sexta-feira, 21 de abril de 2017

NO GÓLGOTA, ESPARGIU PERDÃO, SEM NADA DEVER AOS HOMENS - JOÃO EVANGELISTA


3665 - No Gólgota espargiu perdão, sem nada dever aos homens

Irmãos,

Voltemo-nos para o Cristo, buscando reequilibrar as forças d’alma, que deixamos contaminar pelos influxos das baixas vibrações dos corações em seus sentimentos inferiores e da mente ignorante em seus pensamentos.

Irmãos amados, em verdade, não há outro caminho para nossa redenção. Quando o Mestre em sua peregrinação de fé que realizou sobre a Terra, afirmou que "ninguém iria ao Pai senão por Ele", sabedoria suprema banhava Suas palavras.

Sua vida na Terra encerra o exemplo do caminho que necessitamos percorrer, na depuração de nossas faltas: caminho de paz, bondade, coragem e encontro com nosso "eu", em busca da verdade. Verdade sobre a qual, o Excelso Governador personifica, tendo Ele mesmo vivido em plenitude a verdade profunda do amor de Deus e de Seus Ensinamentos mesmo diante da crueldade a Ele impingida, pela ignorância de seus algozes, ao lhe ceifarem a existência.

Contudo, torturado, humilhado, vestes rotas e vilipendiado, entregou a própria vida em holocausto santificado pelo Desígnio Maior. Demonstrou que a vida física é transitória, dispensando os apegos que escravizam.

Através da alegoria da ressurreição, Ele ressurgiu dos mortos, materializando-se para alguns, em perfeita demonstração da continuidade da vida extrafísica. Enalteceu assim a vida do espírito como a única verdadeira, preocupação e motivo constantes de nossos cuidados mais fervorosos.

No Gólgota, espargiu perdão, sem nada dever aos homens.

No calvário, resignação e coragem emolduraram a crucificação!

Na via crucis, deixou as marcas de Suas pegadas, ensinando-nos não fugir aos compromissos do caminho e seguisse Seu exemplo santificador.

Senhor dos céus! Nós vos glorificamos, agradecidos pelas mensagens legadas aos nossos corações!

Tornai-nos dignos de sermos herdeiros de Suas Lições Benditas, e certamente seremos dignos de chegar ao Pai.

Mestre, queremos ser Servos de Vossa Vontade!

Aceitai-nos mesmo com as mãos ainda vazias, os braços fracos, a mente confusa e o coração atravessado pelos sentimentos mais contraditórios!

Fazei de nós, vossos servos!

Mestre, queremos convosco progredir, aceitai-nos, Senhor, junto a vós!

João Evangelista

GESJ – 18/03/2010 – Vitória, ES – Brasil

Retirado do Blog "Os Extra e Intraterrenos e o planeta Terra"

sábado, 8 de abril de 2017

RENOVAÇÃO - ANDRÉ LUIZ - CHICO XAVIER

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

RENOVAÇÃO

Desligando-me dos laços Inferiores que me prendiam às atividades terrestres, elevado entendimento felicitou-me o espírito.

Semelhante libertação, contudo, não se fizera espontânea.

Sabia, no fundo, quanto me custara abandonar a paisagem doméstica, suportar a incompreensão da esposa e a divergência dos filhos amados.

Guardava a certeza de que amigos espirituais, abnegados e poderosos, me haviam auxiliado a alma pobre e imperfeita, na grande transição.

Antes, a inquietude relativa à companheira torturava-me incessantemente o coração; mas, agora, vendo-a profundamente identificada com o segundo marido, não via recurso outro que procurar diferentes motivos de interesse.

Foi assim que, eminentemente surpreendido, observei minha própria transformação, no curso dos acontecimentos.

Experimentava o júbilo da descoberta de mim mesmo. Dantes, vivia à feição do caramujo, segregado na concha, impermeável aos grandiosos espetáculos da Natureza, rastejando no lodo. Agora, entretanto, convencia-me de que a dor agira em minha construção mental, à maneira da aluvião pesada, cujos golpes eu não entendera de pronto. A aluvião quebrara a concha de antigas viciações do sentimento. Libertara-me. Expusera-me o organismo espiritual ao sol da Bondade Infinita. E comecei a ver mais alto, alcançando longa distância.

Pela primeira vez, cataloguei adversários na categoria de benfeitores.

Comecei a freqüentar, de novo, o ninho da família terrestre, não mais como senhor do círculo doméstico, mas como operário que ama o trabalho da oficina que a vida lhe designou. Não mais procurei, na esposa do mundo, a companheira que não pudera compreender-me e sim a irmã a quem deveria auxiliar, quanto estivesse em minhas forças. Abstive-me de encarar o segundo marido como intruso que modificara meus propósitos, para ver apenas o irmão que necessitava o concurso de minhas experiências. Não voltei a considerar os filhos propriedade minha e alui companheiros muito caros, aos quais me competia estender os benefícios do conhecimento novo, amparando-os espiritualmente na medida de minhas possibilidades.

Compelido a destruir meus castelos de exclusivismo injusto, senti que outro amor se instalava em minhalma.

Órfão de afetos terrenos e conformado com os desígnios superiores que me haviam traçado diverso rumo ao destino, comecei a ouvir o apelo profundo e divino, da Consciência Universal.

Somente agora, percebia quão distanciado vivera das leis sublimes que regem a evolução das criaturas.

A Natureza recebia-me com transportes de amor. Suas vozes, agora, eram muito mais altas que as dos meus interesses isolados. Conquistava, pouco a pouco, o júbilo de escutar-lhe os ensinamentos misteriosos no grande silêncio das coisas. Os elementos mais simples adquiriam, a meus olhos, extraordinária significação. A colônia espiritual, que me abrigara generosamente, revelava novas expressões de indefinível beleza. O rumor das asas de um pássaro, o sussurro do vento e a luz do Sol pareciam dirigir-se à minhalma, enchendo-me o pensamento de prodigiosa harmonia.

A vida espiritual, inexprimível e bela, abrira-me os pórticos resplandecentes. Até então, vivera em “Nosso Lar” como hóspede enfermo de um palácio brilhante, tão extremamente preocupado comigo mesmo, que me tornara incapaz de anotar deslumbramentos e maravilhas.

A conversação espiritualizante tornara-se indispensável.

Aprazia-me, antigamente, torturar a própria alma com as reminiscências da Terra. Estimava as narrativas dramáticas de certos companheiros de luta, lembrando o meu caso pessoal e embriagando-me nas perspectivas de me agarrar, novamente, à parentela do mundo, valendo-me de laços inferiores.

Mas agora... perdera totalmente a paixão pelos assuntos de ordem menos digna: as próprias descrições dos enfermos, nas Câmaras de Retificação, figuravam-se-me desprovidas de maior interesse. Não mais desejava informar-me da procedência dos infelizes, não indagava de suas aventuras nas zonas mais baixas. Buscava irmãos necessitados. Desejava saber em que lhes poderia ser útil.

Identificando essa profunda transformação, falou-me Narcisa certo dia:

— André, meu amigo, você vem fazendo a renovação mental. Em tais períodos, extremas dificuldades espirituais nos assaltam o coração. Lembre-se da meditação no Evangelho de Jesus. Sei que você experimenta intraduzível alegria ao contacto da harmonia universal, após o abandono de suas criações caprichosas, mas reconheço que, ao lado das rosas do júbilo, defrontando os novos caminhos que se descerram para sua esperança, há espinhos de tédio nas margens das velhas estradas inferiores que você vai deixando para trás. Seu coração é uma taça iluminada aos raios do alvorecer divino, mas vazia dos sentimentos do mundo, que a encheram por séculos consecutivos.

Não poderia, eu mesmo, formular tão exata definição do meu estado espiritual.

Narcisa tinha razão. Suprema alegria inundava-me o espírito, ao lado de incomensurável sensação de tédio, quanto às situações da natureza inferior.

Sentia-me liberto de pesados grilhões, porém, não mais possuía o lar, a esposa, os filhos amados. Regressava freqüentemente ao círculo doméstico e aí trabalhava pelo bem de todos, mas sem qualquer estímulo. Minha devotada amiga acertara. Meu coração era bem um cálice luminoso, porém, vazio. A definição comovera-me.

Vendo-me as lágrimas silenciosas, Narcisa acentuou:

— Encha sua taça nas águas eternas daquele que é o Doador Divino. Além disso, André, todos nós somos portadores da planta do Cristo, na terra do coração. Em períodos como o que você atravessa, há mais facilidade para nos desenvolvermos com êxito, se soubermos aproveitar as oportunidades. Enquanto o espírito do homem se engolfa apenas em cálculos e raciocínios, o Evangelho de Jesus não lhe parece mais que repositório de ensinamentos comuns; mas, quando se lhe despertam os sentimentos superiores, verifica que as lições do Mestre têm vida própria e revelam expressões desconhecidas da sua inteligência, à medida que se esforça na edificação de si mesmo, como ensinamento do Pai. Quando crescemos para o Senhor, seus ensinos crescem igualmente aos nossos olhos. Vamos fazer o bem, meu caro! Encha seu cálice com o bálsamo do amor divino. Já que você sente os raios da alvorada nova, caminhe confiante para o dia!...

E, conhecendo meu temperamento de homem, amante do serviço movimentado, acrescentou, generosa:

— Você tem trabalhado bastante aqui nas Câmaras, onde me preparo, por minha vez, considerando o futuro próximo, na carne. Não poderei, portanto, acompanhá-lo, mas creio deve você aproveitar os novos cursos de serviço, instalados no Ministério da Comunicação. Muitos companheiros nossos habilitam-se a prestar concurso na Terra, nos campos visíveis e invisíveis ao homem, acompanhados, todos eles, por nobres instrutores. Poderia você conhecer experiências novas, aprender muito e cooperar com excelente ação individual. Porque não tenta?

Antes que pudesse agradecer o alvitre valioso, Narcisa foi chamada ao interior das Câmaras, a serviço, deixando-me dominado por esperanças diferentes de quantas abrigara até então, relativa mente às minhas tarefas.


pelo Espírito André Luiz - Do livro: Os Mensageiros, Médium: Francisco Cândido Xavier.

domingo, 2 de abril de 2017

MÉRITO - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

MÉRITO


No critério de inúmeros companheiros, o merecimento, por fator de facilidade e sublimação, decorrerá simplesmente do ato de crer.

Profissão de fé, no entanto, guarda o valor do título de serviço que estabelece a competência e acentua a responsabilidade.

Todos trazemos do pretérito, defeitos e provações!...

Todos carregamos o fardo de antigos débitos, mas não basta proclamemos confiança no Senhor, a fim de alija-lo.

Necessário conduzir semelhante quisto de sombra ao calor da reforma íntima para que se converta em luz de experiência, à maneira do calhau que libera o ouro na tensão do cadinho.

Por mais vigorosa a expressão de nossos conhecimentos, nenhuma renovação surgirá para nós, se fugirmos da disciplina indispensável à educação de nós mesmos, - disciplina que nos eleve o nível de existência à altura dos ideais superiores que abraçamos.

As próprias comodidades materiais na civilização terrestre falam disso.

Locomotivas aprimoradas, lembrando grandes hotéis rodantes, não atingem a meta se desertarem dos trilhos.

Aviões, quais palácios voadores, tombarão em desastre se desatendem aos princípios que lhes regem os movimentos.

Decerto que a Bondade Divina brilha em toda parte, entretanto, não se sabe de lugar algum que mantenha salário sem trabalho. E o trabalho edificante, seja qual for, exige fidelidade e esforço, aplicação e obediência.

Jesus a ninguém prometeu direitos sem deveres.

Ao invés disso, ele que transitou no caminho dos homens, invariavelmente subordinado aos interesses do Reino de Deus, convidou-nos a cooperar espontaneamente na construção do bem, advertindo-nos claramente:

- “Tomais sobre vós o meu jugo”.

pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Caminho Espírita, Médium: Francisco Cândido Xavier.

DOUTRINAR E TRANSFORMAR - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Meus amigos: Em verdade é preciso doutrinar para esclarecer. Mas é imprescindível, igualmente, transformar para redimir. Doutrinação q...