclarecer. Mas é imprescindível, igualmente, transformar para redimir. Doutrinação q...