quinta-feira, 30 de abril de 2015

INFLUENCIAÇÕES ESPIRITUAIS SUTIS - ANDRÉ LUIZ - CHICO XAVIER


Sempre que você experimente um estado de espírito tendente ao derrotismo, perdurado há várias horas, sem causa orgânica ou moral de destaque, avente a hipótese de uma influenciação espiritual sutil.

Seja claro consigo para auxiliar os Mentores Espirituais a socorrer você. Essa é a verdadeira ocasião de humildade, da prece, do passe.

Dentre os fatores que mais revelam essa condição da alma, incluem-se:

dificuldade de concentrar idéias em motivos otimistas;
ausência de ambiente íntimo para elevar sentimentos em oração ou concentrar-se em leitura edificante; indisposição inexplicável, tristeza sem razão aparente e pressentimentos de desastres imediatos;
aborrecimentos imanifestos por não encontrar semelhantes ou assuntos sobre quem ou o que descarregá-los;
pessimismos sub-reptícios, irritações surdas, queixas, exageros de sensibilidade e aptidão a condenar quem não tem culpa;
interpretação forçada de fatos e atitudes suas ou dos outros, que você sabe não corresponder à realidade;
hiperemotividade ou depressão raiando na iminência de pranto;
ânsia de investir-se no papel de vítima ou de tomar uma posição absurda de automartírio;
teimosia em não aceitar, para você mesmo, que haja influenciação espiritual para consigo, mas passados minutos ou horas do acontecimento, vêm-lhe a mudança de impulsos, o arrependimento, a recomposição do tom mental e, não raro, a constatação de que é tarde para desfazer o erro consumado.

São sempre acompanhamentos discretos e eventuais por parte do desencarnado e imperceptíveis ao encarnado pela finura do processo.

O Espírito pode estar tão inconsciente de seus atos que os efeitos negativos se fazem sentir como se fossem desenvolvidos pela própria pessoa.

Quando o influenciador é consciente, a ocorrência é preparada com antecedência e meticulosidade, às vezes, dias e semanas antes do sorrateiro assalto, marcado para a oportunidade de encontro em perspectiva, conversação, recebimento de carta clímax de negócio ou crise imprevista de serviço.

Não se sabe o que tem causado maior dano à Humanidade: se as obsessões espetaculares, individuais e coletivas, que todos percebem e ajudam a desfazer ou isolar, ou se essas meio-obsessões de quase obsidiados, despercebidas, contudo bem mais freqüentes, que minam as energias de uma só criatura incauta, mas influenciando o roteiro de legiões de outras.

Quantas desavenças, separações e fracassos não surgem assim?

Estude em sua existência se nessa última quinzena você não esteve em alguma circunstância com características de influenciação espiritual sutil. Estude e ajude a você mesmo.






pelo Espírito André Luiz - Do livro: Estude e Viva, Médium: Francisco Cândido Xavier.

SEMENTEIRA - JOÃO DE DEUS - CHICO XAVIER


“Mamãe, – pergunta a pequena
Contemplando a sementeira, –
Por que razão há marmelos
Ao lado da pimenteira?”

“É verdade, Manoelita. –
Responde a mãe carinhosa,
– A natureza é cartilha
Da lição silenciosa.

A origem de cada coisa
Pertence à sabedoria
DAquele que fez o Sol,
A Noite, o Luar, o Dia.

Mas notemos no canteiro
A sugestão que ele encerra –
Duas plantas diferentes,
Nascidas da mesma terra.

A pimenta, muitas vezes,
Fere a boca descuidada;
Ao passo que agrada sempre
O gosto da marmelada.”

E, enquanto a menina ouvia,
Refletindo, atenciosa,
A palavra maternal
Concluía, generosa:

– “Nossa existência no mundo,
Em todos os seus minutos,
É como o solo amoroso
Sempre disposto a dar frutos.

Paz, fortaleza, alegria,
Desencantos e aflição
Dependem da sementeira
Na terra do coração.


Pelo Espírito João de Deus - Do livro: Mãe, Médium: Francisco Cândido Xavier.


A PONTE DE LUZ - MARIA DOLORES - CHICO XAVIER

Terminara Jesus a prédica no monte.
Nisso, o apóstolo Pedro aproxima-se
E diz-lhe: "Senhor, existe alguma ponte
Que nos conduza ao Alto, ao Céu que brilha muito acima?
Conforme ouvi de tua própria voz,
Sei que o Reino do Amor está dentro de nós...
Mas deve haver, no Além, o País da Beleza,
Mais sublime que o Sol, em fulgor e grandeza...
Onde essa ligação, Senhor, esse divino acesso?

Jesus silenciou, como entrando em recesso
Da palavra de luz que lhe fluía a jorro...
Circunvagou o olhar pelas pedras do morro
E, depois de comprida reflexão,
Falou ao companheiro: - "Ouve, Simão,
Em verdade, essa ponte que imaginas
Existe para a Vida Soberana,
Mas temos de atingi-la por estrada
Que não é bem a antiga estrada humana."

- "Como será, Senhor, esse caminho?"
Tornou Simão a perguntar.
E Jesus respondeu sem hesitar:
- "Coração que a escolha, às vezes, vai sozinho,
E quase que não tem
Senão renúncia e dor, solidão e amargura...
E conquanto pratique e viva a lei do bem,
Sofre o assédio do mal que o vergasta e procura
Reduzi-lo à penúria e ao desfalecimento.
Quem busca nesta vida transitória,
Essa ponte de luz para a eterna vitória
Conhecerá, de perto, o sofrimento
E há de saber amar aos próprios inimigos,
Não contará percalços nem perigos
Para servir aos semelhantes,
Viverá para o bem a todos os instantes
E mesmo quando o mal pareça o vencedor,
Confiando-se a Deus, doará mais amor...
E ainda que a morte, Pedro, se lhe imponha,
Na injustiça ferindo-lhe a vergonha,
Aceitará pedradas sem ferir,
Desculpará injúria e humilhação
Se deseja elevar o coração
À ponte para o Reino do Porvir..."

Alguns dias depois, o Cristo flagelado,
Entregue à própria sorte
Encontrava na cruz o impacto da morte,
Silencioso, sozinho, desprezado...

Terminada que foi a gritaria
Da multidão feroz naquele dia,
Ante o Céu anunciando aguaceiro violento,
Pedro foi ao Calvário, aflito e atento,
Envergando disfarce...
Queria ver o Mestre, aproximou-se
Para sentir-lhe o extremo desconforto...

Simão chorou ao ver o Amigo morto.

E ao fitá-lo, magoado, longamente
Ele ouviu, de repente,
Uma voz a falar-lhe das Alturas:
- "Pedro, segue, não temas, crê somente!...
Recorda os pensamentos teus e meus...
Esta cruz que me arrasa e me flagela
É a ponte que sonhavas, alta e bela,
Para o Reino de Deus."


Pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: A Vida Conta, Médium: Francisco Cândido Xavier.


ANIMAIS EM SOFRIMENTO - EMMANUEL - CHICO XAVIER


Se os animais estão isentos da lei de causa e efeito, em suas motivações profundas, já que não têm culpas a expiar, de que maneira se lhes justificar os sacrifícios e aflições?

Assunto aparentemente relacionado com injustiça, mas a lógica nos deve orientar os passos na solução do problema.

Imperioso interpretar a dor por mais altos padrões de entendimento.

Ninguém sofre, de um modo ou de outro, tão-somente para resgatar o preço de alguma coisa. Sofre-se também angariando os recursos precisos para obtê-la.

Assim é que o animal atravessa longas eras de prova a fim de domesticar-se, tanto quanto o homem atravessa outras tantas longas eras para instruir-se.

Que mal terá praticado o aprendiz a fim de submeter-se aos constrangimentos da escola?

E acaso conseguirá ele diplomar-se em conhecimento superior se foge às penas edificantes da disciplina?

Espírito algum obtém elevação ou cultura por osmose, mas sim através de trabalho paciente e intransferível.

O animal igualmente para atingir a auréola da razão deve conhecer benemérita e comprida fieira de experiências que terminarão por integrá-la na posse definitiva do raciocínio.

Compreendamos, desse modo, que o sofrimento é ingrediente inalienável no prato do progresso.

Todo ser criado simples e ignorante é compelido a lutar pela conquista da razão, e atingindo a razão, entre os homens, é compelido igualmente a lutar a fim de burilar-se devidamente.

O animal se esforça para obter as próprias percepções e estabelecê-las.

O homem se esforça avançando da inteligência para a sublimação.

Dor física no animal é passaporte para mais amplos recursos nos domínios da evolução.

Dor física, acrescida de dor moral no homem, é fixação de responsabilidade em trânsito para a Vida Maior.

Certifiquemo-nos, porém, de que toda criatura caminha para o reino da angelitude, e que, investindo-se na posição de espírito sublime, não mais conhece a dor, porquanto o amor ser-lhe-á sol no coração dissipando todas as sombras da vida ao toque de sua própria luz.


Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Aulas da Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier.

CONTRASTES - AUTA DE SOUZA - CHICO XAVIER


Existe tanta dor desconhecida
Ferindo as almas pelo mundo em fora,
Tanto amargor de espírito que chora
Em cansaços nas lutas pela vida;

E há também os reflexos da aurora
De ventura, que torna a alma florida,
A alegria fulgente e estremecida,
Aureolada de luz confortadora.

Há, porém, tanta dor em demasia,
Sobrepujando instantes de alegria,
Tal desalento e tantas desventuras,

Que o coração dormente, a pleno gozo,
Deve fugir das horas de repouso,
Minorando as alheias amarguras.


Pelo Espírito Auta de Souza - Do livro: Parnaso de Além Túmulo, Médium: Francisco Cândido Xavier.

PODERES PSÍQUICOS - EMANUEL - CHICO XAVIER


Autoridades eminentes em assuntos do espírito desaconselham a educação da mediunidade, alegando que o desenvolvimento dos poderes psíquicos oferece perigos ao candidato, seja por exaurir-lhe a força nervosa ou por situá-lo na vizinhança das esferas inferiores do Mundo Espiritual.

Não obstante o respeito que nos merece a presença edificante dos investigadores da verdade que adotam semelhante atitude, é preciso compreender que nos achamos à frente da energia medianímica, na mesma posição daqueles que se surpreenderam, um dia, perante a eletricidade ou a roentgenterapia.

Seria justo fugir da força elétrica, recusando-lhe os benefícios, tão somente porque o trato com ela ofereça riscos aos que lhe controlam o material de condução? Desistir do serviço radioterápico simplesmente porque, em certas condições, é suscetível de causar queimaduras?

Todos sabem que o fogo é benção do reduto doméstico, desde épocas imemoriais da Humanidade e todos estamos igualmente informados de que o fogo desgovernado gera o incêndio destruidor.

Urge compreender que a Doutrina Espírita é o sistema de preparação do médium, tanto quanto o instituto eletrotécnico é a casa de formação do eletricista.

Mediunidade na família humana é semelhante a qualquer agente da natureza, reclamando orientação e burilamento.

Falem por nós os obsediados de todos os graus e de todas as procedências que, desde milênios, expiam, nos manicômios ou nas prisões, nos hospitais e nos lares da Terra, a ignorância que até hoje mantemos, coletivamente, no que diz respeito à energia mediúnica explorada ou dominada pelas inteligências enfermiças ou delirantes nas trevas de espírito.

Auxilia a educação da mediunidade, onde estiveres, com todos os recursos lícitos ao teu alcance.

Raciocínio e discernimento.

Serviço e amor.

Todo médium consagrado ao bem é veículo precioso para a manifestação dos Mensageiros do Eterno Bem.



Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: No Portal da Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier.


terça-feira, 28 de abril de 2015

DIANTE DA PAZ - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Nunca é demais afirmar que a paz começa em nós e por nós.

Os pacificadores, porém, são aqueles que aceitam em si o fogo das dissensões, de modo a extingui-lo com os recursos da própria alma, doando tranqüilidade a todos aqueles que lhes compartilham a marcha.

Quanto puderes, distribui o alimento da concórdia, reconhecendo que a bênção da paz é desdobramento do pão de cada dia.

Emissários do Bem, domiciliados na Vida Maior, desenvolvem empreendimentos de paz em todas as direções no mundo, mas precisam de cooperadores fiéis que lhes interpretem a obra benemérita, ao lado das criaturas.

Se aderiste a essa campanha bendita, auxilia-os em bases de entendimento e serviço.

Onde a palavra seja convocada ao socorro fraterno, fala auxiliando e, se o mal aparece por desequilíbrio de forças, conturbando situações, corrige o mal com amor, limitando-lhe a influência ou curando-lhe as feridas.

Se agressões repontam à frente, considera que as enfermidades ocultas atacam em todos os lugares e ampara a vítimas de semelhantes arrastamentos, na certeza de que a tolerância, agindo construtivamente, é a terapêutica que nos presume a todos contra os assaltos da violência.

Se a injúria escarnece, capacita-te de que a crueldade é sinônimo de alienação mental e usa o perdão por exaustor das trevas que invadem o raciocínio daqueles que se perdem nos labirintos da delinqüência.

Faze silêncio onde o silêncio consiga apagar desavenças e acusações e, quanto possível, transforma-te no ponto terminal de qualquer processo de incompreensão, capaz de degenerar em perturbação ou loucura.

Onde estiveres, abençoa.

Naquilo que penses, mentaliza o melhor.

No que digas, harmoniza os outros quanto possas.

No que faças, constrói sempre para o bem geral.

Nunca nos esqueçamos de que o Príncipe da Paz, na Terra, nasceu em clima de decepções, viveu através de hostilidades permanentes, serviu entre adversários gratuitos e selou o próprio trabalho sob a vitória aparente dos perseguidores; mas, supostamente vencido, o Cristo de Deus, de século e século, cada vez mais intensamente, é o fiador da concórdia entre as nações, erguendo-se por doador de paz genuína ao mundo inteiro.


Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Caminhos de Volta, Médium: Francisco Cândido Xavier.

SILÊNCIO PARA OUVIR DEUS - JOANNA DE ÂNGELIS - DIVALDO FRANCO


Em todos os tempos, os emissários de Deus recomendaram o silêncio profundo, a fim de que se possa ouvir-Lhe a voz e senti-lO mais intimamente.

Os ruídos e tumultos desviam o pensamento que se deve fixar no elevado objetivo de comunhão com a Divindade, para poder-se haurir energias vitalizadoras capazes de sustentar o Espírito nos embates inevitáveis do processo de evolução.

Quando se mergulha no mundo íntimo, encontram-se as mensagens sublimes da sabedoria, aquelas que constituem o alimento básico de sustentação da vida e, sem as quais, os objetivos essenciais da existência cedem lugar aos prazeres trêfegos e enganosos.

Os distúrbios externos, produzidos pela balbúrdia, desviam a mente para os tormentos exteriores, que tornam a marcha física insuportável, quando se constata a fragilidade das suas construções emocionais.

Em tentativa de atender a todas as excentricidades do vozerio do mundo, a mente desloca-se da meta essencial e perde o foco que lhe constitui o objetivo fundamental.

Quando o Espírito se encontra atordoado pela balbúrdia, o discernimento faz-se confuso e os componentes mentais e emocionais deslocam-se da atenção que deve ser concedida ao essencial, em benefício das aquisições secundárias, sempre incapazes de acalmar o coração.

Algumas vezes, alcança-se o topo do triunfo, meta muito buscada, a fama ligeira, a posição de destaque no grupo social, o riso bajulador e mentiroso, sob o pesado tributo dos conflitos internos que permanecem vorazes e desconhecidos, sempre em agitação.

Deus necessita do silêncio humano, a fim de fazer-se ouvido por quem deseje manter contato com a Sua Paternidade.

A Sua mensagem sempre tem sido transmitida após a transposição dos abismos externos e dos tumultos das paixões desarvoradas, permanecendo no ar, aguardando ser captada.

No imenso silêncio do monte Sinai, a Sua voz transmitiu a Moisés as regras de ouro do Decálogo, mas não deixou de prosseguir enviando novas instruções para a conquista da harmonia, da plenitude.


Na antiguidade oriental, a Sua palavra fazia-se ouvir através dos sensitivos de vária denominação, conclamando à paz, à vitória sobre os impositivos exteriores predominantes no ser.

Nas furnas e nas cavernas, nas paisagens ermas desvelava-se, oferecendo o conhecimento da verdade que deveria ser assimilado, lentamente, através dos tempos.

Mesmo Jesus, após atender as multidões que se sucediam esfaimadas de pão, de paz, de luz, buscava o refúgio da solidão para, em silêncio, poder ouvi-lO no santuário íntimo.

Robustecido pelas poderosas energias da comunhão com o Pai, volvia ao tumulto e desespero das massas insaciáveis, a fim de diminuir-lhes as dores e a loucura que tomava conta do imenso rebanho.

Simultaneamente, porém, proclamou que o Reino dos Céus encontra-se no coração, no intimo do ser.

Nestes dias agitados, faz-se necessário que se busque o silêncio para renovar-se as paisagens íntimas e ouvi-lO atentamente, pacificando-se.

À semelhança das ondas que permitem a comunicação terrestre, imprescindível que haja conexão para serem captadas. Estão carregadas de mensagens de todo jaez, mas, sem a sintonia apropriada, nada transmitem, parecendo não existir.

Habitua-te ao silêncio que faz muito bem.

Não temas a viagem interior, o encontro contigo mesmo, nas regiões profundas dos arcanos espirituais.

Necessitas ouvir-te para bem te conheceres e traçares os caminhos por onde deverás seguir com segurança e otimismo.

Observarás que és um enigma para ti mesmo, que te encontras oculto sob sucessivas camadas de disfarces que te impedem apresentar a autenticidade.

De essência divina, possuis o conhecimento e és dotado de sabedoria que aguardam o momento de desvelar-se.

Reflexiona, portanto, quanto possas, a fim de libertar-te das algemas que te escravizam à aparência, sem conceder-te o conforto do autoaprimoramento.

A multiplicidade das vozes que gritam em torno de ti, impedem-te a conscientização dos valores que dignificam a existência.

Quando te habitues ao silêncio, sentir-te-ás luarizado pelas claridades sublimes do amor de Deus e ser-te-á muito fácil a travessia pelas estradas perigosas dos relacionamentos humanos.

Compreenderás que a paz defluente da autoconquista, nada consegue abalar.

Com segurança e serenidade agirás em qualquer circunstância, feliz ou tormentosa, sem desespero, com admirável harmonia.

Torna o silêncio uma necessidade terapêutica, abençoando-te a jornada, ao mesmo tempo em que te propicia alegria de viver.

Desfrutarás de contínua alegria, sem galhofas nem vulgaridades, em situação de bem-estar natural.

São Francisco de Assis buscava o acume dos montes e as cavernas para, em silêncio, ouvir Deus.

Mas, não somente ele.

Todos aqueles que aspiram a plenitude atendem aos deveres do mundo e refugiam-se no silêncio para os colóquios com Deus.

A exaustão que te toma o corpo e a mente, o vazio existencial que te visita com frequência, a apatia que te surpreende, a ansiedade que te aturde, são frutos espúrios da turbulência que te atinge.

Busca o silêncio e alcança-o.

Acalma-te e isola-te da multidão, uma e outra vez, e viaja calmamente no rumo do ser que és, e descobrirás tesouros imprevisíveis aguardando-te no interior.

Criado o hábito de incursionar, banhar-te-ás nas claridades refulgentes da palavra de Deus falando-te ao coração.

Não postergues a luminosa experiência, iniciando-a quanto antes.



Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 9 de fevereiro de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=296.

SER GENTIL



Os procedimentos se faziam apressados para o embarque dos passageiros na aeronave.

A preocupação para não haver atraso, o tempo exíguo, exigia um tanto mais.

O bom andamento na entrada do avião, para que todos logo se acomodassem, preocupava a tripulação.

Nesse afã de logo completar a tarefa e seguir viagem, se empenhavam os comissários de bordo.

Estando acomodados um certo número de pessoas, adentrou o avião uma jovem.

De compleição física robusta, alta, embora de aparência saudável, denotava em seu semblante que algo não estava bem.

Vinha seguida pela mãe, idosa, miúda na sua constituição, que a encorajava a seguir em frente.

Os passos se faziam titubeantes. As mãos, suarentas, apoiavam-se lentamente, poltrona a poltrona, como a querer agarrar-se, fincar-se ao solo.

Parecia tomada de pavor, como se algo fosse lhe acontecer.

A mãe, bem próxima, a incentivava a dar os próximos passos a fim de chegar nas poltronas que lhes cabiam.

Porém, a jovem não venceu mais do que três ou quatro fileiras.

Ao vislumbrar o imenso corredor, as inúmeras poltronas, filas, pessoas, foi tomada de um medo colossal, e não pôde prosseguir.

A face se fez pálida. As mãos agarraram a poltrona mais próxima e os pés estaquearam de vez.

A mãe, entre acabrunhada e nervosa, tentava em vão pedir-lhe que prosseguisse. A fila dos passageiros se alongava, às suas costas.

Vendo a cena, um comissário de bordo se aproximou. Ele tinha todo o treinamento necessário para lidar com essas situações.

Sabia da sua obrigação de dar conta do embarque de todos os passageiros, para que o piloto pudesse dar início à decolagem.

Conhecia as regras e a correta abordagem, sem perder a calma e a polidez.

Porém, ele resolveu utilizar outra ferramenta, essa talvez mais rara nos manuais de treinamento.

Aproximou-se da jovem, trêmula e parecendo apavorada.

Suavemente apoiou sua mão sobre o ombro dela, e gentil, convidou:

Vamos sentar na poltrona, minha flor?

Aquelas palavras, que manifestavam compreensão pela dificuldade que ela enfrentava, soaram aos seus ouvidos como bálsamo.

Tomada de nova coragem, envolvida pela gentileza do rapaz, ela retomou os passos até o local indicado, permitindo que o embarque retornasse ao fluxo normal.

Este é o poder da gentileza.

Derrete a frieza das relações, supera obstáculos interpostos entre as pessoas, encoraja o mais frágil, fortalece o mais fraco.

Muitas vezes, todas as técnicas, conhecimento e destreza não superam o que a doçura de uma palavra, um gesto suave, um olhar carinhoso são capazes de realizar.

Ser gentil extrapola a polidez. Vai além da obrigação e mesmo do profissionalismo.

Ser gentil é semear pequenas flores na estrada alheia, para que o próximo se impregne, mesmo que somente por curta distância, poucos passos apenas, de um leve perfume que extravasa solidariedade, fraternidade, preocupação pelo outro.


Por Redação do Momento Espírita, com base em fato narrado por Suely Caldas Schubert, em palestra de 8.2.2015. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4445&stat=0.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

PRECE PARA HOJE - MARIA DOLORES - CHICO XAVIER

Senhor!... Enquanto o tempo se renova
Nos vastos horizontes deste dia,
Aspiro a ser, onde me colocares,
A lembrança de paz e alegria.

Ante a explosão de amor com que envolves o mundo,
Deixa que eu seja um raio de esperança
A todo coração desalentado
Que procura encontrar-te e ainda não te alcança.

Que eu tenha os próprios braços no socorro
À penúria de todos os matizes.
Entretanto, senhor, faze de mim também a palavra de fé
Levantando na estrada os tristes e infelizes.

Converte-me a visão em caridade,
Dá-me o dom de servir sem perguntar a quem,
Conserva-me na escola do dever,
Faze de minhas mãos artífices do bem.

Ampara-me, Senhor, para que me transforme;
Na seara da vida e seja com quem for,
Num singelo canteiro de trabalho
A bendizer-te a luz e a florir-se de amor!


Pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: Mãos Marcadas, Médium: Francisco Cândido Xavier

sexta-feira, 17 de abril de 2015

MAIS VIDA - CLÓVIS AMORIM - CHICO XAVIER

Ninguém fugirá da sorte,
Missão bem ou mal cumprida,
De enfrentar depois da morte,
Bem ou mal, sempre mais vida.

Nem vale ser trapaceiro
No jogo da humana lida.
A morte vende o parceiro,
Desmascarando-o em mais vida.

É só do tolo inventar
Na morte inútil saída,
Para às tontas tropeçar
Logo adiante em mais vida.

Assim é... quem não aceita
Por pouco tempo duvida.
Arma a cama em que se deita,
Semeou, colhe em mais vida !...


Pelo Espírito Clóvis Amorim - Do livro: Mais Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier.

DISCIPLINA E EDUCAÇÃO - EMMANUEL - CHICO XAVIER


Evidentemente, não se justificam cilício e jejum sistemáticos, a serviço da alma, no entanto, é justo empenharmos atenção e esforço, na aquisição de hábitos dignos, conducentes à elevação.

Considera que toda obra, por mais importante, principia no alicerce e iniciemos as grandes realizações do Espírito, através de pequenos lances de disciplina.

Tanto quanto possível, aprende a te desprenderes dessa ou daquela porção de ti mesmo ou daquilo que te pertença. A fim de ajudar ou facilitar alguém.

Não desprezes a possibilidade de visitar os irmãos em doença ou penúria, pelo menos uma vez por semana, de maneira a levar-lhes consolação e refazimento.

Em cada sete dias, qual ocorre ao impositivo do descanso geral, destaca um deles para ingerir o mínimo de alimentação, doando o necessário repouso aos mecanismos do corpo.

Semanalmente, retira um dia para o trabalho de vigilância absoluta no próprio pensamento e no próprio verbo, mentalizando e falando exclusivamente no bem dos outros.

Em cada ciclo de vinte e quatro horas, separa diminuta área de tempo, quando não possas fazê-la mais ampla, para estudo e meditação, silêncio e prece.

Fase, por dia ou por semana, um horário de serviço gratuito, em auxílio aos companheiros da Humanidade.

Decerto que não estamos generalizando recomendações, de vez que todos conhecemos criaturas, quase que inteiramente devotadas ao bem do próximo. Ainda assim, apresentamos o assunto de nós para nós mesmos, porque toda educação parte da disciplina e, para que nos ajustemos à disciplina, nesse ou naquele setor da vida, será sempre invariavelmente preciso começar.


Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Prazer e Renovação, Médium: Francisco Cândido Xavier.


quinta-feira, 16 de abril de 2015

DIVINA BÊNÇÃO - CASIMIRO CUNHA - CHICO XAVIER


Se procuras no Evangelho
A luz da felicidade,
Exalta quanto puderes
A benção da caridade.

Todo ensino da virtude
Faltará sempre à verdade,
Se fugimos de exercer
A benção da caridade.

Desse modo, cada dia,
Em toda dificuldade,
Cultiva, seja onde for,
A benção da caridade.

Há gestos nos que mais amas
Que te fira ou desagrade?
Conserva por diretriz
A benção da caridade.

Se és constrangido a sofrer
A alheia agressividade,
Oferece à ignorância
A benção da caridade.

Padeces, caminho afora,
Malicia, intriga, maldade?
Olvida o charco e semeia
A benção da caridade.

Calunia? Maledicência?
Que a treva te não degrade.
Estende na sombra, em torno,
A benção da caridade.

Há quem surja vomitando
Pedra, lodo e crueldade?
Entrega às chagas da injuria
A benção da caridade.

Socorre toda aflição
Que chora na tempestade,
Mas alonga ao próprio crime
A benção da caridade.

Não te esqueças que Jesus
- Sol de amor que nos invade –
Passou no mundo espalhando
A benção da caridade.

E, um dia, depois da morte,
No clima da eternidade,
Brilhará também contigo
A benção da caridade.


Pelo Espírito Casimiro Cunha - Do livro: Através do Tempo, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sábado, 11 de abril de 2015

ANTE A CRUZ E A ESPADA - JOANNA DE ÂNGELIS - DIVALDO FRANCO




Desde priscas eras, a espada vem contribuindo para o desar do ser humano, embora a utilidade de que também se reveste, quando aplicada com o objetivo edificante.

No período paleolítico, começou a ser usada na sua forma tosca na condição de instrumento de defesa dos animais, assim como auxiliar para diversos labores que tornariam melhor a existência.

À medida, porém, que o desenvolvimento intelectual se foi aprimorando, ei-la transformando-se mais em arma agressivo-defensiva, ceifando vidas humanas nos ferozes combates entre tribos e clãs.

Deu origem, de alguma forma, a lança, a flecha, que serviam para a caça e a pesca, mas especialmente para a guerra.

Aprimorada, converteu-se em troféu de honra e galardão para os cavalheiros e os chefes de Estado no momento das gloriosas ascensões aos poderes temporais...

A cruz, por sua vez, na função punitiva, surgiu originalmente na Caldeia antiga, sendo utilizada como instrumento de aflição e de morte dolorosa.

Os romanos passaram a utilizá-la pelos sofrimentos que causava às suas vítimas, prolongando-lhes as angústias e matando-os mediante a terrível asfixia além das inenarráveis dilacerações que produzia.

Lentamente passou por mudanças da trave horizontal como da vertical, de acordo com os povos que a tomaram como símbolo hierático, inscrevendo nas suas bandeiras e flâmulas, nos seus documentos e obras. Entre muitas, surgiram as cruzes grega, de Tau, heráldica, em trevo, bifurcada, da igreja ortodoxa, de Jerusalém...

Na gloriosa História do Cristianismo, aturdido no Getsêmani, Pedro tomou de uma espada e decepou a orelha de Malco, que Jesus curou, advertindo-o para que a embainhasse, porque todo aquele que a usa para ferir, torna-se-lhe vítima do afiado gume.

Por sua vez, a cruz, na qual Ele foi supliciado até a morte, deixou de ser vista apenas com a finalidade para matar, tornando-se instrumento liberador para a vida sublime e perene.

Antes, Ele já lhe havia diminuído o caráter punitivo no qual era utilizada, ao propor que cada qual deveria toma-la sobre os ombros, a fim de segui-lO.

Sucede que há também espadas destrutivas não metálicas ou de confecção material, porém, simbólicas e de efeitos danosos.

A língua humana resguardada na boca é uma lâmina embainhada, que tanto pode edificar, favorecer, como ferir, amargurar, destruir.

A calúnia é urdida na mente, mas verbalizada consegue roubar a paz, tisnar a harmonia do ser e até ceifar vidas honoráveis.

A maledicência é responsável por conflitos inomináveis, gerando animosidades que se convertem em tragédias.

A intriga e a censura perversa são verdadeiras espadas afiadas que se encarregam de aniquilar belas florações dos sentimentos, que despertam a inveja e a malquerença dos enfermos morais.

Por sua vez, a cruz invisível dos sofrimentos, quando conduzida com resignação alça o indivíduo às regiões da plenitude, enquanto a espada o degrada.

O crucificado pode converter-se em magnífica vítima do martírio, tornando-se uma ponte espiritual entre os abismos do mundo material e grotesco e o de natureza espiritual transcendente.

Fitando-se Jesus na cruz, pode-se ver além do espetáculo chocante, um Vencedor de braços abertos, caído, porém, de pé, alçando-se ao infinito num voo de incomparável doação, a fim de que toda a humanidade pudesse segui-lO.

Aqueles que utilizaram a espada contra Ele e a vida, sucumbiram na loucura e no desconforto moral, ficando suas vidas assinaladas pela crueldade e infâmia.

Foi Ele quem transformou a cruz em bênção e a espada em veículo para a sublimação.

Na sua infância em Nazaré, Ele conheceu a rebelião judaica armada contra os romanos que o general Varus esmagou, adornando a estrada de Séforis, que ficava próxima do seu modesto lar sete quilômetros, com dois mil galileus crucificados, expostos de um e do outro lado.

Mais tarde, no ano 70 depois de Sua morte, Tito acabou com as florestas de Israel, crucificando mais de uma centena de milhar dos que resistiram na Jerusalém insubmissa e que foi arruinada de tal forma que a fez desaparecer, dando lugar, algo mais tarde, à construção da cidade de Aélia Capitolina.

Hoje, ei-la ainda vítima pelas lutas sangrentas em que predomina a espada.

Toma a tua cruz e embainha a tua espada na atual existência carnal.

Sê simples e puro de coração, triunfando interiormente adornando-te das condecorações sublimes: as cicatrizes morais dos testemunhos.

Não ergas a espada para ferir em revide ao golpe que sofreste, mas antes perdoa.

Seja decorrente da acusação indébita, da infame traição, da perversa injustiça, não reajas, cultivando o perdão, porque o outro, aquele que mal procede, não sabe realmente o que está fazendo.

Não importa que ele seja teu amigo ou teu familiar, que a miopia espiritual cegou ou se é declarado adversário que se compraz afligindo-te.

Tem em mente que ele está doente e que já passaste pelo mesmo caminho, agora em processo de recuperação.

Perdoa sempre, a fim de viveres em paz.

Reflexiona que hoje segues ao som das bem-aventuranças, cuja musicalidade permanece ressoando desde há vinte séculos e somente agora a ouviste, encantando-te.

Supera-te através do perdão e faze da tua espada um instrumento que, cravado no solo, tome a aparência de uma cruz através da qual te redimas e arraste na direção do Mestre aquele que te amaldiçoa e apunhala.

Perdoa, portanto, com alegria e paz.



Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 28 de agosto de 2013, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=295

CARIDADE, A NOSSA BANDEIRA - FABIANO - CHICO XAVIER




Meus filhos:

Jesus – o nosso mestre.
Amor – o nosso clima.
Caridade – a nossa bandeira.
Serviço – a nossa bênção.
Sim, filhos do coração.
Quanto nos seja lícito;
Tanto quanto pudermos;
Seja com quem for;
Em toda parte;
Em qualquer tempo;
À frente de todos;
Ante quaisquer circunstâncias;
Por todos os modos justos;
Nos mínimos gestos;
Sem restrições de qualquer natureza;
Como nos seja possível;
Através dos sentimentos;
Pelo veículo das idéias;
Pela forma das palavras;
E pela força das ações;
Levantemos o nosso estandarte de luz!...

Que, em tudo, a caridade, por presença de Cristo resplandeça de nós para com os outros, com o esquecimento de nós próprios, para o Reino Eterno do Pai Celestial, seja instalado, enfim, em nossos corações, agora e para sempre.





Pelo Espírito Fabiano - Do livro: Caminho Espírita, Médium: Francisco Cândido Xavier.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

A FORÇA DO EXEMPLO - HILÁRIO SILVA - CHICO XAVIER




José do Espírito Santo, modesto espírita de Nilópolis, Estado do Rio, falava à porta do Centro, a pequeno grupo de amigos:

— Sim, meus irmãos, a caridade é a maior bênção.

Nisso, passam dois estudantes, ouvem breves trechos da palestra e avançam conversando:

— Você ouviu? Todo espírita é só “fachada”!

— Realmente. Fazem as coisas “para inglês ver”.

Logo depois, os rapazes deparam com infeliz mendigo. Pálido e doente. Sem paletó.

Camisa em frangalhos. Pele à mostra.

A tiritar de frio, estende-lhes a mão magra.

Um dos estudantes dá-lhe alguns centavos.

Notam, então, que José do Espírito Santo vem vindo sozinho, pela rua. E um deles diz:

— Olhe! Lá vem o “tal”! Aposto que não dará nada a esse homem.

— Sim. Vamos ver. Afastemos um pouco, senão ele vai querer “fazer cartaz”.

Os dois jovens ficaram escondidos na esquina, um pouco adiante.

O pedinte roga auxílio.

José chega junto dele e o abraça, fraterno.

Em seguida, apalpa os bolsos e exclama:

— Infelizmente, meu amigo, estou sem um níquel...

Os jovens entreolharam-se, rindo... Um deles recorda:

— Não lhe disse?...

O espírita condoeu-se, vendo a nudez do homem que tremia de frio. Deitou um olhar em torno para ver se estava sendo observado. Sentiu a rua deserta.

Num gesto espontâneo, tirou o paletó. Dependurou a peça num portão de residência próxima, arrancou a camisa felpuda e, seminu, vestiu-a no companheiro boquiaberto, mas encantado.

A seguir, após recobrir, à pressa, o busto nu com o paletó, disse com simplicidade:

— Meu amigo, é só isso que tenho hoje. Volte aqui mesmo amanhã.

E estugou o passo para a frente, enquanto o necessitado sorria, feliz.

No outro dia, os dois estudantes estavam no templo espírita, ouvindo a pregação.


Pelo Espírito Hilário Silva - Do livro: Almas em Desfile, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.

sábado, 4 de abril de 2015

O EXAME DA CARIDADE - IRMÃO X - CHICO XAVIER



Em populosa cidade do Brasil, os três amigos, Ribeiro, Pires e Martins, inspirados no Espiritismo consolador, fundaram prestigioso núcleo doutrinário, exclusivamente consagrado a estudos da caridade cristã.

Expressivo número de companheiros se lhes agregaram ao ideal e entidades amigas, através de médiuns devotados à Causa, se revelaram simpáticas, ao trabalho que se propunham desenvolver, colaborando brilhantemente para que a melhor compreensão do Evangelho reinasse no grupo; dentre elas, salientava-se a benfeitora Custódia, que tomou a si o encargo maternal de orientar os três companheiros que haviam entrelaçado esperanças e aspirações, em torno da redentora virtude.

Irmã Custódia ensaiava as mais belas tarefas verbais, na condição de iluminada instrutora; e Ribeiro, Pires e Martins completavam-lhe a obra, proferindo comentários luminosos, junto à comunidade acolhedora.

Livros edificantes eram interpretados com inimitável brilho.

A protetora invisível aos trabalhadores encarnados rejubilava-se, feliz. Explicava-nos, exultante, que encontrara, finalmente, uma sementeira promissora, que lhe dava direito à mais ampla expectativa. A caridade, ali, seria, a breve tempo, árvore abençoada e frondosa, resultando em fonte para sedentos, mesa farta aos famintos e refúgio calmo aos sofredores.

Conferências evangélicas multiplicavam-se em admiráveis torneios oratórios.

Convertera-se a casa num florilégio precioso.

Cada irmão na fé, amparando-se, sobretudo, nas convicções dos três fundadores, incansáveis nas preleções reconfortantes, era portador de observações fraternas e convincentes.

Inúmeros estudiosos visitaram, com enlevo, aquele reduto iluminativo e, ao se despedirem, quase sempre tinham lágrimas copiosas, ante a emoção recolhida nos discursos sublimes.

Autores quais Richet, Delanne e Crookes, inclinados às perquirições cientificas, quando lidos em semelhante parlamento de amor, soavam estranhamente, porque, no fundo, a instituição era um templo exclusivamente dedicado ao evangelismo salvador.

Avizinhando-se o décimo aniversário da instalação, Custódia, a benfeitora, pediu que fizessem orações comemorativas, especiais.

As irradiações da caridade do Alto visitariam os três pilares humanos daquela obra divina e, por isso, convidava o trio a solenizar o acontecimento com palavras de louvor ao Mestre dos mestres.

Ribeiro, Pires e Martins exultaram de contentamento.

Combinaram pronunciar três palestras diferentes, no dia indicado. Um deles falaria sobre o tema “Caridade e Humanidade”, o segundo discorreria sobre “Caridade e Iluminação” e o último sobre “Caridade e Harmonia”.

Chegada a noite de paz e luz, no templo ornado de flores, a trindade orientadora encantou os ouvintes com as suas dissertações renovadoras e inspiradas.

Houve preces tocantes, de mistura com lágrimas insofreáveis.

A mentora espiritual da casa comunicou-se, através de conceitos construtivos e comoventes, esclarecendo que, por haver reservado pequena tarefa para si mesma, durante as horas próximas, tornaria ao agrupamento na semana seguinte, de maneira a apreciar os júbilos da efeméride com a desejável amplitude.

E a notável sessão foi encerrada com indisfarçáveis sensações de ventura no espírito coletivo.

Ribeiro, Pires e Martins, não cabendo em si de contentes, evitaram o bonde, para melhor se entregarem à conversação íntima e longa, no retorno ao ambiente domestico.

Não haviam caminhado um quilômetro, quando foram defrontados por uma senhora de humilde expressão. Não se lhe viam os traços fisionômicos, com suficiente nitidez, mas os pés calçados pobremente, a roupa modesta e limpa e o chalé escuro infundiam-lhe dignidade venerável.

Abordou-os, franca e reverente:

– Senhores! ajudem-me, em nome da caridade! Estou sozinha e é mais de meia-noite...

Tenho trabalho urgente em arrabalde próximo, entretanto, na posição em que me vejo, sou desconhecida na cidade.

E, em tom súplice, acentuou:

– Qual dos três me concederá um abrigo até manhãzinha? Somente até o nascer do Sol...

Os cavalheiros entreolharam-se, assustadiços.

Ribeiro, constrangido, manifestou-se, hesitante:

– Infelizmente, não posso. Minha mulher não compreenderia.

Pires, encorajado, ajuntou:

– Eu também sinto dificuldade. Sem dúvida, estou pronto a praticar o bem; contudo, a senhora, apesar de credora de todo o meu respeito, é mulher, e meus vizinhos não me perdoariam, notando-lhe a presença, junto de mim...

Martins, por último, falou, firme:

– Por minha vez, nada posso fazer. Realmente não sou um homem sem lar. Minha família, entretanto, não entenderia a concessão que a senhora está pedindo. Aliás, não é mesmo razoável o que solicita a uma hora destas...

Não posso arriscar...

Enorme silêncio abateu-se, ali, sobre os quatro, mas Ribeiro lembrou que se cotizassem, oferecendo-se-lhe um leito, por algumas horas, num hotel barato. Cada qual ofereceu cinco cruzeiros e a senhora afastou-se, com palavras de agradecimento.

Acontece, no entanto, que nem Ribeiro, nem Pires, nem Martins conseguiram repousar.

Preocupados com o incidente, ergueram-se, antes do amanhecer, e encontraram-se, infinitamente surpreendidos, à porta da pensão modesta que haviam indicado à forasteira.

Algo lhes feria a consciência e o coração. Desejavam saber como havia passado a senhora que lhes dirigira a palavra com tão grande confiança e intimidade. Não conseguiram, porém, a mínima notícia, até que, na reunião da semana seguinte, consoante a promessa que formulara, Custódia apareceu e, muito bem humorada, através do médium, explicou ao trio assombrado:

– Sim, meus amigos, aquela senhora era eu mesma.

Com a graça de Jesus, materializei-me, em plena rua, a fim de examinar-lhes o progresso em matéria de caridade.

Reparei que para vocês ainda é muito difícil abrir a porta do lar. Mas, se com dez anos de estudo, puderam desatar a bolsa e ceder quinze cruzeiros, sentir-me-ei muito feliz se conseguirem abrir o coração ao verdadeiro amor fraterno, daqui a cem anos...

Sorriu, expressivamente, embora um tanto desapontada, e rematou:

– O essencial, porém, é não interromperem, de nenhum modo, o estudo e o trabalho na direção do Alto...

Não há motivo para desânimo!

Vamos continuar.


pelo Espírito Irmão X - Do livro: Contos e Apólogos, Médium: Francisco Cândido Xavier.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

CARTA AOS TRISTES - CASIMIRO CUNHA - CHICO XAVIER



Alma irmã de nossas almas,
Por que vives triste assim?
Todos os males da Terra
Chegarão, um dia, ao fim.

Se tens o teu pensamento
Na idéia da salvação,
Já deves compreender
Que o mundo é de provação.

É justo que sintas muito
As lágrimas da saudade,
Que chores um ente amigo
Na senda da iniqüidade.

É certo que neste mundo,
Onde há espinho em toda a estrada
Não há lugar para o excesso
Do riso ou da gargalhada.

Mas, ouve. O amor de Jesus
É como um sol de harmonia.
Quem se banha em Sua luz
Vive em perene alegria.

Demasia de tristeza
É sinal de isolamento.
Quem foge à fraternidade
Busca a sombra e o desalento.

Guarda o bem de teus esforços
Num plano superior,
Não há tristeza amargosa
Para quem ama o labor.

Transforma as experiências
Pelas quais hajas passado,
Num livro fraterno e santo
Que ampare o mais desgraçado.

O serviço de Jesus
É tão grande, meu irmão,
Que não oferece ensejo
A qualquer lamentação.

O senso de utilidade
Deve sempre andar contigo.
Transforma em vaso de amor
Teu coração brando e amigo.

Dá sorrisos, esperanças,
Ensinos, consolação.
Espalha o bem que puderes
Na senda da redenção.

Enche a tua alma de fé,
De paz, de amor, de humildade.
Não há tristeza excessiva
Onde exista a Caridade.

Quando, de fato, entenderes
A caridade divina,
Tua dor será no mundo
Como fonte cristalina.

Dá sempre. Trabalha. Crê.
E a tua fonte de luz
Há de cantar sobre a Terra
Os júbilos de Jesus.


Pelo Espírito Casimiro Cunha - Do livro: Cartas do Evangelho, Médium: Francisco Cândido Xavier.


DOUTRINAR E TRANSFORMAR - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Meus amigos: Em verdade é preciso doutrinar para esclarecer. Mas é imprescindível, igualmente, transformar para redimir. Doutrinação q...