quinta-feira, 30 de junho de 2011

PRESENTE PARA JESUS

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

PRESENTE PARA JESUS

A bênção de Deus em nós:

Trabalhando: paciência;
Conversando: paciência;
Esclarecendo: paciência;
Servindo: paciência;
Aprendendo: paciência;
Ouvindo: paciência;
Sofrendo: paciência;
Lutando: paciência;
Harmonizando: paciência;
Auxiliando: paciência;
Informando: paciência;
Pedindo: paciência;
Renunciando: paciência;
Esperando: paciência;

Jesus aguarda um presente de nós todos para que a Divina Vontade se faça: a paciência.

pelo Espírito Onofre - Do livro: Temas da Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos.

NOVO MODELO DE GESTÃO NA ÁREA DA SAÚDE

País
Hoje às 06h15 - Atualizada hoje às 06h21
Governo adota novo modelo de gestão na área de saúde
Agência BrasilCarolina Pimentel
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Com o objetivo de melhorar a prestação de serviços no Sistema Único de Saúde (SUS), o governo federal decidiu adotar um modelo de gestão já usado na iniciativa privada: o de premiar quem cumprir metas e penalizar aquele que não atender ao compromisso.

Um decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff, e publicado nessa quarta-feira, cria contratos que trarão metas específicas de atendimento a serem cumpridas pelos estados e municípios na rede pública de saúde, como número de cirurgias ou de pré-natal. Atualmente, são definidos apenas compromissos nacionais.

Quem descumprir os compromissos, corre o risco de ser punido, podendo deixar de receber recursos. Quem cumprir as metas, será recompensado e poderá ganhar o dobro do repasse.

“O município tem responsabilidade de ofertar um conjunto de cirurgias. Ele não consegue ofertar, você pode tirar de um município e passar para outro da região. Você pode tirar o recurso do município e passar para o estado, para contratar o serviço naquela região”, explicou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

As obrigações serão estipuladas a partir de um mapeamento sobre a realidade e a estrutura de saúde disponível nos municípios, a ser feito pelo Ministério da Saúde. Os estados e municípios serão divididos em 419 regiões, seguindo as semelhanças entre eles.

Não há prazo para as metas serem fechadas e entrarem em vigor. A expectativa do ministro é fechar 20% dos contratos até o fim do ano e a totalidade do país até 2014.

Outra novidade, segundo Padilha, é que o usuário irá saber quais os serviços disponíveis nos hospitais e postos de saúde da cidade onde mora. A ideia é disponibilizar as informações pela internet.

O decreto vem para regulamentar a Lei Orgânica da Saúde, que vigora há 21 anos. O modelo de gestão foi debatido com representantes da sociedade e secretários de Saúde estaduais e municipais.

Retirado da edição de 30/06/11 do Jornal do Brasil Online.

FORÇA DOS PLANOS DE SAÚDE NO BRASIL

Gente grande

Acredite. A receita dos planos de saúde alcançou R$ 72,7 bilhões em 2010, ou 13,2% a mais que no ano anterior.
Esta grana supera o orçamento do Ministério da Saúde.

Retirado da Coluna de Ancelmo Góis, Jornal O Globo.

MALEFÍCIOS DA CARNE E DO AÇÚCAR BRANCO - DR. MÁRCIO BONTEMPO

Diversos produtos utilizados na alimentação cotidiana comum devem ser evitados tanto para o tratamento como para que se previna o surgimento de doenças.
A carne, principalmente a de vaca, é hoje prejudicial, devido à grande quantidade de produtos químicos que contém, como o dietilbestrol, um hormônio proibido pela legislação brasileira mas usado comumente para aumentar o peso dos animais. Trata-se de um hormônio sintético (estrogênio) que é capaz de fazer engordarem as vacas mas que, mesmo em pequeníssima quantidade, pode provocar distúrbios menstruais, tumores do ovário e da mama, dos testículos e do útero, além de alterar a libido, ou energia sexual, diminuindo-a. Além disso, existe o sulfito de sódio usado para dar às carnes frigorificadas um aspecto mais saudável à cor vermelha; para fixá-lo, usa-se, com freqüência, o nitrato de potássio (salitre). Ambos são comprovadamente cancerígenos para o homem. Também inclui-se o efeito da carne que, mesmo sem aditivos químicos, causa putrefação intestinal e diminuição da resistência à infecção devido à ação de toxinas próprias da carne como a cadaverina, a putrescina, o indol, o escatol, a uréia e o ácido úrico (mais concentrados nas vísceras). Devido ao uso de carrapaticidas e outros defensivos, também são encontrados traços de DDT na carne animal e de mercuriais nas rações. Tudo isto é bem mais perigoso nas carnes acondicionadas como o pre¬sunto, a salsicha, a mortadela, patês, salames, carnes enlatadas etc., onde encontramos também uma grande quantidade de an¬tibióticos para conservação.
O açúcar branco, hoje usado em quantidades muito elevadas é estimulado pelos governos e pela propaganda, é um perigoso aditivo que antes não fazia parte da dieta humana. Usado há cerca de cem anos, faz parte da maioria dos alimentos modernos é responsável por numerosos distúrbios orgânicos. Segundo estudiosos, o açúcar é um agente cariogênico, determinando as cáries dentárias pela formação de placas bacterianas no sulco gengival e pela retirada do cálcio dos dentes por vários mecanismos, sejam locais ou através do próprio sangue. Mas não é nos dentes que o açúcar tem a sua ação mais perigosa. Da forma abundante como é consumido, ele determina a perda lenta de cálcio dos ossos e magnésio, além de drenar as importantes vitaminas do complexo B. Considera-se, por isso, o açúcar como um antinutriente e portador de uma grande e desnecessária quantidade de energia química concentrada.
Hoje, a propaganda mostra o açúcar como um elemento necessário. Antigamente, quando ele não existia, ninguém sofria de sua "carência", nem os intelectuais e muito menos os soldados e os que dependiam das forças musculares, pois a maior parte dos alimentos naturais consumidos transformam-se em glicose, que é o combustível celular verdadeiro. O açúcar comporta-se no organismo como uma droga química, que realmente é, embora seja retirado da cana-de-açúcar. William Dufty, em seu famoso livro Sugar Blues (Editora Ground Ltda.) afirma que "o açúcar branco, doce e refinado, é uma droga viciante, que dissolve os dentes e os ossos de toda uma civilização". O autor afirma também que ele é mais perigoso e traiçoeiro que a cocaína, pois é tido como fator alimentício fundamental. Atribui-se ao açúcar a capacidade de gerar e piorar a maioria das doenças modernas, todas as in¬fecções, a hipoglicemia, os diabetes etc., devido ao seu poder de diminuir as resistências do organismo e eliminar o importante magnésio.

Extraído do livro Manual de Medicina Integral, escrito pelo Dr.Márcio Bontempo.

MEMÓRIA DE MINHA MÃE


Mamãe querida, virastes Anjo de Jesus!
Saudades Eternas!

ESPELHOS DO SELF

A essência das imagens arquetípicas, como dos mitos, não é solucionar problemas, mas "imaginar, questionar, aprofundar". As imagens arquetípicas libertam-nos da identificação com nossos êxitos e fracassos literais, libertam-nos da obrigação de entender nossas vidas como banais ou triviais. A finalidade de atentar para essas imagens é despertar em nós a percepção de nossas possibilidades latentes, ainda irrealizadas, é salvar-nos da nossa sensação de isolamento e ausência de significado, é abrir como janelas as nossas vidas, de par em par,para a renovação e a transformação.
Prestar atenção nessas imagens cria um novo elo entre a nossa vida pessoal e a
experiência coletiva da humanidade, e é isso que está por trás da vivência libertadora testemunhada com tanta freqüência. Como disse Jung: "A vida é louca e significativa, ao mesmo tempo. E quando não rimos de uma coisa e especulamos sobre a outra, viver se torna excessivamente monótono e tudo se reduz à menor escala possível. Nesse nível, há pouquíssimo sentido e também pouquíssima falta de sentido."

Extraído do livro Espelhos do Self, de Christine Downing.

REFLEXÕES DE MÃE - EM HOMENAGEM A MINHA MÃE NERCY

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

REFLEXÕES DE MÃE

O coração não perde os grandes sentimentos que nos animam em toda a vida, tão somente porque a morte nos altera o caminho.

As mães continuam, cada vez mais vivas, amando mais os filhinhos de sua alma.

Nosso primeiro pensamento, depois da separação do corpo, é volver ao mundo e ensinar o caminho da verdade aos nossos amados que ficam à distância.

Os obstáculos, porém, são muito grandes e, por mais que façamos, é muito difícil desfazer às dúvidas que aparecem...

De qualquer modo, no entanto, não renunciamos à tarefa de auxiliar, embora saibamos que muitos dos nossos não nos possam aceitar as idéias renovadoras.

Não exigimos, contudo, a crença no que afirmamos.

Basta compreendermos a necessidade de servir a Deus, em favor de nós mesmos.

O imenso carinho das mães não termina no túmulo.

O coração materno encontra sempre o seu melhor sustentáculo no amor de que se alimenta.

Enquanto a Providência Divina permite, peregrinamos em torno daqueles que são as flores da nossa vida.

E penso que as lágrimas de nossa devoção caem sobre os nossos filhos, como o orvalho do Céu sobre as plantas, porque tudo faz por auxiliá-los e sustentá-los na missão de que se incumbem na Terra.

Num mundo qual o nosso, a harmonia não é uma luz que possa estar acessa todos os dias, mas os espíritos da esfera carnal nos ajudam a descobrir as flores que o Céu nos destina.

Guardamos conosco, entretanto, a certeza de que Deus nos concederá sempre a paz de que necessitamos, na jornada para o Alto, e o consolo de saber que a mão do Senhor tudo converte para o bem, com o auxilio do tempo.

Esperemos, pois, o futuro.


pelo Espírito Maria F. de Souza - Do livro: Cartas do Coração, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

LEMBRANÇAS - CASIMIRO CUNHA

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

LEMBRANÇAS



Procura com o teu suor
O pão, a veste e o abrigo.
Todo homem preguiçoso
É sempre o irmão do mendigo.

Penetra a realidade
Cada dia, cada instante.
Um desengano oportuno
É beneficio importante.

Nunca te esqueças na luta,
Se o mal te punge e ameaça,
Que o coração bom e puro
É sempre a melhor couraça.

Guarda prudência ao lenir
As chagas de teu irmão.
O reconforto indiscreto
Irrita a grande aflição.

Sê bondoso para todos.
Qualquer ajuda é valia
Conquistando em teu favor
A graça da simpatia.

Entre as víboras da astúcia
Não te deixes enganar.
Consciência que se vende
Não vale a pena comprar.

Se vives de mente em fogo,
Perguntando, perguntando...
Perdoa, ajuda e esclarece
E viverás acertando.

Para o despeito infeliz
– Triste monstro envenenado –
Toda alegria é doença,
Todo êxito é pecado.

Não te afastes da amargura.
Toda fuga é imprópria e vã.
A luta guardada hoje
É triste guerra amanhã.


pelo Espírito Casimiro Cunha - Do livro: Gotas de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier.

RICO DE VERDADE

São 03:50h da quarta-feira, 29 de junho de 2011. Perdi o sono. Estou muito gripado, tossindo muito.
Tomei um copo de leite quente, um sedativo, liguei o modem e vim ao meu laptop alinhavar alguns pensamentos.
Ontem comprei no Shopping dois livros interessantes na Sodiler/La Selva. Um deles, "Rico de Verdade", do autor Roberto Adami Tranjan, pela Editora Gente, na segunda edição, já o iniciei. Destaco um trecho do primeiro capítulo, que diz: " - Lutamos contra a corrente quando adotamos comportamentos que ferem a ordem natural da vida. Com isso, despreendemos mais esforços do que seria necessário para obter os resultados que pretendíamos. E muitas vezes destruímos riquezas em vez de produzí-las. Pior que isso: com frequencia produzimos misérias, certos de estar produzindo riquezas. Veja se voce reconhece os comportamentos sabotadores de riqueza. Todos eles começam com a letra D: eles são os tres D's da escassez. São a desatenção, o desalinhamento e a desesperança".
Livro muito interessante, que aconselho a todos os visitantes deste blog a ler. Vale ressaltar que a riqueza a qual o autor se refere é a "Metariqueza", neologismo por ele criado, que significa tudo o que está além da riqueza puramente material.

terça-feira, 28 de junho de 2011

LUTO

Registro o desencarne de minha amada mãe Nercy, dia 26 de junho, às 17:12h, no apartamento 129 do Hospital Sampaio Marques.
Entregou sua alma a Jesus em paz.
Que Deus a abençoe!
Saudades eternas!

VINTE ANOS

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

VINTE ANOS

Realmente, meu amigo, em dezembro de 1934, abandonei o corpo apressadamente, à maneira do inquilino despejado de casa, por força de sentença inapelável que, em meu caso, era o decreto da morte.

E você pergunta por minhas impressões da Vida Espiritual por todo esse tempo que, à frente da Eternidade, não tem qualquer significação.

Sinceramente, não tenho muito a dizer.

O homem que se desencarna sem as asas do gênio sublimado na fé e na virtude, assemelha-se, de algum modo, ao navegador do século XVI que, descobrindo terras novas, plantava o domicílio no litoral, incapaz de romper os laços com a retaguarda, de modo a seguir gradativamente, na direção da floresta.

Novidades por novidades tenho visto inúmeras.

Assim como o selvagem dos trópicos pode ser transportado até as vizinhanças do pólo, a fim de extasiar-se com o glorioso espetáculo da aurora boreal, sem compreender-lhe o jogo de luz, assim também tenho contemplado paisagens maravilhosas de outros mundos, sem, contudo, entender-lhes a magnificência.

Terminado o estímulo da excursão educativa, eis-me de volta ao solo áspero de minhas próprias experiências, no qual devo cultivar os valores do porvir.

Você será naturalmente induzido a indagar quanto ao pretérito. Atravessando a criatura múltiplas existências, de outras vezes terei igualmente regressado ao campo espiritual e, por isso, não posso estar pisando um terreno desconhecido...

Ainda assim, não suponha que algumas peregrinações na carne possam valer grande cousa, quando nosso esforço na própria elevação não seja indiscutivelmente muito grande.

Viajamos no oceano das forças físicas, tornando a velhos continentes da recapitulação por alguns lustros apenas e regressamos ao litoral, a fim de prosseguir na construção das bases de progresso e segurança que nos habilitarão, um dia, aos altos cimos.

Por enquanto, é preciso vencer obstáculos e sombras, dificuldades e inibições no país de mim mesmo, para caminhar da animalidade que me caracteriza a Humanidade real de que ainda me vejo distante. E, nesse trabalho, não há muito gosto de alinhar notificações e surpresas, porque, tanto aí quanto aqui, não é fácil modificar a química do pensamento, com vistas à própria renovação.

Desnecessário comentar nossas organizações e deveres.

Toda uma literatura copiosa e brilhante, nos mais diversos centros do mundo, revelam hoje os processos evolutivos da Terra Melhorada, onde presentemente me encontro.

Sem o pesado escafandro das células enfermiças e, por essa razão, você deve saber que vivem errantes aqui somente os que aí pervagavam, entre a ociosidade e a indisciplina, que apenas se precipitam nas trevas infernais os que, no mundo, já haviam organizado um inferno na própria cabeça e que os heróis passam por nós, de relance, com destino às Alturas em que se colocaram.

Quanto a nós, pecadores penitentes e almas de boa vontade, estamos marchando, passo a passo, na superação de nós mesmos, entre o céu que sonhamos e o inferno que nos cabe evitar.

Ainda assim, o comboio da morte, todos os dias, derrama viajores em nossa estação. Não raro, por isso, observo antigos companheiros do mundo chegando aqui sob as farpas do sofrimento, mastigando resíduos de extremas desilusões. São amigos que choram o ouro largado no chão, que suspiram pelo poder ou pela evidência social de que o sepulcro os despoja, que deploram o tempo perdido em atividades inúteis ou que enlouquecem, tentando debalde reaver o corpo bem cuidado que o túmulo apodreceu...

Não julgue que a recuperação seja obra de improviso.

Resignação, coragem, compreensão, paciência e valor moral não constituem artigos adquiríveis no estoque alheio. Representam qualidades que todos somos constrangidos a edificar no mundo que nos é próprio, ao preço de nossa renunciação e de nossas lágrimas.

A única nota diferente que possuo em meu círculo individual é a que se refere à minha adesão intelectual ao Evangelho, sob a luz do Espiritismo. Digo “intelectual” porque ainda estou trabalhando o coração, como o lapidário burila a pedra, a fim de oferta-lo efetivamente ao Senhor.

E não diga que a minha conversão surge tarde demais, porque assim como o esforço de vocês no bem é valioso investimento de recursos para a existência daqui, a nossa tarefa nessa direção capitaliza em nosso favor preciosas oportunidades para o estágio que aí nos compete de futuro, de vez que, em tempo oportuno, estarei de novo entre os homens, tanto quanto você estará igualmente entre os espíritos desencarnados.

Como raparamos, vinte nos de vida espiritual são poucos dias para a restauração e para o reajuste, porque a dor e a experimentação, a prova e a luta ainda permanecem conosco, à feição de instrutoras, que não podemos menosprezar.

Não se aflija nem desconsole, porém, diante de minha confidência fraternal.

Trabalhe e estude, ame e instrua-se, fazendo o melhor que puder no mundo e, se você retém qualquer dúvida em torno de minhas afirmativas, em breve, você mesmo estará aqui, depois de escalar pela casa da morte, a fim de melhor sentir a vida com o próprio coração e apreciar a realidade com os próprios olhos.


pelo Espírito Irmão X - Do livro: Histórias e Anotações, Médium: Francisco Cândido Xavier.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

REFÚGIO

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

REFÚGIO

Às vezes, dizes, coração amigo:
- “Como guardar-me em paz, na agitação do mundo?
Tanto fel ao redor!... Tanta gente em perigo!...
Tantas tribulações sem que se saiba, a fundo,
De que modo evitar a invasão desmedida
Das nuvens de aflição que atormentam a vida!...”

E contigo outras almas no caminho
Padecem sob o impacto violento
Das lâminas brutais do sofrimento
Que lhes ferem o ser, desolado e sozinho...

Aqui, alguém lastima um coração querido
Que ficou para trás, exânime e caído
Em trágicos enganos;
Ali tombam, a golpes desumanos
Dos chamados engenhos do progresso,
Existências repletas de esperança,
Ante as brechas de sombra em que a morte se lança
Entre o ouro e o sucesso...

Dos recursos plebeus aos valores mais altos,
sobram as provações que chegam, de imprevisto,
No clamoroso misto
De seqüestros e assaltos.

Nos lares em geral, sob múltiplos níveis,
As desvinculações de pessoas amadas
São lesões e feridas desatadas
Para as almas sensíveis.

Assemelha-se a Terra à nave firme e atenta,
Sob rude tormenta.

Entretanto, alma boa,
Em plena luta que te aperfeiçoa,
Podes deter a paz contigo, estrada afora,
Prendendo-te ao dever que em tudo nos melhora.

Todo trabalho são é lúcido recanto
Que se nos faz refúgio aprazível e santo.

Um lar para servir,
Um filho a proteger,
A nobre preleção enviada ao porvir,
A página a escrever,
Um doente a zelar,
O trecho musical que se tem a compor,
O campo a cultivar
E o serviço do bem que é mensagem de amor...
Tudo isso, na terra, é cobertura,
Sustentando o equilíbrio da criatura.

Se buscas, em verdade, a paz, no dia-a-dia,
Coloca a tua fonte de alegria
E todos os impulsos que são teus
No trabalho que o mundo te confia
Porque o trabalho é sempre uma Bênção de Deus.


pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: Caminhos do Amo, Médium: Francisco Cândido Xavier.

domingo, 26 de junho de 2011

INTERNAMENTO DE MAMÃE - 1

Santa Casa de Misericórdia de Maceió. Hospital Sampaio Marques. Mamãe se encontra internada no apartamento 129. Deu entrada ontem na Emergência 24 horas, foi atendida pela colega Dra. Vanessa e em seguida pela Dra. Sâmia. Ambas prestaram assistência simpática e carinhosa.
As 23 horas, conseguimos interná-la no apartamento. Ela não responde a nenhum estímulo, está hidratada por soro fisiológico, sob oxigênio úmido, e a enfermeira Ana Maria conseguiu introduzir a sonda naso-entérica.
Quando da sua entrada na emergência, a dosagem de potásio chegou a 7 Meq/l e a uréia a 160mg. Níveis altíssimos. Coma hiperosmolar e insuficiência renal aguda. Bexiga cheia de urina, aliviada por sonda de alívio.
Hoje, domingo, 13:10h, permanece em coma, sem responder a nenhum estímulo, saturação de oxigênio de 90% e frequencia cardíaca de 90bpm.
Liguei para Lígia. Me emocionei, chorei ao telefone. Ela aguarda a posição nossa para mais tarde, para poder viajar de Brasília para aqui.

sábado, 25 de junho de 2011

CALVÁRIO DE MINHA MÃE

Madrugada de sábado. 02:30h. Estou em meu consultório, cidade de Teotônio Vilela. Próximo à minha casa, o som do Clube Vilelense chega aos meus ouvidos.Festa de São João. Levanto-me de minha cama, e vou à sala de consultas, de onde acesso meu computador. Preciso alinhavar meus pensamentos na tela, postando em meu Blog.
Perco o sono. Meus pensamentos giram em torno do calvário vivido por minha mãe Nercy. Angústia e tristeza. Sensação de impotência para mudar todo um grande sofrimento.
Como espírita, sei que estas dores superlativas depuram o perispírito de minha mãe, para que ela retorne ao mundo espiritual radiosa e vitoriosa.
Pois assim será. Vitoriosa pois cumpriu com dignidade, muita luta e sofrimento seus 86 anos de missão aqui na Terra. Cuidou se seu marido por cinquenta longos anos, e criou 4 filhos, todos formados, todos dignos e trabalhadores, todos encaminhamos na vida, cuidando de suas famílias.
Seus pais, Vovô Leite e Vovó Neguinha, além de Meyre, sua grande amiga, aguardam seu retorno à pátria espiritual.
O dia e a hora exatas, só o Pai Celestial o sabe.
Deixemos nossas preocupações nas mãos compassivas de Jesus.
Neste momento, nada podemos fazer para mudarmos o destino inexorável, que é a sua misteriosa volta ao mundo espiritual.
Aliviar suas dores físicas, lhe dar carinho e alento e os cuidados necessários para seus últimos dias como encarnada.
Os Anjos do Senhor já cuidam dela. Ela fez por assim merecer.
Que Deus a abençoe!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

DA VERDADE E DO PERDÃO

Mensagem especialmente dirigida para as amigas Vera Elias e Josiene. Que Deus as abençoe!

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

DA VERDADE E DO PERDÃO



Verdade lembra estrela
Quebrada em montão de lodo,
Cada pessoa que a busca,
Encontra parte do todo.

Eis a norma da vingança
De formação garantida:
Desculpar sem condições
A quem nos golpeia a vida.

Não olhes faltas alheias...
Na Terra, em qualquer lugar,
Não há ninguém que não tenha
Alguma conta a pagar.

Recebe sem amargura
Separação e insucesso,
Se não houvesse mudança,
Não haveria progresso.

Ensinamento que a vida
Expõe sem qualquer disfarce:
Ninguém procure prender
Quem procura libertar-se.

Se sofres, pensa no tempo,
O sábio sereno e mundo..
Entrega as mágoas ao tempo
Que o tempo resolve tudo.


pelo Espírito Augusto De Oliveira - Do livro: Orvalho de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos.

terça-feira, 21 de junho de 2011

AMIGOS E INIMIGOS

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

AMIGOS E INIMIGOS

O amigo é uma bênção.
O inimigo, entretanto, é também um auxílio, se nos dispomos a aproveitá-lo.

O companheiro enxerga os nossos acertos, estimulando-nos na construção do melhor de que sejamos capazes.
O adversário identifica os nossos erros, impelindo-nos a suprimir a parte menos desejável de nossa vida.

O amigo se rejubila conosco, diante de pequeninos trechos de tarefa executada.
O inimigo nos aponta a extensão da obra que nos compete realizar.

O companheiro nos dá força.
O adversário nos mede a resistência.

Quem nos estima, freqüentemente categoriza nossos sonhos por serviços feitos, tão-só para induzir-nos a trabalhar.
Quem nos hostiliza, porém, não nos nega valor, porquanto não nos ignora e sim nos combate, reconhecendo-nos a presença em ação.

Na fase deficitária da evolução que ainda nos caracteriza, precisamos do amigo que nos encoraja e do inimigo que nos observa.
Sem o companheiro, estaremos sem apoio e, sem o adversário, ser-nos-á indispensável enorme elevação para não tombar em desequilíbrio. Isso porque o amigo traz a cooperação e o inimigo forma o teste.

Qualquer servidor de consciência tranqüila se regozija com o amparo do companheiro, mas deve igualmente honrar-se com a crítica do adversário que o ajuda na solução dos problemas do reajuste.

Jesus foi peremptório em nos recomendando:
"Amai os vossos inimigos". Saibamos agradecer a quem nos corrige as falhas, guardando-nos o passo em caminho melhor.


pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Passos da Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O PIRON DA ZEFA QUARESMA

Dias de angustiosa expectativa. Sofrimento que perpassa as fibras mais íntimas de nosso ser. E pedimos ao Pai Celestial clemência e misericórdia, a fim de minorar os pungentes sofrimentos de nossa sofrida mamãe.
Nosso Tio Audísio e Tia Carmelita, chegam, no sábado pela manhã, após momentos de tormentosas agonias de mamãe, para visitá-la.
Trazem palavras de alegria e encorajamento. Mamãe os reconhece, mesmo em sua confusão mental.
E Tio Audísio pergunta:
- Nercy, lembra-se do Piron?
Ela não responde, murmura alguma coisa inteligível...
Ele repete, solícito:
- Nercy, o Piron da Zefa Quaresma?
Mamãe nada responde. Tio, cabisbaixo, se retira do quarto e eu o acompanho.
Na sala, ele me fala sobre o tal Piron.
Era um cãozinho da Josefa, costureira que morava em frente à casa de Vovò Neguinha, na Atalaia. Chamavam-na de Zefa Quaresma, pois ela era muito religiosa, muito católica.
O tal Piron era um raio, e subia e descia a máquina de costura onde a Zefa Quaresma trabalhava para sustento de sua família. Era branquinho, e os quatro filhos do Vovô Leite e Vovó Neguinha, gostavam muito dele.
Nercy, Audísio, Doumuriez e Geruza, os primeiros filhos do casal, chegaram para morar em Atalaia vindos de Garanhuns e de Viçosa, onde a família morou apenas por três meses.
Vovô Leite negociava com arreios e produtos de couro para montarias e viajava sempre para Caruaru, onde comprava os produtos para revendê-los na Feira da Usina Brasileiro.
Vovó Neguinha, aos domingos, negociava em uma banca na feira de Atalaia, enquanto que vovô ia para a feira da Usina Brasileiro, que tinha muito movimento.
Mamãe não conseguiu recordar do Piron, mas sorriu quando Tio Audísio falou da Zefa Quaresma...
Um pouco de ternura para minorar tanto sofrimento...

ESPÍRITOS PROTETORES - HUMBERTO DE CAMPOS - CHICO XAVIER

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

ESPÍRITOS PROTETORES



Jehul, elevada entidade de uma das mais belas regiões da vida espiritual, foi chamado pelo caricioso apelo de um nobre mensageiro da Verdade e do Bem, que lhe falou nestes termos:

- Uma das almas a que te vens devotando particularmente, de há muitos séculos, vai agora ressurgir nas tarefas da reencarnação sobre a Terra. Seus destinos foram agravados de muito em virtude das quedas a que se condenou pela ausência de qualquer vigilância, mas o Senhor da Vida concedeu-lhe nova oportunidade de resgate e elevação.

Jehul sorriu e exclamou, denunciando sublimes esperanças:

- É Laio?

- Sim - replicou o generoso mentor -, ele mesmo, que noutras eras te foi tão amado na Etrúria. Atendendo às tuas rogativas, permite Jesus que lhe sejas o guardião desvelado, através de seus futuros caminhos. Ouve, Jehul! - serás seu companheiro constante e invisível, poderás inspirar-lhe pensamentos retificadores, cooperar em suas realizações proveitosas, auxiliando-o em nome de Deus; mas, não esqueças que tua tarefa é de guardar e proteger, nunca de arrebatar o coração do teu tutelado das experiências próprias, dentro do livre-arbítrio espiritual, a fim de que construa suas estradas para o Altíssimo com as próprias mãos.

Jehul agradeceu a dádiva, derramando lágrimas de reconhecimento.

Com que enlevo pensou nas possibilidades de conchegar ao seio aquele ser amado que, havia tanto tempo, se lhe perdera do caminho!... Laio lhe fora filho idolatrado na paisagem longínqua. É certo que não lhe compreendera a afeição, na recuada experiência. Desviara-se das sendas retas, quando ele mais esperava de sua mocidade e inteligência; seu coração carinhoso, porém, preferira ver no fato um incidente que o tempo se encarregaria de eliminar. Agora, tomá-lo-ia de novo nos braços fortes e o reconduziria à Casa de Deus. Suportaria, corajosamente, por ele, a pesada atmosfera dos fluidos materiais. Toleraria, de bom grado, os contrastes da Terra. Todos os sofrimentos eventuais seriam poucos, pois acabava de alcançar a oportunidade de erguer, dentre as dores humanas, um irmão muito amado, que fora se\! filho inesquecível.

O generoso amigo espiritual atravessou as paisagens maravilhosas que o separavam do ambiente terrestre. Ficaram para trás de seus passos os jardins suspensos, repletos de flores e de luz. As melodias das regiões venturosas distanciavam-se-lhe dos ouvidos.

Esperançoso, desassombrado, o solícito emissário penetrou a atmosfera terrestre e achou-se diante de um leito confortável, onde se identificava um recém-nascido pelo seu brando choramingar. Os Espíritos amigos, encarregados de velar pela transição daquele nascimento, entregaram-lhe o pequenino, que Jehul beijou, tomado de profunda emoção, apertando-o de encontro ao peito afetuoso.

E era de observar-se, daí em diante, o devotamento com que o guardião se empenhou na tarefa de amparar a débil criança. Sustentou, de instante a instante, o espírito maternal, solucionando, de maneira indireta, difíceis problemas orgânicos, para que não faltassem os recursos da paz aos primeiros tempos do inocentinho humano. E Jehul ensinou-lhe a soletrar as primeiras palavras, reajustando-lhe as possibilidades de usar novamente a linguagem terrestre. Velou-lhe os sonos, colocou-o a salvo das vibrações perniciosas do invisível, guiou-lhe os primeiros movimentos dos pés. O generoso protetor nada esqueceu, e foi com lágrimas de emoção que inspirou ao coração materno as necessidades da prece para a idolatrada criancinha. Depois das mãos postas para pronunciar o nome de Beus, o amigo desvelado acompanhou-a a escola, a fim de restituir-lhe, sob as bênçãos do Cristo, a luz do raciocínio.

Jehul não cabia em si de contentamento e esperança, quando Laio se abeirou da mocidade.

Então, a perspectiva dos sentimentos transformou-se.

De alma aflita, observou que o tutelado regressava aos mesmos erros de outros tempos, na recapitulação das experiências necessárias. Subtraía-se, agora, à vigilância afetuosa dos pais, inventava pretextos desconcertantes e, por mais que ouvisse as advertências preciosas e doces do mentor espiritual, no santuário da consciência, entregava-se, vencido, aos conselheiros de rua, caindo miseravelmente nas estações do vício.

Se Jehul lhe apontava o trabalho como recurso de elevação, Laio queria facilidades criminosas; se alvitrava providências da virtude, o fraco rapaz desejava dinheiro com que se desvencilhasse dos esforços indispensáveis e justos. Entre sacrifícios e dores ásperas, o prestimoso guardião viu-o gastar, em prazeres condenáveis, todas as economias do suor paternal, assistindo aos derradeiros instantes de sua mãe, que partia, da Terra, ferida pela ingratidão filial. Laio relegara todos os deveres santos ao abandono, entregando-se à ociosidade destruidora. Não obstante os cuidados do mentor carinhoso, procurou o álcool, o jogo e a sífilis, que lhe sitiaram a existência consagrada por ele ao desperdício. O dedicado amigo, entretanto, não desanimava.

Após o esgotamento dos recursos paternos, Jehul cooperou junto de companheiros prestigiosos, para que o tutelado alcançasse trabalho.

Embora contrafeito e subtraindo-se, quanto possível, ao cumprimento das obrigações, Laio tornou-se auxiliar de urna empresa honesta, que, às ocultas, era objeto de suas críticas escarnecedoras. Quem se habitua à ociosidade criminosa costuma caluniar os bens do espírito de serviço.

De nada valiam os conselhos do guardião, que lhe falava, solícito, nos quais profundos recessos do ser.

Daí a pouco tempo, menos por amor que por necessidade, Laio buscou uma companheira. Casou-se. Mas, no desregramento que se entregava de muito tempo, não encontrou matrimônio senão sensações efêmeras que terminavam em poucas semanas, como a potencialidade de um fósforo que se apaga em alguns segundos. Jehul, no entanto, alimentou a esperança de que talvez a união conjugal lhe proporcionasse oportunidade para ser convenientemente ou não. Isso, todavia, não aconteceu. O tutelado não sabia tratar a esposa senão entre desconfianças e atitudes violentas. Sua casa era uma seção do mundo inferior a que havia confiado seus ideais. Recebendo três filhinhos para o jardim do lar, muito cedo lhes inoculava no coração as sementes do vício, segregando-os num egoísmo cruel.

Quando viu o infeliz envenenando outras almas que chegavam pela bondade infinita de Deus para a santa oportunidade de serviços novos, Jehul sentiu-se desolado e, reconhecendo que não poderia prosseguir sozinho naquela tarefa, solicitou o socorro dos Anjos das Necessidades. Esses mensageiros de educação espiritual lhe atenderam atenciosamente aos rogos, começando por alijar o tutelado do emprego em que obtinha o pão cotidiano. Entretanto, em lugar de melhorar-se com a experiência buscando meditar como convinha, Laio internou-se por uma rede de mentiras, fazendo-se de vítima para recorrer às leis humanas e ferir as mãos de antigos benfeitores. Acusou pessoas inocentes, exigiu indenizações descabidas, tornou-se odioso aos amigos de outros tempos.

Jehul foi então mais longe, pedindo providências aos Anjos que se incumbem do Serviço das Moléstias úteis, os quais o auxiliaram de pronto, conduzindo Laio ao aposento da enfermidade reparadora, a fim de que o mísero pudesse refletir na indigência da condição humana e na generosa paternidade do Altíssimo; aquele homem rebelde, contudo, pareceu piorar cem por cento. Tornou-se irascível e insolente, abominava o nome de Deus, sujava a boca com inúmeras blasfêmias. Foram necessários verdadeiros prodígios de paciência para que Jehul lhe lavasse do cérebro esfogueado e caprichoso os propósitos de suicídio. Foi aí que, desalentado quanto aos recursos postos em prática, o bondoso guardião implorou os bons ofícios dos Anjos que se encarregam dos Trabalhos da Velhice Prematura. Os novos emissários rodearam Laio com atenção, amoleceram-lhe. as células orgânicas, subtraíram-lhe do rosto a expressão de firmeza e resistência, alvejaram-lhe os cab elos e enrugaram-lhe o semblante. No entanto, o infeliz não cedeu. Preferia ser criança ridícula nas aparências de um velho, a entrar em acordo com o programa da Sabedoria Divina, a favor de si mesmo.

Enquanto blasfemava, seu amigo orava e desdobrava esforços incessantes; enquanto praticava loucuras, o guardião duplicava sacrifícios e esperanças.

O tempo passava célere, mas, um dia, o Anjo da Morte veio espontaneamente ao grande duelo e falou com doçura:

- Jehul, chegou a ocasião da tua retirada!. . .

O generoso mentor abafou as lágrimas de angustiosa surpresa. Fixou o mensageiro com olhos doridos e súplices; o outro, no entanto, continuou:

- Não intercedas por mais tempo! Laio agora me pertence. Conduzi-lo-ei aos meus domínios, mas podes rogar a Deus que o teu tutelado recomece, mais tarde, outra vez...

Terminara a grande partida. A Morte decidira no feito, pelos seus poderes transformadores, enquanto o guardião recolhia, entre lágrimas, o tesouro de suas esperanças imortais. .

E, grafando esta história, lembro-me que quase todos os Espíritos encarnados têm algum traço do Laio, ao passo que todos os Espíritos protetores têm consigo os desvelos e os sacrifícios de Jehul.


pelo Espírito Humberto de Campos - Do livro: Reportagens do Além Túmulo, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sábado, 18 de junho de 2011

A GLÓRIA DO ESFORÇO

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A GLÓRIA DO ESFORÇO


Relacionava Tiago, filho de Alfeu, as dificuldades naturais na preparação do discípulo, quando várias opiniões se fizeram ouvir quanto aos percalços do aprimoramento.

É quase impossível praticar as lições da Boa Nova, no mundo avesso à bondade, à renúncia e ao perdão — concluíram os aprendizes de maneira geral.

A maioria das criaturas comprazem-se na avareza ou no endurecimento.

Registrava o Mestre a conceituação expendida pelos companheiros, em significativa quietude, quando Pedro O convocou diretamente ao assunto.

Jesus refletiu alguns instantes e ponderou:

— Entre ensino e aproveitamento, tudo depende do aprendiz.

E a seguir, falou com brandura: — Existiu no tempo de David um grande artista que se especializara na harpa com tamanha perfeição que várias pessoas importantes vinham de muito longe, a fim de ouvi-lo.

Grandes senhores com as suas comitivas descansavam, de quando em quando, junto à moradia dele, cercada de arvoredo, para escutar-lhe as sublimes improvisações.

O admirável mestre fez renome e fortuna, parecendo a todos que ninguém o igualaria na Terra na expressão musical a que se consagrara.

Em seus saraus e exibições, possuía em seu serviço pessoal um escravo aparentemente inábil e atoleimado, que servia água, doce e frutas aos convivas e que jamais conversava, fixando toda a atenção no instrumento divino, como se vivesse fascinado pelas mãos que o tangiam.

Muitos anos correram quando, certa noite, o artista volta, de inesperado, ao domicílio, findo o banquete de um amigo nas vizinhanças e, com indizível espanto, assinala celeste melodia no ar.

Alguém tocava magistralmente em sua casa solitária, qual se fora um anjo exilado no mundo.

Quem seria o estrangeiro que lhe tomara o lugar? Em lágrimas de emoção por pressentir a existência de alguém com ideal artístico muito superior ao dele, avança devagar para não ser percebido e, sob intraduzível assombro, verificou que o harpista maravilhoso era o seu velho escravo tolo que, usando os minutos que lhe pertenciam por direito e sem incomodar a ninguém, exercitava, as lições do senhor, às quais emprestava, desde muito tempo, todo o seu vigilante amor em comovido silêncio.

Foi então que o artista magnânimo e famoso libertou-o e conferiu-lhe a posição que por justiça merecia.

Diante da estranheza dos discípulos que se calavam, confundidos, o Mestre rematou: — A aquisição de qualidades nobres é a glória infalível do esforço.

Todo homem e toda mulher que usarem as horas de que dispõem na harpa da vida, correspondendo à sabedoria e à beleza com que Nosso Pai se manifesta, em todos os quadros do mundo, depressa lhe absorverão a grandeza e as sublimidades, convertendo-se em representantes do Céu para seus irmãos em humanidade.

Quando a criatura, porém, somente trabalha na cota de tempo que lhe é paga pelas mordomias da Terra, sem qualquer aproveitamento das largas concessões de horas que a Divina Bondade lhe concede no corpo, nada mais receberá, além da remuneração transitória do mundo.


pelo Espírito Neio Lúcio - Do livro: Jesus no Lar, Médium: Francisco Cândido Xavier

terça-feira, 14 de junho de 2011

RESPOSTAS DE DEUS

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RESPOSTAS DE DEUS



Eis algumas das respostas de Deus, nos fundamentos da vida, através da Misericórdia Perfeita:

o bem ao mal; o amor ao ódio;
luz às trevas; equilíbrio à perturbação; socorro à necessidade;
trabalho à inércia; alegria à tristeza;
esquecimento às ofensas;
coragem ao desânimo;
fé à descrença;
paz à discórdia;
renovação ao desgaste;
esperança ao desalento;
recomeço ao fracasso;
consolo ao sofrimento; justiça à crueldade;
reparação aos erros; conhecimento à ignorância;
bênção à maldição;
amparo ao desvalimento;
verdade à ilusão; silêncio aos agravos;
companhia à solidão; remédio à enfermidade;
e sempre mais vida nos processos da morte.

Efetivamente, podemos afirmar que Deus está sempre ao nosso lado, mas pelas respostas de Deus, no campo da vida, ser-nos-á possível medir sempre as dimensões de nossa permanência pessoal ao lado Dele.


pelo Espírito André Luiz - Do livro: Respostas da Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier.

O ILUMINADO

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O ILUMINADO



As sucessivas ondas de perfume carreadas pelos ventos suaves da primavera faziam parte do festival de alegria que dominava a Natureza.

As folhas de mangueiras enfeitavam as portas das casas da aldeia, significando fecundidade em abundância, e o ashram se encontrava ornamentado de festões de flores de laranjeiras.

As pessoas transitavam felizes, ornadas de guirlandas coloridas, e as virgens descalças exibiam os braceletes e guizos reluzentes, assim como as jóias cintilantes que adornavam os sáris leves, dourados uns, prateados outros.

Enfeitadas com esmero e pintadas, aguardavam o Iluminado que deveria chegar, quais noivas ansiosas pelas núpcias anunciadas.

Crianças gárrulas, vestidas com cuidado, corriam de um para o outro lado, como abelhas operosas, embora não produzissem nada além da música estridente dos gritos e das risadas...

O Sol ameno beijava a terra verde exultante de vitalidade com carícia gentil.

De quando em quando, soavam os clarins anunciadores, informando a proximidade da comitiva que conduzia o Esperado.

O palanque no centro do ashram estava repleto com as autoridades e as personagens locais de maior destaque.

Todos O aguardavam com expectativa mal disfarçada.

Esperava-se que Ele chegasse numa carruagem ajaezada de gemas preciosas e ornada de ouro, conduzida por corcéis brancos igualmente recobertos de tecidos caros...

...Ele, porém, chegou caminhando, pés descalços, cabeça erguida e corpo coberto somente pela túnica em tonalidade açafrão, que lhe descia até ao solo.

Nenhum adorno se destacava na indumentária.

Os seus acompanhantes eram, também, destituídos de luxo e de ostentação.

A multidão não pôde esconder o desencanto.

Aguardava-se um rei poderoso que representava Brahma na Terra, e o mensageiro parecia tão pobre e sem valor!

Ele dirigiu-se ao estrado, subiu, calmamente, os degraus, saudou as personalidades com humildade, em melodiosas expressões Namastê!1

As pessoas acercaram-se mais e um silêncio cósmico facultou a oportunidade para Ele falar...

...Eu venho em nome da Luz Inapagável, que antecedeu ao tempo e ao espaço.

Eu sou o portador da Sua claridade, a fim de que toda a sombra se dilua nas mentes e nos corações humanos.

Eu sou a luminosa verdade que desalgema o Espírito da dominadora sombra da ignorância.

Eu sou o archote da esperança para quem busca, sou o socorro para quem o necessita.

Não tenho nada, além disso, nem me interessa possuir outras coisas...

Eu sou!...

Ante a expectação e a onda de ternura que invadiu as pessoas, um apelo maternal rompeu a pausa que Ele fez, rogando:

- Minha filha é cega! – e ergueu-a nos braços.

Ele sorriu, misericordioso, e, dos Seus olhos saíram raios brilhantes, atingindo a criança invidente, que gritou: - Vejo! – e prorrompeu em pranto...

Outrem suplicou:

- Cura as minhas feridas!

Ele estendeu as mãos que espraiaram radiante luz, que logo cicatrizou as úlceras...

...E todos que se encontravam nas trevas das aflições suplicaram remendos para os seus corpos corrompidos, enquanto Ele, curando-os, iluminou-lhes as almas equivocadas.

Quando a noite chegou estrelada, e Ele partiu, uma estrada esplendendo em luz feérica se estendeu da aldeia humilde, perdendo-se na direção do infinito.

O Iluminado compadecido, que nada possuía, era o amor que tudo pode e que se dá, deixando perene claridade naqueles que deambulam na escuridão da inferioridade.





pelo Espírito Rabindranath Tagore - Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 7 de julho de 2008, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
Em 23.03.2009. Do site: http://www.divaldofranco.com/mensagens.php?not=110.

sábado, 11 de junho de 2011

ESPIRITISMO

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil



ESPIRITISMO


O Espiritismo é a ilha da bonança,
No oceano de lágrimas e de dor,
Onde o homem cansado e sofredor
Encontra o porto amigo da esperança.

Porto claro e feliz, onde a alma alcança
Os tesouros de fé, crença e amor,
Sob as bênçãos divinas do Senhor,
E onde a vida decorre calma e mansa.

É na doutrina da fraternidade
Que o coração de toda a humanidade
Há de alcançar mais vida, paz e luz.

Somente o seu ensino verdadeiro
Pode reunir na Terra o mundo inteiro
No Evangelho sublime de Jesus.


pelo Espírito João de Deus - Do livro: Lira Imortal, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos

terça-feira, 7 de junho de 2011

TOXICODEPENDÊNCIA

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TOXICODEPENDÊNCIA

Remanescendo dos hábitos primários com predominância em indivíduos de constituição emocional frágil, o uso de substâncias psicoativas vem conduzindo larga faixa da Humanidade à toxicodependência.

Desfilam como fantasmas truanescos e atormentados os usuários do álcool, do tabaco e das drogas químicas que ameaçam o equilíbrio psicossocial dos grupos terrestres, devorados pela insensatez de traficantes perversos e criminosos que amealham fortunas ignóbeis através do arrebanhamento de multidões de enfermos para as fugas espetaculares da realidade na direção do aniquilamento orgânico em vã expectativa de extinção do corpo.

As grandiosas contribuições do pensamento, exteriorizado nas nobres realizações da Ciência e da Tecnologia, fomentaram também a corrida desenfreada pelo conforto excessivo e pelo poder irresponsável, na louca tentativa de possuir-se em abundância, para bem desfrutar-se com ganância.

Essa aspiração, que poderia ser valiosa se pautada em linhas de equilíbrio moral, normalmente empurra o ser para a competição alucinada, destruindo o sentido ético da existência humana pela volúpia do gozo da glória terrena.

Por consequência, o egoísmo solapa os ideais de fraternidade e de ventura coletiva, trabalhando em favor da individualização, ora muito bem vivenciada nas viagens, visitas e convivências virtuais, que vêm afastando as criaturas umas das outras mediante o relacionamento computadorizado, longe do calor das comunicações interpessoais, ricas de contato sensorial vitalizador.

De outra forma, as famílias mergulhadas no torvelinho dos interesses externos, desestruturam-se e os filhos são entregues a babás humanas ou eletrônicas, quando deveriam conviver com os pais e com eles haurir emoções de segurança propiciadas pelo amor, gerando responsabilidade e dever, que são essenciais para o respeito pela própria existência e a vida em todas as suas variadas expressões.

A ausência da ternura no lar e a permanência dos conflitos nos relacionamentos dos adultos oferecem à criança e ao jovem uma visão deformada da realidade, que passa a representar, no seu interior, um processo que deveria ser de segura formação psicológica, tornando-se um desafio que apavora e gera instabilidade, assim contribuindo para o favorecimento das fugas espetaculares para os vícios de toda natureza, quais a toxicodependência, o alcoolismo, o jogo de azar, conduzindo, não poucas vezes, ao suicídio e a outros comportamentos antissociais aberrantes e criminosos.

Não é, pois, de estranhar, quando crianças e jovens utilizam-se dos instrumentos de destruição para assassinarem colegas e mestres, ou quando adultos e adolescentes se armam para extermínios seriais, mais aumentando as estatísticas de pavor e de degradação humana.

A insegurança, portanto, que se deriva do abandono a que se veem relegadas as gerações novas, o desinteresse com que são toleradas, a irritação que provocam nos adultos imaturos e egotistas, que experienciam momentos de emotividade piegas tentando diminuir o impacto negativo dos seus comportamentos através de doações de coisas e caprichos, tornam difíceis o amadurecimento psicológico das mesmas, que se sentem atiradas ao sorvedouro da insensatez generalizada.

Concomitantemente, a má orientação escolar, pela falta de uma educação baseada em valores humanos e espirituais, apresentada por professores igualmente conflitivos e atormentados, torna-se porta de acesso ao desespero e à consequente queda no abismo da viciação.

É certo que existem incontáveis exceções, nas quais se apresentam pais e educadores, homens e mulheres nobres, mas sem uma conscientização geral que envolva autoridades, famílias e cidadãos na questão momentosa da prevenção das drogas, o problema visto pelo ângulo da repressão inconsequente, que somente pune os pequenos traficantes, ameaçando os usuários em desequilíbrio, sem alcançar os poderosos cartéis espalhados pelo mundo, de maneira alguma poderá modificar a gravidade do desafio, diminuindo-lhe sequer os excessos ou evitando-lhe a dominação.

Todos os indivíduos inseguros e conflituosos são vítimas em potencial do uso e do tráfico de drogas, que se encontram ao alcance de quantos desejem usá-las.

Por outro lado, a facilidade com que se vendem produtos farmacêuticos geradores de dependência química e propiciadores de transes alucinógenos ou de sensações de aparente paz, de relaxamento torna-se também estímulo poderoso para iniciações perigosas que terminam em abuso de substâncias destrutivas dos neurônios cerebrais e responsáveis por outros danos orgânicos irreparáveis e de alta essencialidade para a existência do ser.

Torna-se urgente uma política séria sobre as drogas químicas, a fim de ser corrigida e mesmo evitada a drogadição e criados Centros reeducativos para seus dependentes, através da qual haja seriedade no estudo, análise e aplicação dos esquemas de educação para a infância e a adolescência, ao lado de confiável compromisso familiar no que diz respeito à estruturação psicológica do educando.

A criança e o jovem, não obstante a aparência de fragilidade e a inocência ante as experiências atuais, são Espíritos vividos e portadores de largo patrimônio de conquistas positivas e negativas que lhes exornam a personalidade, facilmente despertáveis de acordo com os estímulos externos que lhes sejam apresentados. Eis porque os valores morais e éticos, quando cultivados, oferecem seguras diretrizes para o equilíbrio e a existência saudável, tornando-se antídoto valioso para o enfrentamento do perigo das drogas.

Somando-se a esses fatores externos os compromissos espirituais de cada criatura, não se pode negar a preponderância da interferência dos Espíritos desencarnados na conduta dos homens terrestres. Conforme as leis de afinidade e de sintonia, ocorrem as vinculações naturais, quando não de caráter recuperador em razão de antigos débitos para com aqueles que se sentem prejudicados ou que foram vitimados pela incúria e perversidade de quem os afligiu e infelicitou.

Nesse comenos, no período da iniciação ou mesmo antes dela, instalam-se as obsessões simples, que se convertem em problemas graves, derrapando para subjugações cruéis, nas quais, hóspedes e hospedeiro interdependem-se na usança das drogas devastadoras.

Quase sempre, após instalada a obsessão desse porte, o Espírito perturbador passa a experimentar o prazer gerador do vício, especialmente se antes da desencarnação esteve sob o jugo da infeliz conduta. Havendo desencarnado, mas não sucumbindo ante o tacape da morte, busca desesperado dar prosseguimento ao hábito doentio, sintonizando com personalidades fragilizadas e inseguras, levando-as à degradante toxicodependência.

A oração, as leituras edificantes, as conversações saudáveis, ao lado da terapêutica especializada, devem ser movimentadas para a recuperação do paciente e a sua entrega a Deus mediante os bons pensamentos e as ações relevantes que constituem recurso precioso para a terapia preventiva, assim como para a curadora.


pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda - Psicografia de Divaldo Pereira Franco. Do site: http://www.divaldofranco.com/mensagens.php?not=123.

ESCUTE!

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ESCUTE


Fracasso?

Não acredite em derrotas.

Lembre-se de que, pela bênção de Deus, você está agora em seu melhor tempo – o tempo de Hoje, no qual você pode sorrir e recomeçar.



pelo Espírito André Luiz - Do livro: Sinais de Rumo, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sábado, 4 de junho de 2011

CRISES SEM DOR

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil


CRISES SEM DOR


Fáceis de reconhecer as crises abertas.

Provação exteriorizada, dificuldade à vista.

Surgem, comumente, na forma de moléstias, desencantos, acidentes ou suplícios do coração, atraindo o concurso espontâneo das circunstantes a que se escoram as vítimas, vencendo, com serenidade e valor, tormentosos dias de angústia, como quem atravessa, sem maiores riscos, longos túneis de aflição.

Temos, porém, calamitosas crises sem dor, as que se escondem sob a segurança de superfície:

- quando nos acomodamos com a inércia, a pretexto de haver trabalhado em demasia...

- nas ocasiões em que exigimos se nos faça o próximo arrimo indébito no jogo da usura ou no ataque da ambição...

- qualquer que seja o tempo em que venhamos a admitir nossa pretensa superioridade sobre os demais...

- sempre que nos julguemos infalíveis, ainda mesmo em desfrutando as mais elevadas posições nas trilhas da Humanidade...

- toda vez que nos acreditemos tão supostamente sábios e virtuosos que não mais necessitemos de avisos e corrigendas, nos encargos que nos são próprios...

Sejam quais sejam os lances da existência em que nos furtemos deliberadamente aos imperativos da auto – educação ou de auxílio aos semelhantes, estamos em conjuntura perigosa na vida espiritual, com a obrigação de esforçar-nos, intensamente, para não cair em mais baixo nível de sentimento e conduta.

Libertemo-nos dos complexos de avareza e vaidade, intransigência e preguiça que nos acalentam a insensibilidade, a ponto de não registrarmos a menor manifestação de sofrimento, porquanto, de modo habitual, é através deles que se operam, em nós e em torno de nós, os piores desastres do espírito, seja pela fuga ao dever ou pela queda na obsessão.


pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Estude e Viva, Médiuns: Francisco Candido Xavier e Waldo Vieira.

LIBERDADE, SÃO PAULO.


Jardim Oriental, bairro da Liberdade, São Paulo. Na foto com as amigas Socorro e Gláudia.

FEIRA HOSPITALAR - SÃO PAULO


Na Expo Center Norte, em São Paulo. Feira Hospitalar, na companhia das amigas Gláudia, Vicentina e Socorro.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O BOM LADRÃO - HUMBERTO DE CAMPOS - CHICO XAVIER

O BOM LADRÃO



Alguns dias antes da prisão do Mestre, os discípulos, nas suas discussões naturais, comentavam o problema da fé, com o desejo desordenado de quantos se atiraram aos assuntos graves da vida, tentando apressadamente forçar uma solução.

– Como será essa virtude? De que modo conservá-la-emos intacta no coração? – inquiria Levi, com atormentado pensamento – Tenho a convicção de que somente o homem culto pode conhecer toda a extensão de seus benefícios.

– Não tanto assim – aventava Tiago, seu irmão – acredito que basta a nossa vontade, para que a confiança em Deus esteja viva em nós.

– Mas, a fé será virtude para os que apenas desejam? – Perguntava um dos filhos de Zebedeu.

A um canto, como distante daqueles duelos da palavra, Jesus parecia meditar. Em dado instante, solicitado ao esclarecimento, respondeu com suavidade:

– A fé pertence, sobretudo, aos que trabalham e confiam. Tê-la no coração é estar sempre pronto para Deus. Não importam a saúde ou a enfermidade do corpo, não têm significação os infortúnios ou os sucessos felizes da vida material. A alma fiel trabalha confiante nos desígnios do Pai, que pode dar os bens, retirá-los e restituí-los em tempo oportuno, e caminha sempre com serenidade e amor, por todas as sendas pelas quais a mão generosa do Senhor a queira conduzir.

– Mas, Mestre – redargüiu Levi, em respeitosa atitude – como discernir a vontade de Deus, naquilo que nos acontece? Tenho observado grande número de criaturas criminosas que atribuem à Providência os seus feitos delituosos e uma legião de pessoas inertes que classificam a preguiça como fatalidade divina.

– A vontade de Deus, além da que conhecemos através de sua lei e de seus profetas, através do conselho sábio e das inclinações naturais para o bem, é também a que se manifesta, a cada instante da vida, misturando a alegria com as amarguras, concedendo a doçura ou retirando-a, para que a criatura possa colher a experiência luminosa no caminho mais espinhoso. Ter fé, portanto, é ser fiel a essa vontade, em todas as circunstâncias, executando o bem que ela nos determina e seguindo-lhe o roteiro sagrado, nas menores sinuosidades da estrada que nos compete percorrer.

– Entretanto – observou Tomé – creio que essa qualidade excepcional deve ser atributo do espírito mais cultivado, porque o homem ignorante não poderá cogitar da aquisição de semelhante patrimônio.

O Mestre fitou o apóstolo com amor e esclareceu :

– Todo homem de fé será, agora ou mais tarde, o irmão dileto da sabedoria e do sentimento; porém, essa qualidade será sempre a do filho leal ao Pai que está, nos céus. O discípulo sorriu e obtemperou:

– Todavia, quem possuirá no mundo lealdade perfeita como essa?

– Ninguém pode julgar em absoluto – disse o Cristo com bondade – a não ser o critério definitivo de Deus; mas, se essa conquista da alma não é comum às criaturas de conhecimento parco ou de posição vulgar, é bem possível que a encontremos no peito exausto dos mais infelizes ou desclassificados do mundo.

O apóstolo sorriu desapontado, no seu cepticismo de homem prático. Dentro em pouco, a pequena comunidade se dispersava, à aproximação do manto escuro da noite.

Na hora sombria da cruz, disfarçado com vestes diferentes, Tomé acompanhou, passo a passo, o corajoso Messias.

Estranhas reflexões surgiam-lhe no espírito. Sua razão de homem do mundo não lhe proporcionava elementos para a compreensão da verdade toda. Onde estava aquele Deus amoroso e bom, sobre quem repousavam as suas esperanças? Seu amor possuiria apenas uma, cruz para oferecer ao filho dileto? Por que motivo não se rasgavam os horizontes, para que as legiões dos anjos salvassem do crime da multidão inconsciente e furiosa o Mestre amado? Que providência era aquela que se não manifestava no momento oportuno? Durante três anos consecutivos haviam acreditado que Deus guardava todo o poder sobre o mundo; não conseguia, pois, explicar como tolerava aquele espetáculo sangrento de ser o seu enviado, amorável e carinhoso, conduzido para o madeiro infamante, sob impropérios e pedradas. O prêmio do Cristo era então aquele monte da desolação, reservado aos criminosos?

Ansioso, o discípulo contemplou aquelas mãos, que haviam semeado a bem e o ardor, agora agarradas à cruz, como duas flores ensangüentadas. A fronte aureolada de espinhos era uma nota irônica, na sua figura sublime e respeitável. Seu peito tremia, ofegante, seus ombros deveriam estar pisados e doloridos. Valera a pena haver distribuído, entre os homens, tantas graças do céu? O malfeitor que assaltava o próximo era, agora, a seu ver, o dono de mais duradouras compensações.

Tomé se sentia como que afogado. Desejou encontrar algum dos companheiros para trocar impressões; entretanto, não viu um só deles. Procurou observar se os beneficiados pelo Messias lhe assistiam ao martírio humilhante, na hora final, lembrado de que ainda na véspera se mostravam tão reconhecidos e felizes com sua presença santa. A ninguém encontrou. Aqueles leprosos que haviam recuperado o dom precioso da saúde, os cegos que conseguiram rever o quadro caricioso da vida, os aleijados que haviam cantado hosanas à cura de seus corpos defeituosos, estavam agora ausentes, fugiam ao testemunho. Valera, a pena praticar o bem? O apóstolo, mergulhado em dolorosos e sombrios pensamento, deixava absorver-se em estranhas interrogações.

Reparou que em torno da, cruz estrugiam gargalhadas e ironias. O Mestre, contudo, guardava no semblante uma serenidade inexcedível. De vez em quando, seu olhar se alongava por sobre a multidão, como querendo descobrir um rosto amigo.

Sob as vociferações da turba amotinada, a Tomé parecia-lhe escutar ainda o ruído inolvidável dos cravos do suplício. Enquanto as lanças e os vitupérios se cruzavam nos ares, fixou os dois malfeitores que a justiça do mundo havia condenado à pena última. Aproximou-se da cruz e notou que o Messias punha nele os olhos amorosos, como nos tempos mais tranqüilos. Viu que um suor empastado de sangue lhe corria do rosto venerável, misturando-se com o vermelho das chagas vivas e dolorosas. Com aquele olhar inesquecível, Jesus lhe mostrou as úlceras abertas, como o sinal do sacrifício. O discípulo experimentou penosa emoção a lhe dominar a alma sensível. Olhos nevoados de pranto, recordou os dias radiosos do Tiberíades.

As cenas mais singelas do apóstolo ressurgiam ante a sua imaginação. Subitamente, lembrou-se da tarde que haviam comentado o problema da fé, parecendo-lhe ouvir ainda as elucidações do Mestre, com respeito à perfeita lealdade a Deus.

Reflexões instantâneas lhe empolgaram o coração.

Quem teria sido mais fiel ao Pai do que Jesus?

Entretanto, a sua recompensa era a cruz do martírio! Absorto em singulares pensamentos, o apóstolo observou que o Messias lançava agora os olhos enternecidos sobre um dos ladrões que o fixava afetuosamente.

Nesse instante, percebeu que a voz débil do celerado se elevava para o Mestre, em tom de profunda sinceridade :

– Senhor! – disse ele, ofegante – lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino!...

O discípulo reparou que Jesus lhe endereçava, então, o olhar caricioso, ao mesmo tempo que aos seus ouvidos chegavam os ecos de sua palavra suave e esclarecedora:

– Vês, Tomé? Quando todos os homens da lei não me compreenderam e quando os meus próprios discípulos me abandonaram, eis que encontro a confiança leal no peito de um ladrão!...

Inquieto, o discípulo meditou a lição recebida e, horas a fio, contemplou o espetáculo penoso, até ao momento em que o Mestre foi retirado da cruz da derradeira agonia. Começava, então, a compreender a essência profunda de seus ensinos imortais.

Como se o seu espírito fora transportado ao cume de alto monte, pareceu-lhe observar daí a pesada marcha humana. Viu conspícuos homens da lei, sobraçando os livros divinos; doutores enfatuados de orgulho passavam eretos, exibindo os mais complicados raciocínios. Homens de convicções sólidas integravam o quadro, entremostrando a fisionomia satisfeita. Mulheres vaidosas ou fanáticas lá iam, igualmente, revelando seus títulos diletos. Em seguida, vinham os diretamente beneficiados pelo Mestre Divino. Era a legião dos que se haviam levantado da miséria física e das ruínas morais. Eram os leprosos de Jerusalém, os cegos de Cafarnaum, os doentes de Sidon, os seguidores aparentemente mais sinceros, ao lado dos próprios discípulos que desfilavam envergonhados e se dispersavam, indecisos, na hora extrema.

Possuído de viva emoção, Tomé se pôs a chorar intimamente. Foi então que presumiu escutar uns passos delicados e quase imperceptíveis. Sem poder explicar o que se dava, julgou divisar, a seu lado, a inolvidável figura do Mestre, que lhe colocou as mãos leves e amigas sobre a fronte atormentada, repetindo-lhe ao coração as palavras que lhe havia endereçado da cruz :

– Vês, Tomé? Quando todos os homens da lei não me compreenderam e os próprios discípulos me abandonaram, eis que encontro a confiança leal no peito de um ladrão!...


pelo Espírito Humberto de Campos - Do Livro: Boa Nova, Médium: Francisco Cândido

DOUTRINAR E TRANSFORMAR - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Meus amigos: Em verdade é preciso doutrinar para esclarecer. Mas é imprescindível, igualmente, transformar para redimir. Doutrinação q...