quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

OLHAI OS LÍRIOS - EMMANUEL



“...Considerai como crescem ao lírios do campo...” – Jesus (Mateus, 6:28)

“Olhai os lírios do campo ...” - exortou-nos Jesus.
A lição nos adverte contra as inquietações improdutivas, sem compelir-nos à ociosidade.
O lírios para se evidenciarem quais se revelam não se afligem e nem ceifam; no entanto, esforçam-se com paciência, desde a germinação, na próprio desenvolvimento, abstendo-se de agitações pela conquista de reservas desnecessárias com receio do futuro, por acreditarem instintivamente nos suprimentos da vida.
Não fiam nem tecem para mostrarem na formosura que os caracteriza; todavia, não desdenham fazer o que podem, a fim de cooperar no enriquecimento do esforço humano.
Não se preocupam em ser gerânios ou cravos e sim aceitem-se na configuração e na essência de que se viram formados,segundo os princípios da espécie.
Não cogitam de criticar as outras plantas que lhes ocupam a vizinhança, deixando a cada uma o direito de serem elas mesmas, nas atividades que lhes dizem respeito à própria destinação.
Admitem calor e frio, vento e chuva, deles aproveitando aquilo que lhes possam doar de útil, sem se queixarem dos supostos excessos em que se exprimam.
Não indagam quanto à condição ou à posição daqueles a quem consigam prestar serviço, seja acrescentando beleza e perfume à Terra ou ornamentando festas e colaborando no interesse das criaturas em valor de mercado.
E, sobretudo, desabrocham e servem, no lugar em que foram situados pela Sabedoria Divina, através das forças da natureza, ainda mesmo quando tragam as raízes mergulhadas no pântano.
Evidentemente, nós, os espíritos humanos, não somos elementos do reino vegetal, mas podemos aprender com os lírios, serenidade e aceitação, paz e trabalho, com as responsabilidades e privilégios do discernimento e da razão que uma
simples flor ainda não tem.

Espírito: EMMANUEL
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: "Aulas da Vida" - EDIÇÃO IDEAL

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

MUDANÇAS!

Chega um tempo na vida da gente que sentimos a necessidade de mudar,
seja de casa ou de nós mesmos…
Largar coisas muito enraizadas e profundas, mas que já não servem mais.
Então surge a idéia de olhar casas novas, em todos os sentidos!
Quem sabe algumas que possuam ruas estreitas que precisamos percorrer…
Ou outras que fiquem em ladeiras bem íngremes, para desenvolver a nossa força.
Ou quem sabe simplificar, resgatar o velho e criar um novo lugar!
Ou talvez procurar uma nova casa, que tenha muita água por perto,
para amolecer a nossa argila, que são as nossas crenças…
Muitas vezes não é necessário trocar de casa,
mas olhar com outros olhos para dentro dela.
Quem sabe, olhando melhor,
possamos visualizar um rio com águas transparentes,
que tem a capacidade de levar embora as preocupações que não precisamos mais!
Ou ainda águas que reflitam o nosso interior!
E se ainda pudermos ir para perto do mar, que maravilha!
Quantos ensinamentos ele tem para nos dar, basta se aquietar e observar!
Lugares que tenham água por perto, ajudam a amolecer a terra seca,
que são iguais a nossa dureza, rigidez e incompreensão.
Olhar através de arcos, resulta em enxergar aquilo que realmente precisamos ver!
Começar a entender que a casa é a nossa morada, somos responsáveis por ela.
Podemos dar cor ou não… mas o colorido exige mais cuidado!
Observar se não estamos construindo muros muito fechados
em volta da nossa casa.
Muros separam, pontes ligam, aproximam…
Através das pontes podemos ver o outro lado.
Conhecer o outro lado muda a nossa percepção…
Nos transforma…
Começamos a ter uma nova visão!
E com a nova visão, fica mais fácil pensar na nova construção ou reforma!
Precisamos nos aproximar mais das pessoas?
Por acaso nos isolamos demais?
Ou precisamos nos aquietar mais…
Quem sabe um lugar mais alegre?
Ou precisamos caminhar silenciosamente por ruas desconhecidas…
Olhar para nossa casa requer coragem e força…é enxergar o que precisa ser mudado e se desapegar do velho!
É olhar fundo…
E quando o desapego acontece, ele nos leva à situações caóticas, mas valiosas!
Neste momento surge uma confusão de cores e caminhos!
É a reforma…
Muitas vezes surge o frio e o escuro…
Mas como tudo passa, sempre vem o novo dia para clarear!
Toda reforma ou mudança traz “caos”.
Mas precisamos lembrar que vale à pena, o resultado chega!
Se a angústia bate à porta é hora de abrir e atender!
Ela vem avisar que alguma coisa precisa mudar!
Quem sabe uma pausa para refletir sobre tudo isso!
Olhar para o rio e perceber que ele corre sozinho…tem seu tempo…
Faz seu curso e segue livre…
A cada lugar que o rio passa, ele vê novas paisagens…
E nós, queremos nos fixar!
Permanecer!
É hora de recomeçar, mudar de casa ou reformar!
Assumir responsabilidades, ser dono dela!
Com certeza não é fácil, mas vale à pena….

Autor desconhecido

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

JESUS E CAIFAZ

Vim para combater o mal e espargir a "Luz" sobre as "Trevas"

Vidência: Fui levada ao Espaço e vi, na região da Líbia, uma gigantesca "forma-pensamento", "egrégora do lugar", sendo consumida por outra forma-pensamento escura, vinda do Abismo.

Vi "Dragões Vermelhos" da China e "Águias Americanas" sobrevoando alguns países. Depois, num lugar escuro, numa estrada erma, reuniram-se uma ave gigante, a Águia Americana, o Dragão Vermelho da China, um Leão Dourado, da Inglaterra, e uma Cobra. Todos eram muito grandes, com alguns metros de altura. Por fim, chegou um Touro de tamanho proporcional aos outros animais e com a cara de mau. Olharam-se com ferocidade e debandaram em direções diferentes.

Por último, vi inimigos da Luz tentando incendiar o GESJ e o ASJ.

Após o mantra, ouvi alguém gritando para todo o Planeta: "Matem as crianças! Matem os primogênitos! Torturem as crianças! Persigam os seguidores do Cordeiro, apaguem suas virtudes e exacerbem suas fraquezas! Matem os animais!"

Muitos seres malignos desencarnados atendiam ao seu chamado cruel, e também, muitos encarnados, pessoas ligadas a seitas satânicas, pessoas comuns cheias de vícios e más tendências, e todo o tipo de gente decadente e corrupta.

Em seguida, ouvi uma voz vinda do Abismo, que dizia: "Sobe, Caifaz, e retoma o teu Reino, usurpado pelo Cordeiro!" Então, vi uma figura sinistra, gigantesca, subindo do Abismo. Tinha as mãos descarnadas, túnica rota e um aspecto de múmia. Ela subiu, com dificuldade, dos planos inferiores do Abismo para a superfície da Terra.

Vejo-a, gigantesca, em Jerusalém. Ela olha de um lado a outro, em busca de alguém. Naquele momento, suas vestes e sua aparência tornaram-se humanas, lembrando um sacerdote hebreu.

Do outro lado, surgiu Jesus, sem uma forma humana definida, apenas como uma luz suave. Começou, então, um diálogo.

Olhando do alto, notava-se distintamente dois campos: Luz e Trevas.

Jesus – Vim para combater o mal e espargir a Luz sobre as Trevas.

Caifaz – Eu sou o "mal" e represento a vontade dos homens.

Jesus – O livre arbítrio o conduzirá inevitavelmente ao Reino do Meu Pai.

Caifaz – Eles não querem "a dor" que ofereceis a eles. Eu vim para derramar a taça amarga sobre a Terra, e seduzi-los com a taça da ilusão dos prazeres.

Jesus – Somente aqueles que colocarem a luz sob o alqueire, que virem as travas nos olhos dos irmãos, e fecharem as mentes às Verdades Eternas, seguir-vos-ão, e fartamente sorverão maior porção de fel.

Vinde, irmão! Abandonai as trevas, vinde conhecer o Amor do Pai.

Caifaz – Renego vosso Pai! Renego vosso amor! Sois o fraco crucificado! - E dá gargalhadas.

Jesus intensificou o Seu brilho, e Caifaz desapareceu terra a dentro, escondendo-se e dizendo:

– Não me entrego a vós!! Sois o Cordeiro que será devorado pelos "lobos" que eu guio!

Jesus – Vinde irmão, o Reino do Meu Pai vos aguarda, mas, antes de adentrá-lo, sentireis a espada da Justiça penetrar em vosso coração.

Escolhestes as armas e pela espada perecereis; deste Planeta saireis, e somente retornareis a ele quando vestirdes "túnica digna de cear no banquete celestial".

Ide, a escolha é vossa! Aqueles que convosco seguirem, arrastados por vossa fala enganadora, irão para o exilio.

O livre arbítrio guia vossos passos e cumprir-se-á a Lei Divina.

Então, houve uma explosão de luz e o diálogo foi encerrado.

Jesus, 26/08/11

Retirado do site "Extras e Intraterrestres"

domingo, 26 de fevereiro de 2012

CURA E MEDIUNIDADE

"Certamente a missão da mediunidade não é a de promover curas, como arbitrariamente supõem e pretendem alguns desconhecedores da missão do Espiritismo na Terra. Fossem eles vinculados à Doutrina e seria incompreensível tal comportamento. Entretanto, em uma Sociedade Espírita, a tarefa primacial é a de iluminação da consciência ante a realidade da vida, seus fins, a melhor maneira de agir, preparando os indivíduos para a libertação do jugo da ignorância, a grande geradora de males incontáveis. Apesar disso, o Amor de Deus permite que nós também, os desencarnados, procuremos auxiliar as criaturas humanas, quando enfermas, sem nos entregarmos à injustificável competição com os médicos terrenos, fazendo crer que tudo podemos...
Os curados, qual aconteceu ao tempo de Jesus, prosseguem como antes, com raríssimas excessões, retornando quando adrquirem novas mazelas e mandando outros enfermos, que se sucedem, em espetáculos lamentáveis. Não cuidam de remover as causas morais de suas doenças mediante a adoção de uma conduta correta, de um trabalho fraternal de socorro, de educação pessoal, de modo que possam atender aos fundamentos da vida e transformados interiormente, contribuam em favor de uma sociedade mais justa e feliz.
Somente quando os homens assumirem suas culpas, delas reabilitando-se; suas responsabilidades, aplicando-as numa vivência correta; sua consciência, agindo com equilíbrio, é que ocorrerá a sua integração plena na vida com saúde e paz. Utilizando-se dos mecanismos escapistas a que se aferra e escamoteando o dever, apenas logra adiar o enfrentamento com os problemas que gera, com as dores que desencadeia, portanto, consigo próprio. Ninguém se evade indefinidamente da sua realidade."

Manoel Philomeno de Miranda, do livro TRILHAS DA LIBERTAÇÃO, psicografado por Divaldo Pereira Franco, edição FEB, 1996.

ANDE DEVAGAR...


Às Vezes nos são necessários dias silenciosos, aqueles dias chuvosos, cinzentos, nublados. Para que o corpo e a mente e o espírito aquiete-se, asserene-se
A tríade mente, corpo e espírito precisam desses dias silenciosos, para encontrar equilíbrio, para se escutar, para se sentir, para saber o que se quer.
Às vezes o sofrimento nos leva ao isolamento, ao nosso próprio aconchego. Para depois a redenção, pois nesse meio tempo, sofrimento, isolamento, aconchego, achamos muitas respostas, dentro de nós. Passamos a conversar mais com Deus e isso é muito importante. Aquele sofrimento serve para identificar quais sentimentos está em nós, o que estamos sentindo, e serve também, para ir em busca de nós, ao nosso próprio auxilio. Adquirimos sentimentos que antes não tínhamos, jogamos fora outros, e assim vamos crescendo. Às vezes, a espera é interminável, mas vale à pena, pois apenas serve para arrumar seja a casa menta, seja nosso interior, seja o lado de dentro. Ou até a vida pessoal, os relacionamentos. A vida a dois, tudo é questão de dar algumas voltas, quase tudo que queremos esta quase sempre ao nosso alcance, mas naquela hora, de sofrimento, não enxergamos, caímos, não é fácil, passar por algumas coisas. é preciso serenidade.
Mas somos erguidos aos poucos com nossa própria força interna, ou pelas mãos de Deus. Fortalecemos-nos. Quase tudo esta sempre ao nosso alcance, mas temos que dar algumas voltas para conseguir o que queremos. O sofrimento nos abate, mas é necessário, foi necessário, para silenciar o lado de dentro, para nos escutar, escutar a deus. A vida às vezes nos prega cada peça, às vezes pagamos altos preços. Mas é necessário, depois do sofrimento, da angustia, da dor, sempre vem à redenção, a vitória. Adquirimos mais paciência, aprendemos a esperar, a nos ouvir, a nos sentir, e vimos que tudo é questão de paciência, e saber esperar. Que as coisas vêm na hora certa, às vezes é só questão de arrumar nossa vida. Às vezes o que achamos ser uma perda, uma distancia, é nada mais nada menos que a vida nos chamando atenção nos dando sinal de alerta vermelho. Pois deus sabe onde precisamos melhorar, ele mais do que ninguém sabe, então tudo na vida gira em torno de onde precisamos melhorar, então cada situação na nossa vida que passamos, é voltado para isso. Se somos ansiosos, a ansiedade nos consome por dentro, a espera é dolorosa, e aquilo que queremos nunca chega a menos que nos aquietemos, asserenando, silenciando mente, coração e espírito. Assim conseguimos ter paciência e aprendemos a esperar, e quando buscamos interagir, equilibrar, mente corpo e espírito, em um só. Silenciando, ai sim, aquilo que queremos nos chega, e até nos pega de surpresas, ficamos surpreendidos e ate pensamos. Nossa!!! Que incrível!!!!
Mas o mérito foi só seu. O silencio interno é tudo, se não o fazemos, não o temos, tudo se torna mais difícil. O silencio interno, a paz interior, é leveza, sublimação do espírito. Precisamos disso sempre, mesmo ou sempre depois de um sofrimento. Mesmo quando uma pessoa que ama é arrancada de sua vida tem-se que estar preparados e estarmos bem, para a sua volta. Deus não dá ponto sem nó. O que está precisando arrumar em você, ai dentro? Na casa mental? Na sua vida? Vai ser arrumado, consertado, para depois ser como Deus quer. Tudo depende de saber aprender a esperar. Saber esperar é dádiva, é um bem a você mesmo. Pois a vitoria para todos chega, às vezes de modo inesperado. Porque estamos tão identificados com o sofrimento, que não nos damos conta, de como a providencia divina é maravilhosa. Tudo conspira a seu favor. Os sinais que Deus nos manda são incríveis, pessoas que nunca vimos antes, nos dizem. Para aproveitar a vida, que a vida é curta, vai ser mais rápido do que você pensa. E isso é apenas o sinal de Deus.
É como diz a musica.
ANDO DEVAGAR PORQUE JÁ TIVE PRESSA
Para que pressa? Se pudermos parar, silenciar. E em vez da pressa andar devagar. Que sempre chegaremos ao destino. Quantas coisas solucionamos em meio ao desespero, desequilíbrio? Nada? Então a pressa é inimiga da solução de vários problemas.
Levo esse sorriso, porque já chorei demais
Hoje estamos a sorrir, feliz, porque um dia sofremos, choramos demais. Mas conseguimos nos fortalecer, andamos devagar, silenciamos. E hoje sorrimos. Somos mais felizes.
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe. só levo uma certeza de que muito pouco sei,ou nada sei.
É preciso amor para poder pulsar. O amor é a mola propulsora. É a força que precisas para ser mais forte. E mais feliz quem sabe.
É preciso paz para poder sorrir, paz, silencio, para sorrirmos de dentro para fora. Busque a paz interior, o silencio interno sempre. Um sorriso imenso se abrirá bem ai dentro de você.
É preciso chuva para florir. As lágrimas, os choros, o sofrimento lavam a alma, flores desabrocham, amadurecemos, a chuva lava os campos, e as flores aparecem. É como o sofrimento, ele vem e lava a alma, e nós amadurecemos, desabrochamos, crescemos, como uma flor.
Penso que cumprir a vida seja simplesmente compreender a marcha e ir tocando em frente.
Cumprir a vida, viver, é simplesmente, seguir o curso do rio. Deixar correr. Tocando em frente, apesar dos obstáculos. Mas o rio contorna-os, e segue em frente.
Todo mundo ama um dia, todo mundo chora, todo mundo sofre, todo mundo ergue-se, todo mundo floresce. Fortalece-se. Se é feliz.
Cada um de nos compõem a sua história. Você faz a sua vida. A sua história. A sua vitoria.
Cada ser em si, carrega o dom de ser capaz e ser feliz.
Ando devagar porque já tive pressa.
Para que a pressa se podemos andar devagar?
Ande mais devagar, pare, fique dias no silencio, silencie,ouça seu interior, se escute. Caminhe a passos lentos. Porque sempre se chega ao destino certo.
jell.athayde

PRECE DE CÁRITAS


Deus, nosso Pai, que Sois todo poder e bondade, daí força àquele que passa pela provação, dai a luz àquele que procura a verdade, ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
Deus! Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso.
Pai! Dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, ao órfão o pai.
Senhor! Que vossa bondade se estenda sobre tudo o que criastes.
Piedade, Senhor, para aqueles que não Vos conhecem; esperança para aqueles que sofrem. Que vossa bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda parte a paz, a esperança e a fé.
Deus! Um raio, uma faísca do Vosso amor pode abrasar a terra. Deixai-nos beber das fontes desta bondade fecunda e infinita e todas as lágrimas secarão, todas as dores acalmar-se-ão. Um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor. Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braçosabertos, Oh! Poder. Oh! Bondade. Oh! Beleza. Oh! Perfeição. E queremos de alguma sorte, alcançar Vossa misericórdia.
Deus! Dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até Vós; dai-nos a caridade pura; dai-nos a fé e a razão, dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se deve refletir Vossa imagem.

Espírito: CÁRITAS
Médium: Madame W. Krill - Bordeaux - França
Psicografada em 25 de dezembro de 1873

sábado, 25 de fevereiro de 2012

A MEADA

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil


- A conversação entre as duas jovens senhoras se desenvolvia no ônibus.

- Você não pode imaginar o meu amor por ele...

- Não posso concordar com você.

- Decerto que não me entende.

- Mas, Dulce, você chega a querer o Dionísio, tanto quanto ao marido?

- Não tanto, mas não consigo passar sem os dois.

- Meu Deus! Isso é coisa de casal sem filhos!...

- É possível...

- Você não acha isso estranho, inadmissível?

- Acho natural.

- Noto você demasiadamente apegada, não é justo...

- Sei que você não me compreende...

- Simplesmente não concordo.

- Mas Dionísio...

- Isso é uma psicose...

Dona Dulce e a amiga, no entanto, ignoravam que Dona Lequinha, vizinha de ambas, sentara-se perto e estava de ouvido atento, sem perder palavra.

De parada em parada. Cada uma volveu ao lar suburbano, mas Dona Lequinha, ao chegar em casa, começou a fantasiar... Bem que notara Dona Dulce acompanhada por um moço ao tomar o elétrico, aliás, pessoa de cativante presença. Recordava-lhe as palavras derradeiras: “vá tranqüila, amanhã telefonarei...”

Cabeça quente, vasculhando novidades no ar, aguardou o esposo, colega de serviço do marido de Dona Dulce, e tão logo à mesa, a sós com ele para o jantar, surgiu novo diálogo:

- Você não imagina o que vi hoje...

- Diga, mulher...

- Dona Dulce, calcule você!... Dona Dulce, que sempre nos pareceu uma santa, está de aventuras...

- O quê?!...

- Vi com meus olhos... Um rapazão a seguia mostrando gestos de apaixonado e, por fim, no ônibus, ela própria se confessou a Dona Cecília... Chegou a dizer que não consegue viver sem o marido e sem o outro... Uma calamidade!...

- Ah! mas isso não fica assim, não! Júlio é meu colega e Júlio vai saber!...

A conversa transitou através de comentários escusos e, no dia imediato, pela manhã, na oficina, o amigo ouve do amigo o desabafo em tom sigiloso:

- Júlio, você me entende... somos companheiros e não posso enganá-lo... O que vou dizer representa um sacrifício para mim, mas falo para seu bem... Seu nome é limpo demais para ser desrespeitado, como estou vendo... Não posso ficar calado por mais tempo... Sua mulher...

E o esposo escutou a denúncia, longamente cochichada, qual se lhe enternassem afiada lâmina no peito.

Agradeceu, pálido...

Em seguida, pediu licença ao chefe para ir a casa, alegando um pretexto qualquer. No fundo, porém, ansiava por um entendimento com a esposa, aconselhá-la, saber o que havia de certo.

Deixou o serviço, no rumo do lar e, aí chegando, penetrou a sala, agoniado...

Estacou, de improviso.

A companheira falava, despreocupamente, ao telefone, no quarto de dormir: “Ah! sim!...”, “Não há problema”, “Hoje mesmo”. “Às três horas”... “Meu marido não pode saber...”.

Júlio retrocedeu, à maneira de cão espantado. Sob enorme excitação, tornou à rua. Logo após, notificou na oficina que se achava doente e pretendia medicar-se. Retornou a casa e tentou o almoço, em companhia da mulher que, em vão, procurou fazê-lo sorrir.

Acabrunhado, voltou a perambular pelas vias públicas e, poucos minutos depois das três da tarde, entrou sutilmente no lar... Aflito, mentalmente descontrolado, entreabriu devagarinho a porta do quarto e viu, agora positivamente aterrado, um rapaz em mangas de camisa, a inclinar-se sobre o seu próprio leito. De imaginação envenenada, concebeu a pior interpretação...

O pobre operário recusou em delírio e, à noite, foi encontrado morto num pequeno galpão dos fundos. Enforcara-se em desespero...

Só então, ao choro de Dona Dulce, o mexerico foi destrinçado.

Dionísio era apenas o belo gatinho angorá que a desolada senhora criava com estimação imensa; o moço que a seguira até o ônibus era o veterinário, a cujos cuidados profissionais confiara ela o animal doente; o telefonema era baseado na encomenda que Dona Dulce fizera de um colchão de molas, ao gosto moderno, para uma afetuosa surpresa ao marido, e o rapaz que se achava no aposento íntimo do casal era, nem mais nem menos, o empregado da casa de móveis que viera ajustar o colchão referido ao leito de grandes proporções.

A tragédia, porém, estava consumada e Dona Lequinha, diante do suicida exposto à visitação, comentou, baixinho, para a amiga de lado:

- Que homem precipitado!... Morrer por uma bobagem! A gente fala certas coisas, só por falar!...


pelo Espírito Irmão X - Do livro: Estante da Vida, Médium: Francisco Candido Xavier.

PÁGINA DO CAMINHO



Para se lançar nas atividades do bem, não aguarde o companheiro perfeito.

A perfeição não costuma se fazer presente na rota dos seres em evolução.

Você esperava ansiosamente a criatura irmã para formar o lar mais ditoso.

Entretanto, o matrimônio lhe trouxe alguém a reclamar sacrifício e ternura.

Contava com seu filho para ser um amigo próximo e fiel, a compartilhar seus sonhos e ideais.

Contudo, ele alcançou a mocidade e fez-se homem sem se interessar por seus projetos.

Você se amparava no companheiro de ideal, que lhe parecia digno e dedicado.

Mas, de um momento para o outro, a amizade pura degenerou em discórdia e indiferença.

Mantinha fé no orientador que parecia venerável, em suas palavras sábias e em seus atos convincentes.

No entanto, um dia ele caiu de modo formidável, arrastado por tentações de que não se preveniu a contento.

É compreensível e humana a dor de ver ruírem esperanças e relações.

Contudo, embora mais solitário, continue firme no trabalho edificante que lhe constitui o ideal.

Cada homem carrega consigo seus potenciais e dificuldades.

A queda e a deserção de um não justificam as de outro.

Sempre é possível mirar-se em quem cai e passa a rastejar.

Entretanto, convém antes pensar nos que seguem adiante, altivos e valorosos.

De um modo ou de outro, cada homem responde pelas consequências que gera.

Na hora de enfrentá-las, será de pouco conforto lembrar que outros também padecem pela adoção de semelhante conduta.

É normal desejar companheiros de ideais e afeições puras nas quais se fortaleça.

Mas, quase sempre, aqueles a quem você considera como os afetos mais doces possuem importantes fragilidades.

Deseja que sejam autênticos sustentáculos na luta, quando simbolizam tarefas que solicitam renúncia e amor de sua parte.

Se deseja viver no bem, não valorize o gelo da indiferença e o fel da incompreensão.

Lembre-se de que o coração mais belo que pulsou entre os homens respirava na multidão e seguia só.

Possuía legiões de Espíritos angélicos.

Mas aproveitou o concurso de amigos frágeis que O abandonaram na hora extrema.

Ajudava a todos e chorou sem ninguém.

Mas, ao carregar a cruz, no monte áspero, continuou a legar preciosas lições à Humanidade.

Ensinou que as asas da Imortalidade podem ser extraídas do fardo de aflição.

Também mostrou que, no território moral do bem, alma alguma caminha solitária.

Embora a aparente derrota no mundo, todas seguem amparadas por Deus rumo a destinos gloriosos.

Pense nisso.



Redação do Momento Espírita, com base no cap. 33, do livro O
Espírito da Verdade, por Espíritos diversos, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 23.02.2012.

AVISO CALMANTE


O trabalho eficiente deve ser planejado, mas não olvide que as circunstâncias procedem da vida superior.
O tempo é um rio de surpresas.
Use o apoio da bondade e a bateia da tolerância para colher o ouro da Providência Divina no cascalho dos fatos
desagradáveis.
A conversa fastidiosa talvez seja o veiculo da valiosa indicação.
A visita que não se espera provavelmente traga uma bênção.
O obstáculo com que não se contava, em muitas ocasiões, traduz o amparo da Espiritualidade Maior, antes que certa
dificuldade apareça.
O aborrecimento de um minuto pode ser a pausa de aviso salvador
A enfermidade súbita, quase sempre, é o processo de que se utiliza o Plano Superior para se impedir uma queda
espetacular.
Atenda ao seu programa de ação, conforme os seus encargos, mas não se esqueça da paciência na trilha das suas horas.
Cada um de nós é chamado para a execução de tarefa determinada, mas a habilitação para isso vem de Deus.

Espírito: ANDRÉ LUIZ
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: " Buscas e Acharás" - EDIÇÃO IDEAL

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

PERFECCIONISMO: LIBERTE-SE!

Livre-se do perfeccionismo para ser feliz

Liane Alves

Sem perceber, podemos estar nos esforçando para cumprir modelos impostos que exigem perfeccionismo. O problema é que a perfeição é uma moeda escassa nesse mundo naturalmente imperfeito. Além disso, nos esquecemos que é impossível manter todas as áreas da vida sob controle. Um corpo em dia não vai garantir relacionamentos amorosos, um emprego ideal ou a casa na praia não são sinônimos automáticos de felicidade. Este é o mecanismo perverso dessa história: a perfeição, mesmo quando atingida, só nos chega aos pedaços.

Dentro do pacote

Segundo a psicoterapeuta Regina Favre, duas doenças contemporâneas testemunham nossas reações diante do desafio da perfeição: a síndrome do pânico e a depressão. "Se prenuncio que não vou conseguir atender ao padrão de exigências estabelecido, começo a entrar em ansiedade e, depois, em desespero: é o pânico que chega. E se, ao contrário, dou conta de cumprir o que é proposto pelo mercado, posso ser tomado pela depressão".

E por que desejamos a perfeição de maneira tão obsessiva? "Há o mito construído de que se não formos perfeitos, jovens e belos seremos excluídos. É esse o fantasma que nos ameaça: sermos jogados fora do mercado, seja profissional, seja sexual ou produtivo".

Esquecemos algo fundamental: que sofrer, arriscar-se sem garantias e provar sentimentos de perda ou falta fazem parte da riqueza de experiências que a vida nos proporciona. O resultado? Ao optar pelo controle que vem atrelado ao desejo de perfeição, ficamos cada vez mais hesitantes em experimentar verdadeiramente o sabor da vida, com suas imprevisibilidades, erros e acertos.

A boa notícia é que uma vigorosa contracorrente a esse tipo de pensamento já está presente há uns 30, 40 anos na sociedade. "Ela questiona esse estilo de vida rigidamente perfeito. Emergem novos tipos de valores que incorporam conceitos como o desapego e a noção de impermanência, por exemplo", explica Regina.

Essa nova atitude começa com o respeito ao próprio corpo. Ser responsável pela própria saúde, pelos alimentos que consumimos, pelos ritmos internos e necessidades pessoais é uma nova posição de vida, mais consciente e individualizada.

E começa a revolução

O psiquiatra José Ângelo Gaiarsa sempre criticou o que nos é imposto pela sociedade. Ele coloca em dúvida nossa capacidade de fazer julgamentos justos ao avaliar a perfeição. "Não temos condição de nos julgar, ou de nos condenar, com isenção. Tenho alergia a palavras como ideias, conceitos, que não dizem nada e só aumentam a nossa confusão. Já o corpo não mente jamais". Segundo Gaiarsa, a grande revolução começa ao sentirmos mais o nosso corpo. Isso significa respirar melhor, movimentar-se livremente e experimentar toda a gama de sensações que os sentidos podem nos oferecer.
Com esse conhecimento, abre-se o espaço para uma nova consciência, mais independente e autônoma. E Gaiarsa explica como e por quê. "Ao respirarmos mais profundamente, o raciocínio torna-se claro, as conexões cerebrais se ampliam", afirma. "Não temos ideia de como a simples respiração pode nos ajudar a nos libertarmos dessas emoções negativas, como a inveja e a competitividade, e do domínio que elas nos impõem", diz o pesquisador.

Quando vale a pena

Depois que limpamos bem esse terreno, podemos ver que o desejo de perfeição também tem a sua utilidade. Os grandes gênios da humanidade se alimentaram dele: Michelangelo, Da Vinci, Einstein. Nada garante que fossem mais felizes ou realizados, mas a verdade é que, em vez de procurarem unicamente sua felicidade individual, colocaram seus talentos a serviço de algo maior, às vezes em detrimento de sua saúde, sanidade ou realização afetiva. Almejar a perfeição, portanto, pode nos levar a grandes realizações e a um aperfeiçoamento constante. Mas por vezes o preço é alto.

"Sede perfeitos, como o vosso Pai do céu é perfeito", nos diz o evangelho. Em vez de apresentar um modelo rígido, as palavras de Cristo propõem um exercício de humanidade naquilo que temos de melhor: a capacidade de amar, perdoar e praticar a generosidade - inclusive consigo mesmo, no caso de erro e falta. Por isso, o desejo de perfeição não é, por si só, ruim. Não se encarado dessa maneira generosa. Nossa grande questão é, e sempre vai ser, onde vamos colocar esse desejo.

Retirado do site da revista Vida Simples.

DISCIPLINA - EMMANUEL


A CONVERSÃO DE COELHO NETO AO ESPIRITISMO


Jornal Mundo Espírita de Março de 2001

Sobre a conversão do notável e saudoso escritor Coelho Neto ao Espiritismo, eis a entrevista publicada pelo "Jornal do Brasil", de sete de julho de 1923 que ora transcrevemos:

"Sim, tens razão. Combati, com todas as minhas forças, o que sempre considerei a mais ridícula das superstições. Essa doutrina, hoje triunfante em todo o mundo, não teve, entre nós, adversário mais intransigente, mais cruel do que eu.

Em casa, onde a propaganda, habilmente insinuada, conseguira fazer prosélitos, todos temiam-me, apesar da minha conhecida tolerância em matéria de fé, porque eu não deixava passar um só dos livros de preparação e opunha-me, com energia, às tais sessões reveladoras. Mas que queres?

Não tiveram os cristãos inimigo mais acirrado do que Saulo até o momento em que, na estrada de Damasco, por onde ia para a sua campanha de perseguição, o céu abriu-se em luz e uma voz do Alto o chamou à fé. E de inimigo que era não se tornou, o tapeceiro de Tarso, o mais fervoroso e abnegado apóstolo do Cristianismo, saindo a pregar a Palavra suave ao gentio pagão? Pois, meu caro, a minha estrada de Damasco foi o meu escritório e, se nele não irradiou a luz celestial, que deslumbrou S. Paulo, soou uma voz do Além, voz amada, cujo eco não morre em meu coração.

Sabes que, depois da morte da pequenina Ester, que era o nosso enlevo, a vida tornou-se sombria. A casa, dantes alegre com o riso cristalino da criança, mudou-se em jazigo melancólico de saudade. Passei a viver entre sombras lamentosas.

Minha mulher, para quem a netinha era tudo, não fazia outra coisa senão evocá-la, reunindo lembranças: roupas que ela vestira, brinquedos que a acompanharam até a última hora, entre os quais a boneca, que foi com ela para a cova, porque a pobrezinha não a deixou até expirar.

Júlia... coitada! Nem sei como resistiu a tão fundos desgostos; seis meses depois do marido, a filha.

Pensei perdê-la. Todas as manhãs lá ia ela, para o cemitério, cobrir o pequenino túmulo de flores, e lá ficava, horas e horas, conversando com a terra, com o mesmo carinho com que conversava com a filha. Ia depois ao túmulo do marido e assim vivia entre mortos, alheia ao mais, indiferente a tudo.

Propus mudarmo-nos para Copacabana. Opôs-se. Insistiu em ficar na casa em que fora feliz e desgraçada, mas onde perduravam recordações do seu tempo de ventura.

Temi que a seduzissem para o Espiritismo, que a lançassem ao turbilhão do mistério em que se agitam as almas do nosso tempo, como endemoninhados da Idade Média corriam ao sabbat, nos desfiladeiros sinistros. No estado de abatimento moral em que ela se achava, seria arriscado perturbar-lhe a razão com práticas nigromânticas.

As minhas ordens, dadas em tom severo, foram obedecidas. Júlia passava os dias no quarto, que fora da pequena, e de fora ouvíamo-la falar, rir, contar histórias de fadas, exatamente como fazia durante a vida da criança.

Tais ilusões dolorosas eram bálsamos que mitigavam o sofrimento da alma, como a morfina alivia as dores. Cessada a ilusão, o desespero irrompia mais acerbo.

Uma noite, minha mulher entrou-me pelo escritório, lavada em lágrimas, e disse-me, abraçando-se comigo, que a filha enlouquecera.

- Por quê?! perguntei.

- Está lá embaixo, ao telefone, falando com Ester.

- Que Ester?

- A filha...

Encarei-a demoradamente, certo que a louca era ela, não Júlia.

Como se compreendesse o meu pensamento, ela insistiu:

- Lá está. Se queres convencer-te, vem até a escada. Poderás ouvi-la.

Fui. Como sabes, tenho dois aparelhos: um no "hall", outro, em extensão, no meu escritório.

Ficamos os dois, minha mulher e eu, junto à balaustrada do primeiro andar.

Júlia falava baixo, no escuro.

Por mais esforço que fizéssemos, não conseguíamos ouvir uma palavra. Era um sussurro meigo, cortado de risinhos. O que me pareceu (por que não dizê-lo?) foi que a conversa era de amor.

Tive ímpetos de violar o segredo de minha filha, mas o escrúpulo do meu cavalheirismo conteve-me.

- Por que dizes que ela fala com Ester? perguntei à minha mulher.

- Por quê? Porque ela mesmo me confessou e não imaginas com que alegria!

Fiquei estatelado, sem compreender o que ouvia. De repente, numa decisão, entrei no escritório, desmontei lentamente o fone do aparelho, apliquei-o ao ouvido e ouvi.

Ouvi, meu amigo. Ouvi minha neta. Reconheci-lhe a voz, a doce voz, que era a música da minha casa... Mas não foi a voz que me impressionou, que me fez sorrir e chorar, senão o que ela dizia.

Ainda que eu duvidasse, com toda a minha incredulidade, havia de convencer-me, tais eram as referências, as alusões que a pequenina voz do Além fazia a fatos, incidentes da vida que conosco vivera o corpo do qual ela fora o som...

Mistificação? E que mistificador seria esse que conhecia episódios ignorados de nós mesmos, passados na mais estreita intimidade entre mãe e filha? Não! Era ela, a minha neta, ou antes, a sua alma visitadora que se comunicava daquele modo com o coração materno, levantando-o da dor em que jazia para consolação suprema.

Ouvi toda a conversa e compreendi que nos estamos aproximando da grande era; que os tempos se atraem - o finito defronta o infinito, e das fronteiras que os separam, as almas já se comunicam. E eis como me converti, eis porque te disse que a minha estrada de Damasco foi o escritório onde, se não fui deslumbrado pelo fogo celestial, ouvi a voz do céu, a voz do Além, da outra Vida, do mundo da Perfeição...

- Ouviste-a ao telefone... E por que não a ouves no ar, como a ouviu... São Paulo, por exemplo?

- Por quê? Porque o espírito precisa de um meio em que se demonstre. Para viver conosco, encarna-se. O próprio Espírito de Jesus encarnou-se. O lume precisa de um combustível para arder e o lume é luz, eternidade: o som precisa de um órgão para vibrar. Todo o imaterial carece de um veículo para agir.

- Uma pergunta, apenas: - Como consegue Dona Júlia pôr-se em comunicação com o espírito da filha? Não me consta que a "Companhia Telefônica" tenha ligação com o Além.

- Respondo-te. Quando Júlia - disse-me ela própria - deseja comunicar-se com a filha, invoca-a, chama-a com o coração, ou melhor: com o amor, e ouve-lhe imediatamente a voz. Falam-se, entretêm-se, continuam a vida espiritual. A que está lá em cima é feliz na bem-aventurança, e a que ficou na orfandade já não sofre, como dantes sofria, porque o que era esperança tornou-se certeza...

- Certeza de quê?

- De uma vida melhor e maior, de vida puramente espiritual, como a claridade, vida sem dores, sem os tormentos próprios da carne, que não é mais do que um cadinho em que nos depuramos em sofrimento para alcançarmos a Perfeição."

FONTE: Revista Espírita Allan Kardec, ano XII, nº 44

(Jornal Mundo Espírita de Março de 2001)

VALORIZEMOS NOSSO DIA!

Antônio Moris Cury

É excelente o livro denominado "Para uso diário", ditado pelo Espírito Joanes através do médium escrevente J. Raul Teixeira, publicado pela Editora Fráter - Livros Espíritas.

Todos os seus trinta capítulos merecem ser lidos, estudados e refletidos, frase por frase, palavra por palavra, uma vez que versam sobre importantes questões de nosso dia-a-dia, em linguagem simples, acessível e direta, fazendo jus ao título escolhido.

O capítulo dois da referida obra denomina-se "Valorize o seu dia", e nele, em seu primeiro parágrafo, está dito que: "Cada dia corresponde a uma nova página escrita no livro da sua vida, onde você deverá escrever as melhores memórias" (encontrável na página 25 da primeira edição, 1999).

Com efeito, de fato, cada novo dia que se inicia é verdadeira página em branco no livro de nossa vida, já que nela poderemos escrever ações positivas, de variada ordem, de conformidade com a vontade, com a determinação e com a disciplina que conseguirmos empreender.

As 24 horas de cada dia, segundo a contagem humana do tempo, são iguais para todos; a diferença está no que cada um faça com elas. Se conseguirmos dedicar, por exemplo, uma única hora por dia para leitura e estudo, o que é pouco quando comparado com o tempo que usamos para assistir a telejornais ou a telenovelas, estaremos dando um bom passo no caminho do progresso intelectual, que engendra o progresso moral, com resultados altamente positivos ao cabo de pouco tempo. A informação é importante, o conhecimento é cumulativo e o cérebro trabalha mais e melhor quando municiado por novas idéias, novos argumentos, que decorrem naturalmente de toda leitura edificante.

Claro é que, nessas mesmas 24 horas, poderemos praticar inúmeras outras ações que as valorizarão sobremaneira, a começar pela mudança gradual de nossa postura, tornando-nos pessoas mais simpáticas, mais sorridentes, mais agradáveis, na medida em que sejamos mais tolerantes, mais pacientes, mais compreensivos, mais otimistas, mais confiantes, mais alegres, trazendo enormes benefícios a nós mesmos e também às pessoas que convivem conosco ou até mesmo àquelas que apenas cruzam os nossos caminhos.

Tal mudança comportamental não será difícil se soubermos, com convicção, de onde viemos, o que estamos fazendo aqui na Terra e para onde iremos, informações que se podem aliar às lições evangélicas de que colhemos o que plantamos e que a cada um será dado de conformidade com as suas obras, razão pela qual o Espírito Joanes, pela psicografia de J. Raul Teixeira, enfatiza e esclarece que: "... você não está senão no mundo que fez por merecer, com as situações que caracterizam a sua quadra evolutiva e com as pessoas do seu mesmo patamar moral, com ligeiras diferenças, facilmente observáveis" (obra citada, página 25).

Um pouco mais adiante e ainda na mesma página, o Benfeitor Espiritual recomenda: "Busque fazer novos amigos, mantendo, com carinho, os velhos companheiros. A amizade no mundo é como o beijo solar iluminando as flores, sem o qual elas tendem a murchar e fenecer".

Nada mais acertado. Até mesmo a sabedoria popular, que é fruto de longa observação dos fatos, conclui que "quem encontrou um amigo, encontrou um tesouro".

Por isso, novas amizades devem ser buscadas, sem esquecimento dos velhos companheiros, que devem ser mantidos, carinhosamente. Cremos firmemente que a regra de ouro para fazer e manter amigos esteja baseada no respeito, respeito em todos os sentidos, respeito sempre.

Por fim, nestas ligeiras considerações sobre o texto antes referido, cumpre registrar o aconselhamento do autor espiritual: "E quando chegar ao fim o seu dia, vivido com maior ou menor dificuldade, ponha-se em meditação. Verifique onde é que você poderia ter sido melhor, em que itens deveria ter agido melhor, e, sem remorsos perniciosos, faça projetos de renovação para o dia seguinte, procurando levá-los seriamente" (página 26).

Santo Agostinho agia assim. Todos os dias, sistematicamente, antes de dormir, costumava fazer verdadeiro balanço de seu dia, com profunda reflexão, procurando enxergar onde errou, onde poderia ter sido melhor, onde acertou, etc.

E, naturalmente, todos nós estamos em condições de realizar tal levantamento, diariamente.

As dificuldades, as tribulações do dia-a-dia, são comuns a todos nós, que vivemos na Terra, um planeta de categoria inferior no Universo, de provas e de expiações, em que prevalecem o mal e a imperfeição, ainda.

Logo, a meditação é de fundamental importância para o nosso aperfeiçoamento, que deve ser buscado permanentemente, ainda que a pouco e pouco, a fim de que possamos crescer, intelectual e moralmente, renovando a nossa intimidade, para melhor, tornando-nos pessoas de bem e, exatamente por isso, mais felizes, desde agora.

(Jornal Mundo Espírita de Outubro de 2001)

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

ESPOSO ETERNO

“Eu sou a Sabedoria, e estou desposada com o Perfeito Invisível.

“Meu Eterno Esposo me possuía no princípio do seu caminho e muito antes de suas obras.

“Eternamente Ele teve o principado, desde muito antes do sol, das estrelas e da Terra.

“Antes dos abismos, fomos gerados Ele e Eu por nós mesmos, surgidos da nossa própria vida eterna.

“Antes que fossem os mares das muitas águas.

“Antes que os montes fossem fundamentados.

“Antes que as nebulosas fossem mães de sóis e estrelas.

“Quando nasciam do Ele e do Eu Eternos, os Céus se estendiam como dosséis sobre os abismos.

“Quando dávamos ordens às nebulosas para que dessem Luz à seus filhos, os astros radiantes, a correrem como
corcéis de ouro, em velocidades vertiginosas sem se encontrarem jamais, Ele e Eu Eternos já estávamos unidos.

“Ele e Eu Eternos, nascemos juntos, Geramo-nos a nós mesmos e vivemos eternamente em amor.

“O Universo todo é d’Êle e m’EU, e o conheço como o homem conhece os dedos da sua mão.

“Eu Sabedoria, esposa do Eterno Invisível, amo aos que me amam e me buscam na aurora da vida e também me buscam até na borda do sepulcro.

“Meu Eterno Esposo permite dar-me àqueles que me amam, porque meus véus de luzes e sombras os deslumbram
e não podem ferir-me, fazer-me mal ou tocar-me. Apenas lhes é permitido ver-me como à imagem refletida
na fonte.

“Variedade infinita são os sóis e as estrelas a encherem os abismos, como também o são as vidas a povoarem os sóis e as estrelas.

“Do ar, da água, do fogo e do pó foram feitos os mundos na noite Eterna, na qual dormiam os abismos, até que o Eterno Invisível e Eu nos geramos em soberano matrimônio, fomos, nos amamos e espalhamos como cachos de frutos
maduros, os sóis e as estrelas para moradas Eternas daqueles que, em idades futuras, deviam ser nossos amantes, nossos filhos, nossa continuação... nossa própria vida prolongada e renovada até o infinito.

“Não existe acima nem abaixo, não existe base nem teto, não há princípio nem fim nas obras nascidas d’Êle e do Eu Eternos. É o ilimitado. “Vida, força e movimento, vibração, som e silêncio, é tão só o existente, e existirá ainda para todo o sempre. “Tudo isso, envolto, penetrado pelo fluido vital da Luz, que é o grande véu de ouro a cobrir-nos a ambos Eternos, a darmos vida e mais vida a tudo quanto vive, sem que nossa força vital diminua jamais.

“Homem terrestre; do mesmo modo como foste desde o teu principio, como és, serás, foram, são e serão os seres que povoam todos os globos a girarem, como borbulhas, nos abismos do infinito. “Eu sou a Sabedoria, a Eterna amada do Perfeito Invisível, e Ele permite revelar-me aos que me amam e madrugando, me buscam.

“Homem terrestre; purifica teu coração, se espera que eu te ame. Somente aquele que tem coração limpo pode ver-me.

“Não te encerres no ovo negro depositado no pântano, como o crocodilo, que sem mover-se espera a presa para devorar: assim é o fanatismo e a soberba.

“Ele e Eu Eternos demos para teu uso três asas poderosas: entendimento, memória e vontade. Agita-as amarás, acenderás a tua lâmpada na nossa Luz e viverás a verdadeira vida, que é o Conhecimento. Paz e Amor por toda a eternidade.

“Eu Salomão, filho de David, fui tomado como se toma um punção rubro, e por invencível força, escrevi as determinações do Perfeito Invisível. Seja Ele bendito e glorificado por todos os séculos. Aquele que merece compreender que compreenda. O Altíssimo dá-lhe tudo. Bem aventurado quem tem mãos para receber e abre sua boca para beber.

“A Luz é o cofre de ouro que tudo encerra.

“Bem aventurado que acerta abri-lo e possuir os seus tesouros. Ele é rico e feliz sobre toda riqueza e felicidade.

“Louvado seja o Eterno Invisível.”

Um papiro de Salomão descoberto nas ruínas do Rei Salomão da antiga Jerusalém, Século 5º A/C, desaparecido e encontrado na Sinagoga de Nehemias por pesquisadores contemporâneos de Joshua de Nazareth. Fonte: Harpas Eternas, de Josefa Rosalia Luque Alvarez - Editora Pensamento/ Cultrix

NÃO AO ABORTO!


CENTRO ESPÍRITA NÃO É ESCOLA DE ILUSÕES!

CENTRO ESPÍRITA NÃO É ESCOLA DE ILUSÕES - ACORDEMOS ENQUANTO HÁ TEMPO!

O assunto é recorrente, mas não há como ignorá-lo, até porque o exercício da mediunidade não comporta atitudes levianas, nem admite a insensatez nas suas expressões. Exige, sim, um estudo contínuo dos seus mecanismos, sobretudo quanto à necessidade de o médium filtrar as sugestões mentais exercidas pelo espírito comunicante. Em assim procedendo, conquistará, pela meditação e introspecção enobrecidas, amplos recursos de ordem psíquica, jamais se colocando a serviço de puerilidades e fantasias descabidas, fomentando a fascinação e o desequilíbrio em seus aficionados, que direcionam tudo para o campo da mediunidade.

Os desvirtuamentos, os embustes, as infiltrações de idéias e práticas exóticas são uma realidade em muitos "centros espíritas", de vez que o discernimento - o norte dos médiuns - está sendo preterido pelo "vedetismo", fruto da falta de conhecimento, da ignorância e, até, da irresponsabilidade de dirigentes e cúmplices (quase sempre, mal intencionados), que não visam outra coisa, a não ser o poder, a projeção, o destaque pessoal, colocando seus interesses particulares ou os da família consangüínea, o que é pior, (proprietários e herdeiros materiais dos centros) acima da Causa.

É lamentável a falta de bom senso na prática mediúnica, orientada por excessiva vaidade e arrogância dos dirigentes mandões. A adoção de práticas bizarras, ou não afinadas com a simplicidade e pureza dos trabalhos espíritas, comprometem a essência e o objetivo da organização Espírita, e desorientam seus freqüentadores e assistidos. Por isso, insistiremos nesse tema, quantas vezes forem necessárias, até que os ditos "centros espíritas" retomem a sua real finalidade, ao invés de ludibriarem os inocentes assistidos com luzes coloridas (cromoterapias), para higienizar auras humanas e, acreditem (!), para tratamento de: azia, cálculo renal, coceiras, dores de dente, gripes, soluços em crianças, verminose, frieiras, etc.. Têm centros que "engarrafam", literalmente, os obsessores. A que ponto chegamos! Não é sem razão que, lamentavelmente, vez ou outra, ouvimos dizerem: - Eu era espírita, mas...

Nas atmosferas planálticas (Brasília e arredores), o apelo místico é irresistível. Difunde-se, por aqui, uma tal desobsessão por "corrente magnética", com um rosário de extravagantes proposições (prática "inventada" em Brasília, por grupos que seduzem empolgados "filantrópicos de carteirinha", através do apelo assistencialista, inoculando estranhas práticas doutrinárias), como, por exemplo, a magnetização "desobsessiva" para afastar Espíritos, nos mesmos moldes como se espantam moscas varejeiras das feridas expostas. Para que se concretize esse objetivo, recorrem à varinha de condão do "choque anímico" (!?), através do qual os enfermos se "libertam" dos obsessores, consoante prometem seus praticantes. Tudo isso, nada mais é do que uma tremenda 'propaganda enganosa'!

Há as inusitadas piramideterapias; gatoterapia (?) (conheço uma pessoa que possui cinco gatos em casa e crê, fervorosamente, que os bichanos irão "atrair" as energias negativas, livrando-a dessas forças malignas, imaginem); cristalterapias; apometrias, e mais uma infinidade de pias, para todos os gostos. Isso, sem deixar de citar que, no mosaico místico de Brasília, aplica-se, até, passes magnéticos nas paredes dos centros para "descontaminá-las" dos maus fluidos.

Muitos "centros espíritas", do Distrito Federal, têm distribuído uma "milagrosa" pomada (cura tudo) do "vovô fulano-sicrano-beltrano de tal". O que se nota, a bem da verdade, é que ainda não há rigor suficiente das instituições espíritas para com a pulcritude doutrinária, tão-necessária. Há os sistemas divergentes, que teimam em se alojar aqui e ali, na tentativa de, pelo decurso do tempo, serem confundidos e aceitos como Espiritismo a saber: ramatisismo, ubaldismo, armondismo, umbandismo, que ganham coro na ala dos apômetras, cromoterapistas, pomadistas, cepistas (adeptos da CEPA). Etc..

Já que estamos desenterrando alguns ossinhos, continuemos: muitos "centros espíritas" promovem benzeduras de objetos, roupas e fotografias. Dedicam-se à hipnose, para pesquisas sobre vidas passadas, e fazem das reuniões mediúnicas um espetáculo ao público. Adotam o uso do defumador, para "espantar o mau e o mal", com hinos adequados às tais reuniões.

Há os que só trabalham na casa espírita com vestimenta branca (simbolizando "pureza d'alma") e o pior é que, quando indagados sobre a fonte de tais práticas, transferem a responsabilidade de seus hábitos, aos espíritos, afirmando não serem eles os autores das idéias, mas, sim, os "Guias" (filosofia do guiismo). "Até no quesito 'administração do Centro Espírita', encontramos casos circenses, em que os espíritos, através de "médiuns confiáveis do grupo", elaboram chapas eleitorais, para a votação de possíveis candidatos à direção da entidade, atestando a incompetência dos encarnados para conduzirem a obra.

Há, até, os centros (acreditem se puderem ou quiserem!) que, estatutariamente, elegem, em caráter vitalício, os seus presidentes, futuros "mentores" do Centro, após o desencarne. Tudo isso por inspiração de "Jesus".

Ainda não terminou! Há outras práticas, digamos - inacreditáveis: dirigentes que celebram casamentos, crismas, batizados, velórios (tudo no salão de reunião pública), além das sempre "justificadas" rifas e tômbolas nos centros, festival da caridade, tribuna para a propaganda político-partidária, churrasco-espírita (alcunham - "almoço beneficente"), preces cantadas, passes com bocejos, toques, ofegos, choques anímicos (?), o estalar dos dedos, palmas, diagnósticos durante o passe pela "vidência": sobre doenças, através de revelações sensacionalistas, provocando desajustes em pessoas psicologicamente despreparadas. "Visualizadores" do além, que não perdem a oportunidade de descrever "quadros" espirituais, diagnosticar obsessões, fazer previsões e outras esquisitices mais, tudo em nome da "doutrina". Porém, com um detalhe relevante: nunca conseguem visualizar os próprios obsessores! Há centros que promovem cursos e palestras sobre a "kundaline", sobre a força da "mandala", etc.. Ufa!

É por essas e outras razões que muitos médicos da ala conservadora da psiquiatria consideram os médiuns neuróticos, psicóticos, com desvios de personalidade, ou esquizofrênicos. Precisamos acabar com as fantasias e muitas mistificações que andam denegrindo o bom nome da mediunidade e do Espiritismo. Devemos dar à mediunidade mais dignidade, pois, estando, por sua vez, tão barateada, tão vulgarizada, acaba por perder as características de nobreza, de sensatez, de pudor que deve revesti-la. Em razão disso, muito melhor, mais prudente, mais razoável, mais lógico e, obrigatoriamente, necessário será que esses centros intensifiquem as reuniões de estudo, meditação e debates racionais para, por fim, concluírem que o Espiritismo tem uma finalidade muitíssimo além do que pensam, é sublime por natureza. Caso contrário, deletem de seus estatutos a terminologia ESPÍRITA.

Não custa lembrar que a prática espírita sem a devida base moral será, inevitavelmente, uma incursão permanente no mundo do erro e, conseqüentemente, das sombras.

Jorge Hessen

CARNAVAL - MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA



O ruído atordoante dos instrumentos de percussão incitava ao culto bárbaro do prazer alucinante, misturando-se aos trovões galopantes enquanto os corpos pintados, semidespidos, estorcegavam em desespero e frenesi, acompanhando o cortejo das grandes escolas de samba, no brilho ilusório dos refletores, que se apagariam pelo amanhecer.

Como acontecera nos anos anteriores, aquela segunda-feira de carnaval convidava ao desaguar de todas as loucuras no delta das paixões da avenida em festa.

Milhares de pessoas imprevidentes, estimuladas pela música frenética, pretendendo extravasar as ansiedades represadas, cediam ao império dos desejos, nas torrentes da lubricidade que as enlouquecia.

A delinqüência abraçava o vício, urdindo as agressões, em cujas malhas se enredavam as vitimas espontâneas, que se deixavam espoliar.

As mentes, em torpe comércio de interesses subalternos, haviam produzido uma psicosfera pestilenta, na qual se nutriam vibriões psíquicos, formas-pensamento de mistura com entidades perversas, viciadas e dependentes, em espetáculo pandemônico, deprimente.

As duas populações – a física e a espiritual, em perfeita sintonia – misturavam-se, sustentando-se, disputando mais largas concessões em simbiose psíquica.

Não obstante, como sempre ocorre em situações desta natureza, equipes operosas de trabalhadores espirituais em serviço de emergência, revezavam-se, infatigáveis, procurando diminuir o índice de desvarios, de suicídios a breve e largo prazo pelas conexões que então se estabeleciam, para defender os incautos, menos maliciosos, enfim socorrer a grande mole em desequilíbrio ou pronta para sofre-lhe o impacto.

Onde a criatura coloque suas aspirações, ai encontra intercâmbio. O homem é o somatório dos seus anelos e realizações. Enquanto não elabore mais altas necessidades íntimas, demorar-se-á nas permutas grosseiras da faixa dos instintos primários. Em razão disso, a humanidade padece de carências urgentes nas áreas rudimentares da vida... Deixando-se martirizar pelos desejos inconfessáveis, ainda não se resolveu por uma conduta, realmente emocional, que lhe permita o trabalho íntimo de desembaraçar-se das sensações que respondem pelos interesses grosseiros, geradores das lutas pela posse com a predominância do egoísmo.

Até agora a conquista do belo e a liberação dos vícios têm sido desafios para os espíritos fortes, que marcham à frente, despertando os da retaguarda, anestesiados na ilusão e agrilhoados aos prazeres aliciantes, venenosos.

Não nos cabe, todavia, duvidar da vitória do amor e do êxito que todos conseguirão hoje ou mais tarde.

Manoel Philomeno de Miranda, por Divaldo Pereira Franco.

SILÊNCIO E PALAVRAS



DIFERENÇAS ENTRE RELIGIÃO E ESPIRITUALIDADE


A religião alimenta a mente; a espiritualidade, a alma!!

As Diferenças entre Religião e Espiritualidade religião não é apenas uma, são centenas.

A espiritualidade é apenas uma.

A religião é para os que dormem.

A espiritualidade é para os que estão despertos.

A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer e querem ser guiados.

A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua Voz Interior.

A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.

A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.

A religião ameaça e amedronta.

A espiritualidade lhe dá Paz Interior.

A religião fala de pecado e de culpa.

A espiritualidade lhe diz: “aprenda com o erro”.

A religião reprime tudo, te faz falso.

A espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro!

A religião não é Deus.

A espiritualidade é Tudo e, portanto é Deus.

A religião inventa.

A espiritualidade descobre.

A religião não indaga nem questiona.

A espiritualidade questiona tudo.

A religião é humana, é uma organização com regras.

A espiritualidade é Divina, sem regras.

A religião é causa de divisões.

A espiritualidade é causa de União.

A religião lhe busca para que acredite.

A espiritualidade você tem que buscá-la.

A religião segue os preceitos de um livro sagrado.

A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.

A religião se alimenta do medo.

A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.

A religião faz viver no pensamento.

A espiritualidade faz Viver na Consciência.

A religião se ocupa com fazer.

A espiritualidade se ocupa com Ser.

A religião alimenta o ego.

A espiritualidade nos faz Transcender.

A religião nos faz renunciar ao mundo.

A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.

A religião é adoração.

A espiritualidade é Meditação.

A religião sonha com a glória e com o paraíso.

A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.

A religião vive no passado e no futuro.

A espiritualidade vive no presente.

A religião enclausura nossa memória.

A espiritualidade liberta nossa Consciência.

A religião crê na vida eterna.

A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.

A religião promete para depois da morte.

A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a vida.

Postado por SÉRGIO RIBEIRO

ROGANDO PAZ


Senhor Jesus!
Tu disseste: “a minha paz vos dou ...”
Entretanto, Senhor,
Muitos de nós andamos distraídos;
Atribulados, às vezes, por bagatelas;
Aflitos sem razão;
Sequiosos de aquisições desnecessárias;
Irritadiços por dificuldades passageiras;
Dobrados ao peso de cargas formadas por desilusões e discórdias que nós mesmos inventamos;
Ocupados em dissenções infelizes;
Hipnotizados por tristeza e azedume que nos inclinam à separatividade e ao pessimismo...
Entendemos, sim, Jesus, que nos disseste:
- “A minha paz vos dou...”
Diante, porém, de nossas inibições e obstáculos, nós te rogamos, por acréscimo de misericórdia:
- Senhor, concedeste-nos a paz, no entanto, ensina-nos a recebé-la.

Espírito: EMMANUEL
Médium: Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Peter Frampton - While My Guitar Gently Weeps 07/12/08

Espetacular solo de Peter Frampton neste single do imortal George Harrison!

Al Stewart - Year of the cat

Grande música! Lembranças de minha adolescência!

ORAÇÃO FRATERNAL


Irmão nosso, que estás na Terra, Glorificada seja tua vontade, em favor do Infinito bem.
Trabalha incessantemente pelo Reino Divino, com tua cooperação espontânea.
Seja atendida a tua aspiração elevada, com esquecimento de todos os caprichos inferiores.
Tanto no lar da Carne, quanto no Templo do Universo.
O pão nosso de cada dia, que vem do Celeste Celeiro, usa com respeito e divide santamente.
Desculpa nossas faltas para contigo, assim como o Eterno Pai tem perdoado nossa dividas em comum.
Não permitas que a tua existência se perca pela tentação dos maus pensamentos.
Livra-te dos males que procedem do próprio coração.
Porque te pertence, agora, a gloriosa oportunidade de elevação para o reino do poder, da justiça, da paz da glória e do amor para sempre.

Espírito: EMMANUEL
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro : "Correio Fraterno" - EDIÇÃO FEB

domingo, 19 de fevereiro de 2012

PAJUÇARA NOS ANOS 70!


Foto da Praia de Pajuçara nos anos 70. Quanta saudades! Observem a lambretinha, os carros da época e suas cores estilosas, e na orla de Ponta Verde, quase nenhum edifício.



VOCÊ É INSUBSTITUÍVEL!

Na sala de reunião de uma multinacional o diretor nervoso fala com sua equipe de gestores. Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um com ameaça.
: - "ninguém é insubstituível"!
A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio. Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar nada.
De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o atrevido:
- Alguma pergunta!?
- Tenho sim. E Beethoven?
- Como?
O encara o diretor confuso.
- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?
Silêncio…
O funcionário fala então:
- Ouvi essa estória esses dias, contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso. Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar. Então, pergunto:
- quem substituiu Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra?Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Pelé? Paul Newman? Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso? Zico?Etc.?…
O rapaz fez uma pausa e continuou:
- Todos esses talentos que marcaram a história fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, mostraram que são sim, insubstituíveis. Que cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa. Não estaria na hora de os líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe, em focar no brilho de seus pontos fortes e não utilizar energia em reparar seus 'erros ou deficiências'?
Nova pausa e prosseguiu:
- Acredito que ninguém se lembra e nem quer saber se BEETHOVEN ERA SURDO, se PICASSO ERA INSTÁVEL, CAYMMI PREGUIÇOSO, KENNEDY EGOCÊNTRICO, ELVISPARANÓICO… O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias,obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos. Mas cabe aos líderes de uma organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus
esforços, em descobrir os PONTOS FORTES DE CADA MEMBRO. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.
Divagando o assunto, o rapaz continuava.
- Se um gerente ou coordenador, ainda está focado em 'melhorar as fraquezas' de sua equipe, corre o risco de ser aquele tipo de ‘técnico de futebol’, que barraria o Garrincha por ter as pernas tortas; ou Albert Einstein por ter notas baixas na escola; ou Beethoven por ser surdo. E na gestão dele o mundo teria PERDIDO todos esses talentos.
Olhou a sua a volta e reparou que o Diretor, olhava para baixo pensativo.
Continuou a dizer nesses termos:
- Seguindo este raciocínio, caso pudessem mudar o curso natural, os rios seriam retos não haveria montanha, nem lagoas nem cavernas, nem homens nem mulheres,nem sexo, nem chefes nem subordinados… Apenas peças… E nunca me esqueço de quando o Zacarias dos Trapalhões 'foi pra outras moradas'.
Ao iniciar o programa seguinte, o Dedé entrou em cena e falou mais ou menos assim: "Estamos todos muito tristes com a 'partida' de nosso irmão Zacarias... e hoje, para substituí-lo, chamamos:…NINGUÉM… Pois nosso Zaca é insubstituível.” – concluiu, o rapaz e o silêncio foi total.

Conclusão: - NUNCA ESQUEÇA: Você É Um Talento Único! Com Toda Certeza Ninguém O Substituirá!

"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo..., mas posso fazer alguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso."
"No mundo sempre existirão pessoas que vão lhe amar pelo que você é e outras que vão lhe odiar pelo mesmo motivo… acostume-se a isso…"

Vale a reflexão..

Valorize-se! E valorize quem esta a sua volta..

Um forte abraço para você pessoa Insubstituível!!!!!

Gentilmente enviado pela amiga Ana Palmira, de São Carlos, São Paulo. Grato!

CARNAVAL - EMMANUEL

Emmanuel fala sobre o Carnaval

Nenhum espírito equilibrado em face do bom senso, que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer a apologia da loucura generalizada que adormece as consciências, nas festas carnavalescas.


É lamentável que, na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhe a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhe as belezas e os objetivos sagrados da Vida, se verifiquem excessos dessa natureza entre as sociedades que se pavoneiam com o título de civilização. Enquanto os trabalhos e as dores abençoadas, geralmente incompreendidos pelos homens, lhes burilam o caráter e os sentimentos, prodigalizando-lhes os benefícios inapreciáveis do progresso espiritual, a licenciosidade desses dias prejudiciais opera, nas almas indecisas e necessitadas do amparo moral dos outros espíritos mais esclarecidos, a revivescência de animalidades que só os longos aprendizados fazem desaparecer.

Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largo acesso das forças da treva nos corações e, às vezes, toda uma existência não basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e de esquecimento do dever.


Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidade e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem e se intensifiquem o olvido de obrigações sagradas por parte das almas cuja evolução depende do cumprimento austero dos deveres sociais e divinos.


Ação altamente meritória seria a de empregar todas as verbas consumidas em semelhantes festejos, na assistência social aos necessitados de um pão e de um carinho.


Ao lado dos mascarados da pseudo-alegria, passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. Por que protelar essa ação necessária das forças conjuntas dos que se preocupam com os problemas nobres da vida, a fim de que se transforme o supérfluo na migalha abençoada de pão e de carinho que será a esperança dos que choram e sofrem? Que os nossos irmãos espíritas compreendam semelhantes objetivos de nossas despretensiosas opiniões, colaborando conosco, dentro das suas possibilidades, para que possamos reconstruir e reedificar os costumes para o bem de todas as almas.


É incontestável que a sociedade pode, com o seu livre-arbítrio coletivo, exibir superfluidades e luxos nababescos, mas, enquanto houver um mendigo abandonado junto de seu fastígio e de sua grandeza, ela só poderá fornecer com isso um eloqüente atestado de sua miséria moral.

Emmanuel
Psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier em Julho de 1939 / Revista Internacional de Espiritismo, Janeiro de 2001

LEGENDA INESQUECÍVEL

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil


E a vida continua intensamente...
Transformações que chegam de improviso...
Às vezes, é amargor que te apaga o sorriso,
De outras, é a provação que te altera o lugar;

Em quase toda parte o tumulto domina,
A violência se alteia e se engalana,
Mas as Vozes do Céu rogam à vida humana:
Trabalhar e servir. Perdoar, perdoar...

A incompreensão se estende em áridos conflitos,
O passado interfere no presente,
Preconceitos, em luta permanente,
Tombam da inércia multisecular...

Assemelha-se a Terra à nave, na tormenta,
E, conquanto a tremer, sob a treva e o perigo,
Procura as instruções do Cristo, o Excelso Amigo:
Trabalhar e servir, perdoar, perdoar...

No entrechoque das forças que se embatem,
Talvez tragas no peito, alma querida,
Duras tribulações que te lesam a vida,
Desgostos, solidão, amargura, pesar...

No entanto, vendo o mal que te espreite ou te oprima,
Que o cárcere da angústia não te prenda,
Segue fazendo o bem, recordando a legenda:
Trabalhar e servir, perdoar, perdoar...

O mundo é a grande escola e a vida é a grande mestra...
De quanto a quando, explodem vastas crises,
Dias de inquietação, momentos infelizes
Para a renovação que nos pede avançar...

Na mágoa que te envolve ou no fel que te humilha,
Nas pedras do caminho em que a marcha te cansa,
Desfralda, com Jesus, o lema da esperança:
Trabalhar e servir, perdoar, perdoar...


pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: Tesouro De Alegria, Médium: Francisco Candido Xavier - Espíritos Diversos.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

ABORTO: DIGA NÃO E SAIBA O PORQUE


ABORTO: Diga NÃO e saiba o porquê
Textos Divulgados na Campanha da Federação Espírita Brasileira – Em Defesa da Vida

QUAL O PRIMEIRO DE TODOS OS DIREITOS NATURAIS DO HOMEM?

O DE VIVER.

Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal. (O Livro do Espíritos, Allan Kardec, questão 880, 85. ed. FEB.)

Caro(a) Leitor(a):

Em face do desenvolvimento da Ciência, facilmente se comprova o início da vida humana desde o momento da concepção no ventre materno, e não somente quando ocorre o nascimento, como afirmam muitos.

Constitui-se em grave comprometimento com as leis divinas a provocação do aborto em qualquer fase da gravidez, uma vez que tal iniciativa impede que o Espírito, já ligado ao embrião, renasça no corpo físico que lhe servirá como instrumento de progresso.

O Movimento Espírita posiciona-se contrário aos projetos de revisão da legislação que visam à legalização do aborto em nosso país.

Nestas páginas divulgadas pela Federação Espírita Brasileira, você encontrará a argumentação, baseada nos postulados espíritas, que defende o direito à vida.

Participe também da Campanha Em Defesa da Vida.

Oriente-se e diga não ao aborto!

Enfoque da Codificação Espírita

Questão 357. Que consequências tem para o Espírito o aborto?

É uma existência nulificada e que ele terá de recomeçar.

Questão 358. Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?

Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.

Questão 359. Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar-se a primeira para salvar a segunda?

Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe.

(O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, 1. ed. especial, FEB.)

Aborto

De todos os institutos sociais existentes na Terra, a família é o mais importante, do ponto de vista dos alicerces morais que regem a vida.

É pela conjunção sexual entre o homem e a mulher que a Humanidade se perpetua no Planeta; em virtude disso, entre pais e filhos residem os mecanismos da sobrevivência humana, quanto à forma física, na face do orbe.

Fácil entender que é assim justamente que nós, os espíritos eternos, atendendo aos impositivos do progresso, nos revezamos na arena do mundo, ora envergando a posição de pais, ora desempenhando o papel de filhos, aprendendo, gradativamente, na carteira do corpo carnal, as lições profundas do amor - do amor que nos soerguerá, um dia, em definitivo, da Terra para os Céus.

Com semelhantes notas, objetivamos tão-só destacar a expressão calamitosa do aborto criminoso, praticado exclusivamente pela fuga ao dever. Habitualmente, nunca sempre, somos nós mesmos quem planifica a formação da família, antes do renascimento terrestre, com o amparo e a supervisão de instrutores beneméritos, à maneira da casa que levantamos no mundo, com o apoio de arquitetos e técnicos distintos.

Comumente chamamos a nós antigos companheiros de aventuras infelizes, programando-lhes a volta em nosso convívio, a prometer-lhes a esperança de elevação e resgate, burilamento e melhoria.

Criamos projetos, aventamos sugestões, articulamos providências e externamos votos respeitáveis, englobando-nos com eles em salutares compromissos que, se observados, redundarão em bênçãos substanciais para todo o grupo de corações a que se nos vincula a existência. Se, porém, quando instalados na Terra, anestesiamos a consciência, expulsando-os de nossa companhia, a pretexto de resguardar o próprio conforto, não lhes podemos prever as reações negativas e, então, muitos dos associados de nossos erros de outras épocas, ontem convertidos, no Plano Espiritual, em amigos potenciais, à custa das nossas promessas de compreensão e de auxílio, fazem-se hoje e isso ocorre bastas vezes, em todas as comunidades da Terra inimigos recalcados que se nos entranham à vida íntima com tal expressão de desencanto e azedume que, a rigor, nos infundem mais sofrimento e aflição que se estivessem conosco em plena experiência física, na condição de filhos-problemas, impondo-nos trabalho e inquietação.

Admitimos seja suficiente breve meditação, em torno do aborto delituoso, para reconhecermos nele um dos grandes fornecedores das moléstias de etiologia obscura e das obsessões catalogáveis na patologia da mente, ocupando vastos departamentos de hospitais e prisões.

(Vida e Sexo, psicografia de Francisco C. Xavier,cap. 17, 24. ed. FEB.)

Aborto delituoso

Comovemo-nos, habitualmente, diante das grandes tragédias que agitam a opinião.

Homicídios que convulsionam a imprensa e mobilizam largas equipes policiais...

Furtos espetaculares que inspiram vastas medidas de vigilância...

Assassínios, conflitos, ludíbrios e assaltos de todo jaez criam a guerra de nervos, em toda parte; e, para coibir semelhantes fecundações de ignorância e delinquência, erguem-se cárceres e fundem-se algemas, organiza-se o trabalho forçado e em algumas nações a própria lapidação de infelizes é praticada na rua, sem qualquer laivo de compaixão.

Todavia, um crime existe mais doloroso, pela volúpia de crueldade com que é praticado, no silêncio do santuário doméstico ou no regaço da Natureza...

Crime estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação.

Referimo-nos ao aborto delituoso, em que pais inconscientes determinam a morte dos próprios filhos, asfixiando-lhes a existência, antes que possam sorrir para a bênção da luz.

...

Homens da Terra, e sobretudo vós, corações maternos chamados à exaltação do amor e da vida, abstende-vos de semelhante ação que vos desequilibra a alma e entenebrece o caminho!

Fugi do satânico propósito de sufocar os rebentos do próprio seio, porque os anjos tenros que rechaçais são mensageiros da Providência, assomantes no lar em vosso próprio socorro, e, se não há legislação humana que vos assinale a torpitude do infanticídio, nos recintos familiares ou na sombra da noite, os olhos divinos de Nosso Pai vos contemplam do Céu, chamando-vos, em silêncio, às provas do reajuste, a fim de que se vos expurgue da consciência a falta indesculpável que perpetrastes.

(Religião dos Espíritos, psicografia de Francisco C. Xavier, p. 17-18, 17. ed. FEB.)

Doloroso crime

E o aborto provocado, Assistente? inquiriu Hilário, sumamente interessado. Diante da circunspecção com que a sua palavra reveste o assunto, é de se presumir seja ele falta grave...

Falta grave?! Será melhor dizer doloroso crime. Arrancar uma criança ao materno seio é infanticídio confesso. A mulher que o promove ou que venha a coonestar semelhante delito é constrangida, por leis irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes no centro genésico de sua alma, predispondo-se geralmente a dolorosas enfermidades, quais sejam a metrite, o vaginismo, a metralgia, o enfarte uterino, a tumoração cancerosa, flagelos esses com os quais, muita vez, desencarna, demandando o Além para responder, perante a Justiça Divina, pelo crime praticado. É, então, que se reconhece rediviva, mas doente e infeliz, porque, pela incessante recapitulação mental do ato abominável, através do remorso, reterá por tempo longo a degenerescência das forças genitais.

E como se recuperará dos lamentáveis acidentes dessa ordem?

O Assistente pensou por momentos rápidos e acrescentou:

Imaginem vocês a matriz mutilada ou deformada, na mesa da cerâmica. Decerto que o oleiro não se utilizará dela para a modelagem de vaso nobre, mas aproveitar-lhe-á o concurso em experimentos de segunda e terceira classe... A mulher que corrompeu voluntariamente o seu centro genésico receberá de futuro almas que viciaram a forma que lhes é peculiar, e será mãe de criminosos e suicidas, no campo da reencarnação, regenerando as energias sutis do perispírito, através do sacrifício nobilitante com que se devotará aos filhos torturados e infelizes de sua carne, aprendendo a orar, a servir com nobreza e a mentalizar a maternidade pura e sadia, que acabará reconquistando ao preço de sofrimento e trabalho justos...

(Ação e Reação, psicografia de Francisco C. Xavier, cap. 15, p. 227-229, 1. ed. especial, FEB.)

Gestação frustrada

Como compreenderemos os casos de gestação frustrada quando não há Espírito reencarnante para arquitetar as formas do feto?

Em todos os casos em que há formação fetal, sem que haja a presença de entidade reencarnante, o fenômeno obedece aos moldes mentais maternos.

Dentre as ocorrências dessa espécie há, por exemplo, aquelas nas quais a mulher, em provação de reajuste do centro genésico, nutre habitualmente o vivo desejo de ser mãe, impregnando as células reprodutivas com elevada percentagem de atração magnética, pela qual consegue formar com o auxílio da célula espermática um embrião frustrado que se desenvolve, embora inutilmente, na medida de intensidade do pensamento maternal, que opera, através de impactos sucessivos, condicionando as células do aparelho reprodutor, que lhe respondem aos apelos segundo os princípios de automatismo e reflexão. Em contrário, há, por exemplo, os casos em que a mulher, por recusa deliberada à gravidez de que já se acha possuída, expulsa a entidade reencarnante nas primeiras semanas de gestação, desarticulando os processos celulares da constituição fetal e adquirindo, por semelhante atitude, constrangedora dívida ante o Destino.

(Evolução em Dois Mundos, psicografias de Francisco C. Xavier e Waldo Vieira, 2a parte, cap. 13, 1. ed. especial, FEB.)

Filho que não nasceu

Fui trazido ao teu colo e sussurro, baixinho:
Mãe, eu serei na carne o sonho de teu sonho!...
Depois, em prece ardente, em ti meus olhos ponho,
Pássaro fatigado ante a úsnea do ninho.

Abraço-te. És comigo a esperança e o caminho...
Em seguida oh! irrisão! , eis que, num caos medonho,
Expulsas-me a veneno, e, bruto, me empeçonho,
Serpe oculta a ferir-te em silêncio escarninho.

Já me dispunha a dar o golpe extremo, quando
Surge alguém que me obriga a deixar-te dançando
Em formoso salão onde o prazer fulgura.

Passa o tempo. Hoje volto... É o amor que em mim arde.
Mas encontro-te, oh! mãe, a gemer, triste e tarde,
Sombra que foi mulher, enjaulada à loucura...

(Antologia dos Imortais, Espíritos Diversos, psicografias de Francisco C. Xavier e Waldo Vieira, p. 307, 4. ed. FEB.)

Aborto Criminoso

Reconhecendo-se que os crimes do aborto provocado criminosamente surgem, em esmagadora maioria, nas classes mais responsáveis da comunidade terrestre, como identificar o trabalho expiatório que lhes diz respeito, se passam quase totalmente despercebidos da justiça humana?

Temos no Plano Terrestre cada povo com seu código penal apropriado à evolução em que se encontra, mas, considerando o Universo em sua totalidade como o Reino Divino, vamos encontrar o Bem do Criador para todas as criaturas, como Lei Básica, cujas transgressões deliberadas são corrigidas no próprio infrator, com o objetivo natural de conseguir-se, em cada círculo de trabalho no Campo Cósmico, o máximo de equilíbrio com o respeito máximo aos direitos alheios, dentro da mínima quota de pena.

Atendendo-se, no entanto, a que a Justiça Perfeita se eleva, indefectível, sobre o Perfeito Amor, no hausto de Deus em que nos movemos e existimos , toda reparação, perante a Lei Básica a que nos reportamos, se realiza em termos de vida eterna e não segundo a vida fragmentária que conhecemos na encarnação humana, porquanto, uma existência pode estar repleta de acertos e desacertos, méritos e deméritos e a Misericórdia do Senhor preceitua, não que o delinquente seja flagelado, com extensão indiscriminada de dor expiatória, o que seria volúpia de castigar nos tribunais do destino, invariavelmente regidos pela Equidade Soberana, mas sim que o mal seja suprimido de suas vítimas, com a possível redução de sofrimento.

Desse modo, segundo o princípio universal do Direito Cósmico a expressar-se, claro, no ensinamento de Jesus que manda conferir a cada um de acordo com as próprias obras , arquivamos em nós as raízes do mal que acalentamos, para extirpá-las à custa do esforço próprio, em companhia daqueles que se nos afinem à faixa de culpa, com os quais, perante a Justiça Eterna, os nossos débitos jazem associados.

Em face de semelhantes fundamentos, certa romagem na carne, entremeada de créditos e dívidas, pode terminar com aparências de regularidade irrepreensível para a alma que desencarna, sob o apreço dos que lhe comungam a experiência, seguindo-se de outra em que essa mesma criatura assuma a empreitada do resgate próprio, suportando nos ombros as consequências das culpas contraídas diante de Deus e de si mesma, a fim de reabilitar-se ante a Harmonia Divina, caminhando, assim, transitoriamente, ao lado de Espíritos incursos em regeneração da mesma espécie.

É dessa forma que a mulher e o homem, acumpliciados nas ocorrências do aborto delituoso, mas principalmente a mulher, cujo grau de responsabilidade nas faltas dessa natureza é muito maior, à frente da vida que ela prometeu honrar com nobreza, na maternidade sublime, desajustam as energias psicossomáticas, com mais penetrante desequilíbrio do centro genésico, implantando nos tecidos da própria alma a sementeira de males que frutescerão, mais tarde, em regime de produção a tempo certo.

Isso ocorre não somente porque o remorso se lhes entranhe no ser, à feição de víbora magnética, mas também porque assimilam, inevitavelmente, as vibrações de angústia e desespero e, por vezes, de revolta e vingança dos Espíritos que a Lei lhes reservara para filhos do próprio sangue, na obra de restauração do destino.

(Evolução em Dois Mundos, psicografias de Francisco C. Xavier e Waldo Vieira, 2a parte, cap. 14, 1. ed. especial, FEB.)

Infortúnio materno

Em pleno hospital da Espiritualidade, pobre criatura estendeu-nos o olhar suplicante e rogou:

- O senhor consegue escrever para a Terra?

- Quando mo permitem –repliquei entre pesaroso e assombrado.

Quem era aquela mulher que me interpelava desse modo?

A fisionomia escaveirada exibia recordações da morte. A face inundada de pranto tinha esgares de angústia e as mãos esqueléticas e entrefechadas davam a ideia de garras em forma de conchas.

Dante não conseguiria trazer do Inferno imagem mais desolada de sofrimento e terror.

- Escreva, escreva! - Repetia chorando.

- Mas escrever a quem?

- Às mulheres... - clamou a infeliz. - Rogue-lhes não fujam da maternidade nobre e digna... Peço não façam do casamento uma estação de egoísmo e ociosidade...

Os soluços a lhe rebentarem do peito induziam-nos a doloroso constrangimento.

E a infeliz contou em lágrimas:

- Estive na Terra, durante quase meio século... Tomei corpo entre os homens, após entender-me com um amigo dileto que seguiu, antes de mim, no rumo da arena carnal, onde me recebeu nos braços de esposo devotado e fiel. Com assentimento dos instrutores, cuja bondade nos obtivera o retomo à escola física, comprometemo-nos a recolher oito filhinhos, oito corações de nosso próprio passado espiritual, que por nossa culpa direta e indireta jaziam nas furnas da crueldade e da indisciplina... Cabia-nos acolhê-los carinhosamente, renovando-lhes o espírito, ao hálito de nosso amor... Suportar-lhes-íamos as falhas renascentes, corrigindo-as pouco a pouco, ao preço de nossos exemplos de bondade e renúncia... Nós mesmos solicitáramos semelhante serviço... Para alcançar mais altos níveis de evolução, suplicamos a prova reparadora... Saberíamos morrer gradativamente no sacrifício pessoal, para que os associados de nossos erros diante da Lei Divina recuperassem a noção da dignidade.

A triste narradora fez longa pausa que não ousamos interromper e continuou:

- Entretanto, casando-me com Cláudio, o amigo a que me reportei, fui mãe de um filhinho, cujo nascimento não pude evitar...

Paulo, o nosso primogênito, era uma pérola tenra em nossas mãos... Despertava em meu ser comoções que o verbo humano não consegue reproduzir... Ainda assim, acovardada perante a luta, por mais me advertisse o esposo abençoado, transmitindo avisos e apelos da Vida Superior, detestei a maternidade, asilando-me no prazer... Cláudio era compelido a gastar largas somas para satisfazer-me nos caprichos da moda... Mas a frivolidade social não era o meu crime... Nas reuniões mundanas mais aparentemente vazias pode a alma aprender muito quando resolve servir ao bem... Cristalizada, contudo, na preguiça, qual flor inútil a viver no luxo dourado, por doze vezes pratiquei o aborto confesso... Surda, aos ditames da consciência que me ordenava o apostolado maternal, expulsei de mim os antigos laços que em outro tempo se acumpliciavam comigo na delinquência, assassinando as horas de trabalho que o Senhor me havia facultado no campo feminino... E, após vinte anos de teimosia delituosa, ante o auxílio constante que me era conferido pelo Amparo Celestial, nossos Benfeitores permitiram, para minha edificação, fosse eu entregue aos resultados de minha própria escolha... Enlaçada magneticamente àqueles que a Divina Bondade me restituiria por filhos ao coração e aos quais recusei guarida em minha ternura, fui obrigada a tolerar-lhes o assalto invisível, de vez que, seis deles, extremamente revoltados contra a minha ingratidão, converteram-se em perseguidores de minha felicidade doméstica... Fatigado de minhas exigências, meu esposo refugiou-se no vício, terminando a existência num suicídio espetacular... Meu filho, ainda jovem, sob a pressão dos perseguidores ocultos que formei para a nossa casa, caiu nas sombras da alienação mental, desencarnando em tormento indescritível num desastre da via pública, e eu... pobre de mim, abordando a madureza, conheci a dolorosa tumoração das próprias entranhas... A veste carnal, como que horrorizada de minha presença, expulsou-me para os domínios da morte, onde me arrastei largo tempo, com todos os meus débitos terrivelmente agravados, sob a flagelação e o achincalhe daqueles a quem podia ter renovado com o bálsamo de meu leite e com a bênção de minha dor...

A desditosa enferma enxugou as lágrimas com que nos acordava para violenta emoção e terminou:

Fale de minha experiência às nossas irmãs casadas e robustas que dispõem de saúde para o doce e santo sacrifício de mãe! Ajude-as a pensar... Que não transformem o matrimônio na estufa de flores inebriantes e improdutivas, cujo perfume envenenado lhes abreviará o passo na direção das trevas... Escreva!... Diga-lhes algo do martírio que espera, além da morte, quantos quiseram ludibriar a vida e matar as horas.

A mísera doente, sustentada por braços amigos, foi conduzida a vasta câmara de repouso e, impressionados com tamanho infortúnio, tentamos cumprir-lhe o desejo e transmitir-lhe a palavra; contudo, apesar do respeito que consagramos à mulher de nosso tempo, cremos que o nosso êxito seria mais seguro se caminhássemos para um cemitério e assoprássemos a mensagem para dentro de cada túmulo.

IRMÃO X

(Contos e Apólogos, psicografia de Francisco C. Xavier, cap. 39, 9. ed. FEB.)

Seara de ódio

Não! não te quero em meus braços! dizia a jovem mãe, a quem a Lei do Senhor conferira a doce missão da maternidade, para o filho que lhe desabrochava do seio não me furtarás a beleza! Significas trabalho, renunciação, sofrimento...

Mãe, deixa-me viver!... suplicava-lhe a criancinha no santuário da consciência estamos juntos! Dá-me a bênção do corpo! Devo lutar e regenerar-me. Sorverei contigo a taça de suor e lágrimas, procurando redimir-me... Completar-nos-emos. Dá-me arrimo, dar-te-ei alegria. Serei o rebento de teu amor, tanto quanto serás para mim a árvore de luz, em cujos ramos tecerei o meu ninho de paz e de esperança...

Não, não...

Não me abandones!

Expulsar-te-ei.

Piedade, mãe! Não vês que procedemos de longe, alma com alma, coração a coração?

Que importa o passado? Vejo em ti tão-somente o intruso, cuja presença não pedi.

Esqueces-te, mãe, de que Deus nos reúne? Não me cerres a porta!...

Sou mulher e sou livre. Sufocar-te-ei antes do berço...

Compadece-te de mim!...

Não posso. Sou mocidade e prazer, és perturbação e obstáculo.

Ajuda-me!

Auxiliar-te seria cortar em minha própria carne. Disputo a minha felicidade e a minha leveza feminil...

Mãe, ampara-me! Procuro o serviço de minha restauração...

Dia a dia, renovava-se o diálogo sem palavras, até que, quando a criança tentava vir à luz, disse-lhe a mãezinha cega e infortunada, constrangendo-a a beber o fel da frustração:

Toma à sombra de onde vens! Morre!

Mãe, mãe! Não me mates! Protege--me! Deixa-me viver...

Nunca!

Socorre-me!

Não posso.

Duramente repelido, caiu o pobre filho nas trevas da revolta e, no anseio desesperado de preservar o corpo tenro, agarrou-se ao coração dela, que destrambelhou, à maneira de um relógio desconsertado...

Ambos, então, ao invés de continuarem na graça da vida, precipitaram-se no despenhadeiro da morte.

Desprovidos do invólucro carnal, projetaram-se no Espaço, gritando acusações recíprocas.

Achavam-se, porém, imanados um ao outro, pelas cadeias magnéticas de pesados compromissos, arrastando-se por muito tempo, detestando-se e recriminando-se mutuamente...

A sementeira de crueldade atraíra a seara de ódio. E a seara de ódio lhes impunha nefasto desequilíbrio.

Anos e anos desdobraram-se, sombrios e inquietantes, para os dois, até que, um dia, caridoso Espírito de mulher recordou-se deles em preces de carinho e piedade, como a ofertar-lhes o próprio seio. Ambos responderam, famintos de consolo e renovação, aceitando o generoso abrigo...

Envolvidos pela carícia maternal, repousaram enfim.

Brando sono pacificou-lhes a mente dolorida.

Todavia, quando despertaram de novo na Terra, traziam o estigma do clamoroso débito em que se haviam reunido, reaparecendo, entre os homens, como duas almas apaixonadas pela carne, disputando o mesmo vaso físico, no triste fenômeno de um corpo único, sustentando duas cabeças.

(Contos e Apólogos, psicografia de Francisco C. Xavier, cap. 11, 9. ed. FEB.)
Postado por Michelle

AÇÃO MEDIÚNICA

Publicada em 17 de Fevereiro de 2012
2446 - Rio de Janeiro

Era uma segunda-feira de janeiro de 1997.

No GESJ, este dia da semana é dedicado a dar assistência espiritual às pessoas que tiveram morte violenta de qualquer tipo, inclusive suicídio.

Nos três últimos anos fizemos irradiações (visita mental) para hospitais e prisões do nosso Estado (ES).

Naquela segunda-feira, perguntei, como de habito, a um dos companheiros, qual o presídio que visitaríamos e isso antes de iniciarmos as atividades mediúnicas da noite. Ele nos respondeu: "Semana passada fomos a Linhares, hoje, visitemos São Mateus". Tudo bem, respondi.

Iniciamos recitando um mantra e durante todo o tempo da recitação, mais ou menos sete minutos, vinha e voltava à minha mente, como ondas na praia, o episódio doloroso e triste acontecido no Rio de Janeiro, na semana anterior, precisamente na Ilha do Governador...

Após o cântico, disse para os companheiros: Não vamos mais a São Mateus e sim a...

Eles ficaram surpresos porque só temos visitado instituições do Espírito Santo, porém, não disseram nada e firmaram suas mentes no local citado.

Lembrei-me nesse instante de um provérbio popular que diz o seguinte: "O homem põe e Deus dispõe!"... Justamente isso havia acontecido, pois nem bem havia completado o endereço e os médiuns presentes incorporaram entidades trevosas, dissidentes, perversas e cruéis, responsáveis pela desgraça acontecida naquele estabelecimento.

Hoje, passado um mês, escrevendo esse episódio, tenho certeza de que a Equipe Espiritual da Casa já os havia aprisionado e os detinha em nosso Centro Espírita aguardando apenas o momento oportuno. Daí a minha incompreensível atitude em mudar, no último instante, o roteiro do trabalho. Como dirigente da Equipe no plano físico, coube a mim a tarefa de conversar com o "chefe da falange das trevas".

Abrindo um ligeiro parêntese, gostaria de dar um rápido esclarecimento a respeito dessa atividade. Os companheiros de lides espirituais de outros Centros Espíritas que militam nessa área sabem muito bem que temos o dever moral e espiritual de assistir irmãos infelizes que estão sofrendo horrivelmente nos charcos do astral inferior ou perambulando entre nós noutra dimensão, é claro, perdidos, confusos, desesperados, aflitos, medrosos, loucos, fanatizados, rebeldes, revoltados, maus, preconceituosos, perversos, e tantos outros infelizes. Também são nossos irmãos e fazem parte do mesmo rebanho do Cristo e por isso as portas espirituais da nossa Casa estão abertas para eles, sempre que trazidos pela Equipe Espiritual que trabalha conosco. Eles os conduzem até nós, no momento certo de socorrê-los. Se Eles, Seres de Luz, se adensam, descem aos charcos e abismos profundos para socorrê-los, por que não darmos uma mãozinha contribuindo com a nossa parte que só exige presença e assiduidade?

Agora nos encontramos mais avançados na caminhada evolutiva, todavia, num passado não muito longínquo, já estivemos desviados do caminho, perdemos por nossa vez o rumo certo e "Mãos de Luz", caridosas e amigas foram estendidas em nossa direção, entrelaçando-se com as nossas, prestando-nos socorro em momentos cruciantes de dor, em nossa "Vida" como ser humano, em crescimento espiritual constante (pelo amor ou pela dor), buscando o progresso espiritual, buscando o AMOR do PAI.

Essa ligeira dissertação é dirigida àqueles que nos censuram e criticam com severidade, alegando não compreender como podemos lidar com energias puras como é o caso das mensagens recebidas de Mestres Ascensionados e de Extraterrestres, como o Comandante Ashtar Sheran, líder de todas as Frotas Estelares, vindas de várias partes do Cosmos, ajudarem ao Planeta irmão, a Terra, formando um só corpo com o nome de Projeto ou Missão Terra. Seres como Yury, que comanda um "Planeta Patrulha", vasculhando e vigiando o nosso Universo e tantos outros de hierarquia espiritual tão elevada que nos sentimos formiguinhas diante de uma montanha, tal a distância que nos separa deles. Quando visitados, por alguma forma de comunicação com esses sublimes Seres evoluidíssimos em Amor e Sabedoria e lhes perguntamos por que vem até nós, se nós mesmos julgamos ainda não os merecermos, todos respondem: Por AMOR. Sublime sentimento que não encontra barreiras e nem vê fronteiras em sua trajetória infinita.

Dentro dessa mesma linha de raciocínio diríamos estar contida a resposta.

– Quem somos nós?

– Seres endividados, carregando ainda na alma complexos de culpa e frustrações, orgulho e preconceito, intolerância e desamor, luxúria e ambição em demasia. Não estamos ainda em condição de atirarmos a primeira pedra, mesmo porque nem Jesus o fez, nos dando um belíssimo exemplo de compaixão, misericórdia, humildade e amor.

Vivemos num Planeta denso, escuro sob o ponto de vista espiritual, devido exclusivamente aos nossos maus pensamentos e ações insensatas, no entanto, Eles, Seres de Luz, se adensam, sofrendo com esse gesto de amor e bondade e vêm até nós, alertar-nos, estimular-nos na prática do Bem e ensinar-nos a dar os primeiros passos seguindo as pegadas, cultivando em nós a esperança de encarnações mais suaves em Mundos Superiores.

Diremos ainda que se fôssemos seres tão evoluídos, iluminados, não estaríamos encarnados na Terra nesses dias de caos moral, sofrimento de toda espécie, horror, epidemias, fome e violência, onde há lugar seguro para ninguém, nem terras altas ou baixas, próximas ou distantes das águas, dentro ou fora dos lares. Vivemos carregando nas costas o grande fardo do medo.

Para fechar esse parênteses, afirmamos: lidamos sim com energias limpas e suaves e energias sujas e pesadas, com Seres de Luz e Seres das Trevas. Assim como fomos socorridos no passado e ainda recebendo ajuda no presente, por que não dar as mãos aos que vêm na retaguarda e precisam de nós?!... Diz-nos Ramatis/Kuthumi que o anjo de hoje já foi o demônio de ontem.

Caio Miranda, no seu livro: "Assim ouvi do Mestre" escreve essa lição do seu Mestre:

..."As criaturas que pretendem unir-se a DEUS sem antes se tornarem HOMENS são insensatas. Querem ser deuses sem haver sido sequer homens.

E o que é finalmente o HOMEM?

É o indivíduo solidário, honesto, simples, leal, sincero e autêntico. O que não mente, não rouba, não fere, não mata, não usa o sexo só par gozar e não está cego pela ilusão das coisas materiais.

Diz-me, filho meu, conheces muitos homens assim?"

GESJ – Janeiro de 1997 – Vitória, ES – Brasil

DOUTRINAR E TRANSFORMAR - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Meus amigos: Em verdade é preciso doutrinar para esclarecer. Mas é imprescindível, igualmente, transformar para redimir. Doutrinação q...