quarta-feira, 27 de junho de 2018

O PREÇO DE UMA VIDA


Quando, em nosso país, tantas vozes se erguem na defesa da eliminação da vida, uma pausa para reflexão se faz devida.

Quanto vale uma vida? Será que, por não ser ainda alguém que contribui para a sociedade, por não ter voz suficientemente alta para se defender, o embrião ou o feto merece a morte?

O que pretendemos com tal posicionamento?

Recordamos que na China, entre 1979 e 1980, entrou em vigor a lei de um único filho.

Isso motivou o crescimento do número de crianças abandonadas ao nascer. Sobretudo meninas. Também o infanticídio e o consequente envelhecimento da nação.

Em outubro de 2015, passou a ser permitido o segundo filho.

A jornalista Xinran, hoje radicada em Londres, conta uma de suas experiências dolorosas, do ano de 1990.

Era uma manhã de inverno. Ao passar por um banheiro público, uma multidão ruidosa estava rodeando uma sacola de roupas, entregue ao vento da estrada.

A jornalista se aproximou e recolheu a trouxinha: era uma menina de apenas alguns dias.

Estava azul de tão gelada e o pequeno nariz tremia.

Ninguém ajudou Xinran. Ninguém moveu um dedo para salvar a criança.

Ela a levou ao hospital, pagou pelos primeiros socorros mas ninguém ali estava com pressa de salvar aquela recém-nascida.

Somente quando Xinran apanhou seu gravador e começou a relatar o que via, um médico parou e levou o bebê para a emergência.

Uma enfermeira disse: Perdoe-nos a frieza. Há bebês abandonados demais. Ajudamos mais de dez, mas depois ninguém queria se responsabilizar pelo futuro deles.

A vida se tornou ali tão banal, a sorte das meninas recém-nascidas é tão incerta que se prefere deixá-las morrer.

Será que é algo assim que desejamos para nosso país? Que a vida em formação se torne de importância nenhuma, de forma a que possa ser eliminada, em pleno florescer?

Pensemos nisso.

Em nosso país, se desconhece o número de abortamentos praticados. São milhares de brasileiros que nunca chegarão a ver a luz do sol.

Logo mais, poderemos ter leis que dirão quem pode ou não continuar vivo.

Um idoso que somente onera a sua família merecerá continuar a viver?

E um portador de anomalia grave ou deficiência mental?

Quem está desempregado, quem não contribui eficazmente para a sociedade!?

Para onde caminharemos?

Manifestemo-nos. Digamos aos nossos representantes que somos cristãos e prezamos a vida, que nos é dada por Deus, não competindo ao homem destruí-la, por livre deliberação.

Felizmente, para a pequenina chinesa, a voz da jornalista soou forte. Ela transmitiu a história em seu programa de rádio.

As linhas telefônicas foram tomadas por chamadas de ouvintes. Alguns muito zangados pela sua atitude de salvar uma vida. Outros, solidários.

Três meses depois, a menininha foi entregue à sua nova família: uma professora e um advogado. E ganhou um nome: Better, que, em inglês, significa A melhor.

Recordemos que um dia, nós mesmos, frágeis, pequeninos, aconchegamo-nos em um útero, rogando a um coração de mulher por vida e por amor.

E se hoje estamos escrevendo, lendo ou ouvindo este texto é porque nos foi permitido nascer.

Pensemos nisso.


por Redação do Momento Espírita, com base no cap. Os estrangeiros que adotam..., do livro O que os chineses não comem, de Xinran, ed. Companhia das Letras. Do site: http://momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=5461&stat=0.

domingo, 24 de junho de 2018

NA INTIMIDADE DOMÉSTICA - EMMANUEL - CHICO XAVIER


A história do bom samaritano, repetidamente estudada, oferece conclusões sempre novas.

O viajante compassivo encontra o ferido anônimo na estrada.

Não hesita em auxiliá-lo.

Estende-lhe as mãos.

Pensa-lhe as feridas.

Recolhe-o nos braços sem qualquer idéia de preconceito.

Condu-lo ao albergue mais próximo.

Garante-lhe a pousada.

Olvida conveniências e permanece junto dele, enquanto necessário.

Abstém-se de indagações.

Parte ao encontro do dever, assegurando-lhe a assistência com os recursos da própria bolsa, sem prescrever-lhe obrigações.

Jesus transmitiu-nos à parábola, ensinando-nos o exercício de caridade real, mas, até agora, transcorridos quase dois milênios, aplicamo-la, via, de regra, às pessoas quê não nos
comungam o quadro particular.

Quase sempre, todavia, temos os caídos do reduto doméstico.

Não descem de Jerusalém para Jericó, más tombam da fé para a desilusão e da alegria para dor, espoliados nas melhores esperanças, em rudes experiências.

Quantas vezes, surpreendemos as vítimas da obsessão e do erro, da tristeza e da provação, dentro de casa!

Julgamos, assim, que a parábola do bom Samaritano produzirá também efeitos admiráveis, toda vez que nos decidirmos a usá-la, na vida íntima, compreendendo e auxiliando aos vizinhos e companheiros, parentes e amigos sem nada exigir e sem nada perguntar.


pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Luz no Lar, Médium: Francisco Cândido Xavier

AOS QUE AINDA SE ACHAM MERGULHADOS NAS SOMBRAS DO MUNDO - HUMBERTO DE CAMPOS - CHICO XAVIER

Antigamente eu escrevia nas sombras para os que se conservavam nas claridades da Vida. Hoje, escrevo na luz branca da espiritualidade para quantos ainda se acham mergulhados nas sombras do mundo. Quero crer, porém que tão dura tarefa me foi imposta nas mansões da Morte, como esquisita penitência ao meu bom gosto de homem que colheu quando pôde dos frutos saborosos na árvore paradisíaca dos nossos primeiros pais, segundo as Escrituras.

Contudo não desejo imitar aquele velho Tirésias que à força de proferir alvitres e sentenças conquistou dos deuses o dom divinatório em troca dos preciosos dons da vista.

Por esta razão o meu pensamento não se manifesta entre vocês que aqui acorreram para ouvi-lo como o daquelas entidades batedoras, que em Hydesville, na América do Norte, por intermédio das irmãs Fox, viviam nos primórdios do Espiritismo, contando histórias e dando respostas surpreendentes com as suas pancadas ruidosas e alegres.

Devo também esclarecer ao sentimento de curiosidade que os tangeu até aqui, que não estou exercendo ilegalmente a medicina como a grande parte dos defuntos, os quais, hoje em dia, vivem diagnosticando e receitando mezinhas e águas milagrosas para os enfermos.

Nem tampouco, na minha qualidade de repórter “falecido” sou portador de alguma mensagem sensacional dos paredros comunistas que já se foram dessa vida para a melhor, êmulos dos Lenine, dos Kropotkine, cujos cérebros, a esta hora, devem estar transbordando teorias momentosas para o instante amargo que o mundo está vivendo.

O objetivo das minhas palavras póstumas é somente demonstrar o homem... Desencarnado e a imortalidade dos seus atributos. O fato é que vocês não me viram.

Mas contem lá fora eu enxergaram o médium. Não afirmam que ele se parece com o Mahatma Gandhi em virtude de lhe faltar uma tanga, uma cabra e a experiência “anosa” do “líder” nacionalista da Índia. Mas historiem, com sinceridade, o caso das suas roupas remendadas e tristes de proletário e da sua pobreza limpa e honesta que anda por esse mundo arrastando tamancos para a remissão de suas faltas nas anteriores encarnações. Quanto a mim, digam que eu estava por detrás do véu de Ísis.

Mesmo assim, na minha condição de intangibilidade, não me furto ao desejo de lhes contar algo a respeito desta “outra vida” para onde todos têm de regressar. Se não estou nos infernos de que fala a teologia dos cristãos, não me acho no sétimo paraíso de Maomé. Não sei contar as minhas aperturas na amarga perspectiva de completo abandono em que me encontrei, logo após abrir os meus olhos no reino extravagante da Morte. Afigurou-se-me que eu ia, diretamente consignado ao Aqueronte, cujas águas amargosas deveria transpor como as sombras para nunca mais voltar, porque não cheguei a presenciar nenhuma luta entre São Gabriel e os Demônios, com as suas balanças trágicas, pela posse de minha alma. Passados, porém, os primeiros instantes de “inusitado” receio, divisei a figura miúda e simples do meu Tio Antoninho, que me recebeu nos seus braços carinhosos de santo.

Em companhia, pois, de afeições ternas, no reconto fabuloso, que é a minha temporária morada, ainda estou como aparvalhado entre todos os fenômenos da sobrevivência. Ainda não cheguei a encontrar os sóis maravilhosos, as esferas, os mundos comentários, portentos celestes, que descreve Flammarion na sua “Pluralidade dos Mundos”. Para o meu espírito, a Lua ainda prossegue na sua carreira como esfinge eterna do espaço, embuçada no seu burel de freira morta.

Uma saudade doida e uma ânsia sem termo fazem um turbilhão no meu cérebro: é a vontade de rever, no reino das sombras, o meu pai e a minha irmã. Ainda não pude fazê-lo. Mas em um movimento de maravilhosa retrospecção pude volver à minha infância, na Miritiba longínqua. Revi as suas velhas ruas, semi-arruinadas pelas águas do Piriá e pelas areias implacáveis... Revi os dias que se foram e senti novamente a alma expansiva de meu pai como um galho forte e alegre do tronco robusto dos Veras à minha frente, nos quadros vivos da memória, abracei a minha irmãzinha inesquecida, que era em nossa casa modesta como um anjo pequenino da Assunção de Murilo, que se tivesse corporificado de uma hora para outra sobre as lamas da terra...

Descansei à sombra das árvores largas e fartas, escutando ainda as violas caboclas, repenicando os sambas da gente das praias nortistas e que tão bem ficaram arquivadas na poesia encantadora e simples de Juvenal Galeno.

Da Miritiba distante transportei-me à Parnaíba, onde vibrei com o meu grande mundo liliputiano... Em espírito, contemplei com a minha mãe as folhas enseivados do meu cajueiro derramando-se na Terra entre as harmonias do canto choroso das rolas morenas dos recantos distantes de minha terra.

De almas entrelaçadas contemplei o vulto de marfim antigo daquela santa que, como um anjo, espalmou muitas vezes sobre o meu espírito cansado as suas asas brancas. Beijei-lhe as mãos encarquilhadas genuflexo e segurei as contas do seu rosário e as contas miúdas e claras que corriam furtivamente dos seus olhos, acompanhando a sua oração...

Ave Maria... Cheia de graça... Santa Maria... Mãe de Deus...

Ah! De cada vez que o meu olhar se espraia tristemente sobre a superfície do mundo, volvo a minha alma aos firmamentos, tomada de espanto e de assombro... Ainda há pouco, nas minhas surpresas de recém-desencarnado, encontrei na existência dos espaços, onde não se contam as horas, uma figura de velho, um espírito ancião, em cujo coração milenário presumo refugiadas todas as experiências. Longas barbas de neve, olhos transudando piedade infinita doçura, da sua fisionomia de Doutor da Lei, nos tempos apostólicos, irradiava-se uma corrente de profunda simpatia.

- Mestre! – disse-lhe eu na falta de outro nome – que podemos fazer para melhorar a situação do orbe terreno? O espetáculo do mundo me desola e espanta... A família parece se dissolve... O lar está balançando como os frutos podres, na iminência de cair... A Civilização, com os seus numerosos séculos de leis e instituições afigura-se haver tocado os seus apogeus... De um lado existem os que se submergem num gozo aparente e fictício, e do outro estão às multidões famintas, aos milhares, que não têm senão rasgado no peito o sinal da cruz, desenhado por Deus com a suas mãos prestigiosas como os símbolos que Constantino gravara nos seus estandartes... E, sobretudo Mestre, é a perspectiva horrorosa da guerra...

Não há tranqüilidade e a Terra parece mais um fogareiro imenso, cheio de matérias em combustão...

Mas o bondoso espírito-ancião me respondeu com humildade e brandura:

- Meu filho... Esquece o mundo e deixa o homem guerrear em paz!...

Achei graça no seu paradoxo, porém só me resta acrescentar:

- Deixem o mundo em paz com a sua guerra e a sua indiferença!

Não será minha boca quem vá soprar na trombeta de Josafá. Cada um guarde aí a sua crença ou o seu preconceito.


Pelo Espírito Humberto de Campos - Do livro: Palavras do Infinito, Médium: Francisco Cândido Xavier.


TAREFAS DO AMOR - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Antes de examinar a nossa condição de espíritos devedores, na esfera da consanguinidade, vejamos o lar enobrecido em sua função de oficina do amor.

Para isso, é importante figurar o teu próprio sonho de felicidade para além da experiência terrestre.

Se houvesses de partir agora, ao chamado da desencarnação, decerto rogarias para teu imediato proveito o céu do retorno aos entes amados.

Quem não terá, enquanto na Terra, residindo para lá das fronteiras da morte, um coração materno, um pai amigo, um irmão ou um companheiro?

Quem de nós não sentirá saudades de alguém, até que nos reunamos todos no doce país da União Sem Adeus? E muitos de nós, quando nos desenfaixamos do corpo denso, somos carinhosamente acolhidos pela dedicação dos que nos precederam, apesar dos desequilíbrios que demonstremos, para a devida restauração em bases de amor.

Assim também, os seres queridos do Plano Espiritual, quando necessitam do regresso ao plano físico, ansiando a conquista de paz e reajustamento, escolhem o nosso clima doméstico para as temporadas de serviço regenerativo ou reequilibrante de que sejam carecedores, atendendo sempre aos imperativos do amor que nos associam.

Se guardas no lar alguém que te enternece pela enfermidade ou provação que apresente, não julgues teus cuidados à conta de culpa e resgate, mas, sim, desenvolve-os por tributo de reconhecimento e carinho, em favor daquele coração faminto de harmonia consigo mesmo que te procurou a companhia, em nome do afeto milenário que a ele te junge desde outras eras.

Lembra-te de que o débito da ternura e da gratidão jamais termina.

Teu lar é um ponto bendito do Universo em que te é possível exercer todas as formas de abnegação a benefício dos outros e de ti mesmo, perante Deus. Pensa nisso e o amor te iluminará.


pelo Espírito Emmanuel - Do livro: No Portal da Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier.

domingo, 17 de junho de 2018

RECOMECEMOS !


Olá Alma Irmã, nossas Fraternais Saudações!

Que esta mensagem chegue com nossas melhores vibrações de Paz e Saúde!!
Obrigado pela companhia!!!
Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

RECOMECEMOS



Sucedem-se os anos com matemática precisão, mas os dias são sempre novos.

Dispondo, assim, de trezentas e sessenta e cinco ocasiões de aprendizado e recomeço, anualmente, quantas oportunidades de renovação moral encontraremos, no abençoado período de uma existência?

Conservemos do nosso passado o que for bom e justo, belo e nobre. Mas não guardemos os detritos e as sombras, ainda mesmo quando mascarados de encantador revestimento.

Não coloquemos em ombros alheios a realização de ações que expressem fraternidade real. Tomemos a iniciativa e façamos o melhor ao nosso alcance.

Cada hora que surge pode ser portadora de reajustamento.

Se possível, não deixemos para depois os laços de amor e paz que podemos criar agora, em substituição às pesadas algemas do desafeto.

Não é fácil quebrar antigos princípios do mundo ou desenovelar o coração, a favor daqueles que nos ferem.

Entretanto, o melhor antídoto contra os tóxicos da aversão é a nossa boa vontade, a benefício daqueles que nos odeiam ou que ainda não nos compreendem.

Enquanto nos demoramos na fortaleza defensiva, o adversário pensa em enriquecer as munições com que nos possa agredir.

Se nos apresentamos desassombrados e serenos, mostrando novas disposições na luta, a ideia de acordo substitui, dentro de nós e em torno de nossos passos, a escura fermentação da guerra.

Alguém nos magoa? Reiniciemos o esforço da boa compreensão.

Alguém não nos entende? Perseveremos em demonstrar as intenções mais nobres.

Revivamos, cada dia, na corrente cristalina e incessante do bem.

Não olvidemos a orientação do Mestre: Aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus.

Renasçamos em nossos propósitos, deliberações e atitudes, trabalhando para superar os obstáculos que nos cercam e alcançando a antecipação da vitória sobre nós mesmos, no tempo...

Mais vale auxiliar, ainda hoje, que ser auxiliado amanhã.

Temos a oportunidade de nos recriar a cada momento, de rever atitudes, ideias e sentimentos. Somos obra inacabada em processo de aprimoramento.

Sejamos como as células de nosso corpo físico, que se renovam completamente de tempos em tempos.

Não nos permitamos a acomodação, a permanência numa mesma posição durante muito tempo. Somos feitos para nos transformar sempre.

Com raízes bem firmes, construamos nosso edifício, andar por andar, recriando cômodos, reformando o que precisa ser reformado, sem nos sentirmos embaraçados por isso.

Nossa alma é nossa obra em transformação.

Não te deixes destruir…

Ajuntando novas pedras e construindo novos poemas,

Recria tua vida, sempre, sempre.

Remove pedras. Planta roseiras e faz doces. Recomeça.

Faz de tua vida mesquinha, um poema.

E viverás no coração dos jovens e na memória das gerações que hão de vir.

Esta fonte é para uso de todos os sedentos.

Toma a tua parte.

Vem a estas páginas e não entraves seu uso aos que têm sede.


Por Redação do Momento Espírita, com base no cap. 56, do livro Fonte viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed FEP e no poema Aninha e suas pedras, do livro Melhores poemas, de Cora Coralina, ed. Global Pocket. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=5445&stat=0.


domingo, 3 de junho de 2018

A TAÇA DA DESILUSÃO - IRMÃO SAULO

As dificuldades e os dissabores que nos surgem pela frente
não nascem por acaso. São como flechas que partem de um arco
em direção a um alvo. Têm um sentido, que precisamos
compreender, trazem-nos uma mensagem que precisamos
decifrar. A taça de fel da desilusão não pode ser afastada, como
não o foi nem mesmo a de Jesus, pois o seu amargor é remédio
de que carecemos para livrar-nos de males maiores.
Se os amigos e companheiros que hoje nos traem, que se voltam
contra nós, esquecidos de quanto lhes servimos em tantas
oportunidades, e não raro de maneira inexplicável e injustificá-
vel, do que seriam capazes amanhã ou depois? É melhor que nos
ofereçam o quanto antes a taça da desilusão, o fel da decepção. A
vida terrena é rápida, como ensina o item citado de O Evangelho
Segundo o Espiritismo e na sua rapidez saldamos em pouco
tempo velhas dívidas que levaríamos séculos a pagar na vida
espiritual. Muita gente se queixa de que a traição venha de parentes
e amigos, dos próprios companheiros de trabalho. Mas de
onde poderia vir, senão precisamente daqueles que marcham ao
nosso lado?
Deus escreve direito por linhas tortas, diz o conhecido provérbio.
Nossas provas, nossas bênçãos – escreve Emmanuel. Para
o espírita, as ocorrências da vida, por mais nefastas que possam
parecer, têm sempre um sentido oculto, que é a bênção oculta da
mensagem de Emmanuel. É no Espiritismo que a tese da Providência
Divina se justifica e se comprova, mostrando-nos que a
mão de Deus traça o roteiro da nossa evolução: O homem põe e
Deus dispõe. O homem se engana, mas Deus o desengana. Seria
absurdo protestarmos contra as medidas providenciais de Deus
em nosso favor. É melhor romper-se um tumor do que alastrar-se
a sua infecção por todo o organismo.

BÊNÇÃOS OCULTAS - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Todos necessitamos de reconforto, nos dias de aflição.
Isso é justo. Por outro lado, porém, importa reconhecer que a
Providência Divina, não nos dá dificuldades sem motivo. Entendendo-se,
pois, que o Senhor jamais nos abandona às próprias
fraquezas, sem permitir venhamos a carregar fardos incompatí-
veis com as nossas forças, toda vez que escorados em nossas
tribulações, fujamos de usar a consolação, à maneira de flor
estéril.
Aproveitemos a bonança que surge depois da tormenta íntima
para fixar a lição que o sofrimento nos oferece.
Não nos propomos, sem dúvida, elogiar os empreiteiros de
contrariedades e os fabricantes de problemas, no entanto é preciso
certificar-nos com respeito às vantagens ocultas nas provações
que nos visitam.
Quem poderia adivinhar a que abismos nos levaria o amigo
menos responsável, a quem nos confiamos totalmente, se ele
mesmo não nos desse a beber o fel da desilusão com que se nos
descerram os olhos para a verdade?
Quem conseguiria medir os espinheiros de discórdia em que
chafurdaríamos o espírito, não fossem as decepções e lutas supor-
tadas por nossa equipe de trabalho, a nos ensinarem a união
imprescindível para a senda a palmilhar?
Ingratidão, em muitos casos, é o nome da benção com que a
Infinita Misericórdia de Deus afasta de nós um ente amado, para
que esse ente amado, por afeto em descontrole não nos induza a
desequilíbrio.
Obstáculo, no dicionário da realidade, em muitas ocasiões,
significará apoio invisível para que não descambemos na precipitação
e na improdutividade.
Pranto e sofrimento exclusivamente para lamentar e desesperar
seriam apenas corredores descendentes para desânimo e rebeldia.
Chorar e sofrer, sim, mas para reajustar, elevar, melhorar,
construir.
Nossas provas – nossas bênçãos.
Reflete nos males maiores que te alcançariam fatalmente se
não tivesses o socorro providencial dos males menores de hoje e
reconhecerás que todo contratempo aceito com serenidade é
toque das mãos de Deus, alertando-te o coração e guiando-te o
caminho.

DESAPONTAMENTO - EMMANUEL - CHICO XAVIER


Desapontamento: causa de numerosas perturbações e desequilíbrios.
Entretanto, é no desapontamento que, muitas vezes, se corrigem situações e recursos.
Naquilo que chamamos desilusão, em muitos casos, é que os Poderes Maiores da Vida se expressam em nosso auxílio.
Por isso mesmo, todo desencanto reveste determinado ensinamento dos Mensageiros Divinos, indicando-nos as diretrizes
que nos cabe trilhar.
Avisos e advertências.
Apelos e informações.
A existência é comparável ao trânsito em que se dirige cada um a certos fins.

Desapontamento e o sinal vermelho, esclarecendo: “Não poraqui” ou “agora não”.
Se algum desengano te assaltou o espírito, não te deixes vencerpor tristeza negativa.
Guarda a mensagem inarticulada que ele encerra e, prosseguindo à frente, na execução dos próprios deveres, apreender-lhe-ás o sentido.
Aspiração frustrada é indicação do melhor caminho para o futuro.
Plano derruído é base a projetos mais elevados de ação.
Prejuízo é remanejamento aconselhável para aquisição de segurança.
Inibições significam defesa.
Afeição destruída é o processo de perder a carga de inquietações inúteis em torno de corações respeitáveis, mas ainda inabilitados
a vibrar com os nossos no mesmo nível de ideal e realização.

Nos dias que consideres amargos pela dor que te apresentem, aceita o remédio invisível dos contratempos que a vida te impõe.
E seguindo adiante, trabalhando e servindo, auxiliando e aprendendo, a breve trecho de espaço e tempo, reconhecerás que
desapontamento em nós é cuidado de Deus.

O CÉU ESTÁ NA ALMA - MOMENTO ESPÍRITA


A crença mais difundida entre os homens identifica o céu como um local determinado no espaço.

Para lá seguiriam as almas dos eleitos.

O aspecto e o conteúdo desse lugar refletem ideais de prazer material das diversas culturas existentes na Terra.

Algumas dessas culturas afirmam que cada homem terá diversas virgens à sua disposição.

Outras sustentam que o paraíso é repleto de anjos tocando harpas.

Em eterna contemplação, as almas se refestelariam no ócio.

Tais concepções refletem o desejo de saciar inúmeros vícios, como gula, preguiça e sensualidade.

Contudo, não é possível conceber que almas sublimes encontrem alegria em nada fazer ou em satisfazer paixões.

O que caracteriza os grandes homens é a sua dignidade e o seu incansável labor em favor dos semelhantes.

Não é crível que a morte física os degenere.

E que a partir dela se tornem rematados desocupados cheios de vícios.

Consequentemente, o paraíso não pode ser um local de ócio e desfrutes.

Na verdade, o céu não é um lugar delimitado.

A evolução científica evidencia a impossibilidade dele se situar no alto das nuvens, como durante certo tempo se concebeu.

O homem gradualmente explora recantos cada vez mais longínquos, sem perigo de encontrá-lo.

Tendo em mente que o que sobrevive à matéria é o Espírito, suas recompensas e penúrias devem ser todas imateriais.

A rigor, o céu é um estado de consciência.

Não é preciso desencarnar para estar no céu ou no inferno.

Cada homem traz, nas profundezas do próprio ser, a grandeza ou a miséria resultantes de seus atos.

Um homem honrado experimenta plenitude interior onde quer que se encontre.

Já um celerado permanece em sobressalto mesmo no mais luxuoso dos palácios.

O céu é um estado de harmonia com as Leis Divinas.

Tais Leis são reveladas pela natureza e encontram-se inscritas na consciência de cada ser.

A semelhança em face da dor, da doença e da morte revela que todos os homens são essencialmente iguais.

As diferenças de caracteres refletem o bom ou mau aproveitamento das anteriores encarnações.

Todos os Espíritos foram criados em estado de total simplicidade.

E todos fatalmente se tornarão anjos de amor e sabedoria.

As desigualdades são transitórias e retratam o esforço individual.

Quem gastou bem o tempo acumulou tesouros intelectuais e morais.

Aquele que se permitiu viver na leviandade ressente-se das oportunidades que desperdiçou.

Os vícios e paixões que porta são a herança que preparou para si.

A igualdade essencial dos seres indica um dever de solidariedade.

O homem mais avançado precisa auxiliar os que seguem na retaguarda.

Trata-se de um dever elementar de Humanidade, não de um favor.

Esse auxílio não se cinge a esmolas, muitas vezes humilhantes.

Nem reflete conivência com equívocos.

A criatura consciente necessita dar exemplos de dignidade e trabalho.

Também precisa demonstrar compaixão com os semelhantes.

Auxiliá-los a perceber os próprios equívocos e a repará-los.

Quem é honesto, trabalhador e solidário realiza a tarefa que lhe cabe no concerto da vida.

Harmoniza-se com sua consciência e vive em estado de plenitude.

Acerta-se com o passado e descobre a alegria que é trazer uma larga faixa de céu no coração.



Por Redação do Momento Espírita. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?

PÁGINA JUVENIL - CASIMIRO CUNHA - CHICO XAVIER

Mocidade Espiritista,
Ergamos a nossa voz.
O mundo clama pôr Cristo
E o Cristo clama pôr nós.

Sigamos desassombrados,
È luz do consolador
A luta de cada dia
é a nossa vinha de amor.

Na companhia sublime
Do amigo Excelso e Imortal,
Nós somos semeadores
Da terra espiritual.

Marginando-nos a estrada
De fé risonha e segura,
Há corações afogados
No pântano da amargura

Ao lado das nossas flores
De doce deslumbramento,
Há soluços desvairados
De angústia e de sofrimento.

Em toda parte, aparecem
Deserto, charco, espinheiro...
Sejamos braços ativos
Do divino Jardineiro.

Plantemos alegremente,
Sob a fé que nós descansa,
Bondade, paz, otimismo,
Consolação e esperança.

Aguardam-nos, vigilantes,
Para a glória do trabalho,
A imprensa, a tribuna e o livro,
A enxada, o tijolo e o malho.

Nós desdenhemos servir.
Em todas as condições.
Espiritismo aplicado
É sol para os corações.

Estendamos sobre a terra
A benção que nos invade,
Multiplicando os domínios
Da santa fraternidade.

Amor que salva e levanta
É a ordem que nos governa.
Na lide em favor de todos,
Teremos a vida eterna.

Mocidade espiritista,
Ergamos a nossa voz.
O mundo clama pôr Cristo
E o Cristo clama pôr nós.


Pelo Espírito Casimiro Cunha - Do livro: Correio Fraterno, Médium: Francisco Cândido Xavier

DOUTRINAR E TRANSFORMAR - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Meus amigos: Em verdade é preciso doutrinar para esclarecer. Mas é imprescindível, igualmente, transformar para redimir. Doutrinação q...