segunda-feira, 31 de outubro de 2011

APOCALIPSE

Não apenas o ambiente físico terreno sofrerá com essa transformação,
que já se opera lentamente, mas o mundo espiritual
ou extrafísico será igualmente afetado. As regiões do umbral
ou astral inferior serão esvaziadas.
Hoje, em vosso tempo, já se observa um número cada vez mais
crescente de espíritos, provenientes dessas regiões trevosas, reencarnando
e tendo, nesta existência, sua última chance de melhora no ambiente
terrícola. O aumento da marginalidade, dos crimes e de toda
sorte de desequilíbrios já é o resultado da reencarnação dessas almas
delinqüentes, que compõem as falanges daqueles que serão banidos do
orbe terráqueo. Tais experiências reencarnatórias se processam com a
dupla finalidade de esvaziar o umbral e de conceder a esses espíritos a
última chance para se renovarem, sob o céu abençoado do planeta
Terra.
As reuniões de amparo e auxílio aos desencarnados e encarnados,
realizadas pelos companheiros espíritas e espiritualistas, promovem o
socorro e o resgate das almas que já estão mais preparadas para abandonar
o ambiente das regiões inferiores do mundo astral, contribuindo
para o saneamento da atmosfera psíquica global.
Com a verticalização do eixo terrestre, o mundo alcançará não somente
estabilidade geológica, mas climática igualmente. Isso produzirá
um mundo ideal, onde os espíritos que aqui permanecerem terão o
ensejo de trabalhar mais tranqüilamente para a reconstrução da pátria
terrestre. As possíveis comoções físicas, sociais ou políticas servirão
como fogo purificador para testar a resistência, a honestidade e a elevação
de princípios daqueles que se candidataram a um mundo melhor.
Enquanto todas essas modificações se processam no panorama físico,
a humanidade se aperfeiçoa intimamente, espiritualizando-se.

Fragmento do livro "Apocalipse", pelo espírito Estêvão, psicografado por Robson Pinheiro.

domingo, 30 de outubro de 2011

CADA AVE EM SEU NINHO

O mal reside na furna da ignorância.

O ódio respira nas trincheiras da discórdia.

A inveja mora no deserto da insatisfação.

A tristeza improdutiva desabrocha no abismo do desânimo.

A perturbação cresce no precipício do dever não cumprido.

O desequilíbrio desenvolve-se no despenhadeiro da intemperança.

A crueldade nasce no pedregulho da dureza espiritual.

A maledicência brota no espinheiral da irreflexão.

A alegria reside no coração que ama e serve.

A tranqüilidade não se aparta da boa consciência.

A fé reconforta-se no templo da confiança.

A solidariedade viceja no santuário da simpatia.

A saúde vive na submissão à Lei Divina.

O aprimoramento não se separa do serviço constante.

O dom de auxiliar mora na casa simples e acolhedora da humildade.

Cada ave em seu ninho, cada cousa em seu lugar.

Há muitas moradas para nossa alma sobre a própria Terra.

Cada criatura vive onde lhe apraz e com quem lhe agrada.

Procuremos a estrada do verdadeiro bem que nos conduzirá à felicidade perfeita, de vez que, segundo o ensinamento do Evangelho, cada espírito tem o seu tesouro de luz ou o seu fardo de sombra, onde houver colocado o próprio coração.


pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Construção do Amor, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sábado, 29 de outubro de 2011

2012: CRISE DE CONSCIÊNCIA

Profecia de 2012 será sobre crise de consciência":

Fernando Malkún


Há quinze anos atrás, Fernando Malkun, barranquillero ( natural de Barranquilla, uma cidade da Colômbia) de origem libanesa, deixou a arquitetura que tinha estudado na Universidade de los Andes, e a qual havia se dedicado por quase uma década, para responder às perguntas que se atravessaram em sua vida. Durante esse tempo, ele se encontrou com a cultura Maia e dedicou-se completamente ao seu estudo. Hoje é um especialista no tema, com reconhecimento internacional e continua viajando pelo mundo explicando a mensagem que esta civilização deixou para os seres humanos.



Os maias disseram que o mundo iria acabar em 2012?


Estão gerando um pânico coletivo absurdo aduzindo que eles tinham anunciado que o mundo iria acabar em dezembro de 2012. Não é verdade. Os Maias nunca usaram a palavra fim. Anunciaram um momento de mudança, de grande aumento de energia do planeta, o que causaria "eventos de destino", isto é, definitivos, nas pessoas. O problema é que o nível de consciencia da maioria das pessoas atinge apenas o fim do mundo e não a transformação de consciencia.


Quando isso vai acontecer?


Não vai acontecer, está acontecendo. As pessoas não estão juntando todas as peças do quebra-cabeças para perceber isso. Acreditam apenas que estes eventos atuais são causados por um conjunto de "coincidencias" evolutivas. Mas estamos em uma onda de mudanças como nunca antes.


O que se percebe, segundo o que é dito pelos Maias?


A profecia anunciou que o planeta aumentaria a sua freqüência vibracional, o que é um fato: esta freqüência, que se mede com a ressonância Schumann, passou de 8 a 13 ciclos. Todos os planetas do sistema solar estão mudando. De 1992 até hoje, os pólos de Marte desapareceram 60 por cento e Vênus tem quase o dobro de luminescência. Passamos 300 anos registrando o Sol e as tempestades solares maiores têm ocorrido nos últimos seis meses. Houve um aumento de terremotos de 425 por cento. Tudo está acelerado dos pontos de vista geofísico e solar. Nosso cérebro, que irradia suas próprias ondas, é afetado por essa maior irradiação do sol. Essa carga eletromagnética é o motivo por que sentimos o tempo mais rápido. Não é o tempo físico, mas o tempo de percepção emocional.


Fale sobre 1992. Por que este ano? O que aconteceu ?


A essência das profecias maias é comunicar a existência de um ciclo de 26.000 anos, chamado "o grande ciclo cósmico". Tudo, estações, meses, dias se ajustam a esse ciclo. Há 13 mil anos atrás, o sol –assim como agora- irradiou mais energia no planeta e derreteu a camada de gelo . Essa camada desaguou no mar, elevou o seu nível em 120 metros e ocorreu o chamado "Dilúvio Universal ". Os Maias disseram que quando o sistema solar estiver novamente a 180 graus de onde estava a 13.000 anos atrás, a Estrela do Norte brilha sobre o pólo, a constelação de Aquário aparece no horizonte e o trânsito décimo terceiro de Vênus se der - o que vai acontecer em 6 de junho de 2012 - o centro da galáxia pulssará e haverá manifestações de fogo, água, terra, ar. Eles falam, especificamente, de dois períodos de vinte anos , de 1992 a 2012 e 2012-2032 - de intensas mudanças.


Por que anunciavam isso?


A proximidade da morte faz com que as pessoas repensem suas vidas, examinem e corrijam a direção que tomam. Isso é algo que ocorre somente se algo se aproxima de você, ou você passa diretamente, te impacta tremendamente. Isto é o que tem acontecido com os tsunamis,os terremotos, as catástrofes naturais de que vivemos, os conflitos sociais, economicos, etc.


Então, eles falam de morte.



Eles falam de mudança, de um despertar da consciência. Tudo o que está errado com o planeta está se potencializando com o objetivo de que a mente humana se dedique a resolvê-lo. Há uma crise de consciência individual. As pessoas estão vivendo "eventos de destino", seja em seus relacionamentos, seus recursos, em sua saúde. É um processo de mudança que se baseia principalmente no desdobramento invisível, e está afetando em especial à mulher.


Por que as mulheres?


A mulher é quem terá o poder de criar a nova era, devido à sua maior sensibilidade. De acordo com as profecias - não só as maias, mas muitas-, a era que se aproxima é de harmonia e espiritualidade. As coisas que estão mal vão se resolver no período que os Maias chamaram de "tempo do não tempo", que será de 2012-2032. Desde 1992, o percentual de mulheres que vêem a aura (seres curadores) do planeta tem aumentado. Hoje, é de 8,6 por cento. Imagine que em 2014 seja de 10 por cento. Isso significaria o início de um período mais transparente. Essa seria a direção da mudança não violenta.


Mas o que se vê hoje é um aumento na agressividade ...



As duas polaridades são intensificadas. Estão abertos os dois caminhos, o negativo, escuro, destruição, de confronto do homem com o homem; e o de crescimento da consciência. Existem várias vozes que estão levando os seres humanos a pensar sobre isso. Desde 1992, as informações proibidas dos gnósticos, dos maçons, dos Illuminati, estão abertas para que se utilize no processo de mudança de si mesmo. A religião esta acabando e a religiosidade é que irá permanecer.


Tudo isso , os Maias deixaram de escrito, assim específico?


Não a esse ponto. Eles disseram que o sol iria mudar as condições do planeta e criar "eventos de destino ". O sol bateu todos os recordes este ano. Os Terremotos aumentaram 425 por cento. A mudança de temperatura é muito intensa: de 92 para cá aumentou quase um grau, o mesmo que subiu nos últimos 100 anos anteriores. Antes, havia 600 ou 700 tormentas elétricas simultâneas, hoje há duas mil. Antes se registravam 80 raios por segundo, agora caem entre 180 e 220.


Como eles sabiam que isso ia acontecer?


Eles tinham uma tecnologia extraordinária. Em suas pirâmides havia altares de onde eles estudaram o movimento do sol no horizonte. Produziam gráficos com os quais sabiam quando haveria as manchas solares, quando aconteceriam tempestades elétricas. Foi um conhecimento que receberam dos egípcios, que, por sua vez, o receberam dos sacerdotes sobreviventes da Atlântida, civilização destruída 13.000 anos atrás. Os Maias aperfeiçoaram o conhecimentos e foram os criadores dos calendários mais precisos. Um deles, chamado “Conta larga” termina em 21 de dezembro de 2012, e marca o ponto do centro exato do período de 26.000 anos. Eles sabiam que essas mudanças estavam vindo e o que eles fizeram foi dar essa informação para o homem de 2012.


Será que estas mudanças só foram levantadas por eles?



Todas as profecias falam da mesma coisa. Os hindus, por exemplo, anunciam o momento de mudança e falam sobre a chegada de um ser extraordinário qual o mundo ocidental cristão apregoa. Os Maias nunca falaram de um ser extraordinário que viria para nos salvar, mas falaram de crescer em consciência e assumir a responsabilidade, cada ser na sua individualidade.




E se as pessoas não acreditam nisso?



Acreditando ou não, vai senti-lo no seu interior. A mudança que estamos vivenciando não é algo de se acreditar ou não. Neste momento, a maioria está vivendo um tempo de avaliação de sua vida. Por que estou aqui, o que está acontecendo, para onde eu quero ir? Basta olhar o crescimento da busca de espiritualidade, não de religiosidade, porque a religião não está dando mais respostas às pessoas.


A sua vida pessoal mudou?


Há quinze anos atrás, eu era tremendamente materialista. Minha conduta é muito diferente hoje. Eu me perguntei por que estava aqui, para quê, e por razões especiais acabei metido no mundo Maia. E posso afirmar que não se tratam de crenças falsas para substituir crenças falsas. Tirei muitas histórias da minha mente, mas eu ainda estou no terceiro nível de consciência, que é dominante no planeta.



Quem está mais em cima?


Há pessoas que estão em um nível 4 ou 5. São as menos famosas, de perfil baixo. Em uma viagem conheci um jardineiro extraordinário, por exemplo. Estes seres estão em serviço permanente, afetando a vida de muitas pessoas, mas não publicamente.


O que devemos fazer, de acordo com essa teoria?


O universo está nos dando uma oportunidade individual para reestruturar nossas vidas. A maneira de sincronizar-nos é, primeiro, não ter medo, perceber que podemos mudar nossa consciência. A física quântica já disse: a consciência modifica a matéria. O que significa que sua vida depende daquilo que você pensa. A distância entre causa e efeito tem diminuído. Há vinte anos atrás, para que se manifestasse algo em sua vida, necessitava-se de muita energia. A vinte anos atrás qualquer fator de punição de um ato maldoso ganhavam-se os anos para receber alarde. Hoje tudo ganha destaque rápido. A corrupção pelo mundo a fora tem ganhado destaque internacional. As ditaduras estão caindo. As religiões estão a cada dia mais problemáticas, Hoje, você pensa algo e em uma semana está acontecendo. Sua mente causa isso. O que devemos é buscar, as respostas estão aí. Basta ter olhos para ver e ouvidos para ouvir.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL



Constantino Saraiva tornara-se muito conhecido por suas produções mediúnicas e, embora sua cota de tempo e possibilidades materiais continuassem exíguas, conquistara amizades numerosas, ensejando involuntariamente enormes expectativas em torno do seu nome.

Toda missão útil, porém, encontra obstáculos nos lugares onde a luz não foi recebida pela maioria dos corações, e Constantino, dada a ampliação natural das responsabilidades, tornara-se alvo de forças inferiores, no visível e no invisível. Companheiros encarnados seguiam-lhe os passos, ansiosos por saber se dava testemunho pessoal das verdades de que se constituíra instrumento e as entidades vagabundas, deslocadas do vampirismo pelos Espíritos Superiores, a se fazerem sentir por intermédio dele, anotavam-lhe as mais insignificantes atitudes e não lhe perdoavam a decisão de manter-se firme na fé, apesar de tropeços ou tempestades.

Criou-se, assim, em derredor do médium Saraiva, considerável bagagem de lutas. É de justiça, contudo, advertir que esse movimento hostil não derivava apenas do psiquismo de Constantino, mas para combater o venerável Fanuel, o Espírito sábio e benevolente que ministrava substanciosas lições por meio de suas faculdades.

Os malfeitores desencarnados desenvolviam todos os recursos de insinuação. Recebia Saraiva propostas de salários vultosos, convites para mudar de situação; e como não vingasse a sugestão do ouro, tentaram o trabalhador no capítulo do sentimento. Feriram Constantino nos sonhos mais íntimos do coração; mas, preparado contra os alvitres da luxúria, resignou-se o médium e a máquina de serviços continuou sem perturbações. Tal serenidade, todavia, não vinha à superfície por conquistas dele próprio, mas porque Fanuel montava guarda ativa e permanente, cooperando na integridade e desdobramento da tarefa.

A situação caracterizava-se por notável harmonia, quando os adversários gratuitos prepararam sutil cilada, em que o médium seria vítima das próprias intenções.

Grande número de confrades, de populosa cidade, realizava valioso empreendimento para difusão do Espiritismo evangélico, mas, a ambição e o egoísmo, a breve trecho, acocoraram-se como dois monstros na empresa dos obreiros desprevenidos. A obra ameaçava ruir. Amigos da véspera dividiam-se em campos opostos. Envenenados de personalismo destruidor, brandiam as armas da insídia e da leviandade, através de Tribunais e Secretarias. A obra generosa transformara-se, pela invigilância da maioria, num grande movimento de ambições comercialistas. Inegavelmente, havia ali, como em toda parte, trabalhadores honestos e sacrificados, mas, qualquer solução justa só poderia resultar de uma cooperação geral.

No auge da luta, os caricaturistas da zona invisível lembraram o Saraiva. Não seria chegado o momento de lhe inutilizar as energias desferindo golpes no Instrutor espiritual? Alguém chegou mesmo a declarar sutilmente:

– Insinuaremos a vinda do Constantino, e se chamarem Fanuel a esclarecimentos, é natural que não possa ele atender à generalidade, onde há tantos descontentes. Estabelecida a impressão nervosa nos culpados, entraremos a dominar os incautos e promoveremos atritos fortes. É de esperar que o escândalo tome proporções devastadoras e, em seguida, Saraiva há de procurar quem lhe exaltou as qualidades de pião.

Riu-se o grupo gostosamente e deu mãos à obra.

Daí a dias, Constantino foi convidado a visitar a grande cidade, onde lavrava a confusão lastimável. Consultaram o chefe de serviço quanto à licença, e como não houvesse embargos de qualquer natureza, Saraiva poderia partir oportunamente. Constantino, porém, assoberbado de obrigações diversas, não desejava empreender a viagem estafante – mais de mil quilômetros de via férrea – e manteve-se no retraimento que lhe era peculiar.

Os malfeitores, contudo, desejavam atingir seus fins e sugeriram sutilmente que se oferecesse a Saraiva homenagens espetaculares. Mais alguns dias e Constantino soube, pelos jornais, que lhe preparavam recepção de grande vulto. Reunir-se-iam os companheiros em preitos honrosos, cada solenidade congregaria número considerável de admiradores e amigos.

Constantino, que não conhecia as tramas e os dramas distantes, comoveu-se ao extremo. Já que se tratava de movimento tão honroso e distinto, abalançar-se-ia à viagem, sem mais hesitação. Orou, meditou. Fanuel aproximou-se e recomendou vigilância. Não era essa, entretanto, a advertência comum, de todos os dias?

Cheio de emoção, o médium não percebia que fora beliscado na vaidade de criatura falível. No seu modo de entender, devia sacrificar-se, correr ao encontro dos seus irmãos na fé. Não se organizavam homenagens em sua honra? Longe de recordar que semelhantes preitos deviam conferir-se a quem de direito, a começar por Jesus-Cristo, e não a ele Constantino, operário a meio da tarefa, ignorando se lhe chegaria a termo, dignamente, começou por antever as demonstrações de apreço, os aplausos gerais, e iniciou providências imediatas.

Reconhecendo-lhe a perigosa atitude mental, Fanuel procurou socorrê-lo por intermédio do chefe de serviço.

Na manhã em que deliberou em contrário, o rapaz procurou o diretor de trabalho e pediu humilde:

– Doutor, mudei de opinião relativamente à viagem e desejo o favor de sua licença.

Avisado intuitivamente por Fanuel, o interpelado obtemperou:

– Não me oponho aos seus desejos, mas olhe que as necessidades do serviço também mudaram. Seria difícil autorizar sua ausência, agora. Não seria possível adiar o projeto?

– Mas, doutor – considerou o médium –, os companheiros preparam-me grandes festividades para as quais, naturalmente, despenderam recursos e receio passar por ingrato. Além do mais, creio que precisam de minha colaboração nas dificuldades e sofrimentos que arrastam no momento e não desejo parecer indiferente.

Fixou-o o diretor e observou:

– Não tenho interesse em desviá-lo de obrigações que considera sagradas, mas sou de parecer que deve ponderar as próprias disposições. Se pretende viajar em tarefa de auxílio, não esqueça a vigilância. Onde a razão de festivais e homenagens? O regozijo não mora em companhia da angústia.

O médium fora sacudido pelas forças da Verdade, mas não despertou. Fanuel fazia o possível para acordá-lo, mas perdia os melhores esforços. Os dias continuaram registrando a insistência de Saraiva e a natural esquivança do chefe de serviço, até que, notando este a firme resolução do rapaz, não quis parecer tirânico e acabou por dizer-lhe:

– Pois bem, Saraiva, pode ir quando julgar conveniente. Você é dono de sua pessoa e cada qual deve conhecer as obrigações próprias.

Obtida a permissão, o médium tomou as primeiras providências. Nesse ínterim, registrava-se grande contentamento dos adversários gratuitos e enorme preocupação dos amigos sinceros de Constantino.

A escola de Fanuel, na esfera superior, começou a ser visitada por companheiros esclarecidos, desejosos de informações sobre o assunto.

Um velho amigo perguntou ao respeitável mentor:

– Será crível que Saraiva deite a perder patrimônio tão considerável, inclinando-se a aventuras dessa ordem, só por causa de homenagens barulhentas e exaustivas?

– Não é bem isso – explicava o orientador –, Constantino sempre confiou em minha assistência. Tal como a maioria das criaturas, ele não compreenderia nosso auxílio fora da velha ternura terrestre, a exprimir-se em palavras doces. É claro que ele também é Espírito e tem as suas responsabilidades. Poderá atender plenamente aos caricaturistas que o alvejam, mas, antes disso, não lhe negarei assistência fraternal. Talvez não nos entenda de pronto, e, contudo, nossa cooperação segui-lo-á.

Mais tarde, veio a devotada mãe de Saraiva e inquiriu :

– Fanuel, venho rogar seus bons ofícios. Creio que a situação é difícil e perigosa.

O mentor generoso tranqüilizou a entidade materna:

– Minha irmã pode voltar às suas tarefas espirituais plenamente confiante. Constantino não ficará sem a nossa colaboração.

No outro dia o velho Jerônimo, também grande amigo de Saraiva, depois das primeiras considerações, perguntou:

– Fanuel, por que não procuras eliminar a dificuldade imediatamente? O pobre médium não vive isento da ignorância peculiar aos encarnados no mundo. Não haverá meios de modificar a situação já, já?

O interpelado, com a serenidade de perfeito otimismo, esclareceu:

– Jerônimo, quando viveste na Terra ouviste falar alguma vez de reses estouradas?

– Sem dúvida.

– Pois a mente, quando obcecada pelo impulso do próprio capricho, é como se fora rês estourada – continuou Fanuel, bondoso –, não se pode remediar a situação com êxito, senão a longas distâncias. O primeiro recurso é a porteira forte; se esta não vinga, recorre-se ao laço, e tudo isso, embora magoe e fira o animal, constitui medida de salvação de morte certa. Pelas amizades que conquistou, vive Saraiva em pastagem muito extensa. Para opor-lhe uma porteira, necessitamos longa distância. Ele pretende viajar mais de mil quilômetros. Pois bem: não poderei cercar-lhe a mente caprichosa senão a termo do objetivo. Se falhar a porteira, recorrerei então ao laço, nesse trabalho de assistência.

Jerônimo meditou a explicação sábia e mergulhou em silêncio.

Daí a alguns dias era chamado por Fanuel, que lhe confiava os trabalhos da sua escola ativa, esclarecendo:

– Peço me substituas por três dias. Devo cercar hoje a mente de Constantino. Levarei Natércio, mesmo porque, segundo já sabes, falhando os recursos iniciais, utilizarei outros mais fortes.

E, sorrindo bondosamente, acrescentava :

– Quantas vezes o encarnado quebra uma perna ou se esvai em sangue de escoriações quando socorrido? Devemos admitir providências, que tais, no quadro dos serviços comuns. Assistirei Saraiva em todas as circunstâncias, e talvez me demore.

Com efeito, nessa noite, o médium chegava à grande cidade, depois de rodar vinte e quatro horas a fio, sobre os trilhos. Antes de atingir a estação dos abraços efusivos e dos aplausos superficiais, um amigo vem vê-lo, trazido por Fanuel, relacionando a ocorrência na série dos casos felizes. Abraçam-se. E quase meia-noite; Saraiva, cansadíssimo, aguarda o conforto da cama de hotel.

O companheiro regozija-se e exclama:

– Por aqui, tudo bem. Algumas dificuldades, mas creio que você gozará horas de entretenimento e descanso. Tenho a impressão de que numerosos amigos nossos disputam em torno de precários patrimônios materiais, mas isso não turvará o seu horizonte. Enfrentaremos a situação serenamente.

Natércio, o colaborador de Fanuel, aproxima-se do médium e aconselha a oração. Era meia-noite, enorme o cansaço, mas Saraiva pede ao amigo que o ajude numa prece. Não deveria inclinar-se à inspiração do Alto, antes de penetrar o terreno de serviços novos? O companheiro acedeu e elevaram mente e coração ao plano superior. Meditaram e esperaram. Fanuel considerou chegada a hora de opor o impedimento prometido.

Tomando a mão de Constantino, escreveu firme:

"Grande é a luta, áspera a discórdia. Nossos irmãos ignorantes da luz espiritual contendem na ambição e no personalismo destruidores. Necessitam de bisturi a fim de vazarem o tumor da má-vontade. Quererias servir de instrumento, meu filho, quando estás sendo utilizado em tarefa superior? Considera as responsabilidades que te cabem. E se prezas nossa humilde opinião, regressa a todo pano, antes do amanhecer."

Fanuel não se estendeu em outras considerações. Constantino sentia amarguras de derrotado. E o festival e as homenagens, os amigos incientes da verdadeira fé? Num átimo, Natércio aplica-lhe fluidos salutares. Saraiva lê a mensagem em voz alta. Está muito pálido, desencantado. Mas os fluidos de Natércio o envolvem inteiramente, atenuando os efeitos dolorosos da volta à realidade e ao dever. Constantino cria forças e diz:

– Se é assim, vamos voltar.

E ante o amigo admirado, tomou o comboio de regresso, pela madrugada, antes do amanhecer.

Entretanto, somente de volta, cessada a influência cariciosa de Natércio, Constantino verificou que sua mágoa era profunda. Viajar mais de mil quilômetros, sacrificar-se e voltar sem atingir o menor dos objetivos?

Dias passaram sobre os seus desgostos, e o médium, na primeira reunião, recebeu encorajadora mensagem de Fanuel, que lhe dizia contente:

– Estou satisfeito: Se não te posso dar boa nota em prudência, concedo-te ótima classificação em obediência. Não te agastes, Constantino. Ninguém pode despertar do sono a toque de ternura. Às vezes, são necessários jatos de água fria. E quem poderá afirmar que isso não seja assistência amorosa?

Saraiva, mais animado, retomou a luta, mas até hoje talvez ignore que, se não ganhara boa nota em prudência, nem mesmo a obediência lhe pertencia.


pelo Espírito Humberto de Campos - Do livro: Reportagens e Além Túmulo, Médium: Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

GRANDEZAS



O Sol que nos garante a existência, no distrito do Universo em que estagiamos é, aproximadamente, um milhão e trezentas mil vezes maior que a nossa Terra, entretanto, com toda essa grandeza, não é capaz de cumprir a missão da vela na vastidão noturna, quando te dispões a socorrer um enfermo desamparado.

O antigo palácio do Louvre, em Paris, é um dos mais amplos do mundo, porquanto, a sua área cobre o espaço aproximado de duzentos mil metros quadrados, mas, apesar disso, não se desloca para desempenhar o papel do telheiro humilde em que abrigas os que jazem sem teto.

A catarata de Paulo Afonso, no Brasil, é das mais possantes do Planeta, com cerca de oitenta metros de altura e capacidade aproximada de dois milhões de cavalos-vapor, todavia, embora o imenso potencial de força em que se caracteriza, não te substitui a energia, quando sustentas uma criança doente, na concha dos braços, acalentando-lhe os dias.

A maior bacia hidrográfica do Orbe Terrestre é a Bacia Amazônica, com cerca de sete milhões de quilômetros quadrados, apresentando o Amazonas como sendo o seu rio soberano, contudo, apesar de sua glória fluvial não é capaz de estender o copo de água pura que sentes a alegria de ofertar ao sedento que te bate à porta.

Segundo é fácil de observar, há grandezas e grandezas, no entanto, a maior de todas é a do amor com que renovas e engrandeces a vida.

Com esse recurso sublime, coloca-te sobre a majestade das próprias estrelas, de vez que, em nome de Deus, consegues aproximar-te dos irmãos do caminho, com o poder de servir e compreender, abençoar e auxiliar.


pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Mentores e Seareiros, Médium: Francisco Cândido Xavier - Autores Diversos

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

PERDAS

São compreensíveis as lamentações e os pesares, o pranto e os suspiros, pois o ser humano passa por processos psicológicos de adaptação e de reajuste às perdas da vida.



“Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar. Porque, o que chamais destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos.” (resposta à questão 728 do Livro dos Espíritos: É lei da Natureza a destruição?)



Nascer e morrer fazem parte de um fenômeno comum e necessário. Tudo nasce, tudo se desenvolve, mas tudo se definha. Sempre há um tempo de partir.



A morte na Terra é o término de uma existência física, é a passagem do ser infinito para uma nova forma existencial. Ela é um interlúdio, ou seja, um intervalo entre as diversas transformações da vida, a fim de que a renovação e a aprendizagem se estabeleçam nas almas, ao longo da eternidade.



Morrer não é uma perda fatal, não é um mal, é um essencial processo de harmonização da Natureza. Durante quanto tempo lamentaremos o passamento de um ser amado? Dependerá de como estamos preparados para isso, de que modo ocorreu a morte, de como era a nossa história pessoal com ele. No entanto, a perda de um ente querido é universalmente causa de tristezas e de lágrimas, em qualquer rincão do Planeta, mas a forma como demonstramos esses nossos sentimentos e emoções está intimamente moldada ao nosso grau evolutivo. O conjunto de conhecimentos adquiridos, ou seja, o acervo cultural, espiritual e intelectual que possuímos, é de fundamental importância em nossa maneira de expressar essa perda.



Por isso, devemos entender e respeitar as múltiplas reações emocionais manifestadas no luto, pois acontecem de conformidade com as estruturas psicossociais que caracterizam cada indivíduo, levando sempre em conta suas diferentes nacionalidades, crenças e costumes peculiares.



A dor da perda, contudo, está radicada na incompreensão a seu respeito ou na apreensão que a precede e a acompanha. Eliminando-se esses fatores, os indivíduos verão a morte como um momento de renovação inerente à Natureza. Inquestionavelmente, é um período que antecede o reencontro dos atuais e dos antigos amores.



São compreensíveis as lamentações e os pesares, o pranto e os suspiros, pois o ser humano passa por processos psicológicos de adaptação e de reajuste às perdas da vida. Os pesares e os murmúrios fazem parte da sequência de fatos interiores, que são provimentos mentais gradativos e difíceis, através dos quais as criaturas passam a aceitar lentamente a ausência – mesmo convictas de sua temporalidade – das pessoas que partiram.


Uma das mais importantes funções da tristeza é a de propiciar um ajustamento íntimo, para que a criatura replaneje ou recomece uma nova etapa vivencial. É importante identificarmos nossa tristeza e sua função de momento; jamais devemos, no entanto, identificar-nos com ela em si.



“Não, não é verdade! Não pode estar acontecendo!”, “Isso deve ser um horrível pesadelo que vai acabar!” são expressões comumente usadas como negação. São reações costumeiras diante de perdas desesperadoras. A recusa em admitir os fatos e as circunstâncias que os determinaram é uma forma de defesa habitual nas situações devastadoras com nossos entes queridos. É necessária a bênção do tempo para que a alma elabore novamente um ajustamento mental e reúna forças para compreender a privação e a real extensão promovida pela dor.



Alguns choram em voz alta; outros, porém, ficam sentados em silêncio. O isolamento transitório pode ser considerado também como uma outra forma psicológica de defesa para suportar esses transes dolorosos. A atenção destes se fixa unicamente no falecimento da pessoa querida, não se permitindo fazer contato com outras pessoas, a fim de que o sentimento de tristeza não aperte ainda mais seu coração, ou para evitar que sejam evocadas com maior intensidade as lembranças queridas. Dessa forma, a criatura abranda o impacto da perda, fazendo um retraimento introspectivo.



“O Senhor deu, o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó, 1:21). Com toda certeza, essa mensagem do Antigo Testamento incita-nos a uma aceitação incondicional dos desígnios da Assistência Divina.



O Criador da Vida fez com que a Natureza se mantivesse num eterno reciclar de experiências e energias, numa constante mudança de formas e ritmos, em nossa viagem maravilhosa de conhecimentos através da imortalidade.



Quando nossa visão se liga em nossa pura essência, vamos além de todas as coisas diminutas e insignificantes, fazendo com que nosso discernimento se amplie numa imensa lucidez diante de nossa jornada evolutiva.



Não existe perda, não existe morte, assim garantiram os Espíritos Amigos a Kardec: “... o que chamais destruição não passa de uma transformação...”



Hammed / Francisco do Espírito Santo Neto – “As dores da alma” – pg. 163


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

ORAÇÃO DIANTE DO TEMPO


Senhor Jesus!

Diante do calendário que se renova, deixa que nos ajoelhemos para implorar-te compaixão.

Tu que Eras antes que fôssemos, que nos tutelastes, em nome do Criador, na noite insondável das origens, não desvies de nós Teu olhar, para que não venhamos a perder o adubo do sangue e das lágrimas, oriundos das civilizações que morreram sob o guante da violência!...

Determinaste que o Tempo, à feição de ministro silencioso de tua justiça, nos seguisse todos os passos...

E, com os séculos, carregamos o pedregulho da ilusão, dele extraindo o ouro da experiência.

Do berço para o túmulo e do túmulo para o berço, temos sido senhores e escravos, ricos e pobres, fidalgos e plebeus.

Entretanto, em todas as posições, temos vivido em fuga constante da verdade, à caça de triunfo e dominação para o nosso velho egoísmo.

Na governança, nutríamos a vaidade e a miséria.
Na subalternidade, alentávamos o desespero e a insubmissão.
Na fortuna, éramos orgulhosos e inúteis.
Na carência, vivíamos intemperantes e despeitados.
Administrando, alongávamos o crime.
Obedecendo, atendíamos à vingança.
Resistíamos a todos os teus apelos, em tenebrosos labirintos de opressão e delinqüência, quando vieste ensinar-nos o caminho libertador.
Não Te limitaste a crer na glória do Pai Celeste.
Estendeste-Lhe a incomparável bondade.
Não Te circunscreveste à fé que renova.
Abraçaste o amor que redime.
Não Te detiveste entre os eleitos da virtude.
Comungaste o ambiente das vítimas do mal, para reconduzi-las ao bem.
Não Te ilhaste na oração pura e simples.
Ofertaste mãos amigas às necessidades alheias.
Não Te isolaste, junto à dignidade venerável de Salomé, a venturosa mãe dos filhos de Zebedeu.
Acolheste a Madalena, possuída de sete gênios sombrios.
Não consideraste tão-somente a Bartimeu, o mendigo cego.
Consagraste generosa atenção a Zaqueu, o rico necessitado.
Não apenas aconselhaste a fraternidade aos semelhantes.
Praticaste-a com devotamento e carinho, da intimidade do lar ao sol meridiano da praça pública.
Não pregaste a doutrina do perdão e da renúncia exclusivamente para os outros.
Aceitaste a cruz do escárnio e da morte, com abnegação e humildade, a fim de que aprendêssemos a procurar contigo a divina ressurreição...

Entretanto, ainda hoje, decorridos quase vinte séculos sobre o teu sacrifício, não temos senão lágrimas de remorso e arrependimento para fecundar o Saara de nossos corações...

Em teu nome, discípulos infiéis que temos sido, espalhamos nuvens de discórdia e crueldade nos horizontes de toda a Terra! É por isso que o Tempo nos encontra hoje tão pobres e desventurados como ontem, por desleais ao teu Evangelho de Redenção.

Não nos deixeis, contudo, órfãos de tua bênção...

No oceano encapelado das provações que merecemos, a tempestade ruge em pavorosos açoites... Nosso mundo, Senhor, é uma embarcação que estala aos golpes rijos do vento. Entre as convulsões da procela que nos arrasta e o abismo que nos espreita, clamamos por teu socorro! E confiamos em que te levantarás luminoso e imaculado sobre a onda móvel e traiçoeira, aplacando a fúria dos elementos e exclamando para nós, como outrora disseste aos discípulos aterrados: – “Homens de pouca fé, porque duvidastes?”.


pelo Espírito Irmão X - Do livro: Cartas e Crônicas, Médium: Francisco Cândido Xavier.

domingo, 23 de outubro de 2011

QUERELAS...


Nada mais comum, nas atividades terrenas, do que o hábito enraizado das querelas, dos desentendimentos, das chateações.
Nada mais corriqueiro entre os indivíduos humanos.
Como um campo de meninos, em que cada gesto, cada nota, cada menção se torna um bom motivo para contendas e mal-entendidos, também na sociedade dos adultos o mesmo fenômeno ocorre.
Mais do que compreensível é que você, semelhante a um menino de pavio curto, libere adrenalina nos episódios cotidianos que desafiem a sua estabilidade emocional.
Compreensível que se agite, que se irrite, que alteie a voz, que afivele ao rosto expressões feias de diversos matizes.
Em virtude do nível do seu mundo íntimo, tudo isso é possível de acontecer.
Contudo, você não veio à Terra para fixar deficiências, mas para tratá-las, cultivando a saúde.
Você não se acha no mundo para submeter-se aos impulsos irracionais, mas para fazê-los amadurecer para os campos da razão lúcida.
Você não nasceu para se deixar levar pelo destempero, pela irritação que desarticula o equilíbrio, mas tem o dever de educar-se, porque tem na pauta da sua vida o compromisso de cooperar com Deus, à medida que cresça, que amadureça, que se enobreça.
Desse modo, os seus aborrecimentos diários, embora sejam admissíveis em almas infantis e destemperadas, já começam a provocar ruídos infelizes, desconcertantes e indesejáveis, nas almas que se encontram no mundo para dar conta de compromissos abençoados com Jesus Cristo e com Seus prepostos.
Assim, observe-se. Conheça-se no aprendizado do bem, um pouco mais. Esforce-se por melhorar-se.
Resista um pouco mais aos impulsos da fera que ainda ronda as suas experiências íntimas.
Aproxime-se um pouco mais dos Benfeitores Espirituais que o amparam.
Perante as perturbações alheias, aprenda a analisar e não repetir.
Diante da rebeldia de alguém, analise e retire a lição para que não faça o mesmo.
Notando a explosão violenta de alguém, reflita nas consequências danosas, a fim de não fazer o mesmo.
Cada esforço que você fizer por melhorar-se, por educar-se, será secundado pela ajuda de luminosos Imortais que estão, em todo tempo, investindo no seu progresso, para que, pouco a pouco, mas sempre, você cresça e se ilumine, fazendo-se vitorioso cooperador com Deus, tendo superado a si mesmo, transformando suas noites morais em radiosas manhãs de perene formosura.
* * *
Quando você for visitado por uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponha-se a ela.
E, quando houver conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, diga, de si para consigo, cheio de justa satisfação: Fui o mais forte.

Redação do Momento Espírita com base no cap. 13 do livro Para uso diário, pelo Espírito Joanes, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.

PODER E ILUSÃO


Ivan era o segundo de três filhos de um burocrata medíocre em Petersburgo, na Rússia.

Formou-se com louvor no curso de Direito, mostrando-se capaz, desde cedo, e muito rígido no que dizia respeito às suas obrigações.

Fortemente atraído por pessoas que estivessem em posições mais altas do que a sua, logo adotava seus modos e pontos de vista, estabelecendo boas relações com elas.

Não tardou para que conseguisse boas colocações profissionais, em razão de sua inegável capacidade somada à influência de amigos poderosos.

Era jovem ainda quando assumiu o cargo de Magistrado de uma Província do Interior.

Sua conduta no trabalho era considerada irrepreensível, inspirando respeito e confiança naqueles que o cercavam.
Embora tratasse as pessoas com cordialidade e educação, sentia-se realmente superior a todas elas.

Agradava-lhe a ideia de que sentiam inveja da sua figura e da sua condição.

Causava-lhe alegria saber que tinha o poder de subjugar os demais e que os outros dependiam dele.

Nunca chegou a abusar de sua autoridade, ao contrário, tentava suavizar o peso dela.

No entanto, a consciência do poder de que dispunha e a possibilidade de amenizar esse efeito só aumentava o fascínio pela posição que ocupava.

Aos olhos do mundo, e de si próprio, era um homem bem-sucedido.

Os anos se passaram rapidamente e, às vezes, Ivan queixava-se de um gosto estranho na boca e uma sensação desconfortável do lado esquerdo do estômago.

No início, ninguém, nem mesmo ele, dava muita atenção a isso.

Entretanto, tal desconforto foi piorando, passando a causar-lhe uma sensação intensa de cansaço e de irritabilidade.

Depois de muito resistir à ideia, decidiu consultar um famoso médico.

Foi recebido pelo profissional com a mesma frieza e com o mesmo ar de superioridade que ele costumava utilizar no Tribunal.

Suas perguntas eram respondidas de modo pouco esclarecedor.

Apesar da atitude evasiva do médico, Ivan pôde chegar à conclusão de que sua situação não era nada boa.

Além disso, com o passar dos dias, ele concluiu que sua dificuldade não fazia a menor diferença para os demais.

Sua dor, sua angústia só atingiam realmente a ele próprio.

Subitamente ele percebeu que o poder, de que até então se orgulhava, era nada diante da situação em que se via.

Nem os tratamentos, nem os remédios utilizados lhe proporcionavam qualquer melhora.

As dores eram cada vez mais intensas e o mal-estar com grande frequência.

Sem demora Ivan deu-se conta de que estava morrendo e desesperou-se.

Afinal, de que valia todo seu prestígio, toda a sua influência e toda a sua riqueza?

De nada.

Sua dor o igualava a todos os demais homens.

Fazia com que ele percebesse como havia sido tolo durante toda a vida.

Seu poder era uma ilusão e sua superioridade, apenas uma quimera.

Todos temos tarefas a realizar e deveres a cumprir na obra do Criador.

Por isso, muitos de nós detemos facilidades e recursos materiais das mais variadas ordens, de maneira provisória.

São oportunidades de crescimento. Não significam que sejamos superiores ou melhores do que ninguém.

Cabe-nos fazer bom e devido uso desses abençoados recursos, sem distorções de finalidade, nem ilusões.

Pensemos nisso.

Postagem enviada pelo Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil


Redação do Momento Espírita, com base no livro A morte de Ivan Ilitch, de Léon Tolstoi, ed. Manole. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=3181&stat=0.

sábado, 22 de outubro de 2011

NO RUMO DO AMANHÃ - EMMANUEL

"Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma ?"
Jesus (Marcos, 8:36.)

Lembra-te de viver, conquistando a glória eterna do Espírito.
Diariamente retiram-se da Terra criaturas cujo passo se imobiliza nos angustiosos tormentos da frustração...
Estendem os braços para o ouro que amontoaram, contudo... esse ouro apenas lhes assegura o mausoléu em que se lhes guardam as cinzas.
Alongam a lembrança para o nome em que se ilustraram nos eventos humanos, todavia... quase sempre a fulguração pessoal de que se viram objeto apenas lhes acorda o coração para a dor do arrependimento tardio.
Contemplam o campo de luta em que desenvolveram transitório domínio, mas... não enxergam senão a poeira da desilusão que lhes soterra os sonhos mortos.

Sim, em verdade, passaram no mundo em carros de triunfo na política, na fortuna, na ciência, na religião, no poder...
No entanto, incapazes do verdadeiro serviço aos semelhantes, enganaram tão somente a si próprios, no culto ao egoísmo e ao orgulho, à intemperança e à vaidade que lhes devastaram a vida.
E despertaram, além da morte, sem recolher-lhe a renovadora luz.

Recorda os que padecem na derrota de si mesmos, depois de se acreditarem vencedores, dos que choram as horas perdidas, e procura, enquanto é hoje, enriquecer o próprio espírito para o amanhã que te aguarda, porque, consoante o ensino do Senhor, nada vale reter por fora o esplendor de todos os impérios do mundo, conservando a treva por dentro do coração.

(Do livro "Palavras de Vida Eterna", Emmanuel, Francisco C. Xavier)
NOTA: O link abaixo contém a relação de livros publicados por Chico Xavier e suas respectivas editoras:
http://www.institutoandreluiz.org/chicoxavier_rel_livros.html

O ÚLTIMO FOLHETO


Todos os domingos à tarde, depois da missa da manhã na igreja, o velho padre e seu sobrinho de 11 anos saíam pela cidade e entregavam folhetos sacros.

Numa tarde de domingo, quando chegou à hora do padre e seu sobrinho saírem pelas ruas com os folhetos, fazia muito frio lá fora e também
chovia muito. O menino se agasalhou e disse:

-Ok, tio padre, estou pronto. '

E o padre perguntou:

-'Pronto para quê?':

-'Tio, está na hora de juntarmos os nossos folhetos e sairmos. '

O padre respondeu:

-'Filho, está muito frio lá fora e também está chovendo muito. '

O menino olhou surpreso e perguntou:

-'Mas tio, as pessoas não vão para o inferno até mesmo em dias de chuva?'

O padre respondeu:

-'Filho, eu não vou sair nesse frio. '

Triste, o menino perguntou:

-'Tio, eu posso ir? Por favor!'

O padre hesitou por um momento e depois disse:

-'Filho, você pode ir. Aqui estão os folhetos. Tome cuidado, filho. '

-'Obrigado, tio!'

Então ele saiu no meio daquela chuva. Este menino de onze anos caminhou pelas ruas da cidade de porta em porta entregando folhetos sacros a todos que via.

Depois de caminhar por duas horas na chuva, ele estava todo molhado,mas faltava o último folheto. Ele parou na esquina e procurou por alguém para entregar o folheto, mas as ruas estavam totalmente
desertas. Então ele se virou em direção à primeira casa que viu e caminhou pela calçada até a porta e tocou a campainha. Ele tocou a campainha, mas ninguém respondeu. Ele tocou de novo, mais uma vez, mas ninguém abriu a porta. Ele esperou, mas não houve resposta.

Finalmente, este soldadinho de onze anos se virou para ir embora, mas algo o deteve. Mais uma vez, ele se virou para a porta, tocou a campainha e bateu na porta bem forte. Ele esperou, alguma coisa o fazia ficar ali na varanda. Ele tocou de novo e desta vez a porta se abriu bem devagar.
De pé na porta estava uma senhora idosa com um olhar muito triste. Ela perguntou gentilmente:

-'O que eu posso fazer por você, meu filho?'

Com olhos radiantes e um sorriso que iluminou o mundo dela, este pequeno menino disse:

-'Senhora, me perdoe se eu estou perturbando, mas eu só gostaria de dizer que JESUS A AMA MUITO e eu vim aqui para lhe entregar o meu último folheto que lhe dirá tudo sobre JESUS e seu grande AMOR. '

Então ele entregou o seu último folheto e se virou para ir embora.
Ela o chamou e disse:

-Ob rigada, meu filho!!! E que Deus te abençoe!!!'

Bem, na manhã do seguinte domingo na igreja, o Padre estava no altar, quando a missa começou ele perguntou:

- Alguém tem um testemunho ou algo a dizer?'

Lentamente, na última fila da igreja, uma senhora idosa se pôs de pé.
Conforme ela começou a falar, um olhar glorioso transparecia em seu rosto.

- 'Ninguém me conhece nesta igreja. Eu nunca estive aqui. Vocês sabem antes do domingo passado eu não era cristã. Meu marido faleceu a algum tempo deixando-me totalmente sozinha neste mundo. No domingo passado, sendo um dia particularmente frio e chuvoso, eu tinha decidido no meu coração que eu chegaria ao fim da linha, eu não tinha mais esperança ou vontade de viver.

Então eu peguei uma corda e uma cadeira e subi as escadas para o sótão da minha casa. Eu amarrei a corda numa madeira no telhado, subi na cadeira e coloquei a outra ponta da corda em volta do meu pescoço.
De pé naquela cadeira, tão só e de coração partido, eu estava a ponto de saltar, quando, de repente, o toque da campainha me assustou. Eu pensei:

- Vou esperar um minuto e quem quer que seja irá embora. '

Eu esperei e esperei, mas a campainha era insistente; depois a pessoa que estava tocando também começou a bater bem forte. Eu pensei:

-'Quem neste mundo pode ser? Ninguém toca a campainha da minha casa ou vem me visitar. '

Eu afrouxei a corda do meu pescoço e segui em direção à porta, enquanto a campainha soava cada vez mais alta.

Quando eu abri a porta e vi quem era, eu mal pude acreditar, pois na minha varanda estava o menino mais radiante e angelical que já vi em minha vida. O seu SORRISO, ah, eu nunca poderia descrevê-lo a vocês!
As palavras que saíam da sua boca fizeram com que o meu coração que estava morto há muito tempo SALTASSE PARA A VIDA quando ele exclamou com voz de querubim:,

-'Senhora, eu só vim aqui para dizer QUE JESUS A AMA MUITO. '

Então ele me entregou este folheto que eu agora tenho em minhas mãos.

Conforme aquele anjinho desaparecia no frio e na chuva, eu fechei a porta e atenciosamente li cada palavra deste folheto.

Então eu subi para o sótão para pegar a minha corda e a cadeira. Eu não iria precisar mais delas. Vocês vêem - eu agora sou uma FILHA
FELIZ DE DEUS!!!

Já que o endereço da igreja estava no verso deste folheto, eu vim aqui pessoalmente para dizer OBRIGADO ao anjinho de Deus que no momento certo livrou a minha alma de uma eternidade no inferno. '

Não havia quem não tivesse lágrimas nos olhos na igreja.
o Velho Padre desceu do altar e foi em direção a primeira fila onde o seu anjinho estava sentado. Ele tomou o seu sobrinho nos braços e chorou copiosamente.

Provavelmente nenhuma igreja teve um momento tão glorioso como este.

Bem aventurados são os olhos que vêem esta mensagem. Não deixe que ela se perca, leia-a de novo e passe-a adiante.

Lembre-se: a mensagem de Deus pode fazer a diferença na vida de alguém próximo a você.

Por isso...

- Me perdoe se eu estou perturbando, mas eu só gostaria de dizer que JESUS TE AMA MUITO e eu vim aqui para lhe entregar o meu último folheto.

Belíssima mensagem enviada por Tio Riva. Gratzie!

NIVER DE TIA FLÁVIA: PARABÉNS!


Na foto, mano Abelardo e Tia Flávia, a bela aniversariante. Grande festa na casa de praia da família Navarro em Barra de São Miguel.

BUSH E OBAMA


Poucas palavras que dizem muito na grande charge de Chico Caruso, publicada no Blog do Noblat.

NO CURSO DA VIDA - ANDRÉ LUIZ


- Exemplifique o bem desinteressado.
Os nossos atos demonstram a proximidade ou a distância em que vivemos da Lei Divina.

- Viva com alegria.
O presente já faz parte de nossa vida imortal.

- Pondere cada atitude.
Tanto é difícil saber fazer quanto saber não fazer.

- Evite o isolamento sistemático.
Somos peças integrantes do ambiente em que existimos.

- Entenda a função da posse efêmera.
Nem a riqueza e nem a privação expressam virtude.

- Não fuja ao começo.
A caridade corrige qualquer erro.

- Estude incansavelmente.
Alcançar novos conhecimentos é formular novas indagações.

- Cultive confiança.
Com temos não há progresso.

- Seja paciente na dor.
Crise, muitas vezes é o nome que aplicamos à transformação do mal em bem.

- Amolde-se aos padrões do Evangelho.
Na essência, o mundo atual permanece quase o mesmo da época de Jesus.


pelo Espírito André Luiz - Do livro: Ideal Espírita, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos.



quarta-feira, 19 de outubro de 2011

DIA DE LUZ!

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

O despertador toca e você acorda. Abre os olhos e torna a contemplar as mesmas cenas do ontem.

Pela sua mente ágil, as dores sofridas passam em cenário cinematográfico.
Você sente o corpo dolorido e cansado. Na boca, o gosto da amargura, que como fel, lhe fere o paladar.

Novo dia... Contudo, embora a noite de sono, não serão novas as lutas.
Os problemas financeiros não se solucionaram no intervalo de algumas horas. A enfermidade que se abateu em seu lar não partiu. Ao contrário, você a sente mais presente do que nunca, nos gemidos que já lhe chegam aos ouvidos.

Há que erguer-se do leito e retornar às lutas. A mesma luta.

Você sente desânimo e pensa: Por que Deus não me tirou a vida, enquanto dormia? Sinto-me exausto. Não desejo mais sofrer, nem lutar.

No entanto, os minutos correm céleres e é preciso retomar as atividades.

Entre a tristeza e o desalento, você se ergue e abre a janela.

Neste instante, o sol lhe bate em cheio na face e ilumina o seu quarto.
Faz-se luz e a luz espanca as trevas.

É novo dia! - Informa-lhe o sol.

Há alegrias no ar! - Cantam os pássaros.

A brisa da manhã o envolve e a natureza toda o convida a reformular suas disposições íntimas.

Pare um instante. Encha os seus pulmões com o ar renovado da manhã. Respire profundamente. Contemple o azul do céu e dirija ao Criador a sua prece.

Prece de gratidão por mais um dia no corpo. Em vez de rogar a Deus que lhe tire a vida, rogue-Lhe forças para o combate.

É dia novo. Você não pode imaginar o que a Divindade lhe reservou para hoje.

Pense em quantas pessoas almejariam estar em seu lugar, agora.

Enfermidade, dor, desemprego são problemas a serem administrados e equacionados, ao longo da existência.

Recorde que a Divindade lhe providenciou um dia de luz para você treinar, outra vez, disciplina, paciência, perdão.

Não perca a oportunidade. Não jogue fora as chances de crescimento e resgate.

E hoje, enquanto você sofre, luta e espera, alegre-se com os sons da vida, com o sorriso das crianças, com o colorido da Natureza que o Pai Criador dispôs especialmente para você.

Sorria. As lutas poderão ser semelhantes, mas não idênticas.

Porque dia como este nunca houve e não haverá outra vez.

Deus não se repete. Detenha-se a descobrir detalhes e observe a riqueza que o circunda.

Amigos, colegas, brincadeiras, abraços.

Nada será igual ao que já foi.

Desfrute deste dia integralmente, porque dia igual a este só se vive uma vez.

Cada dia é bênção nova. Cada minuto é oportunidade espontânea de crescimento.

Pense nisso!


Redação do Momento Espírita, com pensamento colhido no verbete Dia, do livro Repositório de sabedoria, v.1, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo P.Franco, ed. Leal. Disponível no cd Momento Espírita, v. 2, ed. Fep. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=3174&stat=0.

CASAMENTO DE CARLINHA E ALÍPIO


Após a cerimônia, saída dos noivos para a chuva de arroz tradicional. Ao lado, podemos ver meu sobrinho Dr. André Gustavo.

CASAMENTO DE CARLA E ALÍPIO


Esperando a noiva chegar! Igreja de Santa Terezinha. Casamento de minha prima Carlinha e Alípio. Cássia, Duda, Nino e sua amiguinha Claudinha.

NINO E DUDA NA BARRA DE SÃO MIGUEL


Aniversário de Tia Flávia em Barra de São Miguel. Anos 70!

O QUE ACONTECE QUANDO BEBEMOS UM REFRIGERANTE

O QUE ACONTECE QUANDO VOCÊ ACABA DE BEBER UM REFRIGERANTE

Base = 1 lata padrão

Primeiros 10 minutos:

10 colheres de chá de açúcar batem no seu corpo, 100% do recomendado diariamente.
Você não vomita imediatamente pelo doce extremo, porque o ácido fosfórico corta o gosto.

20 minutos:

O nível de açúcar em seu sangue estoura, forçando um jorro de insulina.
O fígado responde transformando todo o açúcar que recebe em gordura (É muito para este momento em particular).

40 minutos:

A absorção de cafeína está completa.

Suas pupilas dilatam, a pressão sanguínea sobe, o fígado responde bombeando mais açúcar na corrente.

Os receptores de adenosina no cérebro são bloqueados para evitar tonteiras.

45 minutos:

O corpo aumenta a produção de dopamina, estimulando os centros de prazer do corpo..

Fisicamente, funciona como com a heroína.

50 minutos:

O ácido fosfórico empurra cálcio, magnésio e zinco para o intestino grosso, aumentando o metabolismo.

As altas doses de açúcar e outros adoçantes aumentam a excreção de cálcio na urina.

60 minutos:

As propriedades diuréticas da cafeína entram em ação. Você urina.

Agora é garantido que porá para fora cálcio, magnésio e zinco, os quais seus ossos precisariam.

Conforme a onda abaixa você sofrerá um choque de açúcar...

Ficará irritadiço.

Você já terá posto para fora tudo que estava no refrigerante, mas não sem antes ter posto para fora, junto, coisas das quais farão falta ao seu organismo.

Pense nisso antes de beber refrigerantes.

Se não puder evitá-los, modere sua ingestão!

Prefira sucos naturais!!!

Em sendo possível, dê preferência por aqueles que se vê as frutas (de boa procedência) sendo preparadas.

Seu corpo agradece!


CHICO XAVIER NÃO É KARDEC!

por Dora Incontri


Não é objetivo deste artigo atacar quem quer que seja, por manifestar opinião contrária à que vou expor. Mas há questões que devem ser tratadas com cuidado para não se tornarem elemento de confusão. A crítica franca, aberta, racional, própria dos postulados espíritas, deve ser praticada, fraternalmente claro, sob pena de imergirmos de novo nas trevas medievais. Onde não houver questionamento e crítica, onde não houver debate transparente, certamente haverá dominação, ignorância, apatia e graves entraves à autonomia da razão humana e ao desenvolvimento espiritual da humanidade.

Como em minhas viagens pelo Brasil afora, sou indagada sobre a polêmica em foco, resolvi manifestar-me publicamente para examiná-la com as ferramentas críticas que tomo emprestado de Kardec.

Que Chico Xavier seja a reencarnação de Kardec não seria uma hipótese a ser discutida, porque se trata de um absurdo tão sem fundamento que deveria chocar o bom senso de qualquer um (já vi até não-espíritas que conhecem superficialmente a doutrina se mostrarem perplexos diante da idéia). Mas já que se trata de uma afirmação na pena de alguns escritores e médiuns, atuantes no movimento, não podemos deixar de analisá-la.

AS AFIRMATIVAS SOBRE REENCARNAÇÕES

Em primeiro lugar, deveríamos evitar a leviandade que tomou conta de escritores e médiuns espíritas nos últimos anos: afirma-se com o maior descompromisso e sem nenhuma demonstração de evidência que fulano é reencarnação de cicrano e geralmente são pessoas famosas, já desencarnadas, ou personagens históricas – que não podem contradizer tais afirmações. É perfeitamente legítimo o estudo de casos de reencarnação, mas eles precisam ser fruto de pesquisa, de preferência de pessoas próximas e, se alguma hipótese for apresentada de personalidades de projeção, deve-se fazê-lo com todo o cuidado, com argumentos bem fundamentados e ainda assim não passará de uma hipótese a ser examinada e comentada por outros pesquisadores.

Um exemplo positivo de um estudo com critério é Eu sou Camille Desmoulins, de Luciano dos Anjos e Hermínio Miranda. São centenas de páginas de pesquisa, em que a personalidade em questão participou, fez regressão de memória, e o autor realizou exaustivas buscas de documentos históricos etc. Outro estudo sério é o de Hernani Guimarães de Andrade, com personagens desconhecidas – crianças com lembranças de outras vidas – em seu livro Reencarnação no Brasil. (De passagem, fica aqui a nossa carinhosa vibração ao Hernani, desencarnado há alguns dias.) Isso apenas para citar autores brasileiros. No plano internacional, há, por exemplo, a excelente pesquisa feita por Ian Stevenson.

Outra forma de estudo de personalidade através de reencarnações foi a realizada pela saudosa e sensatíssima médium Yvonne A. Pereira, no caso de suas próprias vidas passadas. Não houve aí a identificação das personalidades históricas ou a comprovação dessa identidade, mas uma regressão de memória, promovida pelos Espíritos superiores, para mostrar a trajetória evolutiva de um espírito feminino. Trata-se assim de um estudo psicológico através dos tempos, sem compromisso com a evidência histórica. Uma possibilidade interessante e legítima.

O que não pode acontecer – e acontece com bastante freqüência – é simplesmente alguém sair anunciando que fulano foi tal pessoa e aceitar-se isso como fato consumado. Aí exorbita-se do estudo de caso, da pesquisa científica, para se tornar mediunismo inconseqüente e dogmatismo sem fundamento.

O pior é quando tais afirmativas contrariam as evidências mais óbvias e a coerência mais superficial entre uma personalidade e outra, que se supõe ser a mesma.

Ou seja, para falar de reencarnação é preciso usar os critérios próprios do espiritismo: pesquisa científica, coerência racional, podendo-se valer igualmente da intuição mediúnica. Mas se essa intuição vier desacompanhada dos outros aspectos, pode se tornar misticismo.

A IDENTIDADE DO EU

Um dos pontos fundamentais demonstrados pelo espiritismo, que aliás se insere plenamente na tradição socrático-platônica-cristã, é a idéia de uma identidade individual, permanente, que está em progresso e mutação, mas guarda um eu reconhecível, com características próprias de personalidade, com memórias e potencialidades particulares. Até os Espíritos puros, que atingiram a perfeição, cuja personalidade nos é difícil examinar, mantêm, segundo a doutrina espírita, ainda e sempre sua individualidade.

Nos estudos criteriosos de reencarnação, essa verdade salta aos olhos: ninguém poderia negar que Luciano dos Anjos é Camille Desmoulins. As duas individualidades são parecidíssimas. Até nos traços físicos. E isso não é tão incomum. Ian Stevenson faz um estudo intrigante dos sinais de nascença. Às vezes, a ligação com a encarnação anterior é tão vívida, que a criança nasce até com marcas do tipo de morte que teve ou algum trauma sofrido.

Assim como na comunicação de um Espírito por um médium, para sua identificação devem entrar uma série de fatores, evidências, muitas inesperadas, aparentemente fortuitas, mas que no seu conjunto conferem uma forte sensação de que a personalidade comunicante é aquela; na reencarnação, dá-se o mesmo. Apenas um quadro de muitos detalhes, coincidências significativas, semelhanças, nos dá alguma convicção de que tal pessoa esteja ali, reencarnada.

Se nos limitássemos a tratar de casos de reencarnação que obedecessem aos critérios mencionados, evitaríamos lançar a idéia no ridículo.

O CASO CHICO-KARDEC

Poderia escrever muitas páginas com todos os pontos de total dissemelhança entre a personalidade de Kardec e de Chico. Em primeiro lugar, estabeleçamos alguns parênteses. O que sabemos de mais sólido sobre outras existências de Kardec – o resto são inoportunas especulações – são as duas que ele aceitava: a de druida e a de Jan Huss (esta, segundo informação que Canuto de Abreu teria visto em seus manuscritos, antes da Segunda Guerra). Mas, nos três momentos conhecidos, dá para notar a coerência de uma personalidade corajosa, viril, segura, austera, de mente límpida e clara (o estilo de Jan Huss é o mesmo de Kardec, simples e cristalino, preciso e firme) e sempre dedicada à educação. Os druidas eram sacerdotes-educadores, Huss foi reitor da Universidade de Praga e Rivail/Kardec foi educador durante mais de trinta anos na França. Quanto ao seu estilo, ele mesmo adverte que não tinha vocação poética, não apreciava metáforas, mas queria atingir o máximo de didatismo e simplicidade. Para isso, tanto Huss quanto Kardec escreveram gramáticas.

Huss desafiou a Igreja Católica e morreu cantando na fogueira em 1415, depois de ter escrito cartas belíssimas da prisão, mostrando sua firmeza e serenidade. Kardec desafiou a Ciência oficial, a religião tradicional e todo sistema acadêmico estabelecido, fundando um novo paradigma para o conhecimento humano, numa síntese genial. Quando estudamos sua vida e sua personalidade, vemo-lo mover-se com absoluta segurança de si, com total equilíbrio, desde os primeiros textos pedagógicos aos 24 anos, até a redação da última Revista Espírita, que deixou pronta antes de morrer. Os próprios Espíritos Superiores o chamam de mestre. O Espírito da Verdade o trata de forma amorosa, aconselhando-o sempre com respeito ao seu livre-arbítrio, à sua capacidade intelectual e à sua estatura moral.

Kardec se ocultou tanto atrás da obra, pela sua extrema modéstia e reserva (que não era a humildade mística de Chico, que se autodemoninava verme, besta, pulga, cisco…), que os próprios adeptos do espiritismo não sabem aquilatar-lhe a grandeza.

Agora, analisemos a pessoa Chico Xavier, que conheci desde a minha primeira infância. Trata-se de uma personalide doce, amorosa, bastante feminina, emocional, mística, com forte vocação literária e poética (ao contrário de Kardec) mas uma personalidade fraca. Basta ver sua relação com Emmanuel. Seu guia espiritual, aliás forte e altivo, sempre manteve com Chico uma postura disciplinar, rígida, admoestando-o se o via fraquejar.

Vêem-se diversas situações desse tipo, na leitura do livro As vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior, que considero a biografia mais confiável e mais bem escrita, porque feita por um profissional do jornalismo, entre tantas que mais parecem relatos de vida de santo da Idade Média, pela linguagem melada, pela louvação exagerada e pelo cunho miraculoso. Basta lembrar de Chico, gritando em pânico, porque o avião em que estava ameaçava cair e Emmanuel, diante dele, dizendo: “Dá testemunho da tua fé, da tua confiança na imortalidade! (…) morra com educação!”. Este o Espírito que enfrentou a fogueira, cantando, sem retirar uma palavra do que dissera?!? A resposta, o próprio Emmanuel já deu ao Chico certa vez: “Meu filho, você é planta muito fraca para suportar a força das ventanias. Tem ainda muito o que lutar para um dia merecer ser preso e morrer pelo Cristo.”

Noutras ocasiões, os próprios encarnados tiveram de adverti-lo severamente, como no caso da adulteração do Evangelho segundo o Espiritismo, na década de 70, que levou Herculano Pires a escrever um livro, Na Hora do Testemunho, no qual quase obrigou Chico à retratação pública, por ter apoiado indiretamente a edição adulterada.

Chico é, pois, um Espírito bom, em processo de resgate e regeneração, ainda enfrentando conflitos internos e desequilíbrios e tendo necessidade do freio curto de Emmanuel para se manter na linha das próprias obrigações. Nunca, diga-se, ele mesmo se viu ou se assumiu de outra forma. Kardec, ao contrário, já 600 anos atrás não revela conflito, não se mostra abalado por nada. Seu companheiro de Reforma, Jerônimo de Praga, chegou a abjurar, com medo da fogueira. Arrependeu-se depois e enfrentou a morte com galhardia. Mas em Jan Huss não há hesitação ou fraqueza, apenas a altivez do Espírito que já atingiu a estatura de um missionário.

Da mesma forma Kardec. Nem sabemos o quanto ele sofreu e foi perseguido, pois não se queixava. Apenas nas entrelinhas de Obras Póstumas, quando se refere por exemplo à Sociedade Espírita de Paris como um ninho de intrigas, é que de longe vislumbramos o que deve ter passado. Mas nunca o vemos abatido ou choroso.

Quanto à linguagem de Chico é também oposta à de Kardec. Trata-se de uma linguagem literária, ornamentada, própria do médium – pois sabemos que o médium influencia as comunicações. Se Chico não tinha cabedal literário nesta vida, é certo que o trouxe de outras, para se tornar o intérprete de tantos literatos do Além. Se Kardec tivesse escrito, por exemplo, Mecanismos da Mediunidade, seria certamente numa linguagem bem mais objetiva, menos literária e mais digerível.

Vou mais longe. Sem ofensa ou menosprezo pelo grande Espírito de Emmanuel, ele próprio fica bem abaixo da estatura espiritual de Kardec. Basta lembrar que, enquanto Jan Huss estava morrendo na fogueira por criticar os abusos da Igreja e duzentos anos depois, seu discípulo Comenius estava inaugurando a Pedagogia moderna, em oposição à educação jesuítica; Emmanuel – leia-se Manuel da Nóbrega – estava ainda a pleno serviço da Igreja, imerso no projeto de catequese jesuítica. Tanto ele quanto Anchieta talvez tivessem suas críticas ao movimento de que participavam e sem dúvida deram contribuição meritória ao início da educação brasileira. Mas estavam ainda com as correntes mais conservadoras da história, ao passo que Huss (depois Kardec) inaugurara já novas relações entre Deus e o homem, sendo retomado na Reforma de Lutero e aprofundado na proposta educacional de Comenius, que estava a anos luz adiante da proposta jesuíta.

Com isso, não estou diminuindo a importância nem da personalidade histórica de Manuel da Nóbrega, nem do Espírito Emmanuel, entidade que respeito e amo muito, nem menosprezando a obra que fez por intermédio do Chico. Mas é preciso reconhecer a superioridade de Kardec, coisa que tanto Emmanuel, quanto Chico, sempre reconheceram. Certo dia disse Emmanuel a Chico – e esta é uma passagem conhecida de todos – que se ele, Emmanuel deixasse Jesus ou Kardec, o pupilo deveria deixá-lo. Ora, o guia se submetia a Kardec, como Kardec poderia ser seu tutelado?

O QUE ESTÁ POR TRÁS DESSA IDÉIA

Tudo isso poderia não passar de uma discussão vazia, simples questão de opinião, sem maiores conseqüências. Mas vejo graves problemas nessa polêmica e só por isso meti-me a falar no assunto. Afirmar que Chico Xavier é reencarnação de Kardec é submeter Kardec ao Chico… logicamente, pela lei da evolução, o mais recente é mais evoluído e portanto vai mais adiante do que o anterior. O que se esconde por trás dessa idéia subliminar, implícita na tese de um ser reencarnação do outro? É que abandonamos, ou pelo menos desvalorizamos, os critérios de racionalidade, objetividade, cientificidade, além dos aspectos pedagógicos e da linguagem clara e democrática de Kardec, com todo seu pensamento de vanguarda – para valorizarmos mais a linguagem melíflua (muitas vezes piegas) de Chico, o espiritismo visto predominantemente como religião e os aspectos conservadores tanto do pensamento do médium, quanto de Emmanuel.

Querem ver um exemplo? Kardec, em pleno século XIX, aclamava todas as conquistas da emancipação feminina. Em artigos na Revista Espírita, apóia a revivindicação do voto feminino, parabeniza as primeiras mulheres a se formarem médicas... exalta a participação intelectual da mulher. Emmanuel não deixa de mostrar, em diversas passagens de seus livros, ranços de machismo lusitano, romano e da igreja, sempre colocando a mulher ideal como a mais submissa e calada possível.

A tese de que Chico seria Kardec desqualifica Kardec e exalta indevidamente Chico Xavier, colocando-o num pedestal de idolatria que nenhum ser humano deve ocupar. E isso está bem situado nos rumos que o movimento espírita brasileiro tem tomado: trata-se de um movimento que exalta personalidades mediúnicas (quando Kardec mal nos deixa conhecer o nome dos médiuns que trabalhavam com ele, porque não se constrói liderança em mediunidade, como os antigos pajés da tribo ou as passadas pitonisas da Antigüidade), preferindo o emocionalismo à racionalidade, o igrejismo ao debate filosófico e científico.

É por isso que meu trabalho tem sido no sentido de resgatar Kardec e seus antecessores diretos: Comenius, Rousseau, Pestalozzi – todas personalidades de vanguarda, com pensamento social avançado, com projetos libertários de educação. É desse caldo cultural que nasceu o espiritismo. Transplantado para o Brasil, ganhou as cores místicas da cultura católica, de herança jesuítica, que formou a nação brasileira. É verdade que apenas um povo com o nosso coração e com a criatividade e a intuição mediúnicas como as nossas poderia acolher o espiritismo. É verdade que Emmanuel continuou a sua obra de primeiro educador do Brasil e fez bem a sua parte, por intermédio do Chico, que também fez a sua. Mas não é por isso que devemos colocar os carros na frente dos bois e perder a raíz pedagógica, racional e consistente que nos identifica. E essa raíz é representada por Kardec, que por todas as razões vistas e muitas outras que não é possível comentar aqui, não reencarnou como Chico, não reencarnou ainda, porque teríamos de reconhecê-lo por sua mente poderosa, por sua liderança equilibrada e segura e por trazer uma contribuição muito melhor que a de Chico e mesmo melhor que a do próprio Kardec, pois senão não haveria razão para reencarnar-se.


Fonte: http://www.lachatre.com.br/noticias.php?notid=53, publicado em 06/06/2003. O link foi por nós consultado em 11/07/2008.

O SUICÍDIO DE CRIANÇAS E O NOVO MUNDO

O suicídio de crianças e o novo mundo

Nos períodos de crise há acontecimentos completamente inesperados. Em nossa megacrise atual os eventos têm sido superlativos, inimagináveis. Foi o que sucedeu no mês passado em uma escola pública em São Caetano do Sul (SP): um menino de dez anos de idade atirou em uma professora, que foi socorrida e permanece em tratamento hospitalar, suicidando-se em seguida.

À luz dos esclarecimentos espirituais é provável que esse fato tenha ocorrido porque uma grande quantidade de espíritos reencarnou compulsoriamente no final do século passado e início deste, com a expectativa de aproveitar a fase final que antecede à grande mudança planetária e conseguir ao menos uma nesga de melhoria espiritual. Essa reencarnação em massa estaria ligada, portanto, à nossa necessidade individual e coletiva de melhoria evolutiva no limiar da nova era.

Com o renascimento desse grande contingente de espíritos, que se demoravam nas faixas mais densas da Espiritualidade, temos tido um aumento de ocorrências muito negativas na crosta terrestre, o que não deixa de ser uma das características da megacrise.

Por isso mesmo afirmamos no editorial passado que esses acontecimentos inusitados são sinais e sintomas do esgarçamento do tecido social. E isso ocorre não só em virtude das dificuldades dos espíritos que renascem na fase atual, mas igualmente por sofrermos na crosta terrestre uma grande pressão por parte dos desencarnados de condição espiritual inferior, por todos os meios de que dispõem. O fato é que as falanges de espíritos inferiores estão usando todas as armas no exíguo tempo que lhes restam a fim de não perderem privilégios efêmeros. Estão em luta intensa para manterem a todo o custo o habitat planetário.

O menino que se suicidou, provavelmente, seria um desses espíritos que reencarnaram em busca de progresso espiritual mais rápido, mas não resistiu à prova. Revoltou-se quanto à sua permanência na carne, insuflado, talvez, pela insatisfação de antigas companhias espirituais. Só lhe restará recomeçar em outras circunstâncias que só Deus conhece inteiramente em sua Infinita Misericórdia.

A megacrise em que vivemos está a exigir esforços exaustivos para uma solução construtiva. E não é nada fácil quando se trata de bilhões de seres em busca de evolução espiritual. É toda uma escala de valores, de conceitos, que precisa mudar.

O paradigma ou o modelo de vida que estamos vivendo até agora dominou a nossa cultura ocidental por muitos séculos, influenciando significativamente o restante do mundo. Chegou a hora de mudanças. De profundas mudanças.

Para o preparo de um novo mundo, porém, é preciso passar da teoria à prática. Não basta acreditar na imortalidade da alma. É preciso dar frutos desse conhecimento com a vivência do Evangelho do Cristo em nossa vida diária. Não basta teorizar sobre a Paz. É preciso buscar a paz de consciência no dever retamente cumprido, com base nas verdades ensinadas e exemplificadas por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Com o surgimento do Espiritismo, instalou-se na Terra uma “minoria criativa” bem definida, que tem propostas para vencer a megacrise. Essa “minoria” faz o diagnóstico preciso do colapso cultural em que vivemos e propõe soluções. Nada resolverá, porém, a questão básica da paz se não nos conscientizarmos de que é fundamental a exemplificação dos princípios basilares do Espiritismo no dia a dia de nossas vidas.


Outubro de 2011

Publicado na Folha Espírita on line.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

DIA DO MÉDICO


Nosso dia! Parabéns aos Colegas Médicos Humanistas de todo o Brasil!

SEUS PODERES

Você tem um grande poder nas mãos, sabia? Sim, sim salabim! Você tem o poder de validar as pessoas! Só você pode confirmar para um certo alguém que ele existe, que é verdadeiro, importante, imprescindível e que tem valor.

Quem será que está esperando, talvez, por uma vida inteira um simples gesto seu? Se pai? Sua mãe? Um de seus irmãos? Seu filho? Um amigo, um colega, um conhecido..... Quem?

Você já experimentou essa sensação de ser reconhecido, amado, abraçado, respeitado por alguém.... Em algum momento de sua história de vida você também já se sentiu inseguro, certo? E o que mais você desejava era, e talvez ainda seja, de ser validado, ser reconhecido, receber carinho.

Alguém tem que dizer que você é bonito, por mais lindo que você seja. Muitas vezes o autoconhecimento não resolve o problema porque ninguém pode autovalidar-se. Tem gente por aí que se sente um ninguém, sabia? Você será um ninguém até que alguém que você ama, valide você como alguém! Validar significa simplesmente confirmar que a pessoa existe! Só isso!

Tente sair de si mesmo e valide as pessoas que você ama ou que estão em sua vida. Sabe como? Muito simples porque seu coração sabe o que fazer e o que falar. Basta dizer assim com o coração: "Você tem muito significado pra mim, tem muita importância em meu viver. Gosto de você pelo que você é".

As vezes basta um olhar, um abraço, um parabéns, uma lembrancinha, um elogio, uma conversa, um dedão pra cima, um "valeu, amigão".... Mas o bom mesmo é dizer descaradamente, desavergonhosamente, viu?

É bom ter em mente que os que menos merecem são os que mais necessitam, viu? E isso encaixa muita coisa em sua vida, porque quantas vezes você também errou exatamente por estar esperando um carinho, um reconhecimento? Essas duas coisinhas precisosas em nossa vida: carícias e reconhecimento... Ah, como é bom!

E a tal de insegurança em todo mundo se transformou num grande problema na humanidade. Com certeza seríamos menos neuróticos, menos egoístas, menos consumistas, menos loucos e agitados se sentíssemos mais amor, mais segurança... Trabalharíamos menos, levaríamos a vida mais numa boa, né?

Diminua por si mesmo a insegurança que teima em bater à sua porta, tá? Faça a sua parte por você, que tanto merece, e pelos outros também!

Valorize mais o ser do que o ter nas pessoas, ok? Treine mais a sua competência de validar alguém todos os dias, viu? Se quisermos ver um mundo melhor, menos inseguro, precisa fazer a sua parte, viu? Elogie alguém hoje e depois me conte!

Bom Dia! Bom Divertimento! Ame e permita-se ser amado hoje. Fique com Deus!

"Nem se preocupe tanto com a sua própria insegurança e nem queira ficar mostrando que você é o máximo. Diga a seus amigos, a seus parentes que o máximo são eles"

Luiz Carlos Mazinni.

EMBALAGEM VERBAL

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil


Nota com que revestes
O que escreves ou falas.

Aspereza no verbo
Cria mais aspereza.

Sarcasmo na palavra
Gera obscenidade.

Muita gente adoece
Da emoção maltratada.

Nem doçura demais,
Nem crônico azedume.

O conselho só vale
Na embalagem que mostra.

pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Doutrina Escola, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos.

domingo, 16 de outubro de 2011

LIXOS EXISTENCIAIS


Se for verdade que a cada dia basta a sua carga, por que então teimamos em carregar para o dia seguinte nossas mágoas e dores? Há ainda os que carregam para a semana seguinte, o mês seguinte e anos afora...

Apegamos-nos ao sofrimento, ao ressentimento, como nos apegamos a essas coisinhas que guardamos nas nossas gavetas, sabendo inúteis, mas sem coragem para jogar fora. Vivemos com o lixo da existência, quando tudo seria mais claro e límpido com o coração renovado.

As marcas e cicatrizes ficam para nos lembrar da vida, do que fomos, do que fizemos e do que devemos evitar. Não inventaram ainda uma cirurgia plástica da alma, onde podem tirar todas as nossas vivências e nos deixar como novos. Ainda bem.

Não devemos nos esquecer do nosso passado, de onde viemos, do que fizemos dos caminhos que atravessamos. Não podemos nos esquecer nossas vitórias, nossas quedas e nossas lutas. Menos ainda das pessoas que encontramos essas que direcionaram nossa vida, muitas vezes sem saber.

O que não podemos é carregar dia-a-dia, com teimosia, o ódio, o rancor, as mágoas, o sentimento de derrota.

Acredite ou não, mas perdoar a quem nos feriu dói mais na pessoa do que o ódio que podemos sentir toda uma vida. As mágoas envelhecidas transparecem no nosso rosto e nos nossos atos e moldam nossa existência.

Precisamos, com muita coragem e ousadia, abrir a gaveta do nosso coração e dizer: eu não preciso mais disso, isso aqui não me traz nenhum benefício e eu posso viver sem.

E quando só ficarem as lembranças das festas, do bem que nos fizeram, das rosas secas, mas carregadas de amor, mais espaço haverá para novas experiências, novos encontros. Seremos mais leves, mais fáceis de ser carregados mesmo por aqueles que já nos amam.

Não é a expressão do rosto que mostra o que vai dentro do coração? De coração aberto e limpo nos tornamos mais bonitos e atrativos e as coisas boas começarão a acontecer.

Luz atrai, beleza atrai. Tente a experiência!... Sua vida é única e merece que, a cada dia, você dê uma chance para que ela seja rica e feliz.

( Letícia Thompson )

sábado, 15 de outubro de 2011

UM GUIA PARA TER CULTURA - PAULO FRANCIS

Um guia para ter cultura

Uma bibliografia básica para quem quer compreender a aventura da humanidade

por Paulo Francis para o jornal OESP em 30/05/1991


Pedem minha ficha acadêmica para jovens vestibulandos... Não tenho. Tentei um mestrado na Universidade Columbia em Nova York 1954, mas desisti, aconselhado pelo professor-catedrático Eric Bentley. Achou que eu perdia o meu tempo. Li toda a literatura relevante, de Ésquilo a Beckett, e sabia praticamente de cor a Poética de Aristóteles. Em alguns meses se lê tudo que há de importante em teatro. Li e reli anos a fio.

Mas, sem o doutorado ou nem sequer mestrado, me proponho fazer algumas indicações aos jovens, que, no meu tempo, seriam supérfluas, mas que, hoje, talvez tenham o sabor de novidade. Falo de se obter cultura geral. É fácil.

Educação era a transmissão de um acúmulo de conhecimentos. Hoje, é uma adulação da juventude, que supostamente deve fazer o que bem entende, estar na sua, como dizem, e o resultado é que os reitores de universidades sugerem que não haja mais nota mínima de admissão, que se deixe entrar quem tiver nota menos baixa. Deve haver exceções, caso contrário o mundo civilizado acabaria, mas a crise é real, denunciada por gente como o príncipe Charles, herdeiro do trono inglês, e por intelectuais como Alan Bloom, que consideram a universidade perdida nos EUA. No Brasil, houve a Reforma Passarinho nos anos 80. A ditadura militar tinha o mesmo vício da esquerda. Queria ser popular. Era populista. Quis facilitar o acesso universitário ao povo, como reza o catecismo populista. Ameaça generalizar o analfabetismo.

Não há alternativa à leitura. Me proponho apontar alguns livros essenciais ao jovem, um programa mínimo mesmo, mas que, se cumprido, aumentará dramaticamente a compreensão do estudante do mundo em que está vivendo.

Começando pelo Brasil, é indispensável a leitura de Os Sertões, de Euclides da Cunha. É curto e não é modelo de estilo. Euclides escreve como Jânio Quadros fala. É cara do far-te-ei, a forma oblíqua de que Jânio se gaba. Mas o livro é de gênio. Nos dá a realidade do sertão, que é, para efeitos práticos, o Brasil quase todo, tirando o Sul; a realidade do sertanejo, e do nosso atraso como civilização, como cultura, como organização do Estado. Euclides mostra o choque central entre o Brasil que descende da Europa e o Brasil tropicalista, nativo, selvagem. Euclides apresenta argumentos hoje superados sobre a superioridade da Europa, mas nem por isso deixa de estar certo. Tudo bem ter simpatia pelo índio e o sertanejo, o matuto, mas nosso destino é ser, à brasileira, à nossa moda, um país moderno nos moldes da civilização européia. Euclides começou o livro para destruir Antônio Conselheiro e a Revolta de Canudos, mas se deixou emocionar pela coragem e persistência dos revoltosos e terminou escrevendo um grande épico, em prosa, que o poeta americano Robert Lowell, que só leu a tradução, considera superior a Guerra e Paz, de Tolstoi.

Mas o importante para o jovem é essa escolha entre o primitivo irredentista dos Canudos e a civilização moderna, porque é o que terá de enfrentar no cotidiano brasileiro. É o nosso drama irresolvido.

Leia algum dos grandes romances de Machado de Assis. O mais brilhante é Memórias Póstumas de Brás Cubas. Para estilo, é o que se deve emular. O coloquialismo melodioso e fluente de Machado. É um grande divertimento esse livro. Eu recomendaria ainda para os que tem dificuldade de manejar a língua O Memorial de Aires. É o livro mais bem escrito em português que há.

Os gregos são um dos nossos berços. Representam a luz e a doçura, na frase de um educador inglês, Mathew Arnold (também poeta e crítico). Arnold falava contra a tradição judaico-cristã, dominante na nossa cultura, na nossa vida, a da Bíblia e do Novo Testamento, que predominaram no mundo ocidental desde o Século V da Era Cristã, quando o imperador romano Constantino se converteu ao cristianismo. Estudos gregos sérios só começaram no Século IXX, quando se tornaram currículo universitário, porque antes os padres e pastores não deixavam.

Mas leia originais. Escolhi quatro. Depois de se informar sobre Platão na enciclopédia do seu gosto, se deve ler A Apologia, que é a explicação de Sócrates a seus críticos, quando foi condenado à morte, e Simpósio, um diálogo de Platão. Platão não confiava na palavra escrita. Dizia que era morta. Preferia a forma de diálogo.

Na Apologia se discute o que é mais importante na vida intelectual. A liberdade de ter opiniões contra as ortodoxias do dia. Ajudará o estudante a pensar por si próprio e ter a coragem de suas convicções.

Depois, o delicioso Simpósio. É uma discussão sobre o amor, tudo que você precisa saber sobre o amor sensual, o altruístico, o que chamam de platônico, é o amor centrado na sabedoria.

Platão colocou, à parte Sócrates, seu ídolo, no Diálogo, Aristófanes, o grande gozador de Sócrates. Na boca de Aristófanes põe uma de suas idéias mais originais. Que o ser humano era hermafrodita, parte homem parte mulher, e que cada pessoa, depois da separação, procura recuperar sua parte perdida, e daí a predestinação da mulher certa para um homem e do homem certo para uma mulher.

Imprescindível também ler As Vidas, de Plutarco, o grande biógrafo da Antiguidade. Ficamos sabendo como eram os grandes nomes em carne e osso, de Alexandre, paranóico, a Júlio César, contido, a Antônio e Cleópatra. Shakespeare baseou grande parte de suas peças em Plutarco e leu em tradução inglesa, porque Shakespeare, como nós, não sabia latim ou grego. E, finalmente, como história, leia A Guerra do Peloponeso, de Tucídides. É sobre a guerra entre Atenas, Esparta, Corinto e outras, durante 27 anos, no Século V antes de Cristo. Lendo sobre Péricles, o líder ateniense, Cleon, o führer espartano, e Alcebíades, o belo, jovem e traiçoeiro Alcebiades, nunca mais nos surpreenderemos com qualquer ato de político em nossos dias. É o maior livro de história já escrito. Sempre atual.

Da Roma original basta ler Os Doze Césares, de Suetônio, e Declínio e Queda do Império Romano, de Gibbon. Mais um banho de natureza humana.

Meu conhecimento científico é quase nenhum. Mas li, claro, a Lógica da Pesquisa Científica, de Karl Popper, quando entendi o que esses cabras querem. Para quem quer um começo apenas, recomendo o prefácio do Novum Organum, de Francis Bacon, que quer dizer, o título, novo instrumento, e Bacon explica o método científico e o que objetiva a ciência. E para complementá-lo leia o prefácio dos Os Princípios Matemáticos da Filosofia Natural de Isaac Newton, e o prefácio de Bertrand Russell e Alfred North Whitehead de seus Principios da Matemática. Também vale a pena ler a História da Filosofia Ocidental de Bertrand Russell, e o capítulo sobre Positivismo Lógico que é a filosofia calcada no conhecimento científico. Em resumo, tudo que pode ser provado lógica e matematicamente, é filosofia.O resto não é. Acho isso perfeitamente aceitável. Dispenso o resto.

É nas artes que está a sabedoria. Como viver bem sem ler Hamlet, de Shakespeare? Está tudo lá em linguagem incomparável, é de uma clareza exemplar, tudo que nós já sentimos, viremos a sentir, ou possamos sentir. Preferi citar junto com Shakespeare uma peça grega, que considero vital: Antígona, de Sófocles. Há uma tradução de Antígona, em verso, por Guilherme de Almeida, que Cacilda Becker representou no Teatro Brasileiro de Comédia. Antígona é o que há de melhor na mulher. É a jovem princesa cujos irmãos morreram em rebelião contra o tio, o rei Creon, e ela quer enterrá-los, porque na religião grega espíritos não descansam enquanto os corpos não são enterrados. Creon não quer que sejam enterrados, como advertência pública a subversivos. Antígona desafia Creon. Ele manda matá-la. Ela morre. Seu noivo se suicida. É o filho de Creon, que enlouquece. Parece um dramalhão, mas não é. É a alma feminina devassada em toda sua possibilidade fraterna. Hegel achava que Antígona era o choque de dois direitos, o direito individual e o direito do Estado. E assim definiu a tragédia.

A melhor história de Roma é a de Theodore Mommsem. A melhor história da Renascença é a de Jacob Buckhardt. Tudo que você precisa saber. E aprenda com um dos mais famosos autodidatas, Bernard Shaw (o outro é Trotski). Leia todos os prefácios das peças dele. São uma história universal. Um estalo de Vieira na nossa cabeça. Em um dia você lê todos. Anotando, uma semana. Também vale a pena ler a Pequena História do Mundo, de H.G.Wells, superada em muitos sentidos, mas insuperável como literatura.

Passo tranqüilo pelo Iluminismo. Foi tão incorporado a nossa vida, que não é necessário ler Voltaire ou Diderot. Os livros de Peter Gay sobre o Iluminismo são excelentes. Dizem tudo que se precisa saber. Se se quer saber mesmo o que foi o cristianismo, a obra insuperada e As Confissões de Santo Agostinho, uma das grandes autobiografias, à parte a questão religiosa.

Não é preciso ler A Origem das Espécies, de Darwin, mas é um prazer ler Viagens de um Naturalista ao redor do Mundo, as aventuras de Darwin como botânico e zoólogo, a bordo do navio inglês Beagle, nos anos 1830, pela América do Sul, com páginas inesquecíveis sobre Argentina, Brasil e Galápagos, que está até hoje como Darwin encontrou (e o Brasil e Argentina, na sua alma?)

Houve três grandes revoluções no mundo, a americana, a francesa e a russa. A literatura não poderia ser mais copiosa. Mas basta ler, por exemplo,Cidadãos, de Simon Schama, para se ter um relato esplêndido da revolução interrompida, 1789-1794, na França, e concluir com o livro de Edmund Wilson, Rumo à Estação Finlândia. Schama é conservador, Wilson não era, quando escreveu, fazia fé, ainda na década de 30, como tanta gente, na Revolução Russa. Mas a esta altura, e mesmo antes de ele morrer, em 1972, é fácil notar que a Revolução Russa não teve o Terror interrompido, como a Francesa, mas continuou até Gorbachev revelar o seu imenso fracasso.

O melhor livro sobre a Revolução Francesa é História da Revolução em França, de Edmund Burke, de 1790, que previu o Terror de Robespierre e Saint-Just. Se o estudante quer um livro a favor da Revolução Francesa, leia, o título é o de sempre, o de Gaetano Salvemini. A favor da russa a de Sukhanov, que a Oxford University Press resumiu num volume, ou A Revolução Russa, de Trotski, um clássico revolucionário. Mas os fatos falam mais alto que o brilho literário de Trotski. Sobre a Revolução Americana não conheço livro bom algum traduzido, mas por tamanho e qualidade, um volume só, sugiro a da editora Longman, A History of the United States of America, do jovem historiador inglês Hugh Brogan, 749 págs, apenas, quando comprei custava US$ 25. Tem tudo que é importante.

Em economia, a Abril publicou 50 volumes dos principais economistas. Eu não perderia tempo. Têm tanta relação com a nossa vida como tiveram Zélia e a criançada assessora. Mas há o Dicionário de Economia, também da Abril. Quando tascarem o jargão, você consulta para saber, ao menos, o que significa a embromação. Economia se resume na frase do português: quem não tem competência não se estabelece.

Dos romances do Século IXX, Guerra e Paz, de Tolstoi, e Crime e Castigo, de Dostoiewski, me parecem absolutamente indispensáveis. Guerra e Paz porque é o retrato completo de uma sociedade como uma grande família, porque rimos e choramos sem parar, porque contém um mundo e as inquietações do protagonista, Pierre Bezhukov, que até hoje não foram respondidas. Crime e Castigo, porque exemplifica toda a filosofia de Nietzsche de uma maneira acessível e profundamente dramática, de como o cérebro humano é capaz de racionalizar qualquer crime, que tudo é relativo, em suma, a pessoa que pensa e age, como Raskolnikoff, o protagonista. Vale tudo. Dostoiewski, para nos impedir de aniquilar uns aos outros, acrescenta que não se pode viver sem piedade.

Dos modernos, Proust é maravilhoso, mas penoso, Joyce é desnecessário, mas vale a pena ler as obras-primas de Thomas Mann, A Montanha Mágica, para saber o que foi discutido filosoficamente neste século, e Dr. Fausto, que leva o relativismo niilista que domina a cultura moderna e de que precisamos nos livrar, se vamos sobreviver culturalmente, como civilização, e não como meros consumidores, num nível abjeto de satisfação animal.

Há muitas obras que me encantaram e não estou, de forma alguma, excluindo autores ou quaisquer livros. A lista que fiz me parece o básico. Em algumas semanas, duas horas por dia, se lê tudo.(1) Duvido que se ensine qualquer coisa de semelhante nas nossas universidades. Se eu estiver enganado, dou com muito prazer a mão à palmatória.

DOUTRINAR E TRANSFORMAR - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Meus amigos: Em verdade é preciso doutrinar para esclarecer. Mas é imprescindível, igualmente, transformar para redimir. Doutrinação q...