sábado, 31 de maio de 2014

HISTÓRIA DE UM MÉDIUM - IRMÃO X - CHICO XAVIER

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

HISTÓRIA DE UM MÉDIUM

As observações interessantes sobre a doutrina dos Espíritos sucediam-se umas às outras, quando um amigo nosso, velho lidador do Espiritismo, no Rio de Janeiro, acentuou, gravemente:

- "Em Espiritismo, uma das questões mais sérias é o problema do médium..."

- "Sob que prisma?" - Indagou um dos circunstantes.

- "Quanto ao da necessidade de sua própria edificação para vencer o meio."

- "Para esclarecer a minha observação - continuou o nosso amigo - contar-lhe-ei a história de um companheiro dedicado, que desencarnou, há poucos anos, sob os efeitos de uma obsessão terrível e dolorosa."

Todo o grupo, lembrando os hábitos antigos, como se ainda estacionássemos num ambiente terrestre, aguçou os ouvidos, colocando-se à escuta:

- "Azarias Pacheco - começou o narrador - era um operário despreocupado e humilde do meu bairro, quando as forças do Alto chamaram o seu coração ao sacerdócio mediúnico. Moço e inteligente, trabalhava na administração dos serviços de uma oficina de consertos, ganhando, honradamente, a remuneração mensal de quatrocentos mil réis.

Em vista do seu espírito de compreensão geral da vida, o Espiritismo e a mediunidade lhe abriram um novo campo de estudos, a cujas atividades se entregou sob uma fascinação crescente e singular.

Azarias dedicou-se amorosamente à sua tarefa, e, nas horas de folga, atendia aos seus deveres mediúnicos com irrepreensível dedicação. Elevados mentores do Alto forneciam lições proveitosas, através de suas mãos. Médicos desencarnados atendiam, por ele, a volumoso receituário.

E não tardou que o seu nome fosse objeto de geral admiração.

Algumas notas de imprensa evidenciaram ainda mais os seus valores medianímicos e, em pouco tempo, a sua residência humilde povoava-se de caçadores de anotações e de mensagens. Muitos deles diziam-se espíritas confessos, outros eram crentes de meia-convicção ou curiosos do campo doutrinário.

O rapaz, que guardava sob a sua responsabilidade pessoal numerosas obrigações de família, começou a sacrificar primeiramente os seus deveres de ordem sentimental, subtraindo à esposa e aos filhinhos as horas que habitualmente lhes consagrava, na intimidade doméstica.

Quase sempre cercado de companheiros, restavam-lhe apenas as horas dedicadas à conquista de seu pão cotidiano, com vistas aos que o seguiam carinhosamente pelos caminhos da vida.

Havia muito tempo perdurava semelhante situação, em face de sua preciosa resistência espiritual, no cumprimento de seus deveres.

Dentro de sua relativa educação medianímica, Azarias encontrava facilidade para identificar a palavra de seu guia sábio e incansável, sempre a lhe advertir quanto à necessidade de oração e de vigilância.

Acontece, porém, que cada triunfo multiplicava as suas preocupações e os seus trabalhos.

Os seus admiradores não queriam saber das circunstâncias especiais de sua vida.

Grande parte exigia as suas vigílias pela noite a dentro, em longas narrativas dispensáveis. Outros alegavam os seus direitos às exclusivas atenções do médium. Alguns acusavam-no de preferências injustas, manifestando o gracioso egoísmo de sua amizade expressando o ciúme que lhes ia nalma, em palavras carinhosas e alegres. Os grupos doutrinários disputavam-no.

Azarias verificou que a sua existência tomava um rumo diverso, mas os testemunhos de tantos afetos lhe eram sumamente agradáveis ao coração.

Sua fama corria sempre. Cada dia era portador de novas relações e novos conhecimentos.

Os centros importantes começaram a reclamar a sua presença e, de vez em quando, surpreendiam-no as oportunidades das viagens pelos caminhos de ferro, em face da generosidade dos amigos, com grandes reuniões de homenagens, no ponto de destino.

A cada instante, um admirador o assaltava:

- "Azarias, onde trabalha você?..."

- "Numa oficina de consertos."

- "Ó! Ó!... e quanto ganha por mês?"

- "Quatrocentos mil réis."

- "Ó! mas isso é um absurdo... Você não é criatura para um salário como esse! Isso é uma miséria!...”

Em seguida outros ajuntavam: - "O Azarias não pode ficar nessa situação. Precisamos arranjar-lhe coisa melhor no centro da cidade, com uma remuneração à altura de seus méritos ou, então, poderemos tentar-lhe uma colocação no serviço público, onde encontrará mais possibilidades de tempo para dedicar-se à missão...”

O pobre médium, todavia, dentro de sua capacidade de resistência, respondia:

- "Ora, meus amigos, tudo está bem. Cada qual tem na vida o que mereceu da Providência Divina e, além de tudo, precisamos considerar que o Espiritismo tem de ser propagado, antes do mais, pelos Espíritos e não pelos homens!...”

Azarias, contudo, se era médium, não deixava de ser humano.

Requisitado pelas exigências dos companheiros, já nem pensava no lar e começava a assinalar na sua ficha de serviços faltas numerosas.

A princípio, algumas raras dedicações começaram a defendê-lo na oficina, considerando que, aos olhos dos chefes, suas falhas eram sempre mais graves que as dos outros colegas, em virtude do renome que o cercava; mas, um dia, foi ele chamado ao gabinete de seu diretor que o despediu nestes termos:

"Azarias, infelizmente não me é possível conservá-lo aqui, por mais tempo. Suas faltas no trabalho atingiram o máximo e a administração central resolveu eliminá-lo do quadro de nossos companheiros."

O interpelado saiu com certo desapontamento, mas lembrou-se das numerosas promessas dos amigos.

Naquele mesmo dia, buscou providenciar para um nova colocação, mas, em cada tentativa, encontrava sempre um dos seus admiradores e conhecidos que obtemperava:

- "Ora Azarias, você precisa ter mais calma!... Lembre-se de que a sua mediunidade é um patrimônio de nossa doutrina... Sossega, homem de Deus!... Volte à casa e nós todos saberemos ajudá-lo neste transe."

Na mesma data, ficou assentado que os amigos do médium se cotizariam, entre si, de modo que ele viesse a perceber uma contribuição mensal de seiscentos mil réis, ficando, desse modo, habilitado a viver tão somente para a doutrina.

Azarias, sob a inspiração de seus mentores espirituais, vacilava ante a medida, mas à frente de sua imaginação estavam os quadros do desemprego e das imperiosas necessidades da família.

Embora a sua relutância íntima, aceitou o alvitre.

Desde então, a sua casa foi o ponto de uma romaria interminável e sem precedentes. Dia e noite, seus consulentes estacionavam à porta. O médium buscava atender a todos como lhe era possível. As suas dificuldades, todavia, eram as mais prementes.

Ao cabo de seis meses, todos os seus amigos haviam esquecido o sistema das cotas mensais.

Desorientado e desvalido, Azarias recebeu os primeiros dez mil réis que uma senhora lhe ofereceu após o receituário. No seu coração, houve um toque de alarma, mas o seu organismo estava enfraquecido. A esposa e os filhos estavam repletos de necessidades.

Era tarde para procurar, novamente, a fonte do trabalho. Sua residência era objeto de uma perseguição tenaz e implacável. E ele continuou recebendo.

Os mais sérios distúrbios psíquicos o assaltaram.

Penosos desequilíbrios íntimos lhe inquietavam o coração, mas o médium sentia-se obrigado a aceitar as injunções de quantos o procuravam levianamente.

Espíritos enganadores aproveitaram-se de suas vacilações e encheram-lhe o campo mediúnico de aberrações e descontroles.

Se as suas ações eram agora remuneradas e se delas dependia o pão dos seus, Azarias se sentia na obrigação de prometer alguma coisa, quando os Espíritos não o fizessem. Procurado para a felicidade no dinheiro, ou êxito nos negócios ou nas atrações do amor do mundo, o médium prometia sempre as melhores realizações, em troca dos míseros mil réis da consulta.

Entregue a esse gênero de especulações, não mais pode receber o pensamento dos seus protetores espirituais mais dedicados.

Experimentando toda sorte de sofrimentos e de humilhações, se chegava a queixar-se, de leve, havia sempre um cliente que lhe observava:

- "Que é isso, "seu" Azarias?... O senhor não é médium? Um médium não sofre essas coisas!...

Se alegava cansaço, outro objetava, de pronto, ansioso pela satisfação de seus caprichos:

- "E a sua missão, "seu" Azarias?... Não se esqueça da caridade!..."

E o médium, na sua profunda fadiga espiritual, concentrava-se, em vão, experimentando uma sensação de angustioso abandono, por parte dos seus mentores dos planos elevados.

Os mesmos amigos da véspera piscavam, então, os olhos, falando, em voz baixa, após as despedidas:

- "Você já notou que o Azarias perdeu de todo a mediunidade?..." - Dizia um deles.

- "Ora, isso era esperado - redargüia-se - desde que ele abandonou o trabalho para viver à custa do Espiritismo, não podíamos aguardar outra coisa."

- "Além disso - exclamava outro do grupo - todos os vizinhos comentam a sua indiferença para com a família, mas, de minha parte sempre vi no Azarias um grande obsidiado."

- "O pobre do Azarias perverteu-se - falava ainda um companheiro mais exaltado - e um médium nessas condições é um fracasso para a própria doutrina..."

- "É por essa razão que o Espiritismo é tão incompreendido! - sentenciava ainda outro - Devemos tudo isso aos maus médiuns que envergonham os nossos princípios."

Cada um foi esquecendo o médium, com a sua definição e a sua falta de caridade. A própria família o abandonou à sua sorte, tão logo haviam cessado as remunerações.

Escarnecido em seus afetos mais caros, Azarias tornou-se um revoltado.

Essa circunstância foi a última porta para o livre ingresso das entidades perversas que se assenhorearam de sua vida.

O pobre náufrago da mediunidade perambulou na crônica dos noticiários, rodeado de observações ingratas e de escandalosos apontamentos, até que um leito de hospital lhe concedeu a bênção da morte..."

O narrador estava visivelmente emocionado, rememorando as suas antigas lembranças.

- "Então, quer dizer, meu amigo - observou um de nós - que a perseguição da polícia ou a perseguição do padre não são os maiores inimigos da mediunidade"...

- "De modo algum. - Replicou ele, convicto. - O Padre e a política podem até ser os portadores de grandes bens."

E, fixando em nós outros o seu olhar percuciente e calmo, rematou a sua história, sentenciando, gravemente:

- "O maior inimigo dos médiuns está dentro de nossos próprios muros!..."


Pelo Espírito Irmão X - Do livro: Novas Mensagens, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

OS DESEQUILÍBRIOS DA ALMA MULTIPLICAM-SE - CHICO XAVIER

A paz de Nosso Senhor Jesus Cristo seja conosco.

Irmãos, os desequilíbrios da alma multiplicam-se.

Afrouxados os liames da moral elevada, rompem-se as barreiras de resistência dos fracos de vontade que se veem enredados pelas facilidades da vida material, incentivando-o a satisfação dos instintos primários e animalizados.

A falta de educação moral das criaturas os expõem a enfrentar a degradação moral do Mundo, desprovidos das noções elementares das responsabilidades evolutivas, afrouxando completamente as reservas espirituais, onde a consciência o adverte do erro da entrega às tendências viciosas.

Porém, o ambiente propício a liberação das resistências, o coloca em sintonia com as baixas frequências, onde locupletam-se os habitantes invisíveis, com as satisfações viciosas dos encarnados.

A evangelização moral espiritual na prática das Lições do Divino Mestre Jesus é a barreira que podeis erigir contra as más tendências e as satisfações perigosas do instinto primário.

Irmãos, sois chamados às realidades espirituais, atendendo ao grave momento que viveis.

É tempo de escolher o caminho da renovação espiritual, fazendo a contenção das más inclinações que ainda cultivais em vosso íntimo.

Renovai vossas forças na prática das Lições do Roteiro Sublime de Amor trazido por Jesus, pois as quedas morais de hoje nos vícios deformantes da alma, somente serão retificadas em outras moradas planetárias, no exílio doloroso, porque a Terra de hoje prepara-se para o grande salto evolutivo, que já se avizinha.

Amai-vos como o Pai nos ama.


Chico Xavier

GESJ – 20/05/2014 – Reunião Pública – Vitória, ES – Brasil

Retirado do Blog Os Extra e Intra Terrestres e o planeta Terra.


PRECE DE CÁRITAS

Deus nosso Pai,
que Sois todo poder e bondade,
dai força àqueles que passam pela provação,
dai luz àqueles que procuram a verdade,
e ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
Deus,
dai ao viajante a estrela Guia,
ao aflito a consolação,
ao doente o repouso.
Pai,
dai ao culpado o arrependimento,
ao espírito, a verdade,
à criança o guia,
ao órfão, o pai.
Que a vossa bondade se estenda sobre tudo que criaste.
Piedade, Senhor, para aqueles que não Vos conhecem, e
esperança para aqueles que sofrem.
Que a Vossa bondade permita aos espíritos consoladores,
derramarem por toda à parte a paz, a esperança e a fé.
Deus,
um raio, uma faísca do Vosso divino amor pode abrasar a Terra,
deixai-nos beber na fonte dessa bondade fecunda e infinita, e
todas as lágrimas secarão,
todas as dores acalmar-se-ão.
Um só coração, um só pensamento subirá até Vós,
como um grito de reconhecimento e de amor.
Como Moisés sobre a montanha,
nós Vos esperamos com os braços abertos.
Oh! bondade, Oh! Poder, Oh! beleza, Oh! perfeição,
queremos de alguma sorte merecer Vossa misericórdia.
Deus,
Dai-nos a força no progresso de subir até Vós,
Dai-nos a caridade pura,
Dai-nos a fé e a razão,
Dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas
O espelho onde refletirá um dia a Vossa Santíssima imagem.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

IDENTIDADE COM JESUS - JOANNA DE ÂNGELIS - CHICO XAVIER



A identificação é uma das qualidades psicológicas responsáveis pela definição do ser humano, ao lado de outras significativas, tais como: a personalidade, o conhecimento e a consciência.
Em razão do seu impositivo, é possível qualificar-se o indivíduo face à sua afinidade emocional e comportamental com as ideias e os anseios íntimos cultivados.
Graças às aspirações internas mantidas, surgem as sintonias que povoam os grupos, aglutinando-os em sociedades ou núcleos que formam a humanidade.
Quando são enobrecedoras, favorecem o progresso moral e social da pessoa e, em consequência, da grei, aprimorando a cultura, a ciência e as artes, a tecnologia e o humanitarismo, que fomentam o ajuste e a harmonia global. Todavia, se resultam das paixões dissolventes, formam os guetos da criminalidade, as forças da violência, as gangues da insânia e das alucinações coletivas, as tribos da drogadição, resvalando para os abismos do horror que respondem pelas lutas sangrentas e perversas.
As propostas filosóficas e o conhecimento nos mais diversos ramos do saber, atraem os seres humanos às suas fileiras e os classificam, tornando-se conhecidos pelos modismos e conduta, não raro extravagantes e agressivos.
Periodicamente surgem como desafios ao status quo, chamando a atenção pela maneira exibicionista através da qual projetam a imagem prepotente que escraviza sua vítima...
Têm efêmera duração, porque os seus líderes, vencidos pelas angústias que os envenenam e que não têm coragem de enfrentar, fogem da realidade para as fantasias que se lhes transformam em pesadelos hediondos, insuportáveis...
De igual maneira, ocorrem esses fenômenos na fé religiosa, sob outros aspectos, porém, com os mesmos efeitos psicológicos, nas diferentes definições em que se ajustam.
O Cristianismo, por exemplo, não constitui exceção no seu extraordinário mapa de expansão terrena.
Desde quando Lucas, o futuro apóstolo do Evangelho, fascinado por Jesus Cristo, no glorioso período da pregação paulina, sugeriu que os Seus discípulos fossem chamados de cristãos, que a identificação inscreveu-os na História como os conquistadores do mundo espiritual.
A princípio, à força ciclópica da abnegação e do amor que os animava escreveu, no holocausto da própria existência, a mais desafiadora página de dedicação ao próximo e a Deus de que se tem notícias, e o martirológio tornou-se o sublime recurso de expansão da mensagem libertadora, que passou a dominar praticamente o mundo conhecido de então.
Todavia, conforme escreveu Santo Eusébio, cristão primitivo do século IV, à medida que as facilidades e as disputas humanas substituíram os testemunhos e os sacrifícios dos mártires, a floração sublime da fé emurcheceu e quase feneceu...
Mais tarde, a denominação passou a inspirar suspeitas, pavores e mesmo ódios, pela alucinação e fanatismo que tomaram conta daqueles que, dessa maneira, identificavam-se.
Uma noite terrível, inevitavelmente, abateu-se sobre a sociedade debilmente iluminada, de quando em quando, pelos apóstolos da verdade que renasceram com a missão de sustentá-la nos estertores em que se encontrava.
Quase nada permaneceu das apoteóticas mensagens de amor e de compaixão ensinadas e vividas por Jesus, obrigando a caridade a ocultar-se, envergonhada, nos mantos da divina misericórdia...
...Veio o Consolador e, novamente, o formoso brilho do Evangelho como um sol especial passou a iluminar as vidas e a aquecer o frio das almas.
Lentamente, porém, à medida que se vem popularizando, a vulgaridade e a insensatez humanas tomam conta das suas fileiras, tentando empanar-lhe as sublimes claridades.

* * *

Nesse báratro que domina a sociedade hodierna que estorcega nos sofrimentos inenarráveis e atemoriza-se ante as ameaças perversas de outros males sem conta, a identidade cristã perdeu quase completamente o seu significado inicial.
Negocia-se, mente-se, guerreia-se, infelicita-se, em nome de Jesus. Firmam-se tratados e decretos citando as Suas palavras, enquanto o ser humano prossegue abandonado à própria sorte...
Não poucos cristãos novos, por sua vez, que bebem na fonte lustral do Evangelho desvelado pelo Espiritismo, a água pura e cristalina do dever, do amor e da caridade, descuidam-se da conduta crística, aquela de ser irmão dos sofredores, de seguir mil passos a mais ao lado daquele que lhe solicita a companhia por apenas mil; de dar o manto a quem necessita somente da capa; de despir-se da ostentação, do orgulho e do egoísmo para servir, ao invés de ser servido pela mensagem que se expande pelo mundo.
O campeonato da vaidade ao lado das disputas pelos favores de César e as glórias de Pirro desequilibra incontáveis valorosos servidores que se comprometeram em não mais repetir os erros clamorosos do passado.
Iniciam o ministério do amor dominados pelo entusiasmo da ingenuidade e do encantamento, para trasladar-se para as volúpias do prazer e das compensações imediatas.
Sexo, poder, luxo e distinções sociais fascinam-nos e intoxicam-nos no festival da ilusão.
Soberbos uns e irreverentes outros, passeiam a incoerência da conduta em relação à fé nas paisagens humanas, dando a impressão de que a enfermidade, a velhice e a desencarnação jamais os alcançarão...
Abraçando as imposturas terrestres disputam-lhe a aceitação, afadigando-se pela conquista das posturas artificiais, cultivando as técnicas da comunicação exterior, esquecidos da irradiação do bem-estar, da harmonia e da alegria de viver que os deveriam impregnar.
O exterior é-lhes mais importante do que o interior.
Apresentam-se como novos sepulcros do ensinamento evangélico, bem cuidados por fora e por dentro a imundície...
Cuida da tua identidade crística.
Mantém-te simples e sem atavios.
Cultiva a bondade e faze-te útil.
Sorri e ama, auxiliando sempre.
Não importa que não sejas conhecido ou afamado, lutando porém para seres iluminado.
Apresenta Jesus e oculta-te, recorda-O e esquece as tuas ambições enganosas, fazendo que todos aqueles que se te acerquem, vejam-nO em ti.
Vinculado a Jesus, seja a tua identidade dEle.

Joanna de Ângelis

(Página psicografada pelo médium de Divaldo Pereira Franco, no dia 25 de junho de 2011, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)


Figura – Sermão da Montanha (1890), pintura de Carl Heinrich Bloch

terça-feira, 27 de maio de 2014

UMA DESPEDIDA - JOSÉ GOMES - CHICO XAVIER

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

UMA DESPEDIDA



Em nossa reunião da noite de 10 de março de 1955, por permissão de nossos Benfeitores Espirituais, no horário dedicado às palestras dos Instrutores, o amigo desencarnado que conhecemos por José Gomes ocupou a organização psicofônica, falando-nos de sua penosa experiência no Além. Nosso visitante, há seguramente dois anos, passou pelos serviços assistenciais de nossa agremiação, desorientado e aflito, voltando até nós, agora calmo e consciente, para relatar-nos sua história, por intermédio da qual nos faz sentir toda a gama de sofrimentos em que se enleou, depois do homicídio em que se comprometeu na Terra. “Uma Despedida” oferece-nos amplo material para meditação e para estudo.


Trazido até aqui por devotados benfeitores, venho agradecer-vos e despedir-me.

Há quase dois anos, fui socorrido nesta casa, fazendo-se luz nas trevas de minhalma...

Eu era, então, um assassino que por cinqüenta anos padecia no ergástulo do remorso.

Crendo preservar a minha felicidade, apunhalei um amigo, instigado pela mulher que eu amava e, apoiando-me na desculpa de legítima defesa, consegui absolvição na justiça terrestre.

Contudo, que irrisão! O homem que eu supunha haver aniquilado, mais vivo que nunca prendeu-se-me ao corpo e, em poucos meses, sucumbi devorado por estranha moléstia que escarneceu de todos os recursos da medicina.

Ai de mim! Nas raias da morte, apesar do conforto que me era oferecido pela fé, através de um sacerdote, não encontrei para mentalizar senão o quadro do homicídio que perpetrara.

E à maneira do homem vitimado por tormentoso pesadelo, sem sair do leito em que se acolhe à prostração, vi-me encarcerado em meus próprios pensamentos, vivendo a tortura e o pavor que alimentava no campo da minha alma...

Sempre o terrificante painel a vibrar na memória!...

Um companheiro infeliz, suplicando indefeso: — «Não me mate! Não me mate!... » A presença da mulher querida... Os gênios do crime a gargalharem junto de mim e a calma impassível da noite, com a minha cólera insopitável a dessedentar-se num peito exangue e aberto...

Em me cansando de enterrar a lâmina na carne sem resistência, arrojava-me ao piso da câmara iluminada, mas, a onda esmagadora de sangue levantava-se do chão, tingindo paredes, afogando móveis, empapando-me a vestimenta e, quando me sentia semi-sufocado, eis que me erguia de novo para continuar no duelo indefinível.

Se tinha fome, mãos invisíveis ofereciam-me sangue coagulado; se tinha sede, davam-me sangue para beber...

Era dia? Era noite?

Ignorava.

Somente mais tarde, quando amparado pelas palavras de esclarecimento e de amor dos nossos benfeitores, por vosso intermédio, vim a saber que o inimigo se contentara com o meu cadáver e que eu não vivia senão minha própria obsessão, magnetizado por minhas idéias fixas, jungido ao pó do sepulcro, durante meio século, recapitulando quase que interminavelmente o meu ato impensado.

Circunscrito à alcova fatídica, que jazia em minhas reminiscências, passei da extrema cegueira à desmedida aflição.

Existiria, realmente, um Deus de paz e bondade?

Bastou essa pergunta para que réstias de luz se fizessem sentir em meu espírito entenebrecido, como relâmpago em noite de espessa treva...

No entanto, para chegar à certeza de Deus, precisava de um caminho.

Esse caminho era ela, a mulher amada.

Queria vê-la, ouvi-la, tocá-la...

E tanto clamei por isso que, em certa ocasião, senti como que uma rajada de vento forte, arrebatando-me para o seio da noite...

Carregava comigo aquele fatal aposento, contudo, podia agora respirar a brisa refrescante, entre as sombras noturnas que filtravam, de leve, as irradiações da lua nova.

Mais ágil, andei apressadamente...

Onde estaria ela, a mulher que estava em mim?

Favorecia-me o sopro do vento e, a minutos breves, alcancei pequeno jardim, vendo-a sentada com uma criança ao colo...

Ah! somente aqueles que sentiram na vida uma profunda e irremediável saudade poderão compreender o alarme de meu espírito naquela hora de reencontro!...

Mas, assim que me percebeu, conchegou a criança ao coração e fugiu, espavorida...

Eu devia ser aos seus olhos um fantasma repelente a regressar do túmulo!

Persegui-a, porém, até que a vi penetrando um quarto humilde... Observei-a, ajustando-se ao corpo de carne, tal qual a mão em se colando à luva...

Entendi, sem palavras, a nova situação.

Enlaçada a um homem que lhe partilhava o leito, reconheci, sem explicações verbais, que o filhinho nascituro era meu velho rival e que o homem desconhecido era-lhe agora o esposo, outro adversário que me cabia vencer.

O ódio passou a estourar-me o crânio.

O cheiro acre e fedentinoso de sangue novamente me ensandeceu.

Beijei-a, delirando em transportes de amor não correspondido, e consegui instilar-lhe aversão pelo marido e pelo filho recém-nato.

Queria matá-la... desejava que ela vivesse novamente para mim... pretendia sugar-lhe os eflúvios do coração...

E, durante muitos dias, permaneci naquela casa, desvairado e irresponsável, envenenando a própria medicação que lhe era administrada...

Consegui dominá-la até o dia em que foi conduzida a um círculo de orações...

E, nesse círculo, vossos amigos me encontraram... Encontraram-me e trouxeram-me a esta casa...

Com os ensinamentos que me dirigiram, a câmara do crime desapareceu de minha imaginação... Todas as idéias estagnadas que me limitavam o pensamento, qual se eu fora o próprio remorso num casulo infernal, desfizeram-se, de pronto, como escamas de lodo que, em se desintegrando, me libertaram o espírito...

Desde então, fui admitido em uma escola...

Transcorridos seis meses, tornei ao lar que eu me propunha destruir, transformado pelas lições dos instrutores que vos orientam o santuário.

Novos sentimentos me vibravam no coração.

Compadeci-me daquela que sofria tanto e que tanto se esforçava por reabilitar-se perante a Lei!

Contemplei-lhe o filhinho e o esposo, tomado de viva compaixão...

Achava-me renovado...

Compreendi então convosco que o coração humano — concha divina — pode guardar consigo todos os amores...

Observei a extensão de minhas faltas e voltarei à carne em dias breves!

Aquela por quem me perdi ser-me-á devotada mãe... Terei um pai humilde, generoso e trabalhador, abençoando-me o restabelecimento moral, e, em meu irmão, já renascido, encontrarei não mais o antagonista, mas o companheiro de provação com quem restaurarei o destino...

Ante o coração que me estimula a esperança, não mais direi: — «mulher que eu desejo»! e sim «mãezinha querida!..»

Nossos sentimentos pairarão em esfera mais alta e de seus lábios aprenderei, de novo, as sublimes palavras: — «Pai Nosso, que estás no Céu...»

Fitar-lhe-ei nos olhos o celeste horizonte e, trabalhando, enxergarei feliz a senda libertadora...

Ah!... entendereis comigo semelhante ventura?

Creio que sim.

Partirei, desse modo, não para a companhia dos anjos, mas para o convívio dos homens, refazendo meu próprio caminho e regenerando a própria consciência.

E, abraçando-vos com afetuosa gratidão, saúdo em Nosso Senhor Jesus-Cristo a fé que nos reúne!...

Terra — abençoado mar de lutas...

Carne — navio da salvação!

Lar — templo de luz e trabalho...

Mãe — santuário de amor!...

Meus amigos, até amanhã!

Bendito seja Deus.


Pelo Espírito José Gomes - Do livro: Instruções Psicofônicas, Médium: Francisco Cândido Xavier.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

O ENSINO DA SEMENTEIRA - NÉIO LÚCIO - CHICO XAVIER

Certo fazendeiro, muito rico, chamou o filho de quinze anos e disse-lhe:

— Filho meu, todo homem apenas colherá daquilo que plante. Cuida de fazer bem a todos, para que sejas feliz.

O rapaz ouviu o conselho e, no dia imediato, muito carinhosamente alojou minúsculo cajueiro em local não distante da estrada que ligava o vilarejo próximo à propriedade paternal.

Decorrida uma semana, tendo recebido das mãos paternas um presente em dinheiro, foi ágil e protegeu pequena fonte natural, construindo-lhe conveniente abrigo com a cooperação de alguns poucos trabalhadores, aos quais recompensou generosamente.

Reparando que vários mendigos por ali passavam, ao relento, acumulou as dádivas que recebia dos familiares e, quando completou vinte anos, edificou reconfortante albergue para asilar viajores sem recursos.

Logo após, a vida lhe impôs amargurosas surpresas.

Sua Mãezinha morreu num desastre e o Pai, em virtude das perseguições de poderosos inimigos na luta comercial, empobreceu rapidamente, falecendo em seguida. Duas irmãs mais velhas casaram-se e tomaram diferentes rumos.O rapaz, agora sozinho, embora jamais esquecesse os conselhos paternos, revoltou-se contra as idéias nobres e partiu mundo afora.

Trabalhou, ganhou enorme fortuna e gastou-a, gozando os prazeres inúteis.

Nunca mais cogitou de semear o bem.

Os anos se desdobraram uns sobre os outros.

Entregue à idade madura, dera-se ao vício de jogar e beber.

Muita vez, o Espírito de seu pai se aproximava, rogando-lhe cuidado e arrependimento. O filho registrava-lhe os apelos em forma de pensamentos, mas negava-se a atender. Queria somente comer à vontade e beber nas casas ruidosas, até à madrugada.

Acontece, porém, que o equilíbrio do corpo tem limites e sua saúde se alterou de maneira lamentável. Apareceram-lhe feridas por todo o corpo. Não podia alimentar-se regularmente. Perdeu a fortuna que possuia, através de viagens e tratamentos caros. Como não fizera afeições, foi relegado ao abandono. Branquejaram-se-lhe os cabelos. Os amigos das noitadas alegres fugiram dele; envergonhado, ausentou-se da cidadea que se acolhera e transformou-se em mendigo. Peregrinou por muitos lugares e por muitos climas, até que, um dia, sentiu imensa saudade do antigo lar e voltou ao pequeno burgo que o vira crescer.

Fez longa excursão a pé. Transcorridos muitos dias, chegou, extenuado, ao sítio de outro tempo.

O cajueiro que plantara convertera-se em árvore dadivosa. Encantado, viu-lhe os frutos tentadores. Aproveitou-os para matar a própria fome e seguiu para a vila. Tinha sede e buscou a fonte. A corrente cristalina, bem protegida, afagou-lhe a boca ressequida.

Ninguém o reconheceu, tão abatido estava.

Em breve, desceu a noite e sentiu frio. Dois homens caridosos ofereceram-lhe os braços e conduziram-no ao velho asilo que ele mesmo construíra.

Quando entrou no recinto, derramou muitas lágrimas, porque seu nome estava gravado na parede com palavras de louvor e bênção.

Deitou-se, constrangido, e dormiu.

Em sonho, viu o Espírito do pai, junto a ele, exclamando:

- Aprendeste a lição, meu filho? Sentiste fome e o cajueiro te alimentou; tiveste sede e a fonte te saciou; necessitavas de asilo e te acolheste ao lar que edificaste em favor dos que passam com destino incerto...

Abraçando-o, com ternura, acrescentou:

— Porque deixaste de semear o bem?

O interpelado nada pode responder. As lágrimas embargavam-lhe a voz, na garganta.

Acordou, muito tempo depois, com o rosto lavado em pranto, e, quando o encarregado do abrigo lhe perguntou o que desejava, informou simplesmente:

— Preciso tão somente de uma enxada... Preciso recomeçar a ser útil, de qualquer modo.


pelo Espírito Neio Lúcio - Do livro: Alvorada Cristã, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sábado, 24 de maio de 2014

A AMIZADE REAL - NÉIO LÚCIO - CHICO XAVIER

Olá Alma Irmã, nossas Fraternais Saudações!

Que esta mensagem chegue com nossas melhores vibrações de Paz e Saúde!!
Obrigado pela companhia!!!
Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

A AMIZADE REAL



Um grande senhor que soubera amontoar sabedoria, além da riqueza, auxiliava diversos amigos pobres, na manutenção do bom ânimo, na luta pela vida.

Sentindo-se mais velho, chamou o filho à cooperação. O rapaz deveria aprender com ele a distribuir gentilezas e bens.

Para começar, enviou-o à residência de um companheiro de muitos anos, ao qual destinava trezentos cruzeiros mensais.

O jovem seguiu-lhe as instruções.

Viajou seis quilômetros e encontrou a casa indicada. Contrariando-lhe a expectativa, porém, não encontrou um pardieiro em ruínas. O domicílio, apesar de modesto, mostrava encanto e conforto. Flores perfumavam o ambiente e alvo linho vestia os móveis com beleza e decência.

O beneficiário de seu pai cumprimentou-o, com alegria efusiva, e, depois de inteligente palestra, mandou trazer o café num serviço agradável e distinto. Apresentou-lhe familiares e amigos que se envolviam, felizes, num halo enorme de saúde e contentamento.

Reparando a tranquilidade e a fartura, ali reinantes, o portador regressou ao lar, sem entregar a dádiva.

— Para quê? — confabulava consigo mesmo — aquele homem não era um pedinte. Não parecia guardar problemas que merecessem compaixão e caridade. Certo, o genitor se enganara.

De volta, explicou ao velho pai, particulamente, quanto vira, restituindo-lhe a importância de que fora emissário.

O ancião, contudo, após ouvi-lo calmamente, retirou mais dinheiro da bolsa, dobrou a quantia e considerou:

— Fizeste bem, tornando até aqui. Ignorava que o nosso amigo estivesse sob mais amplos compromissos. Volta à residência dele e, ao invés de trezentos, entrega-lhe seiscentos cruzeiros, mensalmente, em meu nome, de ora em diante. A sua nova situação reclama recursos duplicados.

— Mas, meu pai — acentuou o moço —, não se trata de pessoa em posição miserável.

Ao que suponho, o lar dele possui tanto conforto, quanto o nosso.

— Folgo bastante com a noticia — exclamou o velho.

E, imprimindo terna censura à voz conselheiral, acrescentou:

— Meu filho, se não é lícito dar remédio aos sãos e esmolas aos que não precisam delas, semelhante regra não se aplica aos companheiros que Deus nos confiou. Quem socorre o amigo, apenas nos dias de extremo infortúnio, pode exercer a piedade que humilha ao invés do amor que santifica. Quem espera o dia do sofrimento para prestar o favor, muita vez não encontrará senão silêncio e morte, perdendo a melhor oportunidade de ser útil. Não devemos exigir que o irmão de jornada se converta em mendigo, a fim de parecermos superiores a ele, em todas as circunstâncias. Tal atitude de nossa parte representaria crueldade e dureza. Estendamos-lhe nossas mãos e façamo-lo subir até nós, para que nosso concurso não seja orgulho vão. Toda gente no mundo pode consolar a miséria e partilhar as aflições, mas raros aprendem a acentuar a alegria dos entes amados, multiplicando-a para eles, sem egoísmo e sem inveja no coração. O amigo verdadeiro, porém, sabe fazer isto. Volta, pois, e atende ao meu conselho para que nossa afeição constitua sementeira de amor para a eternidade. Nunca desejei improvisar necessitados, em torno de nossa porta e, sim, criar companheiros para sempre.

Foi então que o rapaz, envolvido na sabedoria paterna, cumpriu quanto lhe fora determinado, compreendendo a sublime lição de amizade real.


Pelo Espírito Neio Lúcio - Do livro: Alvorada Cristã, Médium: Francisco Cândido Xavier.


quarta-feira, 21 de maio de 2014

A LIÇÃO DO DISCERNIMENTO - IRMÃO X - CHICO XAVIER


Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

A LIÇÃO DO DISCERNIMENTO

Finda a cena brutal, em que o povo pretendia lapidar a mulher infeliz, na raça pública, Pedro, que seguia o Senhor, de perto, interpelou-o, zelosamente:

- Mestre, desculpando os erros das mulheres que fogem ao ministério do lar, não estaremos oferecendo apoio à devassidão? Abrir os braços no espetáculo deprimente que acabamos de ver não será proteger o pecado?

Jesus meditou, meditou... e respondeu:

- Simão, seremos sempre julgados pela medida com que julgarmos os nossos semelhantes.

- Sim - clamou o apóstolo, irritado -, compreendo a caridade que nos deve afastar dos juízos errôneos, mas porventura conseguiremos viver sem discernir? Uma pecadora, trazida ao apedrejamento, não perturbará a tranqüilidade das famílias? Não representará um quadro de lama para as crianças e para os jovens? Não será uma excitação à prática do mal?

Ante as duras interrogações, o Messias observou, sereno:

- Quem poderá examinar agora o acontecimento, em toda a extensão dele?
Sabemos, acaso, quantas lágrimas terá vertido essa desventurada mulher até à queda fatal no grande infortúnio? Quem terá dado a esse pobre coração feminino o primeiro impulso para o despenhadeiro? E quem sabe, Pedro, essa desditosa irmã terá sido arrastada à loucura, atendendo a desesperadoras necessidades?

O discípulo, contudo, no propósito de exalçar a justiça, acrescentou:

- De qualquer modo, a corrigenda é inadiável imperativo. Se ela nos merece compaixão e bondade, há então, noutros setores, o culpado ou os culpados que precisamos punir. Quem terá provocado a cena desagradável a que assistimos?
Geralmente, as mulheres desse naipe são reservadas e fogem à multidão... Que motivos teriam trazido essa infeliz ao clamor da praça?

Jesus sorriu, complacente, e tornou:

- Quem sabe a pobrezinha andaria à procura de assistência?

O pescador de Cafarnaum acentuou, contrariado:

- O responsável devia expiar semelhante delito. Sou contra a desordem e na gritaria que presenciamos estou convencido de que o cárcere e os açoites deveriam funcionar...

Nesse ponto de entendimento, velha mendiga que ouvia a conversação, caminhando vagarosamente, quase junto deles, exclamou para Simão, surpreendido:

- Galileu bondoso, herdeiro da fé vitoriosa de nossos pais, graças sejam dadas a Deus, nosso Poderoso Senhor! A mulher apedrejada é filha de minha irmã paralítica e cega. Moramos nas vizinhanças e vínhamos ao mercado em busca de alimento. Abeirávamo-nos daqui, quando fomos assaltadas por um rapaz que, depois de repelido por ela, em luta corpo a corpo, saiu a indicá-la ao povo para a lapidação, simplesmente porque minha infeliz sobrinha, digna de melhor sorte, não tem tido até hoje uma vida regular... Ambas estamos feridas e, com dificuldade, tornaremos para a casa... Se é possível, galileu generoso, restabelece a verdade e faze a justiça!

- E onde está o miserável? - gritou Simão, enérgico, diante do Mestre, que o seguia, bondoso.

- Ali!... Ali!... - informou a velhinha, com júbilo de uma criança reconduzida repentinamente à alegria. E apontou uma casa de peregrinos, para onde o apóstolo se dirigiu, acompanhado de Jesus que o observava, sereno.

Por trás da antiga porta, escondia-se um homem, trêmulo de vergonha.

Pedro avançou de punhos cerrados, mas, a breves segundos, estacou, pálido e abatido.

O autor da cena triste era Efraim, filho de Jafar, pupilo de sua sogra e comensal de sua própria mesa.

Seguira o Messias com piedosa atitude, mas Pedro bem reconhecia agora que o irmão adotivo de sua mulher guardava intenção diferente.

Angustiado, em lágrimas de cólera e amargura, Simão adiantou-se para o Cristo, à maneira do menino necessitado de proteção, e bradou:

- Mestre, Mestre!... Que fazer?!...

Jesus, porém, acolheu-o amorosamente nos braços e murmurou:

- Pedro, não julguemos para não sermos julgados. Aprendamos, contudo, a discernir.


Pelo Espírito Irmão X - Do livro: Contos e Apólogos, Médium: Francisco Cândido Xavier

CARTA AOS GOVERNANTES DO BRASIL - ESPÍRITO ISMAEL

O compromisso assumido deve ser cumprido.

O dever quase sempre se nos apresenta qual farol iluminando a estrada, mas nós raramente nos detemos para olhar.

Aonde pensais que ireis chegar? O que pensais fazer com todo esse poder? Como pensais construir a Nação do futuro, desviando seu presente das rotas traçadas em planos inimagináveis pelas mentes humanas?

Governantes brasileiros, estais vivendo coletivamente um momento decisivo, não apenas para vosso povo, mas também para os outros povos do mundo.

O Brasil é Berço de Luz. De suas esferas astralinas, viajantes espaciais podem, ao longe, vislumbrar as irradiações multicores que se expandem em todas as direções. É um espetáculo de vida que enleva todos os transeuntes, deste ou de outros mundos.

Agraciado com louvores, esse povo foi escolhido e preparado para as transformações que ocorrerão no vosso planeta. Preparados para receber no seio da Mãe Terra, em torno do vosso território, os destinos da Nova Terra.

Pátria promissora.

Quantos emissários dispostos à luta!

Quantos cristãos envolvidos pelo desejo de trabalhar em favor dessa transformação.

Mas quão grande surpresa e desagrado, quando, a postos em vosso lugar de combate, vem a deserção e debandam para o outro lado.

Um a um estamos vendo debandar.

As razões são todas aquelas ligadas à fraqueza dos pobres sentidos humanos, que não perdoam a alma invigilante.


SEXO - DROGAS - FORTUNA - PODER.


Ah! O poder!

Aonde pensais chegar com todo esse poder? Acaso esquecestes de todas as lições tomadas exaustivamente nas Universidades de Amor e Vitória?

Acaso vos esquecestes do vosso importante papel a realizar nesse momento decisivo para o vosso Planeta?

Não é mais possível protelar decisões que há muito deveriam ter sido tomadas, favorecendo a igualdade e fraternidade entre os homens.

Deixai de lado essa política mesquinha, cujo tema central tem sido o poder, e adotai finalmente a política do Amor, que definirá os destinos do vosso Planeta.

Amigos, irmãos, até ontem estáveis entre nós! Fostes preparados, muitos de vós, para executar a função que vos foi confiada nessa vida. Não olvideis, pois prestareis contas dela.

Aceitai os convites que vossas consciências vos têm feito, governantes dessa pátria Brasil. Os destinos desse Planeta estão em vossas mãos e vós estais a brincar com ele.

Adotai a política sincera e eficaz do Amor e difundi a igualdade e fraternidade entre os homens. Vós tendes as condições para fazê-la, pois o povo que governais foi escolhido para vós. Fazei pois a vossa parte.

Abençoada seja essa Terra.

Abençoada seja vossa Pátria.

Abençoado seja o Brasil.

Que seja dos brasileiros o berço do Mundo!

Ficai em Paz.


Ismael
Guia Espiritual do Brasil

GER/GESH – 16/7/1997 – Vitória, ES – Brasil

Os Extras e Intraterrestres e o Planeta Terra Retirado do Blog

domingo, 18 de maio de 2014

TALIDOMIDA - IRMÃO X - CHICO XAVIER

Desejamos a você e aos seus amores um ótimo final de semana com muita paz e saúde!
Abraços fraternais.
Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

TALIDOMIDA


Na tela cinematográfica, junto da qual sentíamos a realidade sem distorção, o professor do Plano Espiritual exibiu dois pequenos documentários sobre o assunto que nos fora motivo a longo debate.

1939 – 1943 – Surgiu à cena agitada metrópole européia. Em tudo, o clima de guerra. Desfiles militares de pomposa expressão. Na crista dos edifícios mais altos, bocas de fogo levantavam-se em desafio. Nas ruas, destacavam-se milhares de jovens em formações de tropa, ao rufar de tambores, ostentando símbolos e bandeiras. O povo, triste e apreensivo nas filas de suprimento, parecia desvairar-se de júbilo, nas paradas políticas, ovacionando oradores nas praças públicas. De vez em vez, sirenas sibilavam gritaria de alarme. Aviões sobrevoavam, incessantemente, o casario enorme, lembrando águias metálicas, de atalaia nos céus, para desfechar ataques defensivos contra inimigos que lhes quisessem pilhar o ninho.

Através de informações precisas, registrávamos os mínimos tópicos de cada conversação.

De súbito, vimo-nos mentalmente jungidos a dilatado recinto, onde centenas de policiais e civis cochichavam na sombra.

Articulam-se avisos. Ramifica-se a trama.

Camionetas deslizam dentro da noite.

Outros agrupamentos se constituem.

Mais algum tempo e magotes de transeuntes se agregam num ponto só, formando vasta legião popular em operoso bairro de ascendência israelita.

São paisanos decididos à rapinagem.

Homens e mulheres de raciocínio maduro combinam o assalto em mira. Madrugada adiante, quando a soldadesca selecionada desce dos veículos com a ordem de apressar famílias inermes, ei-los que invadem as residências judias, agravando o tumulto.

Para nós que assistíamos ao espetáculo, transidos de dor, era como se fitássemos corsários da terra, no burburinho do saque.

Mãos que retivessem anéis, pulsos que ostentassem adornos, orelhas ornamentadas de brincos e bustos revestidos de jóias sofriam golpes rápidos, muitos deles tombando decepados em torrentes sanguíneas. Alguém que aparecesse com bastante coragem de investir contra os malfeitores, cuja impunidade se garantia com a indiferença de quantos lhes compartilhavam a copiosa presa, caía para logo de pernas mutiladas, para que não avançasse em socorro das vítimas.

E os quadros vivos se repetiam em outros lugares e em outras noites, com personagens diversas, nos mesmos delírios de violência.

1949 – 1953 – A tela passa a mostrar escuro vale no Espaço. Examinamos, confrangidos, milhares de seres humanos em condições deploráveis. Arrastam-se em desgoverno. Há quem chore a ausência dos braços, quem lastime a perda dos pés. Possível, no entanto, identificar muitos deles. São os mesmos infelizes de 1939 a 1943, participantes das empresas de furto e morte, à margem da guerra. Desencarnados, supliciam-se no remorso que se lhes incrusta nas consciências. Carregando a mente vincada pelas atrocidades de que foram autores, plasmaram em si, nos órgãos e membros profundamente sensíveis do corpo espiritual, as deformidades que infligiram aos irmãos israelitas indefesos. Ainda assim, almas heróicas atravessam o nevoeiro e distribuem consolações. Para que se refaçam, é preciso que reencarnem de novo, em breves períodos de imersão nos fluidos anestesiantes do plano físico. Necessário retomem a organização carnal, à maneira de doentes complicados que exigem regime carcerário para tratamento preciso.

Ensinamentos prosseguem ao redor do filme.

Sofrerão, sim, mais tarde, as provas regenerativas de que se revelam carecedores, mas, por enquanto, são albergados por braços afetuosos de amigos, que se prontificam a sustenta-los, piedosamente, ou entregues a casais necessitados de filhinhos-problemas, a fim de ressarcirem dívidas do pretérito.

A maioria dos implicados renasce no país em que se verificou o assombro delito, e muitos deles, em vários pontos outros do mundo, ressurgem alentados por famílias hospitaleiras ou endividadas, que se aconchegam, para a benemerência do reajuste.

Certamente – comentou o instrutor, ao término da película - certamente que nem todos os casos de malformação congênita podem ser debitados à influência da talidomida sobre a vida fetal. Em todos os tempos, consoante os princípios de causa e efeito, despontam crianças desfiguradas nos berços terrestres. O estudo, porém, que realizamos pela imagem esclarece com segurança o fenômeno das ocorrências de má-formação que repontaram em massa, entre os homens, nos últimos tempos.

Achávamo-nos suficientemente elucidados; no entanto, meu velho amigo Luís Vilas indagou:

- Isso quer dizer então, professor, que a talidomida e a provação funcionaram em obediência à justiça, mas não será lícito esquecer que o lar e a ciência vigilante dos homens também funcionaram em obediência à Misericórdia Divina, que a tudo previu, a fim de que a administração daquele medicamento não ultrapassasse os limites justos. Compreenderam?

Sim, recebêramos a chave para entender o assunto que envolvia dolorosa disciplina expiatória, e, à face da emoção que nos impunha silêncio, a lição foi encerrada.


pelo Espírito Irmão X - Do livro: Contos desta e Doutra Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sábado, 17 de maio de 2014

DESTRALHE-SE - CARLOS SOLANO



-"-Bom dia, como tá a alegria"? Diz dona Francisca, minha faxineira rezadeira, que acaba de chegar.

-"-Antes de dar uma benzida na casa, deixa eu te dar um abraço que preste!" e ela me apertou.

Na matemática de dona Francisca, "quatro abraços por dia dão para sobreviver; oito ajudam a nos manter vivos; 12 fazem a vida prosperar".

Falando nisso, "vida nenhuma prospera se estiver pesada e intoxicada".

Já ouviu falar em toxinas da casa?

Pois são:
- objetos que você não usa,
- roupas que você não gosta ou não usa a um ano,
- coisas feias,
- coisas quebradas, lascadas ou rachadas
- velhas cartas, bilhetes,
- plantas mortas ou doentes,
- recibos/jornais/revistas, antigos,
- remédios vencidos,
- meias velhas, furadas,
- sapatos estragados...

Ufa, que peso!

"O que está fora está dentro e isso afeta a saúde", aprendi com dona Francisca.

- "Saúde é o que interessa. O resto não tem pressa"!, ela diz, enquanto me ajuda a 'destralhar', ou liberar as tralhas da casa...

O 'destralhamento' é a forma mais rápida de transformar a vida e
ajuda as outras eventuais terapias.

Com o destralhamento:

- A saúde melhora;
- A criatividade cresce;
- Os relacionamentos se aprimoram...

É comum se sentir:
- cansado,
- deprimido,
- desanimado,
em um ambiente cheio de entulho, pois "existem fios invisíveis que nos ligam à tudo aquilo que possuímos".

Outros possíveis efeitos do "acúmulo e da bagunça":
- sentir-se desorganizado;
- fracassado;
- limitado;
- aumento de peso;
- apegado ao passado...

No porão e no sótão, as tralhas viram sobrecarga;
Na entrada, restringem o fluxo da vida;
Empilhadas no chão, nos puxam para baixo;
Acima de nós, são dores de cabeça;
“Sob a cama, poluem o sono”.

-"Oito horas, para trabalhar;
Oito horas, para descansar;
Oito horas, para se cuidar."

Perguntinhas úteis na hora de destralhar-se:

- Por que estou guardando isso?
- Será que tem a ver comigo hoje ?
- O que vou sentir ao liberar isto?

...e vá fazendo pilhas separadas...
- Para doar!
- Para jogar fora!

Para destralhar mais:
- livre-se de barulhos,
- das luzes fortes,
- das cores berrantes,
- dos odores químicos,
- dos revestimentos sintéticos...

e também...

- libere mágoas,
- pare de fumar,
- diminua o uso da carne,
- termine projetos inacabados.

"Se deixas sair o que está em ti, o que deixas sair te salvará..
Se não deixas sair o que está em ti, o que não deixas sair te destruirá",
Arremata o mestre Jesus, no evangelho de Tomé.

"Acumular nos dá a sensação de permanência, apesar de a vida ser impermanente", diz a sabedoria oriental.

O Ocidente resiste a essa ideia e, assim, perde contato com o sagrado instante presente.

Dona Francisca me conta que:

"as frutas nascem azedas e no pé, vão ficando docinhas com o tempo"..
a gente deveria de ser assim, ela diz

-"Destralhar ajuda a adocicar."

Se os sábios concordam, quem sou eu para discordar...

"As pessoas realmente ligadas não precisam de ligação física.
Quando se encontram, ou reencontram, mesmo depois de muitos anos,
a amizade é tão forte quanto sempre."
(Deng Ming-Dao )

O universo agradece!

Enviado pela amiga Lúcia Basto. Grato!

PALAVRA DE FÉ - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Ouve, amigo!...
- quem quer que sejas;
- onde estiveres e com quem estiveres;
- tenhas sofrido graves equívocos ou cometido muitos erros;
- estejas sob fadiga após haver carregado pesadas tribulações;
- suportes essa ou aquela enfermidade;
- permaneças no cerco de rudes aflições;
- vivas em abandono por parte daqueles a quem mais ames;
- hajas experimentado desilusões ou agravos que jamais aguardastes;
- caminhes no cipoal de tremendas dificuldades;
- anseies por afeições que nunca tiveste;
- suspires por ideais cuja realização te pareça remota;
- lastimes prejuízos com os quais não contavas;
- trabalhes sob injúrias e perseguições que te envenenam as horas;
- sirvas sob incompreensões ou pedradas;
ou chores a perda de entes queridos, ante a visitação da morte.
Sejam quais forem os impedimentos ou provações que te assinalem a vida, asserena o espírito na fé viva e permanece na tarefa que te foi reservada, porquanto, sempre que estejamos guardando paciência e confiança, em nossos obstáculos, trabalhando e servindo na prestação de auxílio para liquidar fraternalmente os problemas dos outros, Deus em regime de urgência liquidará também os nossos.

Livro: Companheiro – Emmanuel – Chico Xavier

Enviado pela amiga Lúcia Basto. Grato!

domingo, 11 de maio de 2014

PROSPERIDADE - EMMANUEL - CHICO XAVIER


Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil


Prosperidade na Terra quer dizer fortuna, felicidade.

Grande parte das criaturas, almejando-lhe a posse, pleiteia relevo, autoridade, domínio...

Gastam-se largos patrimônios da existência para conquistar-lhe o prestígio e não falta quem surja no prélio estudando as forças ocultas para incorporar-lhe o bafejo.

Milhões dos homens de hoje vivem à cata de ouro e predominância, com o mesmo empenho com que antigamente, em aprendizados mais simples, se entregavam aos misteres primitivos de caça e pesca.

E que, na procura desse ou daquele valor da vida, mobilizamos a energia mental, constituída à base de nossas emoções e desejos.

O espelho do coração, constantemente focado no rumo dos objetos e situações que buscamos, traz-nos à rota os elementos que nos ocupam a alma.

Não esqueçamos, todavia, que, na laboriosa jornada para a Glória Divina, nos confundimos sempre com aquilo que nos possui a atenção, demorando-nos nesse ou naquele setor de luta, conforme a extensão e duração de nossos propósitos.

Como no filme cinematográfico, em que a história narrada é feita pelos quadros que se sucedem, ininterruptos, a experiência que nos é peculiar, nessa ou naquela fase da vida, constitui-se dos reflexos repetidos de nossos sentimentos, gerando idéias contínuas que acabam plasmando os temas de nossa luta, aos quais se nos associa a mente, identificando-se, de modo quase absoluto, com as criações dela mesma, à maneira da tartaruga que na carapaça, formada por ela própria, se isola e refugia.

Em razão disso, o conceito de prosperidade no mundo é sempre discutível, porquanto nem todos sabem possuir, elevar-se ou comandar com proveito para os sagrados objetivos da Criação.

Muita gente, pela reflexão mental incessante em torno dos recursos amoedados, progride em títulos materiais; entretanto, se os não converte em fatores de enriquecimento geral, cava abismos dourados nos quais se submerge, gastando longo tempo para libertar-se do azinhavre da usura.

Legiões de pessoas no século ferem o solo da vida, com anseios repetidos de saliência individual, e adquirem vasto renome na ciência e na religião, nas letras e nas artes; contudo, se não movimentam as suas conquistas no amparo e na educação dos companheiros da senda humana, quase sempre, muito embora fulgurem nas galerias da genialidade, sofrem o retorno das ondas mentais de extravagância que emitem, caindo em perigosos labirintos de purgação.

Há, por isso, muita prosperidade aparente, mais deplorável que a miséria material em si mesma, porque a mesa vazia e o fogão sem lume podem ser caminhos de louvável reparação, enquanto o banquete opíparo e a bolsa farta, em muitas ocasiões, apenas significam avenidas de licença que correm para o despenhadeiro da culpa, de onde só conseguiremos sair ao preço de longos estágios na perturbação e na sombra.

Muitos religiosos perguntam por que motivo protegeria Deus o progresso material dos ímpios. Em verdade, porém, semelhante fortuna não existe, de vez que a prosperidade, ausente da reta conduta, não passa de apropriação indébita e é como roupa brilhante cobrindo chagas ocultas, que exigem a formação de reflexos contrários aos enganos que as originaram, a fim de que a prosperidade legítima, a expressar-se em serviço e cultura, amor e retidão, confira ao espírito o reflexo dominante da luz.


pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Pensamento e Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 5 de maio de 2014

NO RETOQUE DA PALAVRA - ANDRÉ LUIZ - CHICO XAVIER


Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

NO RETOQUE DA PALAVRA


Seja onde for, não afirme: – “Detesto esse lugar!”
Cada criatura vive na terra dos seus credores.

Ouvindo a frase infeliz, não grite: – “É um desaforo!”
Invigilância alheia pede a nossa vigilância maior.

Atravessando a madureza, não se lamente: – “Já estou cansado”.
Sintoma de exaustão, vontade enferma.

Sentindo a mocidade, não assevere: – ”Preciso gozar a vida!”
Romagem terrestre não é excursão turística.

À frente do amigo endividado, não ameace: – “Hoje ou nunca!”
Agora alguém se compromete, amanhã seremos nós.

Ao companheiro menos categorizado, não ordene: – ”Faça isso!”
Indelicadeza no trabalho, ditadura ridícula.

Perante o doente, não exclame: – ”Pobre coitado!”
Compaixão desatenta, crueldade indireta.

Ao vizinho faltoso, nunca diga: “Dispenso-lhe a amizade.”
Todos somos interdependentes.

Sob o clima da provação, não se queixe: – ”Não suporto mais!”
O fardo do espírito gravita na órbita das suas forças.

No cumprimento do dever, não clame: – ”Estou sozinho.”
Ninguém vive desamparado.

Colhido pelo desapontamento, não reclame: – ”Que azar!”
A Lei Divina não chancela imprevistos.

À face do ideal, não se lastime: – “Ninguém me ajuda.”
No Espiritismo temos responsabilidade pessoal com o Cristo.


Por André Luiz, do livro: O Espírito da Verdade, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.

domingo, 4 de maio de 2014

AS VIDAS PASSADAS DE EMMANUEL

Emmanuel, exatamente assim, com dois "m" se encontra grafado o nome do espírito, no original francês “L'évangile selon le
spiritisme”, em mensagem datada de Paris, em 1861 e inserida no cap. XI, item 11 da citada obra, intitulada "O egoísmo".
O nome ficou mais conhecido, entre os espíritas brasileiros, pela psicografia do médium mineiro Francisco Cândido Xavier. Segundo
ele, foi no ano de 1931 que, pela primeira vez, numa das reuniões habituais do Centro Espírita, se fez presente o bondoso espírito Emmanuel.
Descreve Chico: “Via-lhe os traços fisionômicos de homem idoso, sentindo minha alma envolvida na suavidade de sua presença, mas o que mais me impressionava era que a generosa entidade se fazia visível para mim, dentro de reflexos luminosos que tinham a
forma de uma cruz.”
Convidado a se identificar, apresentou alguns traços de suas vidas anteriores, dizendo-se ter sido senador romano, descendente da
orgulhosa “gens Cornelia” e, também sacerdote, tendo vivido inclusive no Brasil.
De 24 de outubro de 1938 a 9 de fevereiro de 1939, Emmanuel transmitiu ao médium mineiro as suas impressões, dando-nos a
conhecer o orgulhoso patrício romano Públio Lentulus Cornelius, em vida pregressa Públio Lentulus Sura, e que culminou no romance
extraordinário : Há dois mil anos.
Públio é o homem orgulhoso, mas também nobre. Roma é o seu mundo e por ele batalha. Não admite a corrupção, mostrando, desde
então, o seu caráter íntegro. Intransigente, sofre durante anos, a suspeita de ter sido traído pela esposa a quem ama. Para ela, nos anos da mocidade, compusera os mais belos versos: "Alma gêmea da minha alma/ Flor de luz da minha vida/ Sublime estrela caída/ Das belezas da amplidão..." e, mais adiante: “És meu tesouro infinito/ Juro-te eterna aliança/ Porque eu sou tua esperança/ Como és todo o meu amor!”
Tem a oportunidade de se encontrar pessoalmente com Jesus, mas entre a opção de ser servo de Jesus ou servo do mundo, escolhe
a segunda.
Não é por outro motivo que escreve, ao início da citada obra mediúnica: “Para mim essas recordações têm sido muito suaves, mas
também muito amargas. Suaves pela rememoração das lembranças amigas, mas profundamente dolorosas, considerando o meu coração
empedernido, que não soube aproveitar o minuto radioso que soara no relógio da minha vida de Espírita, há dois mil anos.”
Desencarnou em Pompéia, no ano de 79, vítima das lavas do vulcão Vesúvio, cego e já voltado aos princípios de Jesus.
Cinqüenta anos depois, no ano de 131, ei-lo já de retorno ao palco do mundo. Nascido em Éfeso, de origem judia, foi escravizado
por ilustres romanos que o conduziram ao antigo país de seus ascendentes. Nos seus 45 anos presumíveis, Nestório mostra no
porte israelita, um orgulho silencioso e inconformado. Apartado do filho, que também fora escravizado, tornaria a encontrá-lo durante uma pregação nas catacumbas onde ele, Nestório, tinha a responsabilidade da palavra. Cristão desde os dias da infância, é
preso e, após um período no cárcere, por manter-se fiel a Jesus, é condenado à morte.
Junto com o filho, Ciro, e mais uma vintena de cristãos, num fim de tarde, foi conduzido ao centro da arena do famoso circo
romano, situado entre as colinas do Célio e do Aventino, na capital do Império. Atado a um poste por grossas cordas presas por elos de bronze, esquelético, munido somente de uma tanga que lhe cobria a cintura, até os rins, teve o corpo varado por flechas envenenadas.
Com os demais, ante o martírio, canta, dirigindo os olhos para o Céu e, no mundo espiritual, é recebido pelo seu amor, Lívia.
Pelo ano 217, peregrina na Terra outra vez. Moço, podemos encontrá-lo nas vestes de Quinto Varro, patrício romano, apaixonado
cultor dos ideais de liberdade.
Afervorado a Jesus, sente confranger-lhe a alma a ignorância e a miséria com que as classes privilegiadas de Roma mantinham a
multidão.
O pensamento do Cristo, ele sente, paira acima da Terra e, por mais lute a aristocracia romana, Varro não ignora que um mundo
novo se formava sobre as ruínas do velho.
Vítima de uma conspiração para matá-lo, durante uma viagem marítima, toma a identidade de um velho pregador de Lyon, de
nome Corvino. Transforma-se em Irmão Corvino, o moço e se torna jardineiro. Condenado à decapitação, tem sua execução sustada após o terceiro golpe, sendo-lhe concedida à morte lenta, no cárcere.
Onze anos após, renasce e toma o nome de Quinto Celso. Desde a meninice, iniciado na arte da leitura, revela-se um prodígio de
memória e discernimento.
Francamente cristão, sofreu o martírio no circo, amarrado a um poste untado com substância resinosa ao qual é ateado fogo. Era um
adolescente de mais ou menos 14 anos. Sua derradeira reencarnação se deu a 18 de outubro de 1517 em Sanfins, Entre-Douro-e-Minho, em Portugal, com o nome de Manoel da Nóbrega, ao tempo do reinado de D. Manoel I, o Venturoso.
Inteligência privilegiada, ingressou na Universidade de Salamanca, Espanha, aos 17 anos. Aos 21, está na faculdade de
Cânones da Universidade, onde freqüenta as aulas de direito canônico e de filosofia, recebendo a láurea doutoral em 14 de junho
de 1541.
Vindo ao Brasil, foi ele quem estudou e escolheu o local para a fundação da cidade de São Paulo, a 25 de janeiro de 1554. A data
escolhida, tida como o dia da Conversão do apóstolo Paulo, pretende-se seja uma homenagem do universitário Manoel da
Nóbrega ao universitário Paulo de Tarso O historiador paulista Tito Lívio Ferreira, encerra sua obra “Nóbrega e Anchieta em São Paulo de Piratininga” descrevendo: “Padre Manoel da Nóbrega fundara o Colégio do Rio de Janeiro.
Dirige-o com o entusiasmo de sempre. Aos 16 de outubro de 1570, visita amigos e principais moradores. Despede-se de todos, porque
está, informa, de partida para a sua Pátria. Os amigos estranham-lhe os gestos. Perguntam-lhe para onde vai. Ele aponta para o Céu.”
No dia seguinte, já não se levanta. Recebe a Extrema Unção. Na manhã de 18 de outubro de 1570, no próprio dia de seu aniversário,
quando completava 53 anos, com 21 anos ininterruptos de serviços ao Brasil, cujos alicerces construiu, morre o fundador de São Paulo.
E as últimas palavras de Manoel da Nóbrega são: “Eu vos dou graças, meu Deus, Fortaleza minha, Refúgio meu, que marcastes de
antemão este dia para a minha morte, e me destes a perseverança na minha religião até esta hora.”
E morreu sem saber que havia sido nomeado, pela segunda vez, Provincial da Companhia de Jesus no Brasil: a terra de sua vida,
paixão e morte.
A título de curiosidade, encontramos registros que o deputado Freitas Nobre, já desencarnado na atualidade, declarou, em
programa televisivo da TV Tupi de São Paulo, na noite de 27 para 28 de julho de 1971, que ao escrever um livro sobre Anchieta, teve a oportunidade de encontrar e fotografar uma assinatura de Manuel da Nóbrega, como E. Manuel.
Assim, o E inicial do nome do mentor de Francisco Cândido Xavier se deveria à abreviatura de Ermano, o que, segundo ele,
autorizaria a que o nome fosse grafado Emanuel, um "m" somente e pronunciado com acentuação oxítona.

REFÚGIO ESPIRITUAL - JOSUÉ

Meus irmãos

Não adianta subterfúgios. Ninguém ludibria essas leis.

Na Terra, quando encarnados, costumamos desculpar nossas fraquezas, aproximando-nos de filosofias que as justifiquem, mesmo através de conceitos errôneos, intimamente conhecidos, mas que podem esconder aos olhos físicos, nossas mais dolorosas feridas.

Mas, quando se deixa o corpo de carne, passando pela laje fria que guarda a veste a se decompor, a realidade se nos mostra a todos tal qual somos, sem que consigamos, por mais que tentemos, esconder nossas faltas pois na realidade cada um se vê a si mesmo, impelindo-nos a reconhecer que somos exatamente aquele que não queríamos admitir.

A realidade da vida após a morte surpreende, liberta, atormenta ou martiriza, dependendo do que o indivíduo tem a apresentar em matéria de comportamento moral, renúncia, trabalho e sacrifícios empreendidos na jornada física.

Surpreende, na medida em que encontra despreparado, uma leva de criaturas que nunca se preocupou com a grandiosidade da vida e sua continuidade no Além.

Liberta as almas resignadas, que com dignidade sofreram nesse mundo de provas, aproximando-as dos planos celestiais, devolvendo as esperanças acalentadas no íntimo de cada um.

Atormenta porque o inferno criado na negação insistente de Deus, Criador de todas as coisas, tendo o nada como ideologia maior, lança o espírito no precipício vazio do Nada, em queda vertiginosa de duração indefinida, até que, chegado o momento adequado se lhe chegue o socorro do Pai, tantas vezes negado.

Enfim, martiriza, porque a violência e o crime só ficam impunes perante as falhas Leis Humanas, mas nunca à Lei Divina. E enquanto houver na Terra, insaciados colaboradores da obra do mal, em contrapartida, haverá nos arredores, verdadeiros infernos morais, a deixar suas vítimas em sofrimentos terríveis, para que se redimam os culpados no martírio da aflição indefinida.

Portanto irmãos, que vivam com Jesus, pois só o Mestre mostra com Seus Ensinamentos Sublimes, o Caminho da Redenção aberto a qualquer um de nós, que queira sinceramente seguir os Seus Passos.

Tomemos portanto nossa cruz e sigamos em Paz.


Josué

GER/GESH – 16/05/1985 – Vitória, ES – Brasil

Retirado do Blog Os Extras e Intraterrestres e o Planeta Terra

EVOLUÇÃO DO CRISTIANISMO - VIANNA DE CARVALHO - DIVALDO PEREIRA FRANCO

A história da evolução do Cristianismo é a saga do processo redentor da criatura humana.

A Constantino, imperador do Oriente, deve-se o ato gentil da liberação da prática da doutrina de Jesus em todo o império, eliminando qualquer tipo de perseguição ou limite.

Não havendo ele próprio conseguido lograr a convicção profunda dos conteúdos do Evangelho, tornou-se responsável pelos desmandos que surgiram, pelas interpolações e interpretações errôneas, bem como pela adoção de alguns cultos pagãos introduzidos na mensagem singela e pulcra do Homem de Nazaré.

Adorador de Mitra, o Deus-Sol do Zoroastrismo, mas também com outras interpretações, contribuiu grandemente para a idolatria, permitiu que os adeptos do Cristianismo em formulação, acautelados pela fortuna e outros bens materiais, perseguissem os antigos politeístas, transformassem os seus templos em catedrais faustosas.

Demolindo as antigas construções, mandavam erguer sobre elas, com nova indumentária arquitetônica, os santuários, nos quais os adeptos de Jesus deveriam reunir-se, com o olvido das pregações diante do altar sublime da natureza: nas praias, nas estradas, nas montanhas de Israel...

Logo contribuíram para que o imperador se transformasse no responsável pelo voto de Minerva, nos concílios, reuniões e discussões que se multiplicavam em abundância, em atendimento às paixões dos líderes denominados bispos, presunçosos uns, ignorantes outros, que se acusavam reciprocamente de heresias, em adulteração desrespeitosa aos ensinos de Jesus.

Constantino também se tornou responsável pela substituição dos mártires, tornados santos nos altares de ouro e de mármore dos antigos templos, em lugar dos ídolos pagãos.

Sua genitora, Helena, em viagem à terra santa, tornou-se responsável pela identificação da cruz em que morreu o Mestre, dos lugares em que Ele e os Seus apóstolos viveram, mandando erguer catedrais majestosas, iniciando o culto a relíquias, às quais atribuía poderes miraculosos e curativos, criando, pela rica imaginação, identificações, algumas delas muito longe da legitimidade...

Ainda no século IV, o papa Dâmaso convidou São Jerônimo para selecionar os textos considerados verdadeiros, canônicos, a cujo mister o patrístico aplicou vinte e cinco anos na gruta de Belém, comparando-os cuidadosamente com outros conceitos bíblicos, o que resultou na elaboração da Vulgata Latina. A essa coletânea deu-se o nome de estudos canônicos, legítimos, reconhecidos como verdadeiros pela Igreja de então.

As demais anotações, mais tarde introduzidas por outros estudiosos em O Novo Testamento, os deuterocanônicos, vêm sendo avaliadas através dos séculos, nos sucessivos concílios que trouxeram mais danos que esclarecimentos em torno da palavra do Senhor.

Nesse mesmo século IV, disputavam entre si as autoridades imperiais e eclesiásticas, enquanto o bispo de Roma, Dâmaso, permitia-se o luxo e a extravagância que o cargo lhe concedia, semelhando-se aos grandes generais e governantes das imensas metrópoles, muitíssimo distante do Rabi galileu...

Roma exigia ser a capital cristã do mundo, sob a justificativa de que os apóstolos do mestre, Pedro e, a seguir, Paulo, elegeram-na para o holocausto das próprias vidas, e as missas, que então eram celebradas, sofreram a introdução dos cultos do Oriente, transformando o hábito singelo de orar em complicadas fórmulas, ora em grego, depois em latim, que as massas não podiam entender.

Posteriormente, surgiram os grandes dissídios, tais como os ortodoxos gregos, russos, que realizavam os seus cultos dentro das tradições dos respectivos países, os coptas e outros mais complicados...

Milão, que se tornara tão importante quanto Roma, tinha em Ambrósio o seu líder máximo, que, apaixonado, desviara-se completamente, logo depois do culto ao Senhor para o das imagens e para a venda de tudo quanto representasse a herança dos abençoados mártires, dando prosseguimento às alucinações da genitora de Constantino, que se atribuía o privilégio de haver encontrado, como já referido, a cruz em que Jesus morrera, com as palavras que lhe foram colocadas ironicamente pelos romanos, em refinada zombaria ao Sinédrio.

Logo depois, a mesma Helena atreveu-se a transformar alguns dos seus cravos em objeto de extravagância na coroa do filho, atribuindo-lhe proteção divina, o que dava lugar a superstições e desmandos acompanhados de falsificações e injúrias.

Cristãos, nessa época, passaram a matar pagãos, e quando Teodósio, mais tarde imperador de Roma, apresentou-se como cristão e desejou aplicar punições àqueles que cometeram hediondos crimes, Ambrósio exigiu-lhe retratação pública e humilhante para conceder-lhe o perdão.

A doutrina do amor e da compaixão, da misericórdia e da bondade estava crucificada!

Esse mesmo Ambrósio, que conseguira converter Agostinho de Hipona, em Milão, preocupava-se mais com detalhes e insignificâncias, considerando a virgindade feminina e masculina, como fundamental, como a conduta pulcra e sublime para a entrega a Deus, não havendo qualquer preocupação com o tormento mental e emocional dos clérigos e sacerdotes, assim como das viúvas, das jovens e dos rapazes que se dedicavam ao Senhor, e, para bem consagrar o novo impositivo que se tornaria dogma da religião nascente, introduziu o uso de indumentárias brancas e reluzentes, que significavam pureza, mesmo que o mundo interior fosse o sepulcro onde o cadáver das ansiedades pessoais descompunha-se.

Jerônimo, por sua vez, deixou-se também arrebatar pela loucura do mesmo século e tornou-se terrível adversário da palavra de Jesus, ao adulterá-la, fazendo-o com intercalações nefastas, intromissões que não se justificam, e mistura dos conceitos pagãos com os cristãos para o logro da dominação imperial.
O avanço do poder temporal deságua nas Cruzadas de rudes e perversas memórias, com os desastres e mortes de centenas de milhares de vidas de ambos os lados, cristãos e muçulumanos durante alguns séculos de horror, para a defesa da sepultura vazia que Ele deixara em Jerusalém...

Até o século XVI o tormento medieval, estabelecido pelos denominados Pais da Igreja (Patrística), corrompeu, desvitalizou e transformou a revolução sublime do Evangelho em cruz e fogueira, em morte e degradação, em poder temporal e mentira...

Novos tempos surgiram, porém, com Martinho Lutero e outros que não se submeteram às injunções poderosas do culto pagão.

A Reforma abriu espaços no estreito cubículo mental no qual foi encarcerada a doutrina do Mestre e ventos novos sopraram para retirar o mofo acumulado e derrubar algumas muralhas segregacionistas...

Logo depois, no entanto, surgiram as divisões e as controvérsias entre os discípulos de Lutero, ante a sua própria defecção, e apareceram as mais variadas denominações cada uma delas, como a verdadeira.

Nesse ínterim, quando a esperança não mais brilhava nas almas aflitas, chegou à humanidade o Consolador, e os imortais conclamaram os novos discípulos do Evangelho a voltarem às praias formosas do Genesaré, à natureza encantadora, aos abençoados fenômenos da compaixão e da misericórdia em que Jesus permanece como a figura máxima de humildade e sacrifício pessoal.

Investidas terríveis das hordas do mal novamente dão-se amiúde para prejudicar a reabilitação da criatura humana e a renovação da sociedade como um todo.
Começam a surgiu os primeiros disparates, os desrespeitos e impositivos egotistas de alguns profitentes, que elaboram e apresentam necessidades falsas para adaptações do pensamento espírita às paixões em predomínio, e surgem correntes de dissídio, as acusações recíprocas de lideranças, de médiuns, de Instituições, iguais ao mesmo fenômeno do passado que se repete...

Espíritas-cristãos, tende cuidado!

O mundo, o século são sedutores, fascinantes. As suas falácias sutis e declaradas são perversas, enganosas.

Tende tento! Não sois diferentes daqueles homens e mulheres que, num momento, se dedicavam a Jesus e, logo depois, corrompiam a Sua palavra.

Assumistes o compromisso, antes do berço, de restaurardes a paz íntima perdida, as lições sublimes que vós mesmos deturpastes no passado, quando contribuístes em favor do naufrágio da fé pura e racional...

O Centro Espírita merece respeito, fidelidade ao compromisso nele estabelecido: iluminar consciências e consolar sentimentos.

Obreiros invisíveis laboram incessantemente em vosso benefício. Como vedes somente o exterior, não tendes a dimensão do que se passa nele além das vibrações materiais.

Considerai-o, oferecei a esse núcleo de oração, a essa oficina que é um educandário, um templo, um hospital transcendental, o respeito e a dedicação indispensáveis que são exigidos para o fiel cumprimento das responsabilidades abraçadas.

A modesta estrebaria onde Jesus nasceu, a vergonhosa cruz em que Ele foi levado a holocausto, ou a radiosa manhã da ressurreição, devem, permanecer vivas em nossa memória, a fim de serem preservadas a Sua vida e o Seu amor pela humanidade.

Sois as mãos, a voz, o sentimento dEle no mundo moderno.

Vivei por definitivo conforme Ele o fez e ensinou a fazer, mantende cuidado com as ilusões tão rápidas como luminosas bolhas de sabão que explodem ao contato do ar ou de encontro a qualquer objeto perfurante.

O Consolador triunfará, porque é o próprio Jesus de volta ao mundo para iluminá-lo e conduzi-lo no rumo da sua próxima regeneração.


pelo Espírito Vianna de Carvalho. Psicofonia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica de 20 de janeiro de 2014, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, BA Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=359.

sábado, 3 de maio de 2014

HUMILDADE - IRMÃO GILBERTO - JOÃO CÂNDIDO

1 – HUMILDADE
Jesus era humilde, tanto que disse: “Eu, de Mim mesmo,
nada posso.”
Se Ele, como Divino Governador da Terra, fez essa
afirmação, por conhecer Seus limites, que dirá de nós, quando
nos julgamos todo poderosos, superiores aos nossos irmãos e
irmãs e os desprezamos como inferiores?
Baste isso para refletirmos sobre a humildade.
Ser humilde não é ser subserviente, mas consciente de
que, apesar de importante no trabalho no Bem, não é
insubstituível, pois Jesus mesmo não é insubstituível no
Governo do planeta, havendo inúmeros outros, do Seu nível,
que podem ocupar-Lhe o lugar, com igual proficiência.
Sem humildade não há como desenvolver-se o poder
mental, pois Deus é que tudo pode e Ele dará a cada um
conforme o bom direcionamento que cada um der as dons
recebidos, sempre reconhecendo que “de nós nada podemos”.

A MENTALIZAÇÃO CURATIVA
implementação da
Ciência Cósmica

irmão Gilberto
João Cândido
(médium)

quinta-feira, 1 de maio de 2014

CHAMAMENTO E SERVIÇO - EMMANUEL - CHICO XAVIER


Cada criatura na Terra guarda consigo o título adequado com que a vida lhe
assinala a tarefa pessoal e intransferível.
O professor que ensina.
O médico que redime a saúde.
O sacerdote que orienta os interesses do espírito.
O juiz que preserva o direito.
O artista que plasma o sentimento.
O construtor que levanta o templo do lar.
O operário que atende ao trabalho a que se destina.
O semeador que assegura a bênção do pão.
Aqui é o título do pai de família, definindo os sacrifícios que um homem é
constrangido a fazer no reduto doméstico, além é a missão de amor conferida à mulher
na posição de mãe e esposa, irmã e enfermeira, educadora e socorrista, amparando
corações abatidos e sustentando almas frágeis.
Não julgues que os chamados para a edificação do Reino de Deus atinja
simplesmente as pessoas categorizadas no plano da atividade religiosa.
A conscrição do Evangelho abrange a todos.
Todos somos convidados pelos desígnios do Senhor, a expressar-nos, através
dos acontecimentos e circunstâncias da marcha humana, para o ministério que a
Humanidade exige de nós, em favor do concerto da paz, em seus mecanismos, que
devem gerar o progresso e o bem para todas as criaturas.
Satisfaze, desse modo, ao serviço imediato que a hora te apresenta, na certeza
de que as obrigações retamente cumpridas são os únicos degraus para a verdadeira
ascensão.
Não procures os cimos do mundo ao preço de mentira e de astúcia, porque
ninguém trai os imperativos da vida.
Debalde o despotismo guardará o poder e em vão a sovinice conservará o ouro
da Terra, de vez que amanhã o toque simples da enfermidade ou da morte, situará o
ímpio e o onzenário no lugar que lhes é próprio.
Atende com amor e perseverança ao chamamento do Céu, que te confiou essa
ou aquela obra a fazer, ainda mesmo que isso te imponha temporais de lágrimas ao
campo do coração, porquanto, somente com o dever irrepreensivelmente executado
candidatar-te-ás à eleição para as obras sublimes da Vida Maior.
Pelo idioma do serviço que produzas, chamarás a ti, sem palavras, novos
companheiros que te possam auxiliar e compreende

DOUTRINAR E TRANSFORMAR - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Meus amigos: Em verdade é preciso doutrinar para esclarecer. Mas é imprescindível, igualmente, transformar para redimir. Doutrinação q...