segunda-feira, 18 de novembro de 2019

PEQUENO APÓLOGO - EMMANUEL - CHICO XAVIER

PEQUENO APÓLOGO



Com respeito à luz do Evangelho que nos compete estender, a favor de nós mesmos, contou velho sábio antiga lenda que buscaremos sintetizar.

A certo país vergastado de fome, concedeu o Divino Pomicultor valiosas sementes de amor e redenção, cujo trato esmerado traria a toda gente benefícios essenciais.

As sementes, no entanto, robustas e enceleiradas, revelavam-se tão belas que provocaram aluviões de anseios e idéias, palavras e teorias naqueles corações em necessidade.

Em êxtase, a multidão consagrou-lhes tempo e cuidado no que se referia à pura contemplação.

Botânicos eminentes vieram de muito longe lhes examinar a contextura, escrevendo enormes tratados quanto às virtudes de que se faziam portadora. Geneticistas de prol auscultaram-lhes os princípios, destacando-lhes a nobreza. Pintores exímios fixaram-lhes a imagem preciosa, escultores imitaram-lhe a forma divina, poetas cantaram-lhe a beleza, oradores dedicaram-lhes primorosos discursos e longas turbas de crentes agradecidos ajoelharam-se ante o excelso legado, em adoração mística e perene...

Enquanto isso passou o tempo multiplicando os casos de inanição e morte...

Vendo que a nação operosa e fiel desfalecia à míngua de socorro e alimento, mandou o Eterno Amigo que viessem ao campo lavradores humildes que as plantassem ao preço de fadiga e suor, para que o pão e a fé restaurassem a vida.

No apólogo singelo notamos a aflição da palavra excessiva, sem exemplo que ajude.

Saibamos, pois, na Terra cultivar o Evangelho em nossos próprios atos, porque somente assim, à custa de trabalho e esforço constante, faremos rebrilhar a palavra do Cristo, valorizando o verbo perante o mundo enfermo que roga paz e luz.


pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Caminho Espírita, Médium: Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

COM JESUS - JOÃO DE DEUS - CHICO XAVIER


Devotados obreiros de Jesus,
O Evangelho convida-nos além,
A Mansão da Verdade de onde vem
O brilho eterno da divina luz

Eis que a bênção do Mestre nos conduz
À sementeira lúcida do bem,
Para a celestial Jerusalém
Pelo arado de lágrimas da cruz!

Cultivemos o campo de Senhor,
Às claridades do Consolador,
Em que a humildade e a paz possam florir...

Todo cristão fiel que vence o mal
É a esperança do Amor Universal
Para a Terra ditosa de porvir.


Pelo Espírito João de Deus - Do livro: Relicário de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

DIANTE DAS SOMBRAS - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Se encontraste o Sol do Evangelho para reaqueceras próprias esperanças, de certo compreenderás quanta sombra amortalha o campo imenso da vida.

Sombras da grande ignorância gerando a grande miséria, sombras na inteligência e no coração, sem amor.

Não desesperes, contudo, à frente da névoa espessa.

Sê, tu mesmo, o raio de luz que a desintegre.

Raio de luz que se protege sem alarde e sem dor; que avance, tranqüilo, sem ferir e sem ofender.

Não exijas a grande transformação de um dia para outro.

Forma-se o rio gota a gota.

Levanta-se a fortificação pedra a pedra.

Ergue-se a sabedoria através do alfabeto.

Consolida-se a virtude, lição por lição.

Se podes ver a noite, que ainda envolve as criaturas, compadece-te delas e ajuda sempre.

Às vezes basta um tênue raio de claridade para que a esperada renovação apareça.

Uma prece que auxilie...
Uma palavra que oriente...
Um bálsamo que reconforte...
Uma página que esclareça...

Cada dia pode ser, na Terra, abençoado serviço de preparação para o Céu.

Se já ouvimos o Senhor, caminhemos com Ele. Jesus foi, por excelência, o Divino Servidor.

Aprendamos, pois, a servir, e a nossa migalha de boa vontade no bem será benção de luz com que o Senhor vencerá, em nosso benefício, sobre o mundo, a dominação transitória das trevas.


Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Relicário de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sábado, 14 de setembro de 2019

COOPERAÇÃO COM DEUS - EMMANUEL - CHICO XAVIER


TEMA: Cooperação individual na execução do plano de serviço da Providência Divina

Quantas vezes terás dito que amas a Deus e te dispões a servi-lo? E quantas outras tantas terás afirmado a tua fé na Providência Divina?

Provavelmente, porém, não te puseste ainda a raciocinar que os teus votos foram acolhidos e que o Todo-Misericordioso, por intermédio de vasta corrente hierárquica de assessores, te enviou as tarefas de cooperação com a sua infinita bondade, junto de causas, organizações, situações e pessoas, que lhe requisitam assistência e intervenção.

Exposto, assim, o problema do teu setor de ação individual, será justo considerar que esforço e dedicação constituem ingredientes inevitáveis no encargo que te foi confiado, a fim de que obtenhas o êxito que denominamos por “dever cumprido perante Deus”.

Mãe ou pai, se recolhesses da vida tão-somente os filhos robustos e virtuosos, que indícios de amor oferecerias a Deus, quando Deus te pede o coração mais profundamente voltado para os filhos menos felizes, com bastante abnegação para jamais abandona-los, ainda mesmo quando o mundo os considere indesculpáveis ou desprezíveis?

Professor ou mentor, se reunisses contigo apenas os discípulos inteligentes e nobre, quem estaria com Deus no auxílio aos rebeldes ou retardados?

Dirigente ou supervisor, nos diversos ramos da atividade humana, se fosses chamado para guiar os interesses da comunidade exclusivamente nos dias de céu azul, para entoar louvores à harmonia ou presidir a distribuição de luzes e bênçãos, quem cooperaria com o Supremos Senhor, nas horas de tempestade, quando as nuvens da incompreensão e os raios da calúnia varam a atmosfera das instituições, exigindo a presença dos que cultivem brandura e compreensão, a fim de que a Divina Misericórdia encontre instrumentos capazes de ajuda-la a restaurar os elementos convulsos?

Obreiro do bem ou condutor da fé, se obtivesses da Terra apenas demonstrações de apreço palmas de triunfo, quem colaboraria com Deus, nos dias de perturbação, de maneira a limitar a incursão das trevas ou a apagar o fogo do ódio, entre as vítimas da ilusão ou da vaidade, nos lugares em que o Pai Supremo necessite de corações suficientemente corajosos e humildes para sustentarem a bem com o esquecimento de todo mal?

Onde estiveres e sejas quem sejas, no grau de responsabilidade e serviço em que te situas, agradece aos Céus as alegrias do equilíbrio, as afeições, os dias róseos do trabalho tranqüilo e as visões dos caminhos pavimentados de beleza e marginados de flores que te premiam a fé em Deus; quando, porém, os caminhos da provação te firam a alma ou quando as circunstâncias adversas se conjuguem contra as boas obras a que te vinculas, como se a tormenta do mal intentasse efetuar o naufrágio do bem, recorda que terás chegado ao instante do devotamento supremo e da lealdade maior, porque, se confias em Deus, Deus igualmente confia em ti.


pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Encontro Marcado, Médium: Francisco Cândido Xavier.

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

AO REDOR DO DINHEIRO - EMMANUEL - CHICO XAVIER


Efetivamente, perante a visão da Esfera Espiritual, o homem afortunado na Terra surge sempre à feição de alguém que corre enorme risco ameaça.

Operários da evolução, a quem se confiou a mordomia do ouro, aqueles que detêm a finança comum afiguram-se-nos companheiros constantemente afrontados pelas perspectivas de desastre iminente, assim como os responsáveis pela condução da energia elétrica, em contacto com agentes de alta tensão, ou, ainda, como os especialistas de laboratório, quando impelidos a manusear certa classe de vírus ou de venenos, com vistas à preservação e ao benefício do povo.

Considerando, porém, as inconveniências e desvantagens que assinalam a luta dos que foram chamados a transportar semelhantes cruzes amoedadas, é forçoso convir que o coração voltado para Jesus pode sustentar-se, nesse círculo de incessantes inquietações, na tarefa sublime da paz e da luz, da ascensão e da liberdade.

Isso porque, se o dinheiro nas garras da usura pode agravar os flagícios da orfandade e os tormentos da viuvez, nas mãos justas do bem converte o pauperismo em trabalho e o sofrimento em educação. Se a riqueza entesourada sem o lucro de todos pode gerar o colapso do progresso, o centavo movimentado ao impulso da caridade é o avivamento do amor na Terra, por transformar-se, a cada minuto, no remédio ao enfermo necessitado, no livro renovador das vítimas do desânimo, no teto endereçado aos que vagueiam sem rumo e na gota de leite que tonifica o corpo subnutrido da criancinha sem lar.

Ninguém tema, desse modo, a grave responsabilidade da posse efêmera entre as criaturas humanas, mas que toda propriedade seja por nós recebida como empréstimo santo, cujos benefícios é preciso estender em proveito geral, atentos à lei de que a felicidade só é verdadeira felicidade quando respira na construção da felicidade devida aos outros.

Assim, pois, compreendamos, com a segurança da lógica e com a harmonia da sensatez, que, em verdade, não se pode servir a Deus e a Mamon, mas que é nossa obrigação das mais simples colocar Mamon a serviço de Deus.


Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Religião dos Espíritos, Médium: Francisco Cândido Xavier.


quarta-feira, 28 de agosto de 2019

SOLUÇÕES...


A vaga tristeza que se apodera do coração, quase que de maneira imperceptível, levando a pessoa a considerar amarga a existência, chama-se melancolia. Se não combatida no íntimo pode desencadear estados de angústia profunda e depressão.

Este abatimento se revela, muitas vezes, através de pequenos contratempos do cotidiano, coisas simples e corriqueiras que assumem cores mais escuras que a realidade. Ouvir uma reprimenda, tirar notas baixas na escola, desentender-se com um familiar…

Qualquer motivo acaba desencadeando esse estado de melancolia, que, diga-se passagem, precisamos combater. Uma das maneiras de enfrentar a melancolia é identificar o agente causador e, o mais rápido possível, atacar a raiz do problema, solucionando-o.

Isso nos faz lembrar a história de “…um professor muito estimado pela espontaneidade e alegria que dele emanava. Todos o procuravam quando passavam por dificuldade.

Quando ele via alguém com um semblante tristonho a caminho de sua sala, ele pegava um papel e uma caneta e pergunta: "Qual é o problema?" A medida que a pessoa ia falando ele ia anotando todas as queixas: notas baixas, briga com o melhor amigo, derrota no esporte, um resfriado…

Em grande parte, as situações eram coisas simples e de fácil solução, se buscada com seriedade. Normalmente, as pessoas que iam conversar com ele, ao olhar as muletas que ficavam escoradas na sua escrivaninha e que denunciavam a paralisia do jovem mestre, sentiam-se envergonhadas por entristecer-se por tão pouco.”

A melancolia pode ser estimulada por uma mágoa, um pneu furado, uma dificuldade amorosa, um dia vazio, um bolso vazio, um estômago vazio, um coração vazio…

Mentalmente, pode-se puxar um papel e escrever exatamente o que provoca esse estado de infelicidade e trabalhar por eliminá-lo. Algumas coisas são imodificáveis, outras não, identificá-las é que diferencia o homem sereno do homem melancólico.

Aos primeiros sinais de melancolia pode-se utilizar antídotos: sair da rotina e fazer algo diferente, que desejava há muito tempo, mas nunca tiver oportunidade de fazer; dedicar-se a dar alegria a alguém, sem exigir absolutamente nada em troca; adquirir novos conhecimentos, leituras, amizades; buscar na memória momentos da vida em que sentiu extrema felicidade…

A melancolia está diretamente ligada ao estado de espírito da solidão e do ócio. Então, a solução é não ser solitário, nem ser ocioso. Se formos ociosos, não sejamos solitários. Se formos solitários, que não sejamos ociosos.

Todos temos algo a desempenhar, seja junto à família ou a coletividade. A felicidade, presente e futura, depende do cumprimento dessa tarefa, com alegria, sempre.


Nota do autor: adaptação de texto original de Luís Roberto Scholl, de Santo Ângelo-RS.


por Orson Carrara. Texto enviado pelo autor.

quarta-feira, 1 de maio de 2019

EU QUERO ESTAR GRÁVIDA OU SER MÃE?

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil


EU QUERO ESTAR GRÁVIDA OU SER MÃE?



Esta pergunta foi feita a si mesma por uma mãe que não pode engravidar. Esmagadora maioria das mulheres deseja ser mãe, mas existem igualmente vários casos de impossibilidade, por várias razões. Diante das frustrações seguidas, a busca aos exames trouxe o diagnóstico: esterilidade de ambos os cônjuges. Decepção, frustração, tristeza, e em muitos casos até mágoas e revoltas, nas variadas circunstâncias com tantos casais.

O tempo, todavia, abre novas perspectivas. E as reflexões surgem, naturalmente, quando nos fazemos sensíveis e abertos às alternativas à disposição.

E aqui trago a conclusão de uma mãe estéril: “(...) Na minha situação particular, o que me ajudou nesse processo doloroso de não poder conceber um filho biológico, foi de refletir depois de algum tempo que recebemos o diagnóstico de esterilidade: “Eu quero ser mãe ou eu quero ser gravida?” Eu encontrei a resposta no fundo de minha alma e a dor tomou outro rumo (QUERO SER MÃE, e essa porta Deus talvez ainda não tenha fechado, vou buscar minhas alternativas…(...)”.

Essa resposta está numa das respostas da entrevista que fiz com uma mãe adotiva, e ainda inédita. E aí buscou e alcançou a alternativa da adoção. Hoje está feliz com o filho que dissipou mágoas e tristezas, fazendo a felicidade do casal.

E tal reflexão encontrou ainda maior respaldo num trecho que encontrou em afirmativa do Prof. Divaldo Pereira Franco (no Programa Transição, em 2009): "Na adoção, o amor não é menor do que o do filho biológico, creio que seja até maior, porque o filho biológico nós temos porque temos, e o adotado nós temos porque queremos, nós vamos buscá-lo. Feliz daquele que é capaz de adotar o amor, trazer para dentro de casa os seres queridos ou os seres problemas que os recursos orgânicos não permitiram que viessem pelas vias biológicas. Terá lucidez, de que indo buscar alguém necessitado de amor, já se estará integrando na consciência cósmica.”

E aí, na sequência da entrevista perguntei o que diria agora para as mães que adotaram filhos?

Ela respondeu: Eu então diria que abracem a oportunidade iluminativa de experimentar o amor além dos laços corporais. A maternidade é uma benção divina, quando é pelo coração, então, sinto que é um processo de busca ainda mais profunda aos pequenos tesouros de nossa alma.

A pergunta ecoou fundo e eu pensei em homenagear as mães adotivas, que oferecem de seu amor aos pequeninos órfãos. Um amor verdadeiro a quem nos curvamos pela nobreza do gesto!

Gravidez, infertilidade, aborto espontâneo, adoção ou “perda” de bebês prematuros são temas sempre muito abrangentes que abrem vastas perspectivas de análises da experiência de viver, com suas lutas e desafios, alegrias, tristezas, decepções, mas também crescimento intelecto-moral e emocional. Sigamos adiante, a vida é intensivo curso de aprendizado.

A entrevista na íntegra breve estará disponível na revista eletrônica o consolador.


Por Orson Carrara. Texto enviado pelo autor

quarta-feira, 24 de abril de 2019

O CÍRCULO DE ORAÇÃO - F. LABOURIAU - CHICO XAVIER


Noite de 11 de agosto de 1955.

Em finalizando as nossas tarefas no socorro aos sofredores desencarnados, comparece o irmão José Xavier que nos recomenda fraternalmente:
- Solicitamos dos companheiros alguns momentos de acurada meditação para articularmos com mais segurança o “tono vibratório” de nossa reunião, porque, hoje, um novo amigo, o Professor Labouriau, ocupará o canal mediúnico, a fim de expressar-se quanto ao valor de um círculo de oração.
Com efeito, daí a instantes transfigura-se o médium.
A entidade comunicante senhoreira-lhe todas as forças. Levanta-se. Fala-nos à maneira de um preceptor interessado na educação dos aprendizes. E transmite-nos o fulgurante estudo que oferecemos neste capítulo.


Comentemos a importância de um círculo de oração nos serviços de assistência medianímica, como um aparelho acelerador de metamorfose espiritual.

Imaginemo-lo assim como um ciclotron da ciência atomística dos tempos modernos.

Os companheiros do grupo funcionam como eletroímãs, carregados de força magnética positiva, e negativa, constituindo uma corrente alternada de alta freqüência, através da qual o socorro do Plano Superior, transmitido por intermédio do dirigente físico, exterioriza-se como sendo um projétil de luz sobre o desencarnado em sombra que, simbolizando o núcleo atômico a ser atingido, permanece justaposto ao alvo mediúnico.

No bombardeio nuclear, sabemos que um próton, arremessado sobre o objetivo, imprime-lhe transformação compulsória à estrutura essencial.

Um átomo elevar-se-á na escala do sistema periódico, na medida das cargas dos corpúsculos que lhe forem agregados.

Assim sendo, a projeção de um próton sobre certa unidade química determina a subida de um ponto em sua posição na série estequiogenética.

A carga do único próton do núcleo do átomo de Hidrogênio, de número atômico 1, arrojada sobre o Lítio, cujo número atômico é 3, modificá-lo-á para Berílio, que tem número atômico 4; ou, sobre o Alumínio, de número atômico 13, alterá-lo-á para Silício, cujo número atômico é 14.

Nesse mesmo critério, a injeção de um núcleo de átomo de Hélio com seus dois prótons, de número atômico 2, sobre Berílio, de número atômico 4, adicionar-lhe-á dois pontos acima, convertendo-o em Carbono, cujo número atômico é 6.

Recorremos a figurações elementares do mundo químico para dizer que no círculo de oração o impacto das energias emitidas de nosso plano, através do orientador encarnado, em base de radiações por enquanto inacessíveis à perquirição terrestre, provoca sensíveis alterações na mente perturbada, conduzida à assistência cristianizadora.

Consciências estagnadas nas trevas da ignorância ou da insânia perversa, são trazidas à retorta mediúnica para receberem o bombardeio controlado de forças e idéias transformadoras que lhes renovam o campo íntimo, e, daí, nasce a guerra franca e sem quartel, declarada a todos os grupos respeitáveis do Espiritismo pelas Inteligências que influenciam na sombra e que fazem do vampirismo a sua razão de ser.

Todos vós, que recolhestes do Senhor os mandatos do esclarecimento, os recursos da mediunidade e os títulos da cooperação, no trato com os reinos do Espírito, sabei que para conservardes um círculo de oração, equilibrado e seguro, é imprescindível pagar os mais altos tributos de sacrifício, porque, em verdade, retendes convosco poderosa máquina de transmutação espiritual, restaurando almas enfermas e transviadas em núcleo de ação eficiente, que vale por reduto precioso de operações da Esfera divina, no amparo às necessidades e problemas da Terra.

Unamo-nos, assim, no trabalho do Cristo, como obreiros da Grande Fraternidade, mantendo-nos diligentes e alertas, na batalha incessante do bem contra o mal em que devemos servir para a vitória da Luz.


Pelo Espírito F. Labouriau, Do livro: Vozes do Grande Além, Médium: Francisco Cândido Xavier.


O AUTISMO NA VISÃO ESPÍRITA

Como as cores do prisma que degrada a luz solar, as diferenças entre as pessoas marcam a beleza da individualidade humana.
Entre todas as diferenças, está o autismo, que ama em silêncio e luta como um símbolo a mais contra a indiferença de uma sociedade acostumada a olhar o próximo sem compreender sua integridade. Assim se expressa o Dr. Juan Danilo Montilla, estudioso dedicado dessa síndrome mal compreendida que se vem tornando quase pandêmica.
Incompreendida no passado remoto e diagnosticada posteriormente como esquizofrenia, a partir de 1970, em razão de o nobre Dr. Hans Asperger haver sido pai de gêmeos portadores do distúrbio, mediante a observação do atraso do desenvolvimento da linguagem, estudou-o profundamente, buscando encontrar a sua gênese, assim como a melhor terapêutica.
Em 1981, a psiquiatra Lorna Wing, em homenagem a esse notável pesquisador, referiu-se pela primeira vez à síndrome de Asperger.
Curiosamente, a Dra. Wing era mãe de uma menina autista…
O autista invariavelmente não gosta de ser tocado, evita fitar as pessoas, tendo quase sempre a cabeça baixa e as reações compatíveis com a sua problemática em razão da ausência de sociabilidade, reagindo a distúrbios sonoros, a multidão, etc.
Sob o aspecto da Doutrina Espírita, podemos considerar a problemática do autismo como sendo uma provação para o paciente, que estaria recuperando-se de delitos praticados em existências passadas, assim como os seus familiares, especialmente os pais.
Mediante as limitações experimentadas e os sofrimentos pertinentes, o espírito endividado refaz-se e liberta-se da carga aflitiva a que se encontra jungido, tornando-se, desta forma, uma verdadeira bênção.
Outrossim, pode ser uma experiência iluminativa solicitada pelo próprio espírito, a fim de contribuir em favor de estudos científicos que irão beneficiar outros, ao mesmo tempo um esforço pessoal para o maior crescimento sociopsicológico.
No primeiro caso, podem ocorrer transtornos obsessivos, produzidos pelas vítimas de existência anterior, que se comprazem em piorar o quadro de sofrimentos, levando o paciente à agressividade, ao mutismo e a estados de aparente esquizofrenia.
O Espiritismo dispõe de terapias valiosas: passes, água fluidificada, desobsessão, conversação paciente e edificante, música suave, conforme a sua reação ao ouvir e muita perseverança do amor para que o mesmo sinta-se aceito e confiante.
DIVALDO P. FRANCO
Professor, médium e conferencista

ISSO TAMBÉM PASSARÁ...

O médium mineiro Francisco Cândido Xavier contou que, num de seus dias de profunda amargura, solicitou ao benfeitor espiritual que levasse o seu pedido de socorro à Maria de Nazaré, para que ela o consolasse, já que seus problemas eram graves.
Após alguns dias, o benfeitor retornou dizendo-se portador de um recado da mãe de Jesus.
Chico imediatamente pegou papel e lápis e colocou-se na posição de anotar: Pode falar, tomarei nota de cada palavra.
Emmanuel, benfeitor atencioso, lhe falou:
Anote aí, Chico. Maria me pediu para que trouxesse o seguinte recado:
“Isso também passará. Ponto final.”
Chico tomou nota rapidamente e perguntou ao benfeitor: Só isso?
E ele respondeu: É, Chico. A Mãe Santíssima pediu para lhe dizer que isso também passará.
* * *
Como Chico Xavier, muitos de nós, quando visitados pela dor, gostaríamos de receber uma mensagem individual de consolo.
Pensando que fomos esquecidos pela Divindade, rogamos nos seja concedida uma deferência especial por parte dos benfeitores espirituais.
Todavia, Deus tudo sabe e tudo vê. Nada acontece sem Seu consentimento, basta que depositemos confiança em Suas soberanas Leis.
Todas as coisas, na Terra, passam…
Os dias de dificuldades passarão…
Passarão também os dias de amargura e solidão…
As dores e as lágrimas passarão.
As frustrações que nos fazem chorar… um dia passarão.
A saudade do ser querido que se vai na mão da morte, passará.
Os dias de glórias e triunfos mundanos, em que nos julgamos maiores e melhores que os outros… igualmente passarão.
Essa vaidade interna que nos faz sentir como o centro do Universo, um dia passará.
Dias de tristeza… Dias de felicidade… São lições necessárias que, na Terra, passam, deixando no Espírito imortal as experiências acumuladas.
Se hoje, para nós, é um desses dias repletos de amargura, paremos um instante.
Elevemos o pensamento e busquemos a voz suave da Mãe amorosa a nos dizer carinhosamente: Isso também passará…
E guardemos a certeza, pelas próprias dificuldades já superadas, que não há mal que dure para sempre.
* * *
O planeta Terra, semelhante a enorme embarcação, às vezes parece que vai soçobrar diante da turbulência de gigantescas ondas.
São guerras, interesses mesquinhos, desvalores…
Mas isso também passará, porque Jesus está no leme dessa nau, e segue com o olhar sereno de quem guarda a certeza de que a agitação faz parte do roteiro evolutivo da Humanidade, e que um dia também passará.
Ele sabe que a Terra chegará a porto seguro porque essa é a sua destinação.
Assim, façamos a nossa parte o melhor que pudermos, sem esmorecimento.
E confiemos em Deus, aproveitando cada segundo, cada minuto, que agora, já não é mais o mesmo de quando iniciamos o programa e o de agora, também passará…
Da redação de Momento Espírita

quarta-feira, 17 de abril de 2019

MANTENHAMOS SUA SIMPLICIDADE E GRANDEZA

A Doutrina Espírita, por seus fundamentos e desdobramentos próprios de seu conteúdo doutrinário, é grandiosa por várias razões. Entre elas, destacam-se os benefícios diretos do esclarecimento à mente humana, embasados na mais perfeita lógica e bom senso, além do conforto ao coração pelo consolo próprio da mensagem totalmente estruturada no Evangelho de Jesus.

Suas respostas aos extensos questionamentos humanos, todas construídas nas bases da ciência, da filosofia e da religião, aliás tríplice aspecto de seus fundamentos, atendem a todos os estágios do intelecto humano, desde que a pessoa se liberte de preconceitos e aceite estudar para conhecer ao menos, ainda que a título cultural, pois que a Doutrina Espírita deseja apenas ser conhecida, nunca imposta.

Suas bases inspiram o amor ao próximo, no amplo sentido da caridade, dispensam quaisquer formalismos ou rituais, convidam à fé racional e estimulam o auto aprimoramento e o trabalho no bem como ferramentas de conquista do mérito da felicidade acessível a qualquer pessoa.

Por isso, estão distantes da prática espírita as manifestações de vaidade, da autopromoção, da imposição de ideias, dos abusos de qualquer espécie, da exploração da fé e mesmo a obtenção de quaisquer vantagens. E como agora a ideia espírita já encontra ampla aceitação no meio popular, surgem os perigos da infiltração de ideias e posicionamentos estranhos à simplicidade e grandeza da mensagem espírita.

É onde surge o exibicionismo ou a publicação de obras estranhas, com ideologias conflitantes com a pureza dos princípios espíritas, comprometendo a lógica e o bom senso tão bem expressos na genuína literatura espírita. É onde surgem o uso de termos exóticos, de difícil compreensão para o grande público, complicando a simplicidade dos ensinos.

É, pois, especialmente na literatura e na tribuna, talvez, sem contar as alfinetadas próprias do difícil relacionamento humano, que estamos nos comprometendo mais.

É quando não simplificamos os ensinos e desejamos dar demonstrações intelectuais ao invés de nos preocuparmos com a clareza própria do Espiritismo. Temos que “mastigar” os ensinos para a mente popular, temos que fazer chegar a grandeza do Espiritismo no cotidiano das dificuldades que a pessoa está enfrentando para que possa superar seus dramas e angústias.

Ninguém nega, todavia, que há eventos, estudos e literatura específica que exigem mais qualificação e direcionamento específico.

Mas complicar algo tão simples e ao mesmo tempo grandioso, inventar teorias, preocupar-se com opiniões pessoais, desejar projetar-se através de teorias esdrúxulas, estranhas e incoerentes, já é outra coisa que situa-se muito distante da proposta de renovação e aprimoramento trazida pelo Espiritismo.

Que possamos despertar dessa letargia de uma concorrência que tenta sobrepor-se ao próprio Espiritismo para voltarmos a atenção devida e merecida à tarefa que mutuamente assumimos de honrar o conhecimento libertador da extraordinária Doutrina Espírita.

Livros ou teorias estranhas ao Espiritismo, que tentam impor ideias esdrúxulas?

Basta seguir o conselho de Erasto em O Livro dos Médiuns*: “(...) Desde que uma opinião nova se apresenta, por pouco que nos pareça duvidosa, passai-a pelo crivo da razão e da lógica; o que a razão e o bom senso reprovam, rejeitai ousadamente; vale mais repelir dez verdades do que admitir uma só mentira (...)”.

*capítulo XX, item 230


or Orson Carrara - texto enviado pelo autor.


sábado, 2 de fevereiro de 2019

A IMENSA ALEGRIA DE SERVIR

Toda natureza é um desejo de serviço.
Serve a nuvem, serve o vento, serve o sulco.
Onde houver uma árvore para plantar, planta-a tu.
Onde houver um erro para corrigir, corrige-o tu.
Onde houver uma tarefa que todos recusem, aceita-a tu.

Sê quem tira:
a pedra do caminho,
o ódio dos corações
e as dificuldades dos problemas.

Há a alegria de ser sincero e de ser justo.
Há, porém, mais do que isso,
a imensa alegria de servir.

Como seria triste o mundo
se tudo já estivesse feito,
se não houvesse uma roseira para plantar,
uma iniciativa para lutar!

Não te seduzam as obras fáceis.
É belo fazer tudo que os outros se recusam a executar.
Não cometas, porém, o erro
de pensar que só tem merecimento executar as grandes obras.
Há pequenos préstimos que são bons serviços:
enfeitar uma mesa.
Arrumar uns livros.
Pentear uma criança.

Aquele é quem critica,
este é quem destrói;
sê tu quem serve.

Servir não é próprio dos seres inferiores:
Deus, que nos dá fruto e luz, serve.
Poderia chamar-se: O Servidor.
E tem os Seus olhos fixos nas nossas mãos
e pergunta-nos todos os dias:
Serviste hoje?


Gabriela Mistral, poetisa chilena, em seu belíssimo poema nos emociona com uma proposta de vida maravilhosa.

O poeta dos poetas, certa vez também afirmou que quem desejasse ser o primeiro, fosse o servo de todos.

Servir é a receita infalível da felicidade presente e futura.

Presente, pois quem serve, quem se doa, quem ajuda, já recebe no coração a paz que tal ato propicia. Uma paz sem igual: a paz da consciência tranquila.

Futura, pois quem serve semeia concórdia, fraternidade – merecendo colher o mesmo nos passos seguintes da existência imortal do Espírito.

Todo dia nos apresenta diversas oportunidades de servir. Que possamos estar atentos a elas, e não desperdiçar nenhuma chance, nenhuma dessas experiências enriquecedoras.

Parafraseando a poetisa, perguntamos: Você já serviu hoje?


Por Redação do Momento Espírita, com base no poema A imensa alegria de servir, de Gabriela Mistral. Do site: http://momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=5650&stat=0.


terça-feira, 15 de janeiro de 2019

NUNCA ESTARÁS A SÓS - CHICO XAVIER


“Ante a névoa das lágrimas, quando a incompreensão
de outrem te agite os sentimentos, lembra-te de alguém que
sempre te oferece entendimento e conforto.
Ante a deserção de pessoas queridas, quando mais necessitavas de presença e segurança, pensa nesse benfeitor
oculto que jamais te abandona.

Ante as ameaças do desânimo, nos obstáculos para a
concretização de tuas esperanças mais belas, considera o
amparo desse amigo certo que, em tempo algum, te recusa
bom ânimo.

Ante a queda iminente na irritação, capaz de induzir-te
à delinquência, refugia-te no clima desse doador de serenidade que te guarda o coração nas bênçãos da paz.

Ante as sugestões do desequilíbrio emotivo, suscetíveis
de te impulsionarem a esquecer encargos que assumiste,
reflete no mentor abnegado que jamais te nega defesa, para
que usufruas a tranquilidade de consciência.

Ante prejuízos, muitas vezes causados por amigos aos
quais empenhaste generosidade e confiança, medita nesse
protetor magnânimo que nunca te desampara e que promove, em teu favor, sempre que necessário, os recursos precisos à recuperação de que careças.

Ante acusações daqueles que se te fazem adversários
gratuitos, amargurando-te os dias, eleva-te em pensamento
ao instrutor infatigável que sempre te convida à tolerância e
ao perdão.

Ante as crises da existência que te sugiram revolta e
desespero, recorda o mestre da paciência que te resguarda
constantemente na certeza de que não há problema sem
solução para quem trabalha e serve para o bem sem perder a
esperança.

Ante os desgostos e contratempos que te sejam impostos pelos entes amados, não te emaranhes no cipoal das
afeições possessivas, refletindo no companheiro que te ama
desinteressadamente muito antes que te decidisses a conhecê-lo.

E quando perguntares quem será esse alguém que nunca te desampara e que te garante a vida, em nome de Deus,
deixa que os teus ouvidos se recolham aos recessos da própria alma e escutarás o coração a dizer-te na intimidade da
consciência que esse alguém é Jesus..."

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

PROFISSÃO - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Pelos contatos da profissão cria o homem vasta escola de trabalho, construindo a dignidade humana; contudo, pela abnegação emite reflexos da beleza divina, descerrando trilhos novos para o Reino Celestial.

A profissão, honestamente exercida, embora em regime de retribuição, inclina os semelhantes para o culto ao dever.

A abnegação, que é sacrifício pela felicidade alheia, sublima o espírito.

É por isso que todos os povos sentem necessidade de erguer, no ímo do próprio seio, um altar permanente em que rendam preito aos legítimos heróis.

A abnegação que começa onde termina o dever possibilita a repercussão da Esfera Superior sobre o campo da Humanidade.

O delinqüente comum, algemado ao cárcere, inspira piedade e sofrimento, O paladíno de uma causa nobre, injustamente recluso no mesmo sítio, provoca respeito e imitação.

O administrador consciente e amigo que reparte os bens do serviço, gastando a parte que lhe compete com escrupulosa probidade, é um padrão de virtudes terrenas. O homem que cede suor e sangue de si mesmo, a benefício de todos, sem cogitar do seu interesse, é um apóstolo das virtudes celestes.

A ama, devidamente paga por seu trabalho, junto à criança que lhe recebe carinho, é credora natural de atenção e reconhecimento, mas o coração materno, em constante renúncia, arrebata, quem o contempla, à glória do amor puro.

É assim que o matemático, laureando-se de considerações públicas, dignamente gratificado pela obra que realiza, é catalogado à conta de cientista, e o cientista, mergulhado no trabalho incessante, em favor da tranqüilidade e da segurança da civilização, esquecido de si mesmo, é classificado por benfeitor.

Pela fidelidade ao desempenho das suas obrigações, o homem melhora a si mesmo, e, pela abnegação, o anjo aproxima-se do homem melhorado, aprimorando a vida e o mundo.

Nas atividades que transcendem o quadro de serviços remuneráveis na Terra, fruto das almas que ultrapassaram o impulso de preservação do próprio conforto, descem os reflexos mentais das Inteligências Celestes que operam, por amor, nas linhas da benemerência oculta, linhas em que encontramos os braços eternos do Divino Incognoscível, que é Deus.

Nessa província moral do devotamento sem lindes, em que surpreendemos todos os corações humanos consagrados ao serviço espontâneo do bem, nem sempre respira o gênio, por vezes onerado de angústia pela soma dos reflexos infelizes que carreia consigo desde o passado distante, mas identificamos facilmente os altos sacerdotes de todas as religiões, os admiráveis artistas de todas as pátrias, os nobres inventores de todos os climas, os artífices iluminados de todos os povos e as grandes mães, tanta vez esquecidas e sofredoras, de todas as atitudes. Por todos esses a Espiritualidade Superior desce gradativamente à esfera humana, sem qualquer ligação com o pagamento da popularidade e do ouro, porque é aí, pelo completo desprendimento de si mesma, no auxilio aos outros, que a alma vive o apostolado sublime da renúncia santificante, atraindo o Pensamento Divino para o burilamento e a ascensão da Humanidade.


Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Pensamento e Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier.

domingo, 13 de janeiro de 2019

SABEDORIA EM POUCOS PARÁGRAFOS


Ela é muito conhecida, lida constantemente, poucas vezes comentada, impressa e distribuída em pequenos impressos e presença sempre marcante nas instituições. Trata-se do pequeno texto intitulado Confia Sempre, de Meimei.

Seus compactos parágrafos e suas poucas linhas trazem imensa sabedoria, que nem sempre prestamos atenção ou nos damos conta do quanto significam.
Convido o leitor reler outra vez. Transcrevo-a na íntegra:


Confia sempre

Não percas a tua fé entre as sombras do mundo.
Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mesmo.

Crê e batalha.

Esforça-te no bem e espera com paciência.

Tudo passa e tudo se renova na Terra, mas o que vem do céu permanecerá.

De todos os infelizes, os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmos, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir
vivendo.

Eleva, pois, o teu olhar e caminha.

Luta e serve.

Aprende e adianta-te.

Brilha a alvorada além da noite.

Hoje é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com aflição ou ameaçando-te com a morte...

Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia


Agora que a relemos com olhos de mais atenção, podemos notar a sabedoria de sua composição, a síntese de um verdadeiro programa de aprimoramento e de construção da própria paz, face às adversidades do caminho. Observemos atentamente, convido, cada parágrafo. Meditemos sobre conteúdo de cada linha, cada frase, seu sentido motivador, confortador e encontraremos em cada linha, em cada palavra, um amor imenso traduzindo o sentimento da autora em favor de uma pessoa que esteja aflita, em desespero, que procura resposta, que precisa se apoiar e busca ajuda. Ou mesmo para quem esteja equilibrado, sabendo encontrar os próprios caminhos com o estímulo da confiança.

E a fantástica conclusão, convidando-os a não esquecer de que “amanhã será outro dia”, como a afirmar ao nosso raciocínio que a aflição ou a preocupação de hoje se transformará com o correr das horas, apresentando outro panorama no dia de amanhã, para que não nos permitamos abater com os obstáculos e dificuldades que possam desesperar, desequilibrar ou atormentar o dia de hoje.

A confiança na conspiração da vida a nosso favor é uma grande conquista, uma virtude de excelência, que precisamos cultivar, conquistar. Com ela a vida fluirá abundante!

Se o compacto texto te fez bem, espalhe-o também, comentando seu conteúdo para despertar um sentido de vida e coragem, de paciência e resignação ativa que reergue corações abatidos e fortalece ações para o bem e a paz que todos desejamos. Confiar! Prosseguir! Amanhã será outro dia.


Por Orson Carrara. Texto enviado pelo autor.


sábado, 12 de janeiro de 2019

NO CAMINHO DO AMOR - IRMÃO X - CHICO XAVIER

Em Jerusalém, nos arredores do Templo, adornada mulher encontrou um nazareno, de olhos fascinantes e lúcidos, de cabelos delicados e melancólicos sorriso, e fixou-o estranhamente.

Arrebatada na onda de simpatia a irradiar-se dele, corrigiu as dobras da túnica muito alva; colocou no olhar indizível expressão de doçura e, deixando perceber, nos meneios do corpo frágil, a visível paixão que a possuíra de súbito, abeirou-se do desconhecido e falou, ciciante:

-Jovem, as flores de Séforis encheram-me a ânfora do coração com deliciosos perfumes. Tenho felicidade ao teu dispor, em minha loja de essências finas...

Indicou extensa vila, cercada de rosas, à sombra de arvoredo acolhedor, e ajuntou:

-Inúmeros peregrinos cansados me buscam a procura do repouso que reconforta. Em minha primavera juvenil, encontram o prazer que representa a coroa da vida. É que o lírio do vale não tem a carícia dos meus braços e a romã saborosa não possui o mel de meus lábios.

Vem e vê! Dar-te-ei leito macio, tapetes dourados e vinho capitoso ... Acariciar-te-ei a fronte abatida e curar-te-ei o cansaço da viagem longa! Descansarás teus pés em água de nardo e ouvirás, feliz, as harpas e os alaúdes de meu jardim. Tenho a meu serviço músicos e dançarinas, exercitados em palácios ilustres!...

Ante a incompreensível mudez do viajor, tornou, súplice, depois de leve pausa:

-Jovem, porque não respondes? Descobri em teus olhos diferentes chama e assim procedo por amar-te. Tenho sede de afeição que me complete a vida. Atende! Atende!...

Ele parecia não perceber a vibração febril com que semelhantes palavras eram pronunciadas e, notando-lhe a expressão fisionômica indefinível, a vendedora de essências acrescentou uma tanto agastada:

-Não virás?

Constrangido por aquele olhar esfogueado, o forasteiro apenas murmurou:

-Agora, não. Depois, no entanto, quem sabe?!...

A mulher, ajaezada de enfeites, sentindo-se desprezada, prorrompeu em sarcasmos e partiu.

Transcorridos dois anos, quando Jesus levantava paralítico, ao pé do Tanque de Betesda, venerável anciã pediu-lhe socorro para infeliz criatura, atenazada de sofrimento.

O Mestre seguiu-a, sem hesitar.

Num pardieiro denegrido, um corpo chagado exalava gemido angustioso.

A disputada marcadora de aromas ali se encontrava carcomida de úlceras, de pele enegrecida e rosto disforme. Feridas sanguinolentas pontilhavam-lhe a carne, agora semelhante ao esterco da terra. Exceção dos olhos profundos e indagadores, nada mais lhe restava da feminilidade antiga. Era uma sombra leprosa, de que ninguém ousava aproximar.

Fitou o Mestre e reconheceu-o.

Era o mesmo mancebo nazareno, de porte sublime e atraente expressão.

O Cristo estendeu-lhe os braços, tocados de intraduzível ternura e convidou:

-Vem a mim, tu que sofres! Na Casa de Meu Pai, nunca se extingue a esperança.

A interpelada quis recuar, conturbada de assombro, mas não conseguiu mover os próprios dedos, vencida de dor.

O Mestre, porém, transbordando compaixão, prosternou-se fraternal, e conchegou-a, de manso...

A infeliz reuniu todas as forças que lhe sobravam e perguntou, em voz reticenciosa e dorida: -Tu?... O Messias nazareno?... O Profeta que cura, reanima e alivia?!... Que viste fazer, junto de mulher tão miserável quanto eu?

Ele, contudo, sorriu benevolente, retrucando apenas:

-Agora, venho satisfazer-te os apelos.

E, recordando-lhe a palavra do primeiro encontro, acentuou, compassivo:

-Descubro em teus olhos diferentes chama e assim procedo por amar-te.


Pelo Espírito Irmão X - Do Livro: Contos e Apólogos, Médium: Francisco Cândido Xavier.

DOUTRINAR E TRANSFORMAR - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Meus amigos: Em verdade é preciso doutrinar para esclarecer. Mas é imprescindível, igualmente, transformar para redimir. Doutrinação q...