sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

TRANSTORNO DEPRESSIVO - DIVALDO FRANCO


Que esta mensagem chegue com nossas melhores vibrações de Paz e Saúde!!
Obrigado pela companhia!!!
Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

TRANSTORNO DEPRESSIVO


Para que se instale o transtorno depressivo no ser humano, existem causas endógenas (hereditariedade, enfermidades infectocontagiosas, sequelas delas) e exógenas, também denominadas como eventos da vida (culpa, depressão, ansiedade, solidão, perda do sentido existencial...). Considerando o volumoso número de vítimas nestes dias, acredita-se que em futuro não muito distante pode transformar-se na causa primeira dos óbitos, superando as neoplasias malignas, as cardiopatias e outras terríveis enfermidades. Numa cultura social individualista, consumista e sexista, não se podem aguardar outros que não sejam esses os resultados degradantes e funestos.

A perda dos objetivos existenciais exarados no amor, ante as ofertas do prazer incessante, alucina o ser humano, que se transfere para o desespero do poder de qualquer expressão ao invés da aquisição sublime do ser. Enquanto a ciência e a tecnologia avançam ampliando os horizontes do conhecimento e ensejando bênçãos, o comportamento moral desce aos mais baixos níveis, recordando idênticos períodos de degradação de superadas civilizações, que naufragaram na ilusão do gozo indevido. Para poder-se atingir determinadas metas atuais, com as exceções compreensíveis, é necessário que se alcance os desvãos do despudor e da vulgaridade, a fim de chamar-se a atenção e conseguir-se as migalhas da luz dos holofotes que consomem aqueles que as buscam.

Nunca houve tanta solidão humana: moral, fraternal e afetiva como nesse período de amarguras íntimas e de glórias externas. Extenuado pelas extravagâncias ou batalhas contínuas, o ser humano exausto cai na depressão. Indispensável pensar-se no valor da existência para si mesmo e para o próximo, vivendo-se, como ensinava S. Francisco: – Senhor! Fazei-me instrumento de vossa paz... Somente assim será possível crescer-se na vertical do dever, restaurando-se a alegria natural que sustenta a vida digna, sem drogadição e luxúria de qualquer tipo.

Por Divaldo Pereira Franco. Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião. Do site:http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=365.

domingo, 6 de dezembro de 2015

ACORDA E LUTA - CARMEM CINIRA - CHICO XAVIER


Acorda, enquanto é tempo, e atende à vida,
Levanta-te e prossegue, de alma erguida
À celeste visão!
Foge à escura mentira do repouso;
Ninguém nasce na Terra para o gozo
Nem para a quietação.

Tudo se move pelos céus profundos:
Observa a dinâmica dos mundos,
Do terrestre portal.
Constelações e sóis no Lar Suspenso,
Falam de Deus, no espaço excelso e imenso,
Sob a vida imortal.

Contenha em torno do teu passo lento,
Tudo é luta, batalha e movimento...
Serve o mar, serve a flor.
Tudo é supremo canto da beleza,
Na evolução de toda a natureza,
Inflamada de amor.

Acorda e traze o coração robusto
Para o banquete sublimado e augusto
Da bondade e da ação.
E, desde a carne estranha e transitória,
Ascenderás, feliz, de glória em glória,
Ao templo vivo da Ressurreição.


Pelo Espírito Carmem Cinira- Do livro: Cartas do Coração, Médium: Francisco Cândido Xavier.


CAROLINA E AGENOR - HILÁRIO SILVA - CHICO XAVIER

– Não posso mais! Estou resolvida!
– Não diga isso. Fique mais calma. Somos espíritas e...
– Não, Agenor! Não quero mais filhos. Nem esse e nem a possibilidade de outros. Estou decidida.
– Se houvesse realmente necessidade... Mas você está forte, robusta... Isso é meiamorte.
Pense bem. Olhe o “deixai vir a mim os pequeninos!...”
– Não. É muita gente que faz isso, por que não posso fazer? Vou agora ao hospital tratar de meu caso... Estou resolvida.
Assim falando, Carolina ralhou com os três filhos pequenos e deixou a casa, nervosa, acompanhada de Agenor.

II
– Quero falar com o doutor. Ele está?
– Minha senhora, ele está operando agora.
Não deve demorar muito, nisso, um senhor ao lado pergunta:
– Quem está ele operando? É uma senhora loura?
E o porteiro, respeitoso, respondeu em voz baixa :
– Não, meu senhor. É uma senhora que acaba de chegar perdendo muito sangue. É alguma coisa de aborto. Está passando muito mal.
Agenor olhou significativamente para Carolina...

III
– A senhora loura é sua parenta? – pergunta Carolina, ao vizinho da poltrona.
– Sim. É minha tia.
– De que se vai operar?
– Ela, minha senhora, desde que perdeu o último filho, está perturbada. Vão fazer uma operação na cabeça dela, para ver se melhora o gênio.
Agenor voltou a olhar expressivamente para Carolina...

IV
Eis que passam dois homens em avental branco, e Carolina, atenta ao movimento em torno, na expectativa de falar ao facultativo, ouviu, de relance:
– As cifras estatísticas de câncer uterino são avultadas – disse um.
E aqui, na região, a incidência é grande": –pergunta o outro.
- Muitíssimo. Basta ver que a enfermaria feminina, sempre está com três a quatro casos...
Agenor, ainda uma vez, olhou incisivamente para Carolina...

V
Carolina levanta-se, resoluta.
Agenor segue.
Vão transpondo a porta principal da casa de saúde, quando o solicito porteiro inquire:
– Não vai esperar, minha senhora?
– Não, meu amigo. O doutor está demorando.
Preciso cuidar das crianças. Obrigada. Até logo.
– Então, Calu, em que ficamos? – pergunta Agenor, ao descer a rampa do hospital.
E Carolina responde:
– Não, Agenor, dos males o menor. Fico assim mesmo...


pelo Espírito Hilário Silva - Do livro: Almas em Desfile, Médium: Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

RESPOSTAS - CASIMIRO CUNHA - CHICO XAVIER

Nos problemas que carregas
Queres saber como agir. . .
Anelas libertação. . .
Que fazer? Torna a servir.

Sofreste. . . Anseias agora
Adivinhar o porvir. . .
Como achar felicidade?
Atende. Torna a servir.

Erraste. . . Lutas na sombra. . .
Desejas não mais cair. . .
Onde a escora que te guarde?
Trabalha. Torna a servir.

Entregaste os próprios sonhos
Que procuras corrigir. . .
Qual o caminho mais certo?
O melhor: torna a servir.

Excesso de ocupações. . .
Novo dever a cumprir. . .
Compromissos mais pesados,
Não fujas. . . Torna a servir.

Em qualquer dor, se indagasses
Do Senhor como sair
Jesus diria decerto:
Não temas, torna a servir.


Pelo Espírito Casimiro Cunha- Do livro: Encontro de Paz, Médium: Francisco Cândido Xavier.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

EXORTAÇÃO AO AMOR - BEZERRA DE MENEZES - DIVALDO PEREIRA FRANCO


Todos vós, que tendes a honra de conhecer o Evangelho de Jesus, parai por um momento e reflexionai.

A vida tem um sentido ético-moral de profundidade. O fenômeno vegetativo pertence à organização material. Somos seres imortais, mesmo quando a desencarnação posterga o momento da chegada, anuncia que virá logo mais, e arrebatando-nos para o país da consciência livre, esse ser angélico que é a morte libertadora, fará que, no exame de consciência, repassemos os nossos atos pregressos numa maravilhosa manifestação de lembranças que nos darão a plenitude ou o tormento.

Filhos da alma! Tendes conhecimento dos valores da vida. Não vos encontrais no planeta terrestre por capricho do acaso, mas, graças a uma Causa consciente, que é a Divindade, que criou-vos para a glória estelar.

Se caminhais pelas ínvias estradas do mundo sob chuvas de dores, bendizei-as; se marchais sobre pedrouços e tendes os pés crivados de espinhos, bendizei a dor, agradecei a Deus a dádiva da purificação espiritual.

Nascestes para a glória de vossa existência. Amai quanto puderdes, amai um grão de areia que pode refletir uma estrela ou o luar em grande plenilúnio; servi, porque o serviço é a característica da inteligência, desde os fenômenos mais primários da domesticação até os mais sublimes da integração da criatura com o Criador.

O serviço é a paz de Deus deslocando-se, desdobrando-se para o reino dos Céus.

Ide para os vossos lares e levai a certeza de que a vossa vida deve experimentar essa profunda mudança para o amor, para a verdade, para a Vida em si mesma.
Em nome de vossos Espíritos guias e das Entidades venerandas que aqui estão conosco, dos Espíritos-espíritas, rogamos a Deus que vos abençoe, que nos abençoe, com os melhores votos de ternura e paz.

Do servidor humílimo e paternal de sempre,


Pelo Espírito Bezerra de Menezes. Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, no encerramento da conferência proferida em 27 de setembro de 2015, na Instituição Assistencial e Educacional Amélia Rodrigues, em Santo André, SP. Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=343.


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

A LIÇÃO DA CRUZ - OSIAS GONÇALVES - CHICO XAVIER

Meus irmãos:

Peçamos em nosso favor a bênção de Nosso Senhor Jesus-Cristo.

Nas recordações da noite de hoje, busquemos no Livro Sagrado a mensagem de luz que nos comande as diretrizes.

Leiamos no Evangelho do Apóstolo João, no capítulo 12, versículo 32, a palavra do Divino Mestre, quando anuncia aos seguidores:

— «E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim.»

Semelhante afirmativa foi pronunciada por ele, depois da entrada jubilosa em Jerusalém.

Flores, alegria, triunfo.

Cabe-nos ponderar ainda que, nessa ocasião, o Embaixador Celestial havia sido o Divino Médico dos corpos e das almas. Havia restaurado paralíticos, cegos e leprosos, reconstituindo a esperança e a oportunidade de muitos... Estendera a Boa-Nova e passara pela transfiguração do Tabor...

Entretanto, Jesus ainda se considera como Missionário não erguido da Terra.

Indubitavelmente, aludia ao gênero de testemunho com que o dilacerariam, mas também ao sofrimento superado como acesso à vitória.

Reportava-se ao sacrifício como auréola da vida e destacava a cruz por símbolo de espiritualidade e ressurreição.

Induzia-nos o Senhor a aceitar as aflições do mundo, como recursos de soerguimento, e a receber nos pontos nevrálgicos do destino o ensejo de nossa própria recuperação.

Ninguém passará incólume entre as vicissitudes da Terra.

Todos aí pagamos o tributo da experiência, do crescimento, do resgate, da ascensão...

E arrojados ao pó do amolecimento moral, não atrairemos senão a piedade dos transeuntes e o enxurro do caminho, sem encorajar o trabalho e o bom ânimo dos outros, porque, de nós mesmos, teremos recusado a bênção da luta.

O Mestre, amoroso e decidido, ensinou-nos a usar o fracasso como chave de elevação.

Traído pelos homens, utilizou-se de semelhante decepção para demonstrar lealdade a Deus.

Atormentado, aproveitou a aflição para lecionar paciência e governo próprio.

Escarnecido, valeu-se da amargura íntima para exercer o perdão.

E, crucificado, fez da morte a revelação da vida eterna.

É imprescindível renunciar ao reconforto particular, para que a renovação nos acolha.

Todos nos sentimos tranqüilos e sorridentes, diante do céu sem nuvens, mas se a tempestade reponta, ameaçadora, eis que se nos desfazem as energias, qual se nossa fé não passasse de movimento sem substância.

Acomodamo-nos com a satisfação e abominamos o obstáculo.

No entanto, não seremos levantados do mundo, ainda mesmo quando estejamos no mundo fora do corpo físico, sem o triunfo sobre a nossa cruz, que, em nosso caso, foi talhada por nossos próprios erros, perante a Lei.

É por isso que nesta noite, em que a serenidade de Jesus como que envolve a Natureza toda, nesta hora em que o pensamento da coletividade cristã volve, comovido, para a recuada Jerusalém, é natural estabeleçamos no próprio coração o indispensável silêncio para ouvir a Mensagem do Evangelho que se agiganta nos séculos...

— «E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim.»

Enquanto o Senhor evidenciava apenas o poder sublime de que se fazia emissário, curando e consolando, poderia parecer um simples agente do Pai Celestial, em socorro das criaturas; mas atendendo aos desígnios do Altíssimo, na cruz da flagelação suprema, e confiando-se à renúncia total dos próprios desejos, não obstante vilipendiado e aparentemente vencido, afirmou o valor soberano de sua individualidade divina pela fidelidade ao seu ministério de amor universal e, desde então, alçado ao madeiro, continua atraindo a si as almas e as nações.

Içado à ignomínia por imposição de todos nós que lhe constituímos a família planetária, não denotou rebeldia, tristeza ou desânimo, encontrando, aliás, em nossa debilidade, mais forte motivo para estender-nos o tesouro da caridade e do perdão, passando, desde a cruz, não mais apenas a revigorar o corpo e a alma das criaturas, mas principalmente a atraí-las para o Reino Divino, cuja construção foi encetada e cujo acabamento está muito longe de terminar.

Assim sendo, quando erguidos pelo menos alguns milímetros da terra, através das pequeninas cruzes de nossos deveres, junto aos nossos irmãos de Humanidade, saibamos abençoar, ajudar, compreender, servir, aprender e progredir sempre.

Intranqüilidade, provação, sofrimento, são bases para que nos levantemos ao encontro do Senhor.

Roguemos, desse modo, a ele nos acrescente a coragem de apagar o incêndio da rebelião que nos retém prostrados no chão de nossas velhas fraquezas, retirando-nos, enfim, do cativeiro à inferioridade para trazer ao nosso novo modo de ser todos aqueles que convivem conosco, há milênios, aguardando de nossa alma o apelo vivo do entendimento e do amor.

E, reunindo nossas súplicas numa só vibração de fé, esperemos que a Bondade Divina nos agasalhe e abençoe.


pelo Espírito Osias Gonçalves - Do livro: Instruções Psicofônicas, Médium: Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

PALAVRAS DE JESUS À HUMANIDADE

Jesus falando à Humanidade

Vidência – Comecei a ver uma forte luz aumentando de tamanho e intensidade. Parecia já estar presente no lugar, mas estava se adensando cada vez mais, tomando forma de luz, para que eu pudesse distingui-la do restante. Depois, quando já estava bem densa, de certo ponto, outros pequenos focos de luz começaram a se individualizar, partindo do primeiro. Eram bem menores, mas também brilhavam. A emoção que sentia era indescritível um misto de admiração, veneração e doçura. Notei então que os focos de luz eram as projeções do Mestre Jesus e Seus Apóstolos. Envolvida na suave luz de Sua Presença, ouvi as palavras seguintes:


Vinde ter comigo! Eu Sou a chama que uma vez acesa, nunca se apaga.

Ninguém vai ao Pai senão por mim que Sou o Amor.

Tudo é paz em Minha Presença e nada vos pode abalar.

De tudo que conheceis, nada congrega maior valor do que o Amor que por vós devoto.

Cuido de vossos passos desde que vossa existência embrionária ainda se fazia nos planos mais sutis.

Das vidas que vivestes, em todas elas vos trouxe guiando. Quando errastes, caindo na lama pútrida, pérfido atoleiro da alma, estive ao vosso lado aguardando pacientemente vossa voz clamar por Mim, cuidei para que breve fosse o período, esforço derradeiro, para vos alçardes além das misérias mundanas.

Quando por fim, decidistes a caminhar, segui à vossa frente, iluminando vosso caminho para que não caísseis novamente.

Em vão foram muitas vozes e esforços, pois a despeito de Nossa Presença, quantas quedas sucessivas tivestes. E a cada uma, lá estava Eu, novamente, a vos aguardar.

Agora, convosco Estou e utilizando-Me da Bondade Magnânima do Pai, vos alcanço pelas palavras, que falam diretamente em vossas mentes. Podeis Me ouvir?

Há muito venho transmitindo Meus Ensinamentos. Tendes Me seguido?

Olhai, pobres enfermos, e vedes quão contaminada vossa túnica encontra-se. Breve, sereis convidados à grande festa e como havereis de comparecer portando tais vestimentas?

Depurai-a, conferindo valor àquilo que realmente tem. Amai-vos.

Desfaçai os ódios, afastai as diferenças, cultivai a alegria, para que refeitos da noite sombria, adentreis o alvorecer de um novo dia, libertos das lembranças torpes e dissabores de outrora.

Convosco Estive. Convosco Estou e convosco Estarei.

Por amor a vós me fiz presente na carne e por amor permaneço entre vós.

Sou Todo Amor por vós para que sejais transformados em Puro Amor, fonte cristalina de vossa mônada eterna.

Eis-Me ao vosso lado. Deem-Me vossas mãos e segui Comigo. Vamos juntos em direção às estrelas. Vós sois irmãos amados e por vós, velo sempre.

- Nesse momento Ele dirige-se ao Alto e diz:


Súplica de Jesus ao Pai pela Humanidade

Pai! Eu vos suplico por estes homens e mulheres. Suas crianças e velhos choram. Há doentes do corpo e doentes da alma. Eternizam-se no sofrimento quando o caminho é todo luz.

Ainda um pouco mais de tempo vos peço Senhor dos Mundos. Alguns poucos estão a ouvir. Falo a eles com todo amor e creio, saberão escutar-Me as palavras e entender-lhes o sentido.

Haverão de ajoelhar-se diante de Vossa Presença Maior. Dê-lhes, uma vez mais, a generosa oportunidade. Oh! Amor infinito!

Em Vossa Presença deposito Minha Pequena Vontade e a Vós rendo Minha Força.

Que se cumpra, acima de todas as coisas, Vossa Vontade.

Oh! Amor eterno!

Jesus Sananda

Retirado do Blog "Os Extra e Intra terrestres e o planeta Terra"

O APELO DIVINO - NÉIO LÚCIO - CHICO XAVIER


Reunidos os componentes habituais do grupo doméstico, o Senhor, de olhos melancólicos e lúcidos, surpreendendo, talvez, alguma nota de oculta revolta no coração dos ouvintes, falou, sublime:

— Amados, quem procura o Sol do Reino Divino há de armar-se de amor para vencer na grande batalha da luz contra as trevas. E para armazenar o amor no coração é indispensável ampliar as fontes da piedade.

Compadeçamo-nos dos príncipes; quem se eleva muito alto, sem apoio seguro, pode experimentar a queda em desfiladeiros tenebrosos.

Ajudemos aos escravos; quem se encontra nos espinheiros do vale pode perder-se na inconformação, antes de subir a montanha redentora.

Auxiliemos a criança; a erva tenra pode ser crestada, antes do sol do meio-dia.

Amparemos o velhinho; nem sempre a noite aparece abençoada de estrelas.

Estendamos mãos fraternas ao criminoso da estrada; o remorso é um vulcão devastador.

Ajudemos aquele que nos parece irrepreensível; há uma justiça infalível, acima dos círculos humanos, e nem sempre quem morre santificado aos olhos das criaturas surge santificado no Céu.

Amparemos quem ensina; os mestres são torturados pelas próprias lições que transmitem aos outros.

Socorramos aquele que aprende; o discípulo que estuda sem proveito, adquire pesada responsabilidade diante do Eterno.

Fortaleçamos quem é bom; na Terra, a ameaça do desânimo paira sobre todos.

Ajudemos o mau; o espírito endurecido pode fazer-se perverso.

Lembremo-nos dos aflitos, abraçando-os, fraternalmente; a dor, quando incompreendida, transforma-se em fogueira de angústia.

Auxiliemos as pessoas felizes; a tempestade costuma surpreender com a morte os viajores desavisados.

A saúde reclama cooperação para não arruinar-se.

A enfermidade precisa remédio para extinguir-se.

A administração pede socorro para não desmandar-se.

A obediência exige concurso amigo para subtrair-se ao desespero.

Enquanto o Reino do Senhor não brilhar no coração e na consciência das criaturas, a Terra será uma escola para os bons, um purgatório para os maus e um hospital doloroso para os doentes de toda sorte.

Sem a lâmpada acesa da compaixão fraternal, é impossível atender à Vontade Divina.

O primeiro passo da perfeição é o entendimento com o auxílio justo...

Interrompeu-se o Mestre, ante os companheiros emudecidos.

E porque os ouvintes se conservassem calados, de olhos marejados de pranto, Ele voltou à palavra, em prece, e suplicou ao Pai luz e socorro, paz e esclarecimento para ricos e pobres, senhores e escravos, sábios e ignorantes, bons e maus, grandes e pequenos...

Quando terminou a rogativa, as brisas do lago se agitaram, harmoniosas e brandas, como se a Natureza as colocasse em movimento na direção do Céu para conduzirem a súplica de Jesus ao Trono do Pai, além das estrelas...


Pelo Espírito Neio Lúcio - Do livro: Jesus no Lar, Médium: Francisco Cândido Xavier.

O PRÓXIMO E NÓS - EMMANUEL - CHICO XAVIER


Esperas ansiosamente encontrar o Senhor e um dia chegarás à Divina Presença; entretanto, antes de tudo, a vida te encaminha à presença do próximo, porque o próximo é sempre o degrau da bendita aproximação.

Mas quem é o meu próximo? - perguntarás decerto, qual ocorreu ao Doutor da Lei nas luzes da parábola.

Todavia, convém saber que, além do próximo mais próximo a quem nomeias como sendo o coração materno, o pai querido, o filho de nossa bênção, o irmão estimável e o amigo íntimo, no clima doméstico, o próximo é igualmente o homem que nunca vista, tanto aquele que te fixa indiferente em qualquer canto da rua. É a criança que passa, o chefe que te exige trabalho, o subordinado que te obedece, o sócio de ideal, o mendigo que te fala a distância...

É a pessoa que te impõe um problema, verificando-te a capacidade de auxílio; é quem te calunia, medindo-te a tolerância; quem te oferece alegria, anotando-te o equilíbrio; é a criatura que te induz à tentação, testando-te a resistência... É o companheiro que te solicita concurso fraterno, tanto quanto o inimigo que se sente incapaz de pedir-te o mais ligeiro favor.

Às vezes tem um nome familiar que te soa docemente aos ouvidos; de outras, é categorizado por ti à conta de adversário, que não te aprova o modo de ser. Em suma, o próximo é sempre o inspetor da vida que nos examina a posição da alma nos assuntos da Vida Eterna. Entre ele e nós se destacam sempre a necessidade e a oportunidade a que se referia Jesus na parábola inesquecível.

Isto porque o Bom Samaritano foi efetivamente o socorro para o irmão caído na estrada de Jerusalém para Jericó, mas o irmão tombado no caminho de Jerusalém para Jericó foi para o Bom Samaritano, o ponto de apoio para mais um degrau de avanço, no caminho para o encontro com Deus.


Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Rumo Certo, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sábado, 17 de outubro de 2015

DIA E NOITE - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

DIA E NOITE


Recorda que a tua noite é a continuação do teu dia.

Repousando o veiculo denso – o corpo a que te junges -, o viajor, que és tu mesmo, prossegue na romagem constante das horas.

E não te faltarão companheiros na sombra, a copiarem perfeitamente os companheiros que preferes perante a luz.

Se malbaratas o tempo em conversações infelizes, decerto avançarás, treva a dentro, intoxicando a ti mesmo com o verbo envenenador.

Se te comprazes no vicio, cerradas as janelas da visão na carruagem carnal, identificarás, junto de ti, quantos se alimentam à mesa do vampirismo.

Se te confias à cólera e à agressividade, tão logo te retires do campo físico partilharás o pesadelo dos que se nutrem de ódio e perseguição.

Se te agrada a idéia de enfermidade, em cujas teias te conformas, sem qualquer resistência, em favor do trabalho que te redimiria a imaginação, assim que te afastas do corpo, à influencia do sono, entrarás na companhia deplorável de doentes do espírito, que fazem da inércia a sua razão de ser.

Vale-te do dia para criar valores novos e substanciais que te enriqueçam a vida.

Lembra-te de que nossos laços inferiores com o passado não jazem de todo extintos e numerosos desafetos de ontem nos espreitam a invigilância de hoje para reconduzir-nos a novas flagelações amanhã e quase todos aguardam a escuridão para multiplicar apelos delituosos e sugestões infelizes.

Saibamos conquistar a noite, aproveitando os recursos do dia para estender o bem, porque no símbolo do sol e da sombra temos a imagem de vida e da morte, dependendo de nós mesmos fazer da existência um cântico de beleza e harmonia, fraternidade e trabalho, para que o termino de nossas tarefas represente abençoada renovação.


Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Caridade, Médium: Francisco Cândido Xavier.

PETIÇÃO DO SERVIDOR - ANDRÉ LUIZ - CHICO XAVIER

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

PETIÇÃO DO SERVIDOR

Senhor Jesus,

Quando me chames a doar algo do que tenha ou do que eu seja, se não puder oferecer o muito que devo, auxilia-me a entregar o pouco do que disponha.

Se eu não tiver essa ou aquela migalha de recursos materiais em favor dos companheiros em penúria, concede-me forças para dedicar-lhes algum momento de trabalho, sem qualquer idéia de recompensa.

Entretanto, Senhor, se o tempo vier a faltar-me para isso, ajuda-me a falar, no apoio aos irmãos que sofrem, a boa palavra que indique a senda do bem.

Se isso, ainda, não me for possível, guarda-me o silêncio na prece endereçada ao teu Infinito Amor, a rogar-te intercessão e socorro, porque, através da prece, enviar-nos-ás alguém que me substitua e que fará pelos outros muito mais e melhor.


pelo Espírito André Luiz - Do livro: Tempo de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sábado, 10 de outubro de 2015

BILHETES - BELMIRO BRAGA - CHICO XAVIER

Se tens o leve agasalho
Do santo calor da crença,
Exemplifica o trabalho
Sem cuidar da recompensa.

Não peças aprovação
Do mundo pobre e enganado,
Recorda que o mundo vão
É grande necessitado.

Vais procurar a ventura?
Toma cuidado: os caminhos
São crivados de amargura,
Atapetados de espinhos.

Acalma-te na aflição,
Modera-te na alegria,
Não prendas o coração
Nos laços da fantasia.

No curso de aquisições,
Não vivas correndo a esmo;
Esquece as inquietações,
Toma posse de ti mesmo.

Recorda que tua vida
É sempre uma grande escola;
Muita fronte encanecida
É fronte de criançola.

Não perguntes ao passado
Pela sombra, pela dor,
O caminho é ilimitado,
Eterna a fonte do amor.

Olha o monte luminoso,
Que símbolo sacrossanto!...
Quem desce é riso enganoso,
Quem sobe é suor e pranto.

Não te aflijas. A bonança
É flor de sabedoria,
Não te esqueças que a esperança
É a bênção de cada dia.

No impulso que te conduz,
Age sempre com bondade,
Todo esforço com Jesus
É vida na eternidade.

Pelo Espírito Belmiro Braga - Do livro: Parnaso de Além-Túmulo, Médium: Francisco Cândido Xavier.


CANTIGA DA ESPERANÇA - MARIA DOLORES - CHICO XAVIER

Alma querida,
Por mais que o mundo te atormente
A fé simples e boa,
Por mais te lance gelo na alma crente,
Na sombra que atraiçoa,
Alma sincera,
Escuta!...
Sofre, tolera, aprende, aperfeiçoa,
Porque de esfera a esfera,
Ninguém consegue a palma da vitória,
Sem apoio na luta.

Espera, que a esperança é a luz do mundo –
Oculta maravilha –
Que, em toda a parte, se revela e brilha
Para a glória do amor.
A noite espera o dia, a flor o fruto,
O espinho a rosa, o mármore o buril,
O próprio solo bruto
Espera o lavrador
Armado de atenção, arado e zelo...

O verme espera o sol para aquecê-lo.

A fonte amiga que se desentranha
Do coração de pedra da montanha,
Enquanto serve, passa e se incorpora
Aos encargos do rio que a devora,
E espera descansar,
Quando chegue escondida
A paz da grande vida
Que há no seio do mar.

Seja o que for
Que venhas a sofrer,
Abraça o lema regenerador
Do perdão por dever.

Leva pacientemente o fardo que te leva,
Entre o rugir do vento e o praguejar da treva...
Abençoa em caminho
Os açoites da angustias em torvo redemoinho;
Onde não passas, coração
E segue sem parar,
Amando, restaurando, redimindo...

Edificando, em suma,
Não te revoltes contra coisa alguma!...

Ao vir a tarde mansa,
Na doce quietação crepuscular,
Quando a graça do corpo tomba e finda,
Verás como foi alta, nobre e linda
A ventura de esperar.

E, enquanto a noite avança
Para dar-te as visões de uma alvorada nova,
Nas asas da esperança,
Bendirás a amargura, a dor e a prova,
Agradecendo a Terra a bênção de entendê-las.
Subiras, subiras
Para o ninho da luz nas estâncias da paz,
Que te aguarda, tecido em radiações de estrelas!...

Então, compreenderas
Que, além do mais Além –
No Coração da Altura –
Deus trabalha, Deus sonha, Deus procura,
Deus espera também!...


pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: Antologia da Espiritualidade, Médium: Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

APOIO DIVINO - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Seja onde seja, recorda que Deus está sempre em nós e agindo por nós.

Para assegurar-nos, quanto a isso, bastar-nos-á a prática da oração, mesmo ligeira ou inarticulada, que desenvolverá em nós outros a convicção da presença divina, em todas as faixas da existência.

Certamente, a prece não se fará seguida de demonstrações espetaculares, nem de transformações externas imprevistas.

Pensa, todavia, no amparo de Deus e, em todos os episódios da estrada, senti-lo-ás contigo no silêncio do coração.

Nos obstáculos de ordem material, esse apoio não te chegará na obtenção do dinheiro fácil que te solva os compromissos, mas na força para trabalhar a fim de que os recursos necessários te venham às mãos; na hora de dúvida, não te virá em fórmulas verbais diretas que te anulem o livre arbítrio e sim na inspiração exata que te ajude a tomar as decisões indispensáveis à paz da própria consciência; nos momentos de inquietação, não surgirá em acontecimentos especiais que te afastem dos testemunhos de fé, mas percebê-los-ás contigo em forma de segurança e bom animo, na travessia da aflição; nos dias em que o mal te pareça derrotar a golpes de incompreensão ou de injúria, não se te expressará configurado em favores de exceção que te retirem dos ombros a carga das provas redentoras e sim na energia bendita da fé viva que te restaure a esperança, revestindo-te de coragem, a fim de que não esmoreças na rude jornada, em direção à vida nova.

Seja qual seja a dificuldade em que te vejas ou a provação que experimentes, recorda que Deus está contigo e nada te faltará, nos domínios do socorro e da bênção, para que atravesses todos os túneis de tribulação e de sombra, ao encontro da paz e a caminho da luz.


Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Rumo Certo, Médium: Francisco Cândido Xavier.


domingo, 4 de outubro de 2015

BILHETE A JESUS - IRMÃO X - CHICO XAVIER

Senhor Jesus, enquanto a alegria do Natal acende luzes novas nos lares festivos, torno à velha Palestina, revendo, com os olhos da imaginação, a paisagem de tua vinda...

Roma estendia fronteira no Nilo, no Eufrates, no Reno, no Tamisa, no Danúbio, no Mar Morto, no Lago de Genezaré, nas areias do Saara. César “sossegava e protegia” os
habitantes das zonas mais remotas, aliciando a simpatia dos príncipes regionais, Todos os deuses indígenas cediam a Júpiter, o dono do Olimpo, de que as águias dominadoras se faziam emissárias, tremulando no topo das galeras, cheias de senhores e de escravos.

Lembras-te, Senhor, de que se fazia uma grande estatística, por ordem de Augusto, o Divino?

Otávio, cercado de assessores inteligentes, intensificava a centralização no mundo romano, reorganizando a administração na esfera dos serviços públicos. As circunscrições censitárias na Judéia enchiam-se de funcionários exigentes. Cadastravam-se famílias, propriedades, indústrias. E José e Maria também se locomoveram, com os demais, para atender as determinações. A sensibilidade israelita poderia manter-se a distancia do culto de César, resistindo ao incenso com que se mareava a passagem dos triunfadores, em púrpura sanguinolenta, mas a experiência judaica, estruturada em suor e lágrimas, não se esquivaria à obediência, perante os regulamentos políticos. As estalagens, no entanto, estavam repletas e não conseguiram lugar.

Em razão disso, a estrela gloriosa, que te assinalou a chegada, não brilhou sobre templos ou residências de relevo. Apenas a manjedoura singela ofereceu-te conforto e guarida.

Homens e mulheres faziam estatísticos minuciosos de haveres e interesses. Se o governo imperial decretava o recenseamento para reajustar observações e tributos, os governados da província alinhavam medidas, imprimindo modificações aos quadros da vida comum, para se subtraírem, de alguma sorte, às exigências. Permutavam-se cabras e camelos, terras e casas, reduzidos parques agrícolas e pequenas indústrias.

Haveria espaço mental para a meditação nas profecias? Para cumprir o dever religioso, não bastava comparecer ao Templo de Jerusalém, nos dias solenes, oferecer os sacrifícios prescritos e prosternar-se ante a oferenda sagrada, ao ressoar das trombetas?

Razoável, portanto, examinar os melhores recursos e burlar as requisições do romano dominador. A fração do povo eleito, que se aglomerava na cidade de David, lia os textos sagrados, recitava salmos e tomava apressado conselho aos livros da sabedoria; entretanto, não considerava pecado matar o tempo em disputas e conversações infindáveis ou enganar o próximo com a elegância possível.

Por essa razão, Senhor, quem gastaria alguns minutos para advogar proteção a Maria e José? Eles traziam a sinceridade dos que andam contigo, falavam de visitas de anjos, de vozes do céu, e o mundo palestinense estava absorvido no apego fanático aos bens imediatos. Comentavam-se, apaixonadamente, as listas e informações alusivas a rebanhos e fazendas. Às narrações do sonho de José ou da experiência de Zacarias, prefeririam noticiário referente à produção de farinha ou ao rendimento de pomares...

Todavia, para entregar à Humanidade a divina mensagem de que te fizeste o Depositário Fiel, não te feriste ao choque da indiferença. Começaste, assim mesmo na manjedoura humilde; o apostolado de bênçãos eternas. O Evangelho iniciou a primeira página viva da revelação nova na estrebaria singela. A Natureza foi o primeiro marco de tua batalha multissecular da luz contra as trevas.

E enquanto prossegues, conquistando, palmo a palmo, o espírito do mundo, os homens continuam fazendo estatísticas inumeráveis...

Aos censos de Otávio, seguiram-se os de Tibério, aos de Tibério sucederam-se arrolamentos de outros dominadores. Depois do poderio romano fragmentado, outras organizações autoritárias apareceram não menos tirânicas. Dilataram-se os serviços censitários, em toda à parte.

As nações modernas não fazem outra coisa além da extensão do poder, melhorando a estatística que lhes diz respeito.

Inventariavam-se, na antiga Judéia, ovelhas e jumentos, camelos e bois. Hoje, porém, Jesus, o arrolamento é muito mais importante. Com o aperfeiçoamento da guerra, o censo é vital nas decisões administrativas. Antes da carnificina, arregimentam-se estatísticas de canhões, tanques e navios, aviões, metralhadoras e fuzis. Enumeram-se homens, por cabeça, no serviço preparatório dos massacres e, em seguida, anotam-se feridos e mutilados. Isso, nas vanguardas de sangue, porque, na retaguarda, o inventário dos grandes e pequenos negócios é talvez mais ativo.Há, corridas de arma- mentos e bancos, valorização e desvalorização de bens móveis e imóveis, câmbio claro e câmbio escuro, concorrência leal e desleal, mercado honesto e clandestino, tudo de acordo com as estatísticas prévias que autorizam providências administrativas e regem o mecanismo da troca.

Nós sabemos que não condenas o ato de contar. Aconselhaste-nos nesse sentido, recomendando que ninguém deve abalançar-se a qualquer construção, antes de contas rigorosas, a fim de que a obra não permaneça inacabada. Entretanto, estamos entediados de tanto recenseamento para a morte, porque, em verdade, nunca esteve a casa dos, homens tão rica e tão pobre, tão, faiscante de esplendores e tão mergulhada nas trevas, tão venturosa e tão infeliz, como agora.

Desejávamos, Mestre, arrolar as edificações da fé, os serviços da esperança, os valores da caridade contudo, somos ainda muito poucos no setor de interesse pelos sonhos reveladores e pelas vozes do céu. Apesar disso, sabemos que os homens, fanatizados pela estatística das formas perecíveis, examinam os gráficos, de olhos preocupados, mas erguem corações ao alto, amargurados e tristes, movimentam-se entre tabelas e números, mas torturados pela sede de infinito...

Quem sabe, Senhor, poderia voltar, consolidando a tua glória, como fizeste há quase vinte séculos?! Entretanto, não nos atrevemos ao convite direto. As estalagens do mundo estão ainda repletas de gente negociando bens transitórios e melhorando o inventário das posses exteriores. Os governos estão empenhados em orçamentos e tributos. Os crentes pousam olhos apressados em teu Evangelho de Redenção e repetem fórmulas verbais, como os judeus de outro tempo, que mastigavam a Lei sem diferi-la. Quase certo que não encontrarias lugar, entre as criaturas. E não desejamos que regresses, de novo, para nascer num estábulo, trabalhar à beira das águas, ministrar a revelação em casas e barcas de empréstimo e morrer flagelado na cruz. Trabalharemos para que a tua glória brilhe entre os homens, para que a tua luz se faça nas consciências, porque, em verdade, Senhor, que adiantaria o teu retorno se a estatística das coisas santas não oferece a menor garantia. De vitória próxima? Como insistir pela tua volta pessoal e direta se na esfera dos homens ainda não existe lugar onde possas nascer, trabalhar e morrer?


Pelo Espírito Irmão X - Do livro: Luz Acima, Médium: Francisco Cândido Xavier.


sexta-feira, 25 de setembro de 2015

NO LAR - EMMANUEL - CHICO XAVIER


Não olvides que teu filho, sendo a materialização de teu sonho, é também tua obra na Terra.

Às vezes é um lírio que plantaste no tempo; contudo, na maioria das ocasiões, é um fragmento de mármore que deixaste à distância.

Flor que te pode encorajar ou pedra que te pode ferir.

Recebe-o, pois, como quem encontra a oportunidade mais santa de trabalho no mundo.

Não lhe abandones o espírito à liberdade absoluta, para que se não perca ao longo da estrada, e nem cometas a loucura de encarcerá-lo em teus pontos de vista, para que o teu exclusivismo não lhe desfigure as qualidades inatas para o infinito bem.

Ajuda-o, acima de tudo, a crescer para o ideal superior, assim como auxilias a árvore nascente, em ímpeto ascensional para a luz.

Livra-o das deformidades mentais, tanto quanto proteges o vegetal proveitoso contra a invasão da erva sufocante.

Ser pai é ser colaborador efetivo de Deus, na Criação.

Receber um filho é deter entre os homens o mais sagrado depósito.

Não desertes, assim, da abnegação em que deves empenhar todas as forças peculiares à própria vida, a fim de que o rebento de tuas aspirações humanas se faça legítimo sucessor dos teus mais íntimos anseios de elevação.

O lar, na Terra, ainda é o ponto de convergência do passado. Dentro dele, entre as quatro paredes que lhe constituem a expressão no espaço, recebemos todos os serviços que o tempo nos impõe, habilitando-nos ao título de cidadãos do mundo.

Exercitemos, desse modo, o amor e o serviço, a humildade e o devotamento, no templo familiar, à frente de nossos amigos ou adversários do pretérito transformados hoje em nossos parentes ou em nossos filhos, e estaremos alcançando nos problemas da eternidade a mais alta e a mais sublime equação.


Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Luz no Lar, Médium: Francisco Cândido Xavier.


NA VIAGEM DO MUNDO - DALVA DE ASSIS - CHICO XAVIER

«Quem me segue não anda em trevas...» — prometeu-nos o Eterno Amigo.

Se avanças, assim, em companhia do Mestre, sob o nevoeiro do mundo, muitas vezes serás interpelado pela sombra, através daqueles que te palmilham a senda.

Em plena estrada, dir-te-á pelo rebelde!
- Perdão é covardia.
O ódio alimenta.
Incendeia o caminho.
Oprime e passa.

Dir-te-á pelo ambicioso:
— Não cogites dos meios para alcançar os fins.
Dar é tolice.
O interesse acima de tudo.
Mais vale um vintém na Terra que um tesouro nos Céus.

Exclamará para os teus ouvidos pela boca dos viciosos:
— Nada além da carne.
Come e bebe.
Goza o dia.
Embriaga-te e esquece.

Exortar-te-á pelo usurário:
— Não desdenhes a bolsa farta.
Serviço é privilégio da ignorância.
Migalha bem furtada, riqueza justa.
Ajuda a ti mesmo, antes que os outros te desajudem.

Dir-te-á pelo pessimista:
— Nada mais a fazer.
Que te importa o destino?
Não vale a pena...
Tudo é ilusão.

Exortar-te-á pelos filhos do orgulho:
— Jamais te humilhes.
O mundo é teu.
Nada além de ti mesmo.
Vence e domina.

Em teu santuário de serviço, dir-te-á pelo chefe:
— Não reclames.
Obedece e cala-te.
Estou fatigado...
Não me perturbes.

Pela voz do subordinado, gritará, inquietante:
— Não te aproximes.
Não te suporto.
Pagar-me-ás a injustiça.
Maldito sejas.

E acentuará pela boca do companheiro:
— Desaparece.
Não me aborreças.
Estou farto.
A culpa é tua...

Em casa, dir-te-á pelos mais amados:
— És a nossa vergonha.
Enlouqueceste...
Que fizeste de nós?
Não passas de um fraco...

Mas, no imo dalma, escutarás a palavra do Senhor, na acústica do coração:
— Brilhe tua luz.
Ama sem exigência.
Serve a todos.
Ampara indistintamente.
Não desesperes.
Tem bom ânimo.
Ora pelos adversários.
Ajuda a quem te calunia.
Perdoa setenta vezes sete.
A quem te pedir a túnica, oferece também a capa.
Ao que te pedir a jornada de mil passos, caminha com ele dois mil.
Renúncia é conquista.
A dor é bênção.
Sacrifício é glória.
O trabalho é superação.
A luta é pão da vida.
A cruz é triunfo.
A morte é ressurreição.

Se souberes ouvir o Celeste Orientador, aprenderás servindo e servirás amando...

E, reconhecendo a tua condição de simples viajante no mundo, usarás, cada dia, a bússola da bondade e da fé, no divino silêncio, nutrindo a certeza de que aportarás, amanhã, sob a inspiração de Jesus, na grande praia da verdade, onde encontrarás, enfim, a tua Vitória Eterna.


pelo Espírito Dalva de Assis - Do livro: Instruções Psicofônicas, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sábado, 12 de setembro de 2015

REFLEXÕES SOBRE A HUMILDADE - JOANNA DE ÂNGELIS - DIVALDO PEREIRA FRANCO


A humildade é uma virtude de difícil aquisição, por exigir esforço para superar-se os instintos que predominam em a natureza humana, especialmente o da sobrevivência.

Ao materialismo devem-se muitos males, entre os quais aqueles que defluem dos estímulos e aplicações pedagógicas em favor do ego e das suas mazelas. Há uma preocupação ancestral dedicada à formação do caráter que privilegia a força pessoal, o destaque, a independência, o poder. Essa preocupação em torno dos falsos conceitos de que o homem não chora, o forte prevalece, o vitorioso é aquele que soube resguardar-se, distante dos problemas alheios, demonstra que esses são elementos perniciosos e que se opõem à humildade.

Cuida-se de condicionar o educando à presunção, ao orgulho das suas conquistas em detrimento da fragilidade de que todos os seres são formados.

Uma insignificante picada de um instrumento infectado interrompe uma vida esplendorosa e um ser triunfante.

Modesto mosquito transmite vírus terríveis que devoram existências poderosas.

Bastaria ligeira reflexão para a criatura humana dar-se conta da sua fraqueza ante as forças da Vida e os fatores destrutivos que pululam em toda parte.

No sentido inverso, a grandeza cósmica que o deslumbra, pode dar-lhe dimensão da sua pequenez, levando-o a considerações profundas quanto ao significado existencial.

A humildade é virtude essencial para uma jornada feliz na Terra. Mediante a sua presença, percebe-se quanto se deve trabalhar o íntimo para aformosear-se as aspirações e avançar-se na solidariedade como fundamental comportamento para o equilíbrio.

Analisando-se as conquistas conseguidas pela ciência e tecnologia, ao invés da presunção ingênua, perceber o infinito de possibilidades a conhecer e de enigmas a solucionar.

O deslumbramento inicial pode levar o rei da criação, dito ser a criatura humana, a esse estado de orgulho infantil que o ilude a respeito dos poderes que lhe estão ao alcance das mãos para a glória e o prazer, sempre relativos, da sua breve caminhada entre o berço e o túmulo.

A vã ilusão de potência e domínio na mocidade e idade adulta dilui-se quando as energias diminuem na velhice e nos períodos de enfermidade, confirmando-lhe a fragilidade acima de toda e qualquer robustez.

A maioria dos Hércules e Vênus do culto ao corpo, passado o período específico dos esportes e dos exercícios exaustivos, da alimentação sob rígido controle, tomba nos graves problemas cardiológicos e outros que o excesso de técnicas e de substâncias que contribuem para a beleza exterior, que agora se transforma em degenerescência e debilidade.

A experiência terrestre tem como essencial a finalidade do autodescobrimento, do sentido de existir, do desenvolvimento da inteligência e do Si profundo.

Utilizar-se das ocorrências para aprimorar-se é o programa da Vida para todos.

Jesus, que é o protótipo da perfeição e da beleza de que se tem notícia, apagou a Sua grandeza na humildade para ensinar a vitória sobre as paixões inferiores.

Deu o exemplo máximo da Sua elevação na última ceia quando, cingindo-se com uma toalha, lavou os pés dos discípulos, demonstrando que sendo o Senhor fazia-se servo para todos.

Incompreendido por Pedro, que se Lhe recusara, explicou-Lhe que se o não fizesse nada teria com Ele, e o apóstolo emocionado entregou-se-Lhe em totalidade.

A grandeza do Seu gesto demonstra a força moral, o Seu poder de servir, deixando a lição perene como advertência e orientação.

Cuida de penetrar-te até às nascentes do coração, para que a mosca azul da vaidade não pouse na tua insignificância.

Busca a simplicidade e a compreensão existenciais, tendo em vista que tudo mais é transitório e tem somente o valor que lhe atribuis.

Faze-te acessível e atento para aprender com os pobres de espírito a forma de enriquecer-te de humildade e de paz.

Nunca disputes projeção e destaque, recordando o ensinamento de Jesus, quando informou que os primeiros serão os últimos e estes serão os primeiros.

Afeiçoa-te ao anonimato, não deixando sinais do bem que faças, a fim de que não sejas exaltado, qual ocorre com muitos fúteis e irresponsáveis, que são louvados e bajulados sem mérito real.

Mas não penses que humildade é menosprezo, desconsideração por si mesmo, subalternidade, escondendo conflitos de inferioridade.

A verdadeira humildade permite o autoconhecimento em torno dos valores que são legítimos no ser, sem os exaltar nem se engrandecer, compreendendo o quanto ainda necessitas para atingir o ideal, tendo o prazer de sacrificar-se pelo conseguir.

Muitos Espíritos reencarnaram-se com nobres missões e falharam, porque se ensoberbeceram e se permitiram as glórias terrenas que os frustraram, abandonando-os na etapa final da vida.

Recorda-te daqueles outros que se apagaram na humildade, adotando o sacrifício e a abnegação, edificando o bem em vidas incontáveis.

Bem-aventurados os humildes de coração e ricos de amor, porque eles fruirão a plenitude.


pelo Espírito Joanna de Ângelis - Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 10 de agosto de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=340

terça-feira, 8 de setembro de 2015

PROMOVENDO O AMOR E A PAZ

Que esta mensagem chegue com nossas melhores vibrações de Paz e Saúde!!
Obrigado pela companhia!!!
Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

PROMOVENDO O AMOR E A PAZ


O Brasil, nascido sob o símbolo da cruz, sempre foi tido como uma pátria de amor, de solidariedade e de paz, conforme planejou Jesus.

Uma grande casa, que nunca se recusou a receber os irmãos, vindos de todas as regiões do mundo, acolhendo-os com fraternidade.

O brasileiro traz em si um tempero especial, que são as marcas da miscigenação de raças totalmente diferentes, onde colaboraram o índio, o negro, o branco.

Desde as primeiras orações aqui proferidas, quando do seu descobrimento, o Evangelho de Jesus repercutiu no coração dos brasileiros, que demonstram suas vinculações religiosas.

Nem por isso deixamos de passar por momentos difíceis, nessa caminhada de desafios constantes.

Atualmente, nos encontramos envolvidos por uma onda de pessimismo, mais ou menos geral, frente aos embates que o país atravessa.

Há urgente necessidade de que a fé, a esperança e o otimismo renasçam nos corações.

A onda de pessimismo é tão grande que, mesmo aqueles que estão bem intencionados, veem-se tolhidos em seus propósitos, sufocados nos seus anseios.

É preciso modificar esse clima espiritual.

É imperioso que o sopro renovador de confiança, de fé nos altos destinos de nossa nação varra para longe os miasmas do desalento e do desânimo.

É necessário abrir clareiras e espaços para que brilhe a luz da esperança.

Para isso, necessitamos do suporte da fé para seguirmos firmes na caminhada, não permitindo nos desequilibrarmos frente ao desafio;

Termos confiança nos altos destinos de nossa nação; auxiliarmos com pensamentos positivos e otimistas.

Será através da esperança e da fé que conseguiremos juntar as forças de nosso povo sofrido e cansado, para superar esta fase.

O desânimo e seus companheiros, o desalento, a descrença, a incerteza, o pessimismo andam juntos, enfraquecendo o indivíduo, os grupos, a própria comunidade.

São como o cupim a corroer, no silêncio, as estruturas.

Não permitamos que esses sentimentos negativos nos invadam o ser.

Sabemos que não estamos abandonados pela bondade celestial, apenas passamos por provas necessárias a enrijecer nossas fibras morais.

Todos podemos contribuir com pensamentos de amor e de paz, de união e de esperança, formando barreiras de luz para estancar esse vírus de negativismo.

São essas forças que impelem o indivíduo ao trabalho, a acreditar em si mesmo, no seu próprio valor e capacidade.

São essas forças que o levam a crer e lutar por um futuro melhor.

Que o nosso pensar, nosso falar e nosso agir, representem fielmente o que desejamos.

E não esqueçamos de que, se o Brasil “é o coração do mundo”, somente será a “pátria do Evangelho” se este Evangelho estiver sendo sentido e vivido por cada um de nós.


Por Redação do Momento Espírita, com base na Mensagem de esperança, pelo Espírito Eurípedes Barsanulfo, psicografia de Suely Caldas Schubert, recepcionada no Centro Espírita Ivon Costa, em Juiz de Fora, MG, em 14.9.1983. Do

domingo, 6 de setembro de 2015

CELINA - MARIA JOÃO DE DEUS - CHICO XAVIER

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP



Quando elevamos ao céu nosso olhar suplicante, há para todos nós, os que se afligem na provação, uma carinhosa e compassiva Mãe que nos ampara e consola...

Compadece-se de nossa dor, contempla-nos com misericórdia e manda-nos então o anjo da sua bondade, para balsamizar nossos padecimentos...

É Celina, a suave mensageira da Virgem, a Mãe de todas as mães, o gênio tutelar da humanidade sofredora...

Quando o pranto aflora nos olhos das que são filhas e irmãs, das que são esposas e mães na Terra, no coração das quais, muitas vezes, se concentra a amargura, vem Celina e toma-as nos seus braços de névoa resplandecente e, através dos ouvidos da consciência, lhes diz com brandura:

“Veio a dor bater à vossa porta? Coragem... Não desanimeis nas ásperas lutas que objetivam vosso aprimoramento moral. Pensai nAquela que teve sua alma recortada de martírios, lacerada de sofrimentos, atormentada de angústias.

Ela se desvela do céu por todas aquelas almas que escolheram sua pegadas de Mãe amorosa e compassiva.

Foi ela que, escutando a oração de vossa fé, me enviou para que eu vos desse as flores de seu amor sacrossanto, portadoras da paz, da humildade e, sobretudo, da paciência: porque o acaso não existe e tudo na vida obedece a uma lei inteligente de causalidade que foge aos vossos olhos, que se sentem impossibilitados de ver toda a verdade: Tomai minhas mãos!

Cumpri austeramente, fechai vossos olhos àquilo que pode obstar vossos passos para a luz e caminhai comigo. Os anos são minúsculas frações de tempo e, um dia, sem vos deterdes com o cansaço, chegareis ao pé dAquela que é vossa Mãe desvelada de todos os instantes!...”

E todas aquelas que ouvem, sentem-se sustentadas por braços tutelares, na noite escura das dores, e vertendo lágrimas amargosas, preparam-se e se iluminam na pedregosa senda da virtude para respirar os ares felizes do encantado país onde desabrocham os lírios maravilhosos da esperança!


pelo Espírito Maria João de Deus - Do livro: Mãe, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

IMAGINEMOS - MARIA DOLORES - CHICO XAVIER

Sofres e lutas?
Alma fraterna, enquanto aqui me escutas,
Imagina a caudal de sofrimentos
Que rola pelo mundo...
Pensa nos dias lentos
Dos que gemem a sós, de segundo a segundo,
Do pardieiro humilde aos grandes hospitais...

Se, em verdade, pudesses
Contar as lágrimas e as preces
Que surgem sem cessar
Nos que faceiam duras provações
Sem apoio e sem lar,
Carregando nos próprios corações
Inquietação, angústia, sombra, desventura...

Se pudesses somar
As chagas, os desgostos e os gemidos
Na alma triste e insegura
Dos irmãos perseguidos
Por pedradas da injúria e açoites do pesar...

Se enumerasses todas as crianças
Que por falta do amor a que te elevas,
Sofrem deformações, suplícios e mudanças,
Da infância rejeitada à revolta nas trevas.

Se pudesses fitar, analisar, transpor,
No caminho em que avanças
Aflições que talvez nunca enxergaste em derredor,
Certo que a tua dor
Ficaria menor.


Pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: A Vida Conta, Médium: Francisco Cândido Xavier.

OUVIR DEUS - BASEADO EM JOANNA DE ÂNGELIS, POR DIVALDO FRANCO


São muitos os que recorremos a Deus nas horas difíceis.

As dores que nos chegam, os desafios que a vida propõe, dificuldades que parecem intransponíveis.

Nenhum de nós se pode dizer imune a dias tempestuosos, isento de tribulações intensas, dessas capazes de tirar o chão que pisamos.

Para uns, é o amor que partiu de retorno ao mundo espiritual, deixando imensa e pungente ausência.

Para outros, a doença que se instala irreversível, minando a saúde, desmoronando planos futuros, obrigando a repensar as páginas próximas da vida.

E tantos que se desesperam pelas dificuldades financeiras, pelo emprego que não surge, pelas necessidades materiais que se avolumam.

Nessas horas, com o coração transbordando de desespero, as esperanças minguando e a mente atribulada, recordamos de buscar a Deus.

Alguns, através das orações repetidas incessantemente, quase como um mantra, convidando e provocando a concentração.

Outros nos despimos das fórmulas prontas, para fazer da oração a conversa com o Pai. Diálogo informal, livre, como um desabafo.

Outros ainda, mal conseguindo formular ou organizar o pensamento, apenas suplicamos ao Pai orientação, discernimento, roteiro ou rumo.

E assim mesmo devemos fazer. Nas dificuldades maiores, não há melhor refúgio do que a oração.

Não existe melhor conselheira do que a prece, não há melhor possibilidade do que a busca de inspiração junto ao Pai.

Porém, em nosso desespero, esperamos a resposta imediata.

À prece, muitas vezes se segue a ansiedade, na expectativa de que as respostas cheguem, explícitas, claras, palpáveis.

No transbordar de nossas necessidades, quando não desespero, ansiamos pela resposta rápida da Divindade.

Esquecemos de que Deus precisa do nosso silêncio a fim de Se fazer ouvir em nossos corações.

Dessa forma, após a rogativa ao Pai, guardemo-nos em silêncio interior.

Refugiemo-nos da balbúrdia externa. Busquemos diminuir o tumulto interno que carregamos.

Somente assim, no silêncio da alma, conseguiremos escutar a resposta de Deus.

Somente quando mergulharmos em nosso mundo íntimo, teremos a possibilidade de encontrar esse alimento básico, sustentador da vida, que provém de Deus.

Após as nossas preces, busquemos nos guardar em nosso mundo íntimo.

Refugiemo-nos na fé, na certeza de que o Pai nos oferecerá o melhor, no momento certo, na medida adequada.

E ali, em nossa intimidade, Deus nos trará as respostas e a tranquilidade para nossos anseios.

Mesmo Jesus, na Sua pureza incomparável, buscava o silêncio interior, após a jornada estafante junto à turba, a fim de reencontrar-Se com Deus.

Façamos o mesmo. Busquemos o silêncio íntimo a fim de que possamos ouvir Deus, e possamos entender a Sua resposta aos nossos pedidos e necessidades.


Por Redação do Momento Espírita, com base na mensagem Silêncio para ouvir Deus, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 9 de fevereiro de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4551&stat=0.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

TRAGÉDIA NO CIRCO - IRMÃO X - CHICO XAVIER

Naquela noite, da época recuada de 177, o “concilium” de Lião regurgitava de povo.

Não se tratava de nenhuma das assembléias tradicionais da Gália, junto ao altar do Imperador, e sim de compacto ajuntamento.

Marco Aurélio reinava, piedoso, e. Embora não houvesse lavrado qualquer rescrito em prejuízo maior dos cristãos, permitira se aplicassem na cidade, com o máximo rigor, todas as leis existentes contra eles.

A matança, por isso, perdurava, terrível.

Ninguém examinava necessidades ou condições. Mulheres e crianças, velhos e doente, tanto quanto homens válidos e personalidades prestigiosas, que se declarassem fiéis ao Nazareno, eram detidos, torturados e eliminados sumariamente.

Através do espesso casario, a montante da confluência do Ródano e do Saône, multiplicavam-se prisões, e no sopé da encosta, mais tarde conhecida como colina de Fourviére, improvisara-se grande circo, levantando-se altas paliçadas em torno de enorme arena.

As pessoas representativas do mundo lionês eram sacrificadas no lar ou barbaramente espancadas no campo, enviando-se os desfavorecidos da fortuna, inclusive grande massa de escravos, ao regozijo público.

As feras pareciam agora entorpecidas, após massacrarem milhares de vítimas, nas mandíbulas sanguinolentas. Em razão disso, inventavam-se tormentos novos.

Verdugos inconscientes ideavam estranhos suplícios.

Senhoras cultas e meninas ingênuas eram desrespeitadas antes que lhes decepassem a cabeça, anciães indefesos viam-se chicoteados até a morte. Meninos apartados do reduto familiar eram vendidos a mercadores em trânsito, para servirem de alimárias domésticas em províncias distantes, e nobres senhores tombavam assassinados nas próprias vinhas.

Mais de vinte mil pessoas já haviam sido mortas.

Naquela noite, a que acima nos referimos, anunciou-se para o dia seguinte a chegada de Lúcio Galo, famoso cabo de guerra, que desfrutava atenções especiais do Imperador por se haver distinguido contra a usurpação do general Avídio Cássio, e que se inclinava agora a merecido repouso.

Imaginaram-se, para logo, comemorações a caráter.

Por esse motivo, enquanto lá fora se acotovelavam gladiadores e jograis, o patrício Álcio Plancus, que se dizia descendente do fundador da cidade, presidia a reunião, a pedido do Propretor, programando os festejos.

- Além das saudações, diante dos carros que chegarão de Viena – dizia, algo tocado pelo vinho abundante -, é preciso que o circo nos dê alguma cena de exceção... O lutador Setímio poderia arregimentar os melhores homens; contudo, não bastaria renovar o quadro de atletas...

- A equipe de dançarinas nunca esteve melhor – aventou Caio Marcelino, antigo legionário da Bretanha que se enriquecera no saque.

- Sim, sim... – concordou Álcio – instruiremos Musônia para que os bailados permaneçam à altura...

- Providenciaremos um encontro de auroques – lembrou Pérsio Níger.

- Auroques! Auroques!... – clamou a turba em aprovação.

- Excelente lembrança! – falou Plancus em voz mais alta – mas, em consideração ao visitante, é imperioso acrescentar alguma novidade que Roma não conheça...

Um grito horrível nasceu da assembléia;

- Cristãos às feras! cristãos às feras!

Asserenado o vozerio, tornou o chefe do conselho:

- Isso não constitui novidade! E há circunstâncias desfavoráveis. Os leões recém-chegados da África estão preguiçosos...

Sorriu com malícia e chasqueou:

- Claro que surpreenderam, nos últimos dias, tentações e viandas que o própio Lúculo jamais encontrou no conforto de sua casa...

Depois das gargalhadas gerais, Álcio continuou, irônico:

- Ouvi, porém, alguns companheiros, ainda hoje, e apresentaremos um plano que espero resulte certo. Poderíamos reunir, nesta noite, aproximadamente mil crianças e mulheres cristãs, guardando-as nos cárceres... E, amanhã, coroando as homenagens, ajuntá-las-emos na arena, molhada de resinas e devidamente cercada de farpas embebidas em óleo, deixando apenas passagem estreita para a liberação das mais fortes. Depois de mostradas festivamente em público, incendiaremos toda a área, deitando sobre elas os velhos cavalos que já não sirvam aos nossos jogos... Realmente, as chamas e as patas dos animais formarão muitos lances inéditos...

- Muito bem! Muito bem! – reuniu a multidão, de ponta a ponta do átrio.

- Urge o tempo – gritou Plancus – e precisamos do concurso de todos... Não possuímos guardas suficientes.

E erguendo ainda mais o tom de voz:

- Levante a mão direita quem esteja disposto a cooperar.

Centenas de circunstantes, incluindo mulheres robustas, mostraram destra ao alto, aplaudindo em delírio.

Encorajado pelo entusiasmo geral, e desejando distribuir a tarefa com todos os voluntários, o dirigente da noite enunciou, sarcástico e inflexível:

- Cada um de nós traga um... Essas pragas jazem escondidas por toda a parte... Caçá-las e exterminá-las é o serviço da hora...

Durante a noite inteira, mais de mil pessoas, ávidas de crueldade, vasculharam residências humildes e, no dia subsequente, ao Sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, no fim de soberbo espetáculo, encontraram a morte, queimadas nas chamas alteadas ao sopro do vento, ou despedaçadas pelos cavalos em correria.


Quase dezoito séculos passaram sobre o tenebroso acontecimento... Entretanto, a justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou todos os responsáveis, que, em diversas posições de idade física, se reuniram de novo para dolorosa expiação, a 17 de dezembro de 1961, na cidade brasileira de Niterói, em comovedora tragédia num circo.

Pelo Espírito Irmão X - Do livro: Cartas de Crônicas, Médium: Francisco Cândido Xavier.


segunda-feira, 27 de julho de 2015

MÃE É UMA ORAÇÃO - IVAN DE ALBUQUERQUE - RAUL TEIXEIRA

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

MÃE É UMA ORAÇÃO


Mãe é uma estrela na vida dos filhos.

Mãe é uma lua para brilhar na noite dos filhos.

Mãe é um favônio que refresca as estradas dos filhos.

Mãe é um bálsamo para a vivência dos filhos.

Mãe é uma sinfonia que festeja as bodas dos filhos.

Isso se transforma num rito para os filhos,

Que vão olhando os passos da mãe,

Os passos que ela dá sobre os caminhos da fé em Deus;

Ela quer que os seus herdeiros andem

Pelos mesmos caminhos do Pai Celestial.

Mãe é mulher.

Mãe chora, mãe sofre, mãe adoece, mãe magoa-se,

Mãe ri, mãe fica zangada.

Mãe é Mulher!

Quem é minha mãe?

Eu sei que ela é uma estrela, uma lua,

Um favônio, um bálsamo e uma sinfonia.

Minha mãe é uma oração de amor

Pronunciada por Jesus.


Pelo Espírito Ivan de Albuquerque. Psicografia de Raul Teixeira, em 3.4.2014, em Niterói, RJ. Do site: http://www.raulteixeira.com.br/mensagens.php?not=330.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

VISUALIZANDO INVISÍVEIS - FERNANDO ÓS

VISUALIZANDO INVISÍVEIS
POR: FERNANDO ÓS

Quando Chico Xavier ainda residia na Comunhão Espírita de Uberaba, num sábado de manhã, tive a nítida visão de um espírito trajando roupas usadas pelos astronautas lunares. Éramos umas seis pessoas entrando no quarto do médium. Foi um rápido lampejo de luz esbranquiçada. Foi a minha primeira visualização, apesar de que ele – o espírito – não notou, ou fez que não notou aquele meu olhar de admiração.

Lembro também que havia uma imagem pequena fixada na bandeirola da porta do quarto. Entre os presentes, um senhor bem trajado, apontando uns 50 anos, perguntou em tom irônico:
– Chico, o Santo Expedito ali... Ainda se usa imagens aqui?
Chico respondeu imperturbável:

– Olha, em alguns lugares mais adiantados, não se usa imagem. Mas eu ainda venero meu antigo padroeiro, Santo Expedito. Também levo comigo Nossa Senhora, a Mãe Santíssima.
E arrematou:
– Veja, irmão, há pessoas mais adiantadas que não mais precisam de imagens de espíritos iluminados. Mas eu ainda não atingi esse ponto.
Houve certo silêncio no ambiente após a explicação do médium, mas já era meio-dia e todos fomos almoçar no refeitório da instituição.
Observei também que Chico não estava sentado conosco na cabeceira da mesa por estar servindo pratos com feijão, arroz, carne e alface para crianças e adultos que estavam participando da refeição.

O Espírito Veio Agradecer
No episódio que vou contar fui protagonista não premeditado, mas real nos planos físico e espiritual.

Éramos amigos, Círia e eu. Não é necessário dizer seu nome completo, o importante é que aconteceu. Encontramo-nos pela primeira vez em 1974, início dos trabalhos junto a Chico Xavier. Várias foram as visitas que fizemos na casa do médium em Uberaba. Ela formou-se em Psicologia, foi professora e por volta dos 45 anos casou e cinco anos depois enviuvou. Reencontramo-nos mais quatro vezes naquela casa santificada, e, nesse penúltimo encontro, perguntei-lhe porque não frequentava algum centro espírita da cidade, mas não lembro se ela respondeu a esse questionamento. Falamos sobre enigmas da vida e ela me disse: “Fernando, ninguém sabe nada do dia de amanhã, mas tenho andado adoecida e, se por ventura eu vier a desencarnar, espero dizer-te adeus antes ou depois do desencarne.”

Bem, a última vez em que nos reencontramos foi um mês depois do desencarne de Chico Xavier, em 2002, no cemitério de Uberaba.
Mantivemos correspondência por vários anos e, subitamente, ela não mais me respondeu. Soube mais tarde que Círia falecera e orei por ela.

Em julho de 2008, tive um sonho no qual ela veio claramente dar-me notícias na condição de espírito. Pediu desculpas por não ter escrito quando enfermou gravemente num hospital, disse que sentia muitas saudades de Chico e que, graças às preces que fazia para ele e Maria, Nossa Senhora, ela atualmente permanece em uma colônia espiritual na qual estuda profundamente a Doutrina Kardecista. Ela era amiga e admiradora de Chico e recebia muitos conselhos evangélicos.

Acrescentou estar satisfeita pela oportunidade recebida de poder me agradecer os saudosos tempos de Uberaba, sorriu e desapareceu no sonho. Seguidamente eu oro pelo seu caridoso espírito.

Comunicações com Chico Após seu Desencarne
Quanto aos contatos que mantínhamos quando Chico estava encarnado, nós nos comunicávamos por meio da fala e através de correspondências; agora, evidentemente, é pela prece, pelas vibrações do coração e pelo pensamento. Na última fase da sua vida física e logo após seu falecimento, eu sentia muito a falta dele, em forma de saudade – Chico definia saudade como sendo a “falta do magnetismo de alguém”. Mas, como tudo muda e evolui na vida e no Universo, com muita oração, no passar do tempo, percebi aos poucos que, por via das consciências, Chico respondia às minhas indagações e demandas. Qual se fora uma luz distante que aos poucos veio se aproximando.
Não obstante eu aprendi a ver o que era meu e o que vinha de Chico. E até hoje é assim. Chico a todos nos faz falta, nos dois planos da vida.

Artigo: Visualizando Invisíveis
Por: Fernando Ós
Fonte: Matéria Publicada na Folha Espírita em Novembro de 2009 - Edição Número 423.

O HOSPITAL ESPIRITUAL DO MUNDO agradece os irmãos da FOLHA ESPÍRITA pelo artigo que iluminou este espaço de aprendizagem e encontros Sagrados.
Se deseja compartilhar e divulgar estas informações, reproduza a integralidade do texto e cite o autor e a fonte. Obrigada. Hospital Espiritual do Mundo.

A DISSERTAÇÃO INACABADA - IRMÃO X - CHICO XAVIER


Depois de certa pregação de Jesus, em Cafarnaum, encontrou o Mestre, em casa de Pedro, quatro cavalheiros de luzente aspecto, a lhe aguardarem a palavra.

Vinham de longe, explicaram atenciosos. Judeus prestigiosos da Fenícia, moravam em Sidon. Já haviam bebido a cultura egípcia e grega, tanto quanto a filosofia dos persas e babilônios. O anúncio da Boa Nova chegara-lhes aos ouvidos. Desejavam servir nas fileiras do Novo Reino, combatendo a licenciosidade dos costumes, na avareza dos ricos e na revolta dos pobres. Aceitavam o Deus único e pretendia, consagrar-lhe a vida.

De quando em quando, os recém-chegados retificavam as dobras das irrepreensíveis túnicas de linho alvo ou acentuavam, de leve, o apuro das sandálias.

O Senhor ouviu-lhes as informações com admirável benevolência.

Cada qual falou, por sua vez, comentando as angústias do problema social na poderosa cidade de que provinham e, após encarecerem a necessidade de transformações políticas no cenário do mundo, esperaram, curiosos, a palavra do Cristo, que lhes afirmou, bondoso:

- Está escrito: - Amarás o Senhor, Nosso Deus e Nosso Pai, de todo o coração, e não farás dEle imagens abomináveis; eu, porém, acrescento – fugi igualmente à idolatria de vossos próprios desejos, aniquilai o exclusivismo e não vos entronizeis na mentira, porque estaríeis lesando a Sublime Divindade.

Recomenda Moises: - Não tomarás o nome do Todo-Poderoso em vão; esclareço-vos, contudo, que ninguém deve menoscabar o nome do próximo na maledicência, na calúnia, no verbo inútil ou desleal.

Determina o Decálogo: - Santificarás o dia de sábado; exorto-vos, entretanto, a não converterdes semelhante artigo em escora da ociosidade sistemática. Respeitando a pauta necessária da natureza, não a transformeis em hosanas à preguiça dissolvente.

Manda o texto antigo: - Venera teu pai e tua mãe nos laços consangüíneos; todavia, é imperioso reconhecer a necessidade de respeito a todos os homens dignos, onde estiverem, olvidando-se no bem geral as fronteiras de raça, família, cor e religião, compreendendo-se que acima dos limites impostos pelo sangue, na Terra, prevalecem os imperativos sagrados da Família Universal.

Reza a lei do passado: - Não matarás; eu, porém, vos digo que não se deve matar em circunstância alguma e que se faz indispensável a vigilância sobre os nossos impulsos de oprimir os seres inferiores da Natureza, porque, um dia, responderemos à Justiça do Criador Supremo pelas vidas que consumimos.

Pede o venerável testamento: - Não cometerás adultério; asseguro-vos, no entanto, que o adultério não atinge somente o corpo de nossas irmãs em Humanidade, mas também a carne e a alma de todos os homens que se esqueceram de caminhar retamente.

Aconselha o grande legislador: - Não furtarás; digo-vos, contudo que não se deve roubar, não somente objetos valiosos e valores em dinheiro, mas também não nos cabe furtar o tempo do Senhor, nem distrair os minutos dos servos aplicados de suas obras.

Consta na velha aliança: - Não dirás falso testemunho conta o teu próximo; declaro-vos, porém, que é imprescindível guardar boa-vontade e amor no coração, irradiando-os em pensamento.

Assinala a revelação antiga: - Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem desejarás a sua mulher, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento; eu, porém, vos afianço que nos compete a obrigação de procurar a luz, o bem e felicidade, trabalhando sem desânimo e servindo a todos sem descanso,inacessíveis à peçonha do ódio, da inveja, do ciúme, do despeito e da discórdia, portadores que são de veneno e treva para o Espírito.

Fez o Mestre pequeno intervalo na prelação, reparando que os visitantes da Fenícia se mantinham pálidos e confundidos.

Nesse ínterim, a sogra de Pedro reclamou-lhe a presença num quarto próximo: e Jesus, rogando ligeira licença, prometeu prosseguir nos ensinamentos novos, por mais alguns instantes; todavia, em voltando pressuroso aos ouvintes, debalde procurou os consulentes, movimentado os olhos ternos e lúcidos.

Na sala silenciosa não havia ninguém...



pelo Espírito Irmão X - Do livro: Pontos e Contos, Médium: Francisco Cândido Xavier.

EM TI PRÓPRIO - EMMANUEL - CHICO XAVIER

"De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus". PAULO. (Romanos, 14:12.)


Escutarás muita gente a falar de compreensão e talvez que, sob o reflexo condicionado, repetirás os belos conceitos que ouviste, através de preleções que te angariarão simpatia e respeito.

Entretanto, se não colocares o assunto nas entranhas da alma, situando-te no lugar daqueles que precisam de entendimento, quase nada saberás de compreensão, além da certeza de que temos nela preciosa virtude.

Falarás de paciência e assinalarás muitas vozes, em torno de ti, referindo-se, no entanto, se no imo do próprio ser não tens necessidade de sofrer por algum entre amado, muito pouco perceberás acerca de calma e tolerância.

Exaltarás o amor, a bondade, a paz e a união, mas se nas profundezas do espírito não sentires, algum dia, o sofrimento a ensinar-te o valor da nota de consolação sobre a dor de que te lamentas; a significação da migalha de socorro que outrem te estenda em teus dias de carência material; a importância da desculpa de alguém a essa ou àquela falta que cometeste e o poder do gesto de pacificação da parte de algum amigo que te restituiu a harmonia, em tuas próprias vivências, ignorarás realmente o que sejam entendimento e generosidade, perdão e segurança íntima.

Seja qual a dificuldade em que te vejas, abstém de carregar o fardo das aflições e das perguntas sem remédio.
Penetra no silêncio da própria alma, escuta os pensamentos que te nascem do próprio ser e reconhecerás que a solução da vida surgirá de ti mesmo.


Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Ceifa de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier.

ORAR - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Pedi e obtereis – ensinou o Mestre Divino.

Semelhante lição, todavia, abrange todos os setores da vida, tanto no que se refira ao bem, quanto ao mal.

Qualquer propósito é oração.

A prece nasce das fontes da alma, na feição de simples desejo, que emerge do sentimento para o cérebro, transformando-se em pensamento que é a força de atração.

Nesse sentido, todo anseio recebe resposta.

Há orações que são atendidas, de imediato enquanto que outras, à maneira de sementes raras, reclamam largo tempo para a germinação, florescimento e frutificação.

Necessário, portanto, vigiar sobre o manancial de nossas aspirações.

As rogativas do bem se elevam às Esferas Superiores, ao passo que os anelos do mal descem às zonas de purgação, das trevas indefiníveis.

Anjos existem, habilitados a satisfazer aos bons, da mesma forma que entidades da sombra se acham a postos, a fim de colaborarem com os maus.

Forneçamos os temas elogiáveis ou infelizes de nossas cogitações mais íntimas e os executores invisíveis se manifestarão ativos, contribuindo na realização de nossos projetos, de conformidade com a natureza de nossas intenções.

Reconhecendo que ainda não sabemos pedir, de vez que, na maioria das vezes, ignoramos a essência de nossas próprias necessidades, imitemos o Divino amigo, na oração dominical, quando nos ensina a endereças as nossas súplicas ao Pai Todo-Misericordioso, na base da confiança perfeita: - “Faça-se a Tua Vontade justa e soberana, na Terra e em toda parte”.

O ensinamento do Cristo guarda absoluta atualidade, nas menores características do nosso tempo, entendendo-se que desejar é função de todos, enquanto que orar com proveito é serviço que raros corações sabem fazer.


Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Taça de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier.


AOS PEQUENOS COMPANHEIROS - JOÃO DE DEUS - CHICO XAVIER


Deus fez da vida um jardim,
Fez do mundo o nosso lar,
Onde aprendemos a amar,
Sua grandeza sem fim.

Em todas as direções,
Nas cidades, nos caminhos,
No campo, no mar, nos ninhos,
Há sempre grandes lições.

No prazer, no sofrimento,
Na noite longa e sombria,
Na claridade do dia,
Tudo é flor de ensinamento.

Colhamos bênçãos de luz,
Nas lutas que a vida encerra ...
O jardim é toda a Terra,
O jardineiro é JESUS.


Pelo Espírito João de Deus - Do livro: Antologia da Criança, Médium: Francisco Cândido Xavier.

domingo, 12 de julho de 2015

MINUTOS DE DEUS - MARIA DOLORES - CHICO XAVIER

Bastas vezes, perguntas, alma boa,
Qual a razão do sofrimento...
Porque a treva da angústia na pessoa...
E também vezes muitas
A recear a justa explicação,
Foges de coração cansado e desatento...

Enquanto podes fazer isso,
Satisfazendo a impulso vão,
Ausentas-te dos quadros de amargura,
Como quem busca o reboliço
Para esquecer o assombro e a inquietação
Que observas nos outros
De alma triste e insegura
Quando colhidos pela provação...

Mas se um dia chegar em que não possas
Distanciar-te do recanto,
Em que a tristeza se conhece
Por neblina de pranto,
Por maiores as dores e os problemas,
Acende a luz da prece
E, esperando por Deus,
Não te aflijas, nem temas...

Ora, detém-te, anota, pensa e escuta
Sob as tribulações em que a sombra domina,
Quando estamos a sós, dentro da própria luta,
Rodeados, ao longe,
De constrangidos cireneus
É que achamos na vida
Os minutos de Deus,
Nos quais se pode registrar
A palavra divina.

Nas estações difíceis do caminho,
Que todos conhecemos
Por solidão, angústia, desengano,
À distância de todo burburinho
Em que o prazer humano
Lembra incêndio de sons que explode e estala,
Nessas pausas de dor do pensamento,
Em que o tempo parece amargo e lento
É que o verbo de Deus nos envolve e nos fala...
Mesmo sem qualquer força a que te arrimes,
Presta a própria atenção
À voz que te procura o coração
Nessas horas sublimes.

Entretanto, não creias,
Perante a aceitação a que te levas
Que Deus te reterá na mágoa que te invade,
Nas teias abismais da crueldade
Ou no bojo das trevas...

Logo após o celeste entendimento
Em que a bênção do Céu se te anuncia,
Ressurgirás em novo nascimento,
A dentro de ti mesmo,
Como quem se revê ao sol de novo dia...

Lembra o próprio Jesus,
Se consegues cismar, em torno disso;
Do berço em louvações
A última páscoa em festa, brilho e luz,
A vida do Senhor
Foi um hino de júbilo e de amor
Em música de paz e de serviço...

Mas chegando ao Jardim das Oliveiras,
Ei-la escutando o Pai, horas inteiras...
E, através do diálogo divino,
Colocado em si mesmo, solitário,
Encontra o sacrifício por destino,
Desde a prisão injusta às pedras do Calvário...

Entretanto, depois
Da renúncia suprema,
Qual se guardasse em si o fel da humana escória,
No suplício final, perante a multidão,
Fez-se o Cristo Imortal do Amor e da Vitória,
Na luz divina da ressurreição.


pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: A Vida Conta, Médium: Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

LAÇOS REDENTORES - CORNÉLIO PIRES - CHICO XAVIER

(Resposta a um amigo que nos questionou, com relação à ofensa e ressentimento.)

Ressentimento não vale.
A justiça não se atrasa
E a lei da Reencarnação
Atua dentro de casa.

Olhe o caso de Cristina,
Envenenou João Gamela,
Mas João, depois de algum tempo,
Renasceu... E é filho dela.

Embora a morrer em sangue,
Neca abateu Genserico;
Hoje são gêmeos em luta
Na roça do Tico-Tico.

Furtando-lhe sítio e casa,
Quinquim matou Rui da Venda,
Mas Rui nasceu neto dele,
A fim de herdar-lhe a fazenda.

Quintino arrasou Gregório
Com bebida numa festa...
Gregório voltou a ele,
E o caçula que o detesta.

Em não querê-la por nora,
Teotônio acabou com Lica,
Vejo a moça reencarnada:
E a neta que o prejudica.

Nina induziu Vaz à morte,
Suicídio triste sem causa,
Hoje ele é o filho doente
Que ela carrega sem pausa.

Lula matou Antônio,
Simples paixão de mulher...
Mas Antônio renasceu...
Ë o filho que não a quer.

Téo levou Juca ao suicídio.
Eis que o tempo vem e vai.
Juca hoje é o filho dele,
Um filho que odeia o pai.

A Terra lembra hospital
Se a vemos de ânimo atento,
Levantam-se muitos lares
Por celas de tratamento.

Ressentimento, desforra,
Não adiantam, rapaz,
A vida cobra com juros
As contas que a gente faz.


Pelo Espírito Cornélio Pires - Do livro: Retratos da Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier

sábado, 20 de junho de 2015

PREFÁCIO - MARIA DOLORES - CHICO XAVIER

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil


Senhor!
Quando me deres
O privilégio do renascimento
No berçário do mundo, ante as necessidades que apresento
E aquelas que não vejo,
Eis, Senhor, o desejo
Em que dia por dia me aprofundo:
Deixa-me renascer em qualquer parte,
Entretanto, que eu possa acompanhar-te
Onde constantemente continuas
Trabalhando e servindo em todas as estradas
Para que eu também tenha as mãos marcadas
Como trazes as tuas...

Quanta ilusão quando me debatia
Crendo que o desespero fosse prece,
A rogar-te alegria e esperança
Sem que nada fizesse!

Imitava na Terra o lavrador
A temer a pedra e lama, vento e bruma,
Aguardando milagres de colheita
Sem plantar coisa alguma.

Entretanto, Senhor, agora sei
Que o trabalho é divino compromisso,
Estímulo do Céu guiando-nos os passos
E que, atendendo à semelhante lei
Puseste ambas as mãos em nossos braços
Por estrelas de amor e de serviço.

Assim, quando efetues
As esperanças em que me agasalho
E estiver entre os homens, meus irmãos,
Que eu me esqueça em trabalho
E me lembre das mãos...

Não me dês tempo para lastimar-me,
Que eu busque tão-somente a luz que me acenas...
No anseio de seguir-te
Quero o trabalho apenas.

Dá que eu seja contigo, onde estiveres,
Uma rósea de paz... Que eu seja alguém
Sem destaque e sem nome
Que se olvide no bem.

E se um dia uma cruz de provas e de agravos
Reclamar-me a tarefa e o coração,
Não me largues ao susto a que me enleie,
Ajuda-me a entregar as próprias mãos aos cravos
Da incompreensão que me rodeie,
Entre bênçãos e fé e preces de perdão!

Não consintas que eu volte ao tempo morto
Da ilusão convertida em desconforto,
Dá-me os calos da paz nas tarefas do bem,
A servir sem perguntar a quem...

Ouve, celeste amigo,
Aspiro a estar contigo,
Longe de minhas horas desregradas,
Onde sempre estiveste e sempre continuas
Plantando o amor em todas as estradas,
Para que eu também tenha as mãos marcadas
Como trazes as tuas...


Pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: Mãos Marcadas, Médium: Francisco Cândido Xavier.


AUXÍLIO AOS DESENCARNADOS - EMMANUEL - CHICO XAVIER


Considera o coração que te antecedeu na grande viagem da morte, não como a criatura aniquilada, mas como alguém que continua a viver.

Se ainda ontem, no mundo, em lhe retendo o corpo enfermo ou agonizante, desfazias-te em carinhosa assistência, hipotecando-lhe solidariedade e ternura, por que razão lhe infligirás, agora, o nominável suplício do desespero, atirando-lhe brasas ao coração?

Se a saudade e a distância te flagelam a alma, não te esqueças de que invisibilidade não quer dizer ausência.

Fortalece-te para o ministério da fé que vence a dúvida e lembra-te de que o viajor amado te requisita socorro e compreensão.

Por vezes, vagueará nas trevas transitórias do próprio “eu”, entre as paixões que ainda o subjugam...

Oferece-lhe o clarão silencioso da prece calma e sincera, através da qual as almas se comunicam, vencendo o espaço além.

Terá deixado problemas na retaguarda, agrilhoando-se a eles, no círculo desilusões a que se afeiçoa...

Ajuda-o, amparando-lhe as penas e os dissabores, para que siga, valoroso, ao encontro da Luz Divina.

Em muitas ocasiões, terá legado ao lar pobreza e provação, desalento e infortúnio...

Alivia-o, envolvendo-lhe os entes amados no clima de tua amizade pura a exprimir-se em valiosas migalhas de carinho e reconforto.

Em muitas circunstâncias, permanecerá enovelado nas teias do arrependimento tardio.

Liberta-o, com teu devotamento amigo, auxiliando-o a colocar a bênção do amor onde, imprevidente, terá situado o espinheiro do ódio.

Recorda que serás amanhã o morto imaginário entre os vivos da Terra e estende a oração e a bondade, em favor dos que partem antes de ti, para que a bondade e a oração dos outros estejam contigo, no dia em que te ausentares também.



pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Intervalos, Médium: Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

VENCER - MARIA DOLORES - CHICO XAVIER

Desejamos a você e aos seus amores um final de semana com muita paz e saúde!
Abraços fraternais.
Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

VENCER


Em muitas ocasiões,
Sofres ante os próprios gritos,
Abafados nos conflitos
Das tentações a transpor...

É o fel do orgulho ferido,
A rebeldia, a tristeza,
As lutas da natureza,
Agindo em nome do amor.

Queres seguir nos princípios,
Que a Lei Divina te aponta,
Mas as sombras são sem conta
Que o desânimo produz...

Cais, reergues-te e caminhas,
Às vezes, cambaleando,
E, em preces, perguntas quando
Chegarás à Grande Luz.

Entretanto, alma querida,
Deus nos conhece os problemas,
Cala-te, serve e não temas
Treva, amargura ou pesar...

O erro é sinal de escola,
A dor é lição contigo
E Jesus segue contigo.
Não pares de trabalhar.


pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: Somente Amor, Médium: Francisco Cândido Xavier

sexta-feira, 29 de maio de 2015

TROVAS DE IRMÃO - CHIQUITO DE MORAIS - CHICO XAVIER


Agora, depois da morte,
Percebo, de alma sofrida,
Que a vida que a gente leva
É o que se leva da vida.

Triunfos em pranto alheio?!...
Mentira...Conquista vã...
Muita grandeza de hoje
É a lágrima de amanhã.

Acende a luz da alegria
Sem que a sombra te degrade,
Prazer conjugado à culpa
É ovo de enfermidade.

Ante insultos do caminho,
Por mais que o golpe te doa.
Nunca reclames. Trabalha.
Nem condenes. Abençoa.

Pessoa que te injurie
Deixa que fique onde está,
Olvida, serve e perdoa,
Que a vida responderá.



Pelo Espírito Chiquito de Moraes - Do livro: Rosas com Amor, Médium: Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 6 de maio de 2015

O GENRO NETO - CASIMIRO CUNHA - CHICO XAVIER

Toda sogra que há na vida,
No caminho meu ou teu,
Será sempre mãe querida
- Outra mãe que o Céu nos deu.

Deus recomenda isso em paz,
Se hoje estás na oposição.
Mas tarde, concordarás
Na lei da reencarnação.

Guarda esta simples verdade –
Das lições de mais valor:
Deus criou a humanidade
para a vitória do amor.

Se não crês no que te digo,
Se estimas lutas no lar,
Escuta, meu caro amigo,
A história que vou contar;

“Sogra, não! nem à custa de madraça!”
- Gritava Nhô Tatão de Albergaria –
“Só de encontrar Nhá bela, tenho azia”,
O que sinto se vejo jararaca.”

Se a sogra vinha em casa, discutia,
Xingava o perdigueiro, punha a faca...
Mas, certa vez, Tatão, caçando paca,
teve ataque e morreu no mesmo dia”...

Desencarnado, em trevas, quis mais prova
E renasceu da esposa, moça nova,
Em novo lar no Sítio da Cancela...

Hoje, só quer vovó, o dia inteiro,
É um menino gorducho e beijoqueiro,
No colo carinhoso de Nhá Bela...


Pelo Espírito Casimiro Cunha - Do livro: Poetas Redivivos, Médium: Francisco Cândido Xavier.


sábado, 2 de maio de 2015

O EXAME DA CARIDADE - IRMÃO X - CHICO XAVIER


Depois de certa pregação de Jesus, em Cafarnaum, encontrou o Mestre, em casa de Pedro, quatro cavalheiros de luzente aspecto, a lhe aguardarem a palavra.

Vinham de longe, explicaram atenciosos. Judeus prestigiosos da Fenícia, moravam em Sidon. Já haviam bebido a cultura egípcia e grega, tanto quanto a filosofia dos persas e babilônios. O anúncio da Boa Nova chegara-lhes aos ouvidos. Desejavam servir nas fileiras do Novo Reino, combatendo a licenciosidade dos costumes, na avareza dos ricos e na revolta dos pobres. Aceitavam o Deus único e pretendia, consagrar-lhe a vida.

De quando em quando, os recém-chegados retificavam as dobras das irrepreensíveis túnicas de linho alvo ou acentuavam, de leve, o apuro das sandálias.

O Senhor ouviu-lhes as informações com admirável benevolência.

Cada qual falou, por sua vez, comentando as angústias do problema social na poderosa cidade de que provinham e, após encarecerem a necessidade de transformações políticas no cenário do mundo, esperaram, curiosos, a palavra do Cristo, que lhes afirmou, bondoso:

- Está escrito: - Amarás o Senhor, Nosso Deus e Nosso Pai, de todo o coração, e não farás dEle imagens abomináveis; eu, porém, acrescento – fugi igualmente à idolatria de vossos próprios desejos, aniquilai o exclusivismo e não vos entronizeis na mentira, porque estaríeis lesando a Sublime Divindade.

Recomenda Moises: - Não tomarás o nome do Todo-Poderoso em vão; esclareço-vos, contudo, que ninguém deve menoscabar o nome do próximo na maledicência, na calúnia, no verbo inútil ou desleal.

Determina o Decálogo: - Santificarás o dia de sábado; exorto-vos, entretanto, a não converterdes semelhante artigo em escora da ociosidade sistemática. Respeitando a pauta necessária da natureza, não a transformeis em hosanas à preguiça dissolvente.

Manda o texto antigo: - Venera teu pai e tua mãe nos laços consangüíneos; todavia, é imperioso reconhecer a necessidade de respeito a todos os homens dignos, onde estiverem, olvidando-se no bem geral as fronteiras de raça, família, cor e religião, compreendendo-se que acima dos limites impostos pelo sangue, na Terra, prevalecem os imperativos sagrados da Família Universal.

Reza a lei do passado: - Não matarás; eu, porém, vos digo que não se deve matar em circunstância alguma e que se faz indispensável a vigilância sobre os nossos impulsos de oprimir os seres inferiores da Natureza, porque, um dia, responderemos à Justiça do Criador Supremo pelas vidas que consumimos. Pede o venerável testamento: - Não cometerás adultério; asseguro-vos, no entanto, que o adultério não atinge somente o corpo de nossas irmãs em Humanidade, mas também a carne e a alma de todos os homens que se esqueceram de caminhar retamente.

Aconselha o grande legislador: - Não furtarás; digo-vos, contudo que não se deve roubar, não somente objetos valiosos e valores em dinheiro, mas também não nos cabe furtar o tempo do Senhor, nem distrair os minutos dos servos aplicados de suas obras.

Consta na velha aliança: - Não dirás falso testemunho conta o teu próximo; declaro-vos, porém, que é imprescindível guardar boa-vontade e amor no coração, irradiando-os em pensamento.

Assinala a revelação antiga: - Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem desejarás a sua mulher, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento; eu, porém, vos afianço que nos compete a obrigação de procurar a luz, o bem e felicidade, trabalhando sem desânimo e servindo a todos sem descanso,inacessíveis à peçonha do ódio, da inveja, do ciúme, do despeito e da discórdia, portadores que são de veneno e treva para o Espírito.

Fez o Mestre pequeno intervalo na prelação, reparando que os visitantes da Fenícia se mantinham pálidos e confundidos.

Nesse ínterim, a sogra de Pedro reclamou-lhe a presença num quarto próximo: e Jesus, rogando ligeira licença, prometeu prosseguir nos ensinamentos novos, por mais alguns instantes; todavia, em voltando pressuroso aos ouvintes, debalde procurou os consulentes, movimentado os olhos ternos e lúcidos.

Na sala silenciosa não havia ninguém...


pelo Espírito Irmão X - Do livro: Pontos e Contos, Médium: Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 30 de abril de 2015

INFLUENCIAÇÕES ESPIRITUAIS SUTIS - ANDRÉ LUIZ - CHICO XAVIER


Sempre que você experimente um estado de espírito tendente ao derrotismo, perdurado há várias horas, sem causa orgânica ou moral de destaque, avente a hipótese de uma influenciação espiritual sutil.

Seja claro consigo para auxiliar os Mentores Espirituais a socorrer você. Essa é a verdadeira ocasião de humildade, da prece, do passe.

Dentre os fatores que mais revelam essa condição da alma, incluem-se:

dificuldade de concentrar idéias em motivos otimistas;
ausência de ambiente íntimo para elevar sentimentos em oração ou concentrar-se em leitura edificante; indisposição inexplicável, tristeza sem razão aparente e pressentimentos de desastres imediatos;
aborrecimentos imanifestos por não encontrar semelhantes ou assuntos sobre quem ou o que descarregá-los;
pessimismos sub-reptícios, irritações surdas, queixas, exageros de sensibilidade e aptidão a condenar quem não tem culpa;
interpretação forçada de fatos e atitudes suas ou dos outros, que você sabe não corresponder à realidade;
hiperemotividade ou depressão raiando na iminência de pranto;
ânsia de investir-se no papel de vítima ou de tomar uma posição absurda de automartírio;
teimosia em não aceitar, para você mesmo, que haja influenciação espiritual para consigo, mas passados minutos ou horas do acontecimento, vêm-lhe a mudança de impulsos, o arrependimento, a recomposição do tom mental e, não raro, a constatação de que é tarde para desfazer o erro consumado.

São sempre acompanhamentos discretos e eventuais por parte do desencarnado e imperceptíveis ao encarnado pela finura do processo.

O Espírito pode estar tão inconsciente de seus atos que os efeitos negativos se fazem sentir como se fossem desenvolvidos pela própria pessoa.

Quando o influenciador é consciente, a ocorrência é preparada com antecedência e meticulosidade, às vezes, dias e semanas antes do sorrateiro assalto, marcado para a oportunidade de encontro em perspectiva, conversação, recebimento de carta clímax de negócio ou crise imprevista de serviço.

Não se sabe o que tem causado maior dano à Humanidade: se as obsessões espetaculares, individuais e coletivas, que todos percebem e ajudam a desfazer ou isolar, ou se essas meio-obsessões de quase obsidiados, despercebidas, contudo bem mais freqüentes, que minam as energias de uma só criatura incauta, mas influenciando o roteiro de legiões de outras.

Quantas desavenças, separações e fracassos não surgem assim?

Estude em sua existência se nessa última quinzena você não esteve em alguma circunstância com características de influenciação espiritual sutil. Estude e ajude a você mesmo.






pelo Espírito André Luiz - Do livro: Estude e Viva, Médium: Francisco Cândido Xavier.

DOUTRINAR E TRANSFORMAR - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Meus amigos: Em verdade é preciso doutrinar para esclarecer. Mas é imprescindível, igualmente, transformar para redimir. Doutrinação q...