sexta-feira, 28 de agosto de 2015

IMAGINEMOS - MARIA DOLORES - CHICO XAVIER

Sofres e lutas?
Alma fraterna, enquanto aqui me escutas,
Imagina a caudal de sofrimentos
Que rola pelo mundo...
Pensa nos dias lentos
Dos que gemem a sós, de segundo a segundo,
Do pardieiro humilde aos grandes hospitais...

Se, em verdade, pudesses
Contar as lágrimas e as preces
Que surgem sem cessar
Nos que faceiam duras provações
Sem apoio e sem lar,
Carregando nos próprios corações
Inquietação, angústia, sombra, desventura...

Se pudesses somar
As chagas, os desgostos e os gemidos
Na alma triste e insegura
Dos irmãos perseguidos
Por pedradas da injúria e açoites do pesar...

Se enumerasses todas as crianças
Que por falta do amor a que te elevas,
Sofrem deformações, suplícios e mudanças,
Da infância rejeitada à revolta nas trevas.

Se pudesses fitar, analisar, transpor,
No caminho em que avanças
Aflições que talvez nunca enxergaste em derredor,
Certo que a tua dor
Ficaria menor.


Pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: A Vida Conta, Médium: Francisco Cândido Xavier.

OUVIR DEUS - BASEADO EM JOANNA DE ÂNGELIS, POR DIVALDO FRANCO


São muitos os que recorremos a Deus nas horas difíceis.

As dores que nos chegam, os desafios que a vida propõe, dificuldades que parecem intransponíveis.

Nenhum de nós se pode dizer imune a dias tempestuosos, isento de tribulações intensas, dessas capazes de tirar o chão que pisamos.

Para uns, é o amor que partiu de retorno ao mundo espiritual, deixando imensa e pungente ausência.

Para outros, a doença que se instala irreversível, minando a saúde, desmoronando planos futuros, obrigando a repensar as páginas próximas da vida.

E tantos que se desesperam pelas dificuldades financeiras, pelo emprego que não surge, pelas necessidades materiais que se avolumam.

Nessas horas, com o coração transbordando de desespero, as esperanças minguando e a mente atribulada, recordamos de buscar a Deus.

Alguns, através das orações repetidas incessantemente, quase como um mantra, convidando e provocando a concentração.

Outros nos despimos das fórmulas prontas, para fazer da oração a conversa com o Pai. Diálogo informal, livre, como um desabafo.

Outros ainda, mal conseguindo formular ou organizar o pensamento, apenas suplicamos ao Pai orientação, discernimento, roteiro ou rumo.

E assim mesmo devemos fazer. Nas dificuldades maiores, não há melhor refúgio do que a oração.

Não existe melhor conselheira do que a prece, não há melhor possibilidade do que a busca de inspiração junto ao Pai.

Porém, em nosso desespero, esperamos a resposta imediata.

À prece, muitas vezes se segue a ansiedade, na expectativa de que as respostas cheguem, explícitas, claras, palpáveis.

No transbordar de nossas necessidades, quando não desespero, ansiamos pela resposta rápida da Divindade.

Esquecemos de que Deus precisa do nosso silêncio a fim de Se fazer ouvir em nossos corações.

Dessa forma, após a rogativa ao Pai, guardemo-nos em silêncio interior.

Refugiemo-nos da balbúrdia externa. Busquemos diminuir o tumulto interno que carregamos.

Somente assim, no silêncio da alma, conseguiremos escutar a resposta de Deus.

Somente quando mergulharmos em nosso mundo íntimo, teremos a possibilidade de encontrar esse alimento básico, sustentador da vida, que provém de Deus.

Após as nossas preces, busquemos nos guardar em nosso mundo íntimo.

Refugiemo-nos na fé, na certeza de que o Pai nos oferecerá o melhor, no momento certo, na medida adequada.

E ali, em nossa intimidade, Deus nos trará as respostas e a tranquilidade para nossos anseios.

Mesmo Jesus, na Sua pureza incomparável, buscava o silêncio interior, após a jornada estafante junto à turba, a fim de reencontrar-Se com Deus.

Façamos o mesmo. Busquemos o silêncio íntimo a fim de que possamos ouvir Deus, e possamos entender a Sua resposta aos nossos pedidos e necessidades.


Por Redação do Momento Espírita, com base na mensagem Silêncio para ouvir Deus, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 9 de fevereiro de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4551&stat=0.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

TRAGÉDIA NO CIRCO - IRMÃO X - CHICO XAVIER

Naquela noite, da época recuada de 177, o “concilium” de Lião regurgitava de povo.

Não se tratava de nenhuma das assembléias tradicionais da Gália, junto ao altar do Imperador, e sim de compacto ajuntamento.

Marco Aurélio reinava, piedoso, e. Embora não houvesse lavrado qualquer rescrito em prejuízo maior dos cristãos, permitira se aplicassem na cidade, com o máximo rigor, todas as leis existentes contra eles.

A matança, por isso, perdurava, terrível.

Ninguém examinava necessidades ou condições. Mulheres e crianças, velhos e doente, tanto quanto homens válidos e personalidades prestigiosas, que se declarassem fiéis ao Nazareno, eram detidos, torturados e eliminados sumariamente.

Através do espesso casario, a montante da confluência do Ródano e do Saône, multiplicavam-se prisões, e no sopé da encosta, mais tarde conhecida como colina de Fourviére, improvisara-se grande circo, levantando-se altas paliçadas em torno de enorme arena.

As pessoas representativas do mundo lionês eram sacrificadas no lar ou barbaramente espancadas no campo, enviando-se os desfavorecidos da fortuna, inclusive grande massa de escravos, ao regozijo público.

As feras pareciam agora entorpecidas, após massacrarem milhares de vítimas, nas mandíbulas sanguinolentas. Em razão disso, inventavam-se tormentos novos.

Verdugos inconscientes ideavam estranhos suplícios.

Senhoras cultas e meninas ingênuas eram desrespeitadas antes que lhes decepassem a cabeça, anciães indefesos viam-se chicoteados até a morte. Meninos apartados do reduto familiar eram vendidos a mercadores em trânsito, para servirem de alimárias domésticas em províncias distantes, e nobres senhores tombavam assassinados nas próprias vinhas.

Mais de vinte mil pessoas já haviam sido mortas.

Naquela noite, a que acima nos referimos, anunciou-se para o dia seguinte a chegada de Lúcio Galo, famoso cabo de guerra, que desfrutava atenções especiais do Imperador por se haver distinguido contra a usurpação do general Avídio Cássio, e que se inclinava agora a merecido repouso.

Imaginaram-se, para logo, comemorações a caráter.

Por esse motivo, enquanto lá fora se acotovelavam gladiadores e jograis, o patrício Álcio Plancus, que se dizia descendente do fundador da cidade, presidia a reunião, a pedido do Propretor, programando os festejos.

- Além das saudações, diante dos carros que chegarão de Viena – dizia, algo tocado pelo vinho abundante -, é preciso que o circo nos dê alguma cena de exceção... O lutador Setímio poderia arregimentar os melhores homens; contudo, não bastaria renovar o quadro de atletas...

- A equipe de dançarinas nunca esteve melhor – aventou Caio Marcelino, antigo legionário da Bretanha que se enriquecera no saque.

- Sim, sim... – concordou Álcio – instruiremos Musônia para que os bailados permaneçam à altura...

- Providenciaremos um encontro de auroques – lembrou Pérsio Níger.

- Auroques! Auroques!... – clamou a turba em aprovação.

- Excelente lembrança! – falou Plancus em voz mais alta – mas, em consideração ao visitante, é imperioso acrescentar alguma novidade que Roma não conheça...

Um grito horrível nasceu da assembléia;

- Cristãos às feras! cristãos às feras!

Asserenado o vozerio, tornou o chefe do conselho:

- Isso não constitui novidade! E há circunstâncias desfavoráveis. Os leões recém-chegados da África estão preguiçosos...

Sorriu com malícia e chasqueou:

- Claro que surpreenderam, nos últimos dias, tentações e viandas que o própio Lúculo jamais encontrou no conforto de sua casa...

Depois das gargalhadas gerais, Álcio continuou, irônico:

- Ouvi, porém, alguns companheiros, ainda hoje, e apresentaremos um plano que espero resulte certo. Poderíamos reunir, nesta noite, aproximadamente mil crianças e mulheres cristãs, guardando-as nos cárceres... E, amanhã, coroando as homenagens, ajuntá-las-emos na arena, molhada de resinas e devidamente cercada de farpas embebidas em óleo, deixando apenas passagem estreita para a liberação das mais fortes. Depois de mostradas festivamente em público, incendiaremos toda a área, deitando sobre elas os velhos cavalos que já não sirvam aos nossos jogos... Realmente, as chamas e as patas dos animais formarão muitos lances inéditos...

- Muito bem! Muito bem! – reuniu a multidão, de ponta a ponta do átrio.

- Urge o tempo – gritou Plancus – e precisamos do concurso de todos... Não possuímos guardas suficientes.

E erguendo ainda mais o tom de voz:

- Levante a mão direita quem esteja disposto a cooperar.

Centenas de circunstantes, incluindo mulheres robustas, mostraram destra ao alto, aplaudindo em delírio.

Encorajado pelo entusiasmo geral, e desejando distribuir a tarefa com todos os voluntários, o dirigente da noite enunciou, sarcástico e inflexível:

- Cada um de nós traga um... Essas pragas jazem escondidas por toda a parte... Caçá-las e exterminá-las é o serviço da hora...

Durante a noite inteira, mais de mil pessoas, ávidas de crueldade, vasculharam residências humildes e, no dia subsequente, ao Sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, no fim de soberbo espetáculo, encontraram a morte, queimadas nas chamas alteadas ao sopro do vento, ou despedaçadas pelos cavalos em correria.


Quase dezoito séculos passaram sobre o tenebroso acontecimento... Entretanto, a justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou todos os responsáveis, que, em diversas posições de idade física, se reuniram de novo para dolorosa expiação, a 17 de dezembro de 1961, na cidade brasileira de Niterói, em comovedora tragédia num circo.

Pelo Espírito Irmão X - Do livro: Cartas de Crônicas, Médium: Francisco Cândido Xavier.


DOUTRINAR E TRANSFORMAR - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Meus amigos: Em verdade é preciso doutrinar para esclarecer. Mas é imprescindível, igualmente, transformar para redimir. Doutrinação q...