segunda-feira, 26 de novembro de 2018

VOZES DO EVANGELHO - ANDRÉ LUIZ - CHICO XAVIER


Destaque o lado bom dos seres e das coisas.
“Examine tudo e retenha o melhor.”

Não valorize o erro.
“Vença o mal com o bem.”

Auxilie sem exigência.
“Perdoe setenta vezes sete.”

Fuja da impertinência.
“Não se queixem uns contra os outros, para que não sejam condenados.”

Não se irrite.
“Faça todas as coisas sem murmurações nem contendas.”

Não se imponha.
“Os discípulos do Senhor se conhecem por muito se amarem.”

Não pressione ninguém.
“Atente bem para a lei da liberdade.”

Olvide a falta alheia.
“Lance mão do arado sem olhar para trás.”

Renuncie em silêncio.
“O cristão existe para servir e não para ser servido.”

Use a bondade incansável.
“Todas as suas ações sejam feitas com caridade.”


pelo Espírito André Luiz - Do livro: O Espírito da Verdade, Médium: Francisco Cândido Xavier.

terça-feira, 20 de novembro de 2018

FALTAS - EMMANUEL - CHICO XAVIER


É possível que o constrangimento do companheiro tenha surgido do gesto impensado de tua parte.

O gracejo impróprio ou o apontamento inoportuno teria tido o efeito de um golpe.

Decerto, não alimentaste a intenção de ferir, mas a desarmonia partiu de bagatela, agigantando-se em conflito de grandes proporções.

De outras vezes, a mente adoece, conturbada.

Teremos ofendido, realmente.

A cólera ternos-á cegado o discernimento e brandimos o tacape da injúria.

Pretendemos aconselhar e cortamos o coração de quem ouve.

Alegando franqueza, envenenamos a língua.

No pretexto de consolar, ampliamos chagas abertas.

E começa para logo a distância e a aversão.

Se a consciência te acusa, repara a falta enquanto é cedo.

Chispa de fogo gera incêndio.

Leve alfinetada prepara a infecção.

Humildade é caminho.

Entendimento é remédio.

Perdão é profilaxia.

Muitas vezes, loucura e crime, dispersão e calamidade nascem de pequeninos desajustes acalentados.

Não hesites rogar desculpas, nem vacile apagar-te, a favor da concórdia, com aparente desvantagem particular, porquanto, na maioria dos casos de incompreensão, em que nos imagina mos sofrer dores e ser vítimas, os verdadeiros culpados somos nós mesmos.


pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Justiça Divina, Médium: Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

ATRIBUTOS DE DEUS


Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil


A imensa maioria dos homens afirma acreditar em Deus.

Contudo, seus atos nem sempre refletem essa crença.

Corruptos, mentirosos, maledicentes, fraudadores e assassinos figuram dentre os que se afirmam crentes.

É como se admitir a existência da Divindade fosse algo sem relação com qualquer aspecto prático do viver.

Crer em Deus não implica filiar-se a uma associação religiosa.

A Divindade não pertence a uma ou outra religião.

Mas admitir a existência do Criador tem consequências inevitáveis.

É imprescindível viver de acordo com o que se acredita.

Deus é a causa primária de todas as coisas.

Sendo a origem de tudo o que existe, de toda a vida, Ele fornece o sentido e a razão do viver.

Conforme a ideia que faz da Divindade, o homem deve orientar o próprio comportamento.

A Humanidade ainda é muito limitada para compreender a essência do Criador.

Entretanto, a lógica indica o que Ele não pode ser, sem deixar de ser Deus.

Daí se deduz o que Ele deve ser.

É inerente à ideia de Deus a posse de todas as virtudes em seu grau máximo.

Se Ele possuísse em grau menor qualquer virtude, alguém poderia ultrapassá-lO.

Então, esse ser é que seria supremo e ocuparia o posto da Divindade no Universo.

Possuir uma qualidade ao infinito implica a impossibilidade de também ostentar, ainda que minimamente, a qualidade que lhe é contrária.

É impossível que um lenço seja infinitamente branco, mas tenha algumas manchas negras.

Consequentemente, não é possível ser totalmente bom, mas fazer algumas maldades.

A obra da Criação revela, em sua formulação, a presença de uma inteligência que supera enormemente a capacidade do homem mais brilhante.

Conclui-se que Deus é a suprema e soberana inteligência, ilimitada em Seu potencial.

Deus é eterno, pois não teve começo e não terá fim.

Se tivesse tido princípio, alguém ou algo teria existido antes dEle, presenciado o que Ele não presenciou e saberia o que Ele não sabe.

Esse algo lhe teria dado origem e seria o verdadeiro Deus.

Se Deus tivesse fim, alguém poderia sobreviver a Ele e desfazer o que Ele fez.

Deus é onipotente.

Caso houvesse algo que não pudesse fazer, sempre se poderia conceber uma entidade mais poderosa, a qual seria o Ente Supremo.

Deus é soberanamente justo e bom.

A providencial sabedoria das Leis Divinas revela-se em todas as coisas.

O instinto materno, a beleza da natureza, a harmonia do movimento dos astros, tudo isso revela a bondade divina.

Se Deus fosse injusto, em apenas uma situação, já não seria infinitamente bom, pois toda injustiça é uma maldade.

Certamente você concorda com isso.

Mas talvez veja pouca relação entre essa concepção do divino e a sua vida.

Mas reflita:

Deus é infinitamente justo e bom, Ele tudo pode e sabe.

Isso implica reconhecer a impossibilidade de qualquer injustiça persistir em face das Leis Divinas.

Não há absolutamente nada que você faça e fique sem resposta.

Talvez você não perceba de imediato as consequências, mas elas sempre vêm, nesta encarnação ou em outra.

Assim, se você deseja paz e felicidade, seja honesto, trabalhador, justo e bondoso.

A consequência de crer em Deus é a necessidade de comportar-se dignamente.



Por Redação do Momento Espírita. Do site: http://momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=5581&stat=0

domingo, 4 de novembro de 2018

SONETO V - BOCAGE - CHICO XAVIER

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil


Doce Mãe, Sereníssima Senhora,
Dos teus olhos velados de Doçura
Nasce fresca a alvorada, que fulgura
Na infortunada sombra de quem chora!

Quando meu ser vagava em noite escura,
Nas angústias do abismo que apavora,
Estendeste-me os braços, vendo, embora,
Minhas chagas de treva e de loucura ...

Ante o Regaço Fúlgido consente
Que minha fé se exalte, embevecida,
Prosternada, ditosa, reverente.

Recebe no dossel de Graça e Vida
O louvor de teu filho penitente,
No clarão de minhalma convertida.


Pelo Espírito Manuel Maria de Barbosa du Bocage - Do livro: Volta Bocage, Médium: Francisco Cândido Xavier

IMAGENS - EMMANUEL - CHICO XAVIER


Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil



Não é somente o homem que escreve, a pessoa capazde trazer monstruosas criações ao pensamento do povo, assim como não apenas o tribuno pode formar na mente alheia estados alarmantes de ansiedade e loucura.

Quantas vezes, nas tarefas cotidianas, traçamos-nos outros destrutivas impressões de revolta e indiferença, com os nossos gestos impensados?

Quantas vezes nossa cólera terá gerado naqueles que nos cercam, o desânimo e a frustração?

Em quantos pequeninos lances da luta diária, damos pasto á calúnia e a maledicência, plasmando idéias que, hoje vagas e imprecisas,podem ser amanhã, decisivos fatores de perturbação e delinqüência?.

Longe de ponderar as responsabilidades que nos enriquecem o espírito, freqüentemente descemos a questiúnculas e bagatelas infelizes, sugerindo a maldade e disseminando a aflição, agravando, assim, nossos débitos, consolidando as forças da ignorância e da crueldade, em desfavor de nós mesmos.

No altar de nossa fé e no campo da caridade que o Senhor nos deu a lavrar, recorda que responderemos pelas imagens que os nossos pensamentos, palavras e atos estabelecem na alma dos outros, tanto quanto os arquitetos se incumbem das construções que lhes obedecem aos planos.

E acordando para a luz que nos cabe acender na viagem da vida, não te esqueça da claridade de paz e bom ânimo, confiança e alegria que nos compete estender, na proteção aos que nos cercam, a fim de que possamos avançar livremente ao encontro da harmonia e do progresso, porque toda as nossas criações de pessimismo e indisciplina, desalento e amargura, em seus golpes de retorno, significarão para nós mesmos, penúria e dificuldade, infortúnio e provação.


Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Mãos Marcadas, Médium: Francisco Cândido Xavier

sábado, 13 de outubro de 2018

LOUVOR A ALLAN KARDEC - DIVALDO FRANCO


Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

LOUVOR A ALLAN KARDEC

No dia 3 de outubro de 1804, nasceu em Lyon, na França, Allan Kardec, mais tarde denominado o Codificador do Espiritismo.

Filho de um matrimônio católico, estava programado para contribuir em favor da Humanidade com valiosos recursos científicos, filosóficos e ético-morais.

Batizado com o nome de Hyppolyte Léon Denizard Rivail, foi conduzido à cidade de Yverdun, na Suíça, para estudar com o eminente mestre Henrique Pestalozzi.

Pestalozzi é o criador da Escola Nova, que revolucionou a educação, abrindo espaço para os admiráveis métodos que vieram depois.

Terminado o seu curso, Rivail viajou a Paris, onde tentou aplicar o método pestalozziano de educação, criando o Instituto que iniciaria a moderna técnica, ao tempo em que escreveu diversas obras, inclusive, para estudos na Sorbonne.

Estudou o magnetismo para entender os mecanismos do cérebro e da mente, enquanto se aprimorava em estudos profundos da personalidade humana.

Numa terça-feira de maio de 1855, foi convidado a assistir a algumas experiências com as denominadas mesas falantes, e, ante o surpreendente fenômeno, procurou aprofundar observações em torno do mecanismo através do qual a mesa destituída de cérebro e de nervos podia pensar.

Constatando que não era a mesa que pensava, dedicou-se a decifrar o problema, informado que eram as almas dos mortos de retorno, comunicando-se com os vivos, o que lhe causou uma profunda surpresa.

Por inspiração dos Espíritos que se comunicavam através de jovens meninas como de adultos, publicou no dia 18 de abril de 1857 O Livro dos Espíritos, inaugurando a Era do Espírito Imortal.

O insigne professor abandonou o nome real e passou a usar o de Allan Kardec, decorrente da informação espiritual de que no século primeiro a.C. houvera sido um sacerdote druida, ali mesmo na França (Gálias).

A seguir, publicou em 1861 O Livro dos médiuns, em 1864 O Evangelho segundo o Espiritismo, em 1865 O Céu e o Inferno e, por fim, em 1868 A Gênese.

Essas obras constituem a Codificação do Espiritismo, que faculta o entendimento da vida e os objetivos existenciais, trazendo de volta a mensagem de Jesus Cristo, conforme Ele prometera antes da morte, de que enviaria o Consolador.

Concomitantemente, publicou, a partir de 1º de janeiro de 1858, a Revista Espírita e mais o opúsculo: O que é o Espiritismo.

Transcorridos 214 anos da sua reencarnação na Terra, aqueles que lhe somos beneficiários o saudamos e o louvamos pelo ímpar serviço de amor e de iluminação proporcionado à Humanidade.

O Espiritismo expande-se como ciência de investigação, filosofia de conduta e ética moral religiosa, baseada no Evangelho de Jesus.


Por Divaldo Pereira Franco - Artigo publicado no Jornal A Tarde, coluna Opinião. Do site: http://divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=533.

domingo, 23 de setembro de 2018

MUITA FELICIDADE - MOMENTO ESPÍRITA


MUITA FELICIDADE



Corria o ano de 1942. A Rádio Tupi do Rio de Janeiro resolveu fazer um concurso de quadrinhas para substituir a letra em inglês da famosa música americana Happy birthday to you.

Na versão estrangeira original o título da canção era repetido quatro vezes, sendo que na terceira, era acrescido da palavra dear (querido ou querida)e mais o nome do aniversariante.

Foram cerca de cinco mil inscritos. O júri foi composto por imortais da Academia Brasileira de Letras. E os versinhos vencedores foram da paulista Bertha Celeste Homem de Mello.

Os jurados escolheram sua obra principalmente por trazer versos diferentes para cada linha, ao invés de se repetirem como na versão americana, fórmula que fora seguida pela grande maioria dos candidatos.

Bertha, até sua desencarnação em 1999, fazia questão de que as pessoas cantassem a letra da exata maneira que escrevera:

Parabéns a você. Nesta data querida. Muita felicidade. Muitos anos de vida.

Há dois detalhes importantes a serem destacados. Primeiro: a autora, até a sua despedida, em todas as entrevistas que dava, frisava que a letra original dizia: a você e não pra você.

O pra você foi se popularizando através dos anos em algumas regiões do país. Não deixa de estar correto, mas não é fiel à letra original.

Segundo, e aqui está o item mais interessante: Bertha, em uma de suas últimas manifestações, afirmou: Canta-se errado. Não é “muitas felicidades”, é “muita felicidade”, pois felicidade é uma só.

Quem sabe, durante este tempo todo de nossa História como Humanidade, tenhamos buscado apenas colecionar muitas felicidades.

E então, aquela tão sonhada ventura plena, aquela que julgamos estar no final de tudo, lá estaria, montada com a soma de todas essas felicidades colhidas pelo caminho.

Pensemos um pouco sobre isso. Não parece uma visão muito pequena? Será que a nossa felicidade íntima é feita apenas dos bons momentos que vivemos?

Momentos felizes são importantes, é certo. Eles nos animam, nos dão energia, vontade de viver.

Momentos inesquecíveis ao lado de quem se ama nos dão forças para seguir, nos dão identidade, nos dão raízes.

Momentos de vitórias, de conquistas, realizações, fazem parte da construção segura da felicidade completa da alma.

Ser feliz, porém, é um passo além de ter, no caminho, muitas felicidades.

Há quem diga que é possível, inclusive, ser feliz sem tê-las sempre. Ser feliz até na dor.

Os momentos de luta árdua, de prova dolorida, de sofrimento atroz, também edificam a felicidade verdadeira.

A felicidade é um edifício que se constrói em meio aos momentos felizes e infelizes das vidas, pois ela está no que se aprende com eles.

As belas telas são feitas de luz e sombra. As esculturas que nos encantam os olhos foram moldadas não apenas pelo carinho de mãos dedicadas, mas, principalmente, pelo cinzel insistente e seguro.

Todos estamos sendo moldados, formados, esculpidos pelo planeta para construirmos aqui parte da nossa felicidade, com muitas felicidades ou sem elas.


Por Redação do Momento Espírita. Do site: http://momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=5534&stat=0

CARTÃO DE VISITA - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Em qualquer estudo da mediunidade, não podemos esquecer que o pensamento vige na base de todos os fenômenos de sintonia na esfera da alma.

Analisando-o, palidamente, tomemos a imagem da vela acesa, apesar de imprópria para as nossas anotações.

A vela acesa arroja de si fótons ou força luminosa.

O cérebro exterioriza princípios inteligentes ou energia mental.

Na primeira, temos a chama.

No segundo, identificamos a idéia.

Uma e outro possuem campos característicos de atuação, que é tanto mais vigorosa quanto mais se mostre perto do fulcro emissor.

No fundo, os agentes a que nos referimos são neutros em si.

Imaginemos, no entanto, o lume conduzido. Tanto pode revelar o caminho de um santuário, quanto a trilha de um pântano.

Tanto ajuda os braços do malfeitor na execução de um crime, quanto auxilia as mãos do benfeitor no levantamento das boas obras.

Verificamos, no símile, que a energia mental, inelutavelmente ligada à consciência que a produz, obedece à vontade.

E, compreendendo-se no pensamento a primeira estação de abordagem magnética, em nossas relações uns com os outros, seja qual for a mediunidade de alguém, é na vida íntima que palpita a condução de todo o recurso psíquico.

Observa, pois, os próprios impulsos.

Desejando, sentes.

Sentindo, pensas.

Pensando, realizas.

Realizando, atrais.

Atraindo, refletes.

E, refletindo, estendes a própria influência, acrescida dos fatores de indução do grupo com que te afinas.

O pensamento é, portanto, nosso cartão de visita.

Com ele, representamos ao pé dos outros, conforme nossos próprios desejos, a harmonia ou a perturbação, a saúde ou a doença, a intolerância ou o entendimento, a luz dos construtores do bem ou a sombra dos carregadores do mal.


pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Seara dos Médiuns, Médium: Francisco Cândido Xavier.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

EXAME DE VIRTUDE - IRMÃO X - CHICO XAVIER

Narra-nos um episódio autêntico que certo orientador do mundo israelita enviou um discípulo, que se notabilizara na interpretação dos Profetas, pata determinada cidade, cujos habitantes se chafurdavam em vícios e enfermidades de toda espécie, com a recomendação de prestar-lhes concurso ativo.

Dois lustros correram, e porque as notícias do burgo fossem cada vez mais inquietantes, o guia do povo chamou o enviado, que compareceu, em atitude hierática, mostrando, na túnica lirial e no semblante mortificado de jejuns, a rigorosa observância da Lei.

Às primeiras interpelações ouvidas, respondeu, em tom grave:

- Mestre, para dar exemplo de virtude, retirei-me para o campo, onde todos sabem que existo.

-Compreendo – disse o mentor -, a solidão é necessária para que o pensamento se refaça com a inspiração divina; contudo, sem ligação com as criaturas humanas, é impraticável qualquer obra de auxílio.

E o entendimento continuou:

- Para não errar, vivo em completo mutismo, no fervor da oração.

- Medida essencialmente importante, mas, ainda que tenhamos de aprender em duras experiências, é preciso falar para que o bem seja feito.

- Expondo a pureza dos meus sentimentos, visto-me exclusivamente de branco...

- Costume honroso; no entanto, isso não deve impedir que nossa roupa se enodoe no trabalho de ajuda aos outros, para ser novamente lavada em momento oportuno.

Minhas refeições são apenas de ervas.

- Hábito excelente; contudo, para trazer o corpo em condições de servir, é importante não desertar dos sistemas da alimentação comum, embora seja nossa obrigação garantir a
simplicidade e fugir aos desregramentos, usando a carne, o leite, os ovos, as folhas, os frutos e as raízes dos animais e das plantas, tão somente na quota indispensável à manutenção da existência.

- Durmo sem qualquer agasalho, fustigando as tendências inferiores...

- Louvável propósito, mas, na preservação da saúde orgânica, é justo repousar, nos moldes em que os outros descansam, a fim de que a vida no corpo nos ofereça rendimento para o melhor.

- Faço, porém, muito mais... Tenho o leito eriçado de pregos, castigando a volúpia da carne...

- Nobre intento, sem dúvida... Entretanto, vale mais combater a nós mesmos, na prestação de serviço ao próximo, para que a nossa luta não seja vã...

Silenciando o pupilo, indagou o chefe:

- E a tarefa de que te incumbiste?

- Mestre – replicou o mensageiro, desapontado -, sinceramente devo dizer que os cuidados na apresentação da virtude me tomam o tempo todo...

Nisso, belo cavalo de alvo pêlo entrou no átrio da casa, conduzindo pobre ferido, cujas últimas energias o deserto esgotara...

O velho orientador comandou as providências iniciais de socorro e, trazendo o discípulo à frente do soberbo animal que escavava o solo, falou com bondade:

- Pois olha, meu filho, este cavalo igualmente mora no retiro da Natureza, não se expressa em linguagem humana, veste-se todo em cabelos cor de neve, come apenas a erva do chão, dorme ao relento, é calçado de cravos perfurantes e não passa de um cavalo... Mesmo assim, é o companheiro dos viajantes fatigados e, ainda agora, acaba de arrebatar um mercador prestimoso à sepultura de areia...

Em seguida, demandou o interior para confortar o recém-chegado, deixando o aprendiz a meditar quanto à vontade da virtude vazia.


pelo Espírito Irmão X - Do livro: Contos Desta e Doutra Vida, Médium: Francisco Cândido Xa

terça-feira, 21 de agosto de 2018

USEMOS A LUZ - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Tanto quanto a boa semente se destina ao plantio para que produza as vantagens que o lavrador espera de seu concurso para a vida, a palavra do Divino Mestre se dirige ao solo vivo dos nossos corações para que, aí dentro, incessantemente experimentada, possa enriquecer o caminho do homem, peregrino dos milênios para a Vida Eterna.

Se procuras o conforto, em torno do Evangelho, não esqueças consolar o companheiro mais infortunado que tu mesmo.

Se pedes revelações ao Senhor, não desprezes o próximo, ensinando-lhe a descerrar as portas da inteligência à cultura espiritual que melhora e eleva sempre.

Se procuras perdão às próprias faltas, ao redor do Amor Divino, desculpa com sinceridade àquele que te molesta na senda comum.

Se buscas o reajustamento da própria posição, na experiência material ou na edificação moral, estende braços fraternos ao irmão que vem na retaguarda, valendo-se das migalhas que deixas para trás.

Se pretendes a paz, distribui a tranqüilidade aos que te cercam, inspirando-lhes confiança e coragem.

Se desejas a graça da alegria, espalha o calor da fé viva e do bem-estar entre os que te rodeiam.

Se tentas colher a bênção do progresso, auxilia os outros, dando de ti mesmo, quanto possas, a benefício da elevação e do aprimoramento de todos.

A Boa-Nova é claridade, energia, alimento, agasalho, recurso, ensinamento e remédio da Esfera Divina.

Se realmente nos empenhamos na própria melhoria e na própria ascensão, antes de tudo é necessário usá-la.


Armando Palacio Valdés em “Testamento literário”: La vida no se nos ha dado para ser felizes, sino para merecer serlo. A vida não nos foi dada para sermos felizes e sim, para merecermos sê-lo.


pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Escrínio de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier.

domingo, 19 de agosto de 2018

ANIVERSÁRIO - IRMÃ CANDOCA - CHICO XAVIER

Meu querido Ricardo!

Jesus nos abençoe.

Agora que você retorna à paisagem das lutas cotidianas, guarde a convicção de que meu pensamento segue o seu coração em todas as particularidades do nosso caminho e luta. A existência é como a passagem através de um túnel grande e cheio de sombras.

Incline-se, cada vez mais, ao lado daqueles que lutam e choram na jornada, porque a vida no mundo é contada pelos bens que praticamos e não pelos dias que desfrutamos.

Toda vez que a sua prece se elevar às alturas, recorde que as minhas rogativas secundam as suas orações e as suas esperanças. Quando as suas mãos levantarem os desanimados e os caídos, estarei em seus braços, simbolizando a força com que você se consagra à caridade; quando seus olhos buscarem os desesperados e os abatidos para o esforço da consolação fraternal, permanecerei como a inspiração intangível de suas pupilas, hoje, abertas à sementeira da virtude; quando seu espírito acolher, com a palavra bondosa e com o gesto amigo, a criança e o velhinho sem teto e sem pão, descobrirá você a minha presença em seus impulsos mais íntimos, a fim de que, juntos possamos recuperar a luz e a alegria para a união eterna; quando seus ouvidos escutarem observações ingratas, sem os espinhos da reação e sem o fel da revolta, encontrará o meu carinho no fundo de seu pensamento, proporcionando forças vivas ao seu espírito amado, para que se desligue de todo mal; e quando sua alma surpreender-se erguida ao céu em aspirações desconhecidas e indefiníveis de paz, antegozando os júbilos do infinito, identificará com facilidade a minha ternura em sua nova fé, descerrando novos caminhos à sua visão espiritual.

Ricardo, à frente se desenham estradas maravilhosas e, com o favor divino, você acordou para o nosso consórcio excelso.

Onde apareciam pedras de incompreensão, surgem agora flores de amor sem fim, e onde a dor amargava o coração, nasce uma alegria sublime que nos renova para a espiritualidade santificante.

Agradeça a Jesus a oportunidade de trabalhar em uma boa nova de redenção e sigamos com o otimismo dos trabalhadores fiéis à verdade e ao bem, até o fim da grande batalha.

Trago à sua dedicação o meu ósculo de reconhecimento e carinho pela passagem do dia 15; efetivamente, não posso, como em outro tempo, encher-lhe a bondade com as surpresas do meu amor e de minha devoção, mas com a mesma lealdade de todos os dias estarei ao seu lado, misturando as minhas preces com as suas, em louvor ao Todo-Poderoso que nos permitiu o reencontro na Terra com a certeza de prosseguirmos imantados um ao outro, na Espiritualidade sem lágrimas e sem morte. Enquanto você reajusta o caminho para a nossa perfeita reintegração, mais tarde, procuro, por minha vez, enriquecer o nosso futuro de bênçãos, na Vida Maior.

Ajude a todos e, quanto possível afeiçoemo-nos à caridade incessante. Conserve a esperança por divino dom de nossas almas e não desfaleça. A semente da fraternidade frutificará também, a mil por uma, cada dia, com uma simples diferença de posição em confronto com as plantações da Terra, - é que a árvore do mundo tem as raízes no solo e produz à frente do céu; e a árvore sacrossanta do bem guarda as raízes no céu e flores frutificando à frente do mundo.

Agradeço a você tudo o que tem feito por minha memória. Seus pensamentos, palavras, atitudes, exemplos e gestos, representam a Felicidade verdadeira, porque se é inequívoca a minha presença ao seu lado no mundo, você permanece comigo em minha nova esfera de ação, com a mesma constância do princípio.

Minha vida é recordar e esperar, amando e servindo como Jesus nos ensinou, para ser forte hoje e merecer amanhã, o júbilo de sua companhia para sempre.

Nossos planos de ventura e prosperidade, de há quarenta anos passados, estão vívidos e resplandecem. Antigamente, suspirávamos pelos recursos destinados a tornar o caminho de nossos filhos menos escabrosos na Terra e, presentemente, Ricardo, pavimentamos a senda para o Alto, onde desejamos edificar o templo de paz e de alegria completas.

Sigo-lhe o roteiro, com o espírito enternecido e contente e muito feliz com o esforço laborioso a que você se dedica. E espero em Jesus a vitória sagrada que aguardamos, após haver cooperado para que os anjos de nossa vida se fizessem gente grande, com tarefas definidas no serviço do
progresso e do dever e com a religião da consciência reta, antes de tudo.

Que Deus nos abençoe a boa vontade na caminhada para diante. Lutas, dificuldades, sombras, discórdias, obstáculos e dores, passam sempre como nuvens pesadas de tormenta dolorosa, mas necessária. A alegria e a esperança, contudo, permanecem invariáveis em nosso destino à maneira do céu azul que nunca se deixou vencer pelas tempestades.

Esta, meu querido Ricardo, é a minha singela carta de aniversário, neste mês de maio, inesquecível no livro de minhas lembranças do coração.

Que o dia 15 se reproduza muitas vezes, com a sua presença ao lado dos nossos filhinhos inolvidáveis, para que não somente eles e os netos possam receber o contentamento de seu convívio pessoal, mas também todos aqueles irmãos de luta da marcha humana, aos quais, hoje, nos devotamos com o entendimento novo que Jesus fez brotar em nossos corações.

E que em seu espírito paire a sublime certeza do amor indissolúvel da eternidade, para a maior exaltação da fé renovadora e de nosso profundo reconhecimento a Deus, são os votos ardentes de sua companheira de todos os instantes.


Pelo Espírito Irmã Candoca - Do livro: Páginas do Coração, Médium: Francisco Cândido Xavier.

A BÊNÇÃO DO PERDÃO - DIVALDO PEREIRA FRANCO

Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

A BENÇÃO DO PERDÃO


Uma nuvem de tristeza pesava sobre a alma daquela mãe sofrida.

O seu jovem filho, criado com amor e desvelo, fora assassinado por um amigo dominado pelas drogas.

O desespero e a amargura eram suas companhias permanentes.

Os olhos fundos e a palidez denunciavam as noites de insônia e a falta de alimentação.

Uma amiga a convidou, talvez inspirada pela providência divina, a buscar ajuda do médium espírita, de profunda dedicação ao bem, Divaldo Franco.

Era início da noite na cidade de Salvador, Bahia, quando as duas senhoras adentraram a casa espírita, onde Divaldo atende aqueles que o procuram em busca de consolo e esperança.

Ele atendeu aquela mãe, com grande ternura.

A senhora lhe narrou o drama ocorrido, dizendo que um amigo do filho o havia alvejado por motivos banais, de ligeiro desentendimento entre ambos.

Enquanto ela contava o acontecido, aproximou-se do médium a benfeitora espiritual Joanna de Ângelis, trazendo o espírito do jovem assassinado e disse ao médium para transmitir à mãe sofrida, algumas palavras do filho.

Então, tomando emprestada a aparelhagem fonadora de Divaldo, ele dirigiu palavras de conforto para sua querida mãe.

Recomendou-lhe que não cometesse suicídio, como estava pretendendo, pois isso a afastaria ainda mais dele, e por mais tempo.

Pediu que ela se lembrasse da mãe do amigo que cometera o homicídio e agora estava detido pela justiça humana, numa cadeia, entre criminosos comuns.

Aquela mãe, sim, era muito infeliz, pois seu filho era o verdadeiro desgraçado e não ele, que estava sob o amparo de amigos espirituais atenciosos.

Ao ouvir aquela voz inconfundível, a mulher abraçou o médium, por cuja boca pudera ouvir as palavras amáveis e lúcidas do filho, que julgava ter desaparecido para sempre.

Sob a inspiração da benfeitora espiritual, Divaldo aconselhou aquela mãe a considerar o estado de alma da outra mãe, a do assassino, e pensar na possibilidade do perdão.

Na semana seguinte, o médium baiano viu adentrarem a sala duas senhoras, pálidas e de aspecto sofrido.

Uma ele já conhecia, a outra lhe era estranha.

Quando chegou a vez de atendê-las, a mulher, que estivera ali na semana anterior, lhe apresentou a companheira, dizendo ser a mãe do amigo do seu filho.

O médium entendeu que ela havia seguido os conselhos recebidos e buscava ajudar aquela mãe mais infeliz do que ela própria.

Conversaram por longo tempo.

Ao se despedir de ambas, Divaldo percebeu que um raio de luz penetrava suavemente aquelas almas doloridas.

A luz do perdão se fazia bênção de paz e gerava serena harmonia naqueles corações dilacerados pela dor da separação dos filhos bem-amados, embora por motivos diversos.

Na medida em que o tempo foi passando, as duas encontraram motivos para voltar a sorrir, e juntas visitavam o jovem no cárcere.

Mais tarde, fundaram uma casa de recuperação de toxicômanos para ajudar outros tantos jovens a se libertar das cadeias infelizes das drogas.

O perdão é uma das mais belas provas de confiança nas soberanas leis de Deus.

Perdoar é receber com resignação os fatos que não podemos evitar ou mudar, com a certeza de que a justiça divina não se equivoca e nada nos acontece se as leis de Deus, às quais todos nos encontramos submetidos, não o permitirem.


Por Redação do Momento Espírita, com base em fato narrado por Divaldo Pereira Franco, na cidade de Videira-SC, no dia 22.09.2003. Do site: http://momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=5516&stat=0.


sexta-feira, 27 de julho de 2018

EXAME DE FÉ - IRMÃO X - CHICO XAVIER

Certo homem que passou a destacar-se dos outros, evidenciando largo entendimento de fraternidade e de fé, a par de grande compreensão, atribuía a Deus a propriedade de bens da vida.

Acabara de construir o lar, iniciando a formação da sua família, e associava-se, com toda a alma, a empreendimentos religiosos, tanto quanto lhe era possível.

Em semelhantes iniciativas, começou a ensinar a fidelidade ao Senhor Supremo, compondo discursos admiráveis em que comentava a excelência da confiança no Céu.

-“Deus – dizia ele, convicto -, Deus é o Criador de Todo o Universo e, por isso mesmo, é o Dono de Tudo e de tudo somos simples usufrutuários em Seu nome. Almas, constelações e mundos Lhe pertencem por toda a parte. Recebemos, por empréstimo santo de Sua Infinita Bondade, o berço em que nascemos, o lar que nos acolhe, as afeições do mundo, o conforto e a alegria...”

A palavra dele inflamava imenso fervor nos ouvintes, que passavam a refletir com segurança sobre a grandeza do Amor Divino. E tão grande se fez a sua influência que o Senhor, sensibilizado com tamanhas demonstrações de fé, enviou à Terra alguns mensageiros para lhe examinarem a verdadeira posição.

Os referidos instrutores começaram permitindo que a maledicência e a calúnia lhe amargassem a vida.

O herói da lealdade padeceu golpes terríveis que lhe enodoaram a dignidade, mas atribuiu todos os percalços do caminho a manifestações indiretas da Celeste Bondade e acabou exclamando, sinceramente:

-Meu nome pertence a Deus. Que Deus seja louvado!

Os emissários que o seguiam, observando-lhe a firmeza, deixaram que a perseguição gratuita lhe envolvesse o roteiro; no entanto, o ódio injustificável como que lhe acendrou a confiança. Entre nuvens de sofrimento, o devoto concluiu que o ideal da perfeição é fruto da Magnanimidade Divina e afirmou, convencido:

-O bem é obra do Senhor! Louvado seja o Senhor!

Os aludidos educadores concordaram em que fosse ele experimentado pela incompreensão e o pupilo da fé se viu envolvido de aflição e ridículo, sentindo-se dilacerado e sozinho no seio do próprio lar. Contudo, reconhecendo que todo apreço e toda estima devem ser erigidos essencialmente ao Criador, asseverou, conformado:

Toda a glória deve ser dada ao Pai que está nos Céus!... Louvado seja o Pai que está nos Céus!

Os examinadores em lide decidiram que a enfermidade lhe visitasse o corpo, e o amigo da prece foi relegado ao leito em extrema penúria física; todavia, em meio da própria angústia, reparou que seu corpo era um depósito do Todo-Compassivo e disse, imperturbável:

-Meu corpo é um empréstimo do Todo-Poderoso. Que o Todo-Poderoso seja louvado!...

Continuaram os enviados celestes no campo da experiência e o homem de fé resistiu valoroso, superando amargura e desolação, tristeza e necessidade...

Porque um dia recolhesse ele a presença da morte na pessoa de um dos filhos, acatando, submisso, a Vontade Celestial, os mensageiros da Esfera Superior endereçaram ao Pai
Sublime, através de canais competentes, conciso relatório sobre a lealdade inflexível do crente valoroso que se encontrava na Terra...

Logo após, receberam ordem expressa da Casa do Senhor para que lhe entregassem grande quantidade de ouro, como suprema prova de obediência.

O homem recebeu a dádiva generosa, sob a aparência de um negócio feliz, e entregou-se ao conforto da nova situação.

Parecia, anestesiado, quando orava, e ébrio de alegria em todos os movimentos.

Decorrido algum tempo, os instrutores espirituais trouxeram-lhe um companheiro em dificuldade, que lhe implorou, humilhado e triste:

-Meu amigo, tenho quatro filhos doentes e venho pedir-lhe em nome de Deus, por empréstimo, algum dinheiro para solucionar meus problemas. Espero resgatar minha dívida em dois ou três meses...

Ante o silêncio do interpelado, reiterou quase em pranto:

-Socorra-me por amor ao nosso Pai de Bondade!...

Mas, com indisfarçável espanto, os professores divinos ouviram-no dizer, impassível e entediado:

-Não posso, não posso!... Meu dinheiro é um patrimônio que custei muito a ganhar.


Pelo Espírito Irmão X - Do livro: Contos Desta e Doutra Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 26 de julho de 2018

A PRECE - EMMANUEL - CHICO XAVIER


A oração não será um processo de fuga do caminho escuro que nos cabe percorrer, mas constituirá uma abençoada luz em nosso coração, clareando-nos a marcha.

Não representará uma porta de escape ao sofrimento regenerativo de que ainda carecemos, mas expressará um bordão de arrimo, com o auxílio do qual superaremos a ventania da adversidade, no rumo da bonança.

Não será um privilégio que nos exonere da enfermidade retificadora, ambientada em nosso próprio templo orgânico pela nossa incúria e pela nossa irreflexão, no abuso dos bens do mundo, entretanto, comparecerá por remédio balsamizante e salutar, que nos renove as energias, em favor de nossa própria cura.

Não será uma prerrogativa indébita que nos isente da luta humana, imprescindível ao nosso aperfeiçoamento individual, todavia, brilhará em nossa experiência por sublime posto de reabastecimento espiritual, suscetível de garantir-nos a resistência e o valor na tarefa de renunciação e sacrifício em que nos cabe perseverar.

Não será uma outorga de recursos para que os nossos caprichos pessoas sejam atendidos, no jardim de nossas predileções afetivas, contudo, será uma dispensação de forças para que possamos tolerar galhardamente as situações mais difíceis, diante daqueles que nos desagradam, em sociedade ou em família, ajudando-nos, pouco a pouco, a edificar o santuário da verdadeira fraternidade, no próprio coração, em cujo altar amealharemos o tesouro da paz e do discernimento.

Ainda mesmo que te encontres no labirinto quase inextricável das provações inflexíveis, ainda mesmo que a tua jornada se alongue sob o granizo da discórdia e da incompreensão, em plena sombra cultiva a prece, com a mesma persistência em empregas na procura diária da água para a sede e do pão para a fome do corpo.

Na dor, ser-te-á divino consolo, na perturbação constituirá tua bússola.

Não olvides que a permanência na Terra é uma simples viagem educativa de nossa alma, no espaço e no tempo, e não te esqueças de que somente pela oração descobriremos, cada dia, o rumo que nos conduzirá de retorno aos braços amorosos de Deus.



Jean Baptiste H. de Lacordaire em “Pensées”: Le bonheur est la vocation de l’homme. A felicidade é a vocação do homem.


Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Escrínio de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 9 de julho de 2018

NO PLANO CARNAL - EMMANUEL - CHICO XAVIER


Isolado na concha milagrosa do corpo, o espírito está reduzido em suas percepções a limites que se fazem necessários.

A esfera sensorial funciona, para ele, à maneira de câmara abafadora.

Visão, audição, tato, padecem enormes restrições.

O cérebro físico é um gabinete escuro, proporcionando-lhe ensejo de recapitular e reaprender.

Conhecimentos adquiridos e hábitos profundamente arraigados nos séculos aí jazem na forma estática de intuições e tendências.

Forças inexploradas e infinitos recursos nele dormem, aguardando a alavanca da vontade para se externarem no rumo da superconsciência.

No templo miraculoso da carne, em que as células são tijolos vivos na construção da forma, nossa alma permanece provisoriamente encerrada, em temporário olvido, mas não absoluto, porque, se transporta consigo mais vasto patrimônio de experiência, é torturado por indefiníveis anseios de retorno à espiritualidade superior, demorando-se, enquanto no mundo opaco, em singulares e reiterados desajustes.

Dentro da grade dos sentidos fisiológicos, porém, o espírito recebe gloriosas oportunidades de trabalho no labor de auto-superação.

Sob as constrições naturais do plano físico, é obrigado a lapidar-se por dentro, a consolidar qualidades que o santificam e, sobretudo, a estender-se e a dilatar-se em
influência, pavimentando o caminho da própria elevação.

Aprisionado no castelo corpóreo, os sentidos são exíguas frestas de luz, possibilitando-lhe observações convenientemente dosadas, a fim de que valorize, no máximo, os seus recursos no espaço e no tempo.

Na existência carnal, encontra multiplicados meios de exercício e luta para a aquisição e fixação dos dons de que necessita para respirar em mais altos climas.

Pela necessidade, o verme se arrasta das profundezas para a luz.

Pela necessidade, a abelha se transporta a enormes distâncias, à procura de flores que lhe garantam o fabrico do mel.

Assim também, pela necessidade de sublimação, o espírito atravessa extensos túneis de sombra, na Terra, de modo a estender os poderes que lhe são peculiares.

Sofrendo limitações, improvisa novos meios para a subida aos cimos da luz, marcando a própria senda com sinais de uma compreensão mais nobre do quadro em que sonha e se agita.

Torturado pela sede de Infinito, cresce com a dor que o repreende e com o trabalho que o santifica.

As faculdades sensoriais são insignificantes résteas de claridade descerrando-lhe leves notícias do prodigioso reino da luz.

E quando sabe utilizar as sombras do palácio corporal que o aprisiona temporariamente, no desenvolvimento de suas faculdades divinas, meditando e agindo no bem, pouco a pouco tece as asas de amor e sabedoria com que, mais tarde, desferirá venturosamente os vôos sublimes e supremos, na direção da Eternidade.


pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Roteiro, Médium: Francisco Cândido Xavier.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

O PREÇO DE UMA VIDA


Quando, em nosso país, tantas vozes se erguem na defesa da eliminação da vida, uma pausa para reflexão se faz devida.

Quanto vale uma vida? Será que, por não ser ainda alguém que contribui para a sociedade, por não ter voz suficientemente alta para se defender, o embrião ou o feto merece a morte?

O que pretendemos com tal posicionamento?

Recordamos que na China, entre 1979 e 1980, entrou em vigor a lei de um único filho.

Isso motivou o crescimento do número de crianças abandonadas ao nascer. Sobretudo meninas. Também o infanticídio e o consequente envelhecimento da nação.

Em outubro de 2015, passou a ser permitido o segundo filho.

A jornalista Xinran, hoje radicada em Londres, conta uma de suas experiências dolorosas, do ano de 1990.

Era uma manhã de inverno. Ao passar por um banheiro público, uma multidão ruidosa estava rodeando uma sacola de roupas, entregue ao vento da estrada.

A jornalista se aproximou e recolheu a trouxinha: era uma menina de apenas alguns dias.

Estava azul de tão gelada e o pequeno nariz tremia.

Ninguém ajudou Xinran. Ninguém moveu um dedo para salvar a criança.

Ela a levou ao hospital, pagou pelos primeiros socorros mas ninguém ali estava com pressa de salvar aquela recém-nascida.

Somente quando Xinran apanhou seu gravador e começou a relatar o que via, um médico parou e levou o bebê para a emergência.

Uma enfermeira disse: Perdoe-nos a frieza. Há bebês abandonados demais. Ajudamos mais de dez, mas depois ninguém queria se responsabilizar pelo futuro deles.

A vida se tornou ali tão banal, a sorte das meninas recém-nascidas é tão incerta que se prefere deixá-las morrer.

Será que é algo assim que desejamos para nosso país? Que a vida em formação se torne de importância nenhuma, de forma a que possa ser eliminada, em pleno florescer?

Pensemos nisso.

Em nosso país, se desconhece o número de abortamentos praticados. São milhares de brasileiros que nunca chegarão a ver a luz do sol.

Logo mais, poderemos ter leis que dirão quem pode ou não continuar vivo.

Um idoso que somente onera a sua família merecerá continuar a viver?

E um portador de anomalia grave ou deficiência mental?

Quem está desempregado, quem não contribui eficazmente para a sociedade!?

Para onde caminharemos?

Manifestemo-nos. Digamos aos nossos representantes que somos cristãos e prezamos a vida, que nos é dada por Deus, não competindo ao homem destruí-la, por livre deliberação.

Felizmente, para a pequenina chinesa, a voz da jornalista soou forte. Ela transmitiu a história em seu programa de rádio.

As linhas telefônicas foram tomadas por chamadas de ouvintes. Alguns muito zangados pela sua atitude de salvar uma vida. Outros, solidários.

Três meses depois, a menininha foi entregue à sua nova família: uma professora e um advogado. E ganhou um nome: Better, que, em inglês, significa A melhor.

Recordemos que um dia, nós mesmos, frágeis, pequeninos, aconchegamo-nos em um útero, rogando a um coração de mulher por vida e por amor.

E se hoje estamos escrevendo, lendo ou ouvindo este texto é porque nos foi permitido nascer.

Pensemos nisso.


por Redação do Momento Espírita, com base no cap. Os estrangeiros que adotam..., do livro O que os chineses não comem, de Xinran, ed. Companhia das Letras. Do site: http://momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=5461&stat=0.

domingo, 24 de junho de 2018

NA INTIMIDADE DOMÉSTICA - EMMANUEL - CHICO XAVIER


A história do bom samaritano, repetidamente estudada, oferece conclusões sempre novas.

O viajante compassivo encontra o ferido anônimo na estrada.

Não hesita em auxiliá-lo.

Estende-lhe as mãos.

Pensa-lhe as feridas.

Recolhe-o nos braços sem qualquer idéia de preconceito.

Condu-lo ao albergue mais próximo.

Garante-lhe a pousada.

Olvida conveniências e permanece junto dele, enquanto necessário.

Abstém-se de indagações.

Parte ao encontro do dever, assegurando-lhe a assistência com os recursos da própria bolsa, sem prescrever-lhe obrigações.

Jesus transmitiu-nos à parábola, ensinando-nos o exercício de caridade real, mas, até agora, transcorridos quase dois milênios, aplicamo-la, via, de regra, às pessoas quê não nos
comungam o quadro particular.

Quase sempre, todavia, temos os caídos do reduto doméstico.

Não descem de Jerusalém para Jericó, más tombam da fé para a desilusão e da alegria para dor, espoliados nas melhores esperanças, em rudes experiências.

Quantas vezes, surpreendemos as vítimas da obsessão e do erro, da tristeza e da provação, dentro de casa!

Julgamos, assim, que a parábola do bom Samaritano produzirá também efeitos admiráveis, toda vez que nos decidirmos a usá-la, na vida íntima, compreendendo e auxiliando aos vizinhos e companheiros, parentes e amigos sem nada exigir e sem nada perguntar.


pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Luz no Lar, Médium: Francisco Cândido Xavier

AOS QUE AINDA SE ACHAM MERGULHADOS NAS SOMBRAS DO MUNDO - HUMBERTO DE CAMPOS - CHICO XAVIER

Antigamente eu escrevia nas sombras para os que se conservavam nas claridades da Vida. Hoje, escrevo na luz branca da espiritualidade para quantos ainda se acham mergulhados nas sombras do mundo. Quero crer, porém que tão dura tarefa me foi imposta nas mansões da Morte, como esquisita penitência ao meu bom gosto de homem que colheu quando pôde dos frutos saborosos na árvore paradisíaca dos nossos primeiros pais, segundo as Escrituras.

Contudo não desejo imitar aquele velho Tirésias que à força de proferir alvitres e sentenças conquistou dos deuses o dom divinatório em troca dos preciosos dons da vista.

Por esta razão o meu pensamento não se manifesta entre vocês que aqui acorreram para ouvi-lo como o daquelas entidades batedoras, que em Hydesville, na América do Norte, por intermédio das irmãs Fox, viviam nos primórdios do Espiritismo, contando histórias e dando respostas surpreendentes com as suas pancadas ruidosas e alegres.

Devo também esclarecer ao sentimento de curiosidade que os tangeu até aqui, que não estou exercendo ilegalmente a medicina como a grande parte dos defuntos, os quais, hoje em dia, vivem diagnosticando e receitando mezinhas e águas milagrosas para os enfermos.

Nem tampouco, na minha qualidade de repórter “falecido” sou portador de alguma mensagem sensacional dos paredros comunistas que já se foram dessa vida para a melhor, êmulos dos Lenine, dos Kropotkine, cujos cérebros, a esta hora, devem estar transbordando teorias momentosas para o instante amargo que o mundo está vivendo.

O objetivo das minhas palavras póstumas é somente demonstrar o homem... Desencarnado e a imortalidade dos seus atributos. O fato é que vocês não me viram.

Mas contem lá fora eu enxergaram o médium. Não afirmam que ele se parece com o Mahatma Gandhi em virtude de lhe faltar uma tanga, uma cabra e a experiência “anosa” do “líder” nacionalista da Índia. Mas historiem, com sinceridade, o caso das suas roupas remendadas e tristes de proletário e da sua pobreza limpa e honesta que anda por esse mundo arrastando tamancos para a remissão de suas faltas nas anteriores encarnações. Quanto a mim, digam que eu estava por detrás do véu de Ísis.

Mesmo assim, na minha condição de intangibilidade, não me furto ao desejo de lhes contar algo a respeito desta “outra vida” para onde todos têm de regressar. Se não estou nos infernos de que fala a teologia dos cristãos, não me acho no sétimo paraíso de Maomé. Não sei contar as minhas aperturas na amarga perspectiva de completo abandono em que me encontrei, logo após abrir os meus olhos no reino extravagante da Morte. Afigurou-se-me que eu ia, diretamente consignado ao Aqueronte, cujas águas amargosas deveria transpor como as sombras para nunca mais voltar, porque não cheguei a presenciar nenhuma luta entre São Gabriel e os Demônios, com as suas balanças trágicas, pela posse de minha alma. Passados, porém, os primeiros instantes de “inusitado” receio, divisei a figura miúda e simples do meu Tio Antoninho, que me recebeu nos seus braços carinhosos de santo.

Em companhia, pois, de afeições ternas, no reconto fabuloso, que é a minha temporária morada, ainda estou como aparvalhado entre todos os fenômenos da sobrevivência. Ainda não cheguei a encontrar os sóis maravilhosos, as esferas, os mundos comentários, portentos celestes, que descreve Flammarion na sua “Pluralidade dos Mundos”. Para o meu espírito, a Lua ainda prossegue na sua carreira como esfinge eterna do espaço, embuçada no seu burel de freira morta.

Uma saudade doida e uma ânsia sem termo fazem um turbilhão no meu cérebro: é a vontade de rever, no reino das sombras, o meu pai e a minha irmã. Ainda não pude fazê-lo. Mas em um movimento de maravilhosa retrospecção pude volver à minha infância, na Miritiba longínqua. Revi as suas velhas ruas, semi-arruinadas pelas águas do Piriá e pelas areias implacáveis... Revi os dias que se foram e senti novamente a alma expansiva de meu pai como um galho forte e alegre do tronco robusto dos Veras à minha frente, nos quadros vivos da memória, abracei a minha irmãzinha inesquecida, que era em nossa casa modesta como um anjo pequenino da Assunção de Murilo, que se tivesse corporificado de uma hora para outra sobre as lamas da terra...

Descansei à sombra das árvores largas e fartas, escutando ainda as violas caboclas, repenicando os sambas da gente das praias nortistas e que tão bem ficaram arquivadas na poesia encantadora e simples de Juvenal Galeno.

Da Miritiba distante transportei-me à Parnaíba, onde vibrei com o meu grande mundo liliputiano... Em espírito, contemplei com a minha mãe as folhas enseivados do meu cajueiro derramando-se na Terra entre as harmonias do canto choroso das rolas morenas dos recantos distantes de minha terra.

De almas entrelaçadas contemplei o vulto de marfim antigo daquela santa que, como um anjo, espalmou muitas vezes sobre o meu espírito cansado as suas asas brancas. Beijei-lhe as mãos encarquilhadas genuflexo e segurei as contas do seu rosário e as contas miúdas e claras que corriam furtivamente dos seus olhos, acompanhando a sua oração...

Ave Maria... Cheia de graça... Santa Maria... Mãe de Deus...

Ah! De cada vez que o meu olhar se espraia tristemente sobre a superfície do mundo, volvo a minha alma aos firmamentos, tomada de espanto e de assombro... Ainda há pouco, nas minhas surpresas de recém-desencarnado, encontrei na existência dos espaços, onde não se contam as horas, uma figura de velho, um espírito ancião, em cujo coração milenário presumo refugiadas todas as experiências. Longas barbas de neve, olhos transudando piedade infinita doçura, da sua fisionomia de Doutor da Lei, nos tempos apostólicos, irradiava-se uma corrente de profunda simpatia.

- Mestre! – disse-lhe eu na falta de outro nome – que podemos fazer para melhorar a situação do orbe terreno? O espetáculo do mundo me desola e espanta... A família parece se dissolve... O lar está balançando como os frutos podres, na iminência de cair... A Civilização, com os seus numerosos séculos de leis e instituições afigura-se haver tocado os seus apogeus... De um lado existem os que se submergem num gozo aparente e fictício, e do outro estão às multidões famintas, aos milhares, que não têm senão rasgado no peito o sinal da cruz, desenhado por Deus com a suas mãos prestigiosas como os símbolos que Constantino gravara nos seus estandartes... E, sobretudo Mestre, é a perspectiva horrorosa da guerra...

Não há tranqüilidade e a Terra parece mais um fogareiro imenso, cheio de matérias em combustão...

Mas o bondoso espírito-ancião me respondeu com humildade e brandura:

- Meu filho... Esquece o mundo e deixa o homem guerrear em paz!...

Achei graça no seu paradoxo, porém só me resta acrescentar:

- Deixem o mundo em paz com a sua guerra e a sua indiferença!

Não será minha boca quem vá soprar na trombeta de Josafá. Cada um guarde aí a sua crença ou o seu preconceito.


Pelo Espírito Humberto de Campos - Do livro: Palavras do Infinito, Médium: Francisco Cândido Xavier.


TAREFAS DO AMOR - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Antes de examinar a nossa condição de espíritos devedores, na esfera da consanguinidade, vejamos o lar enobrecido em sua função de oficina do amor.

Para isso, é importante figurar o teu próprio sonho de felicidade para além da experiência terrestre.

Se houvesses de partir agora, ao chamado da desencarnação, decerto rogarias para teu imediato proveito o céu do retorno aos entes amados.

Quem não terá, enquanto na Terra, residindo para lá das fronteiras da morte, um coração materno, um pai amigo, um irmão ou um companheiro?

Quem de nós não sentirá saudades de alguém, até que nos reunamos todos no doce país da União Sem Adeus? E muitos de nós, quando nos desenfaixamos do corpo denso, somos carinhosamente acolhidos pela dedicação dos que nos precederam, apesar dos desequilíbrios que demonstremos, para a devida restauração em bases de amor.

Assim também, os seres queridos do Plano Espiritual, quando necessitam do regresso ao plano físico, ansiando a conquista de paz e reajustamento, escolhem o nosso clima doméstico para as temporadas de serviço regenerativo ou reequilibrante de que sejam carecedores, atendendo sempre aos imperativos do amor que nos associam.

Se guardas no lar alguém que te enternece pela enfermidade ou provação que apresente, não julgues teus cuidados à conta de culpa e resgate, mas, sim, desenvolve-os por tributo de reconhecimento e carinho, em favor daquele coração faminto de harmonia consigo mesmo que te procurou a companhia, em nome do afeto milenário que a ele te junge desde outras eras.

Lembra-te de que o débito da ternura e da gratidão jamais termina.

Teu lar é um ponto bendito do Universo em que te é possível exercer todas as formas de abnegação a benefício dos outros e de ti mesmo, perante Deus. Pensa nisso e o amor te iluminará.


pelo Espírito Emmanuel - Do livro: No Portal da Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier.

domingo, 17 de junho de 2018

RECOMECEMOS !


Olá Alma Irmã, nossas Fraternais Saudações!

Que esta mensagem chegue com nossas melhores vibrações de Paz e Saúde!!
Obrigado pela companhia!!!
Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil

RECOMECEMOS



Sucedem-se os anos com matemática precisão, mas os dias são sempre novos.

Dispondo, assim, de trezentas e sessenta e cinco ocasiões de aprendizado e recomeço, anualmente, quantas oportunidades de renovação moral encontraremos, no abençoado período de uma existência?

Conservemos do nosso passado o que for bom e justo, belo e nobre. Mas não guardemos os detritos e as sombras, ainda mesmo quando mascarados de encantador revestimento.

Não coloquemos em ombros alheios a realização de ações que expressem fraternidade real. Tomemos a iniciativa e façamos o melhor ao nosso alcance.

Cada hora que surge pode ser portadora de reajustamento.

Se possível, não deixemos para depois os laços de amor e paz que podemos criar agora, em substituição às pesadas algemas do desafeto.

Não é fácil quebrar antigos princípios do mundo ou desenovelar o coração, a favor daqueles que nos ferem.

Entretanto, o melhor antídoto contra os tóxicos da aversão é a nossa boa vontade, a benefício daqueles que nos odeiam ou que ainda não nos compreendem.

Enquanto nos demoramos na fortaleza defensiva, o adversário pensa em enriquecer as munições com que nos possa agredir.

Se nos apresentamos desassombrados e serenos, mostrando novas disposições na luta, a ideia de acordo substitui, dentro de nós e em torno de nossos passos, a escura fermentação da guerra.

Alguém nos magoa? Reiniciemos o esforço da boa compreensão.

Alguém não nos entende? Perseveremos em demonstrar as intenções mais nobres.

Revivamos, cada dia, na corrente cristalina e incessante do bem.

Não olvidemos a orientação do Mestre: Aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus.

Renasçamos em nossos propósitos, deliberações e atitudes, trabalhando para superar os obstáculos que nos cercam e alcançando a antecipação da vitória sobre nós mesmos, no tempo...

Mais vale auxiliar, ainda hoje, que ser auxiliado amanhã.

Temos a oportunidade de nos recriar a cada momento, de rever atitudes, ideias e sentimentos. Somos obra inacabada em processo de aprimoramento.

Sejamos como as células de nosso corpo físico, que se renovam completamente de tempos em tempos.

Não nos permitamos a acomodação, a permanência numa mesma posição durante muito tempo. Somos feitos para nos transformar sempre.

Com raízes bem firmes, construamos nosso edifício, andar por andar, recriando cômodos, reformando o que precisa ser reformado, sem nos sentirmos embaraçados por isso.

Nossa alma é nossa obra em transformação.

Não te deixes destruir…

Ajuntando novas pedras e construindo novos poemas,

Recria tua vida, sempre, sempre.

Remove pedras. Planta roseiras e faz doces. Recomeça.

Faz de tua vida mesquinha, um poema.

E viverás no coração dos jovens e na memória das gerações que hão de vir.

Esta fonte é para uso de todos os sedentos.

Toma a tua parte.

Vem a estas páginas e não entraves seu uso aos que têm sede.


Por Redação do Momento Espírita, com base no cap. 56, do livro Fonte viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed FEP e no poema Aninha e suas pedras, do livro Melhores poemas, de Cora Coralina, ed. Global Pocket. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=5445&stat=0.


domingo, 3 de junho de 2018

A TAÇA DA DESILUSÃO - IRMÃO SAULO

As dificuldades e os dissabores que nos surgem pela frente
não nascem por acaso. São como flechas que partem de um arco
em direção a um alvo. Têm um sentido, que precisamos
compreender, trazem-nos uma mensagem que precisamos
decifrar. A taça de fel da desilusão não pode ser afastada, como
não o foi nem mesmo a de Jesus, pois o seu amargor é remédio
de que carecemos para livrar-nos de males maiores.
Se os amigos e companheiros que hoje nos traem, que se voltam
contra nós, esquecidos de quanto lhes servimos em tantas
oportunidades, e não raro de maneira inexplicável e injustificá-
vel, do que seriam capazes amanhã ou depois? É melhor que nos
ofereçam o quanto antes a taça da desilusão, o fel da decepção. A
vida terrena é rápida, como ensina o item citado de O Evangelho
Segundo o Espiritismo e na sua rapidez saldamos em pouco
tempo velhas dívidas que levaríamos séculos a pagar na vida
espiritual. Muita gente se queixa de que a traição venha de parentes
e amigos, dos próprios companheiros de trabalho. Mas de
onde poderia vir, senão precisamente daqueles que marcham ao
nosso lado?
Deus escreve direito por linhas tortas, diz o conhecido provérbio.
Nossas provas, nossas bênçãos – escreve Emmanuel. Para
o espírita, as ocorrências da vida, por mais nefastas que possam
parecer, têm sempre um sentido oculto, que é a bênção oculta da
mensagem de Emmanuel. É no Espiritismo que a tese da Providência
Divina se justifica e se comprova, mostrando-nos que a
mão de Deus traça o roteiro da nossa evolução: O homem põe e
Deus dispõe. O homem se engana, mas Deus o desengana. Seria
absurdo protestarmos contra as medidas providenciais de Deus
em nosso favor. É melhor romper-se um tumor do que alastrar-se
a sua infecção por todo o organismo.

BÊNÇÃOS OCULTAS - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Todos necessitamos de reconforto, nos dias de aflição.
Isso é justo. Por outro lado, porém, importa reconhecer que a
Providência Divina, não nos dá dificuldades sem motivo. Entendendo-se,
pois, que o Senhor jamais nos abandona às próprias
fraquezas, sem permitir venhamos a carregar fardos incompatí-
veis com as nossas forças, toda vez que escorados em nossas
tribulações, fujamos de usar a consolação, à maneira de flor
estéril.
Aproveitemos a bonança que surge depois da tormenta íntima
para fixar a lição que o sofrimento nos oferece.
Não nos propomos, sem dúvida, elogiar os empreiteiros de
contrariedades e os fabricantes de problemas, no entanto é preciso
certificar-nos com respeito às vantagens ocultas nas provações
que nos visitam.
Quem poderia adivinhar a que abismos nos levaria o amigo
menos responsável, a quem nos confiamos totalmente, se ele
mesmo não nos desse a beber o fel da desilusão com que se nos
descerram os olhos para a verdade?
Quem conseguiria medir os espinheiros de discórdia em que
chafurdaríamos o espírito, não fossem as decepções e lutas supor-
tadas por nossa equipe de trabalho, a nos ensinarem a união
imprescindível para a senda a palmilhar?
Ingratidão, em muitos casos, é o nome da benção com que a
Infinita Misericórdia de Deus afasta de nós um ente amado, para
que esse ente amado, por afeto em descontrole não nos induza a
desequilíbrio.
Obstáculo, no dicionário da realidade, em muitas ocasiões,
significará apoio invisível para que não descambemos na precipitação
e na improdutividade.
Pranto e sofrimento exclusivamente para lamentar e desesperar
seriam apenas corredores descendentes para desânimo e rebeldia.
Chorar e sofrer, sim, mas para reajustar, elevar, melhorar,
construir.
Nossas provas – nossas bênçãos.
Reflete nos males maiores que te alcançariam fatalmente se
não tivesses o socorro providencial dos males menores de hoje e
reconhecerás que todo contratempo aceito com serenidade é
toque das mãos de Deus, alertando-te o coração e guiando-te o
caminho.

DESAPONTAMENTO - EMMANUEL - CHICO XAVIER


Desapontamento: causa de numerosas perturbações e desequilíbrios.
Entretanto, é no desapontamento que, muitas vezes, se corrigem situações e recursos.
Naquilo que chamamos desilusão, em muitos casos, é que os Poderes Maiores da Vida se expressam em nosso auxílio.
Por isso mesmo, todo desencanto reveste determinado ensinamento dos Mensageiros Divinos, indicando-nos as diretrizes
que nos cabe trilhar.
Avisos e advertências.
Apelos e informações.
A existência é comparável ao trânsito em que se dirige cada um a certos fins.

Desapontamento e o sinal vermelho, esclarecendo: “Não poraqui” ou “agora não”.
Se algum desengano te assaltou o espírito, não te deixes vencerpor tristeza negativa.
Guarda a mensagem inarticulada que ele encerra e, prosseguindo à frente, na execução dos próprios deveres, apreender-lhe-ás o sentido.
Aspiração frustrada é indicação do melhor caminho para o futuro.
Plano derruído é base a projetos mais elevados de ação.
Prejuízo é remanejamento aconselhável para aquisição de segurança.
Inibições significam defesa.
Afeição destruída é o processo de perder a carga de inquietações inúteis em torno de corações respeitáveis, mas ainda inabilitados
a vibrar com os nossos no mesmo nível de ideal e realização.

Nos dias que consideres amargos pela dor que te apresentem, aceita o remédio invisível dos contratempos que a vida te impõe.
E seguindo adiante, trabalhando e servindo, auxiliando e aprendendo, a breve trecho de espaço e tempo, reconhecerás que
desapontamento em nós é cuidado de Deus.

O CÉU ESTÁ NA ALMA - MOMENTO ESPÍRITA


A crença mais difundida entre os homens identifica o céu como um local determinado no espaço.

Para lá seguiriam as almas dos eleitos.

O aspecto e o conteúdo desse lugar refletem ideais de prazer material das diversas culturas existentes na Terra.

Algumas dessas culturas afirmam que cada homem terá diversas virgens à sua disposição.

Outras sustentam que o paraíso é repleto de anjos tocando harpas.

Em eterna contemplação, as almas se refestelariam no ócio.

Tais concepções refletem o desejo de saciar inúmeros vícios, como gula, preguiça e sensualidade.

Contudo, não é possível conceber que almas sublimes encontrem alegria em nada fazer ou em satisfazer paixões.

O que caracteriza os grandes homens é a sua dignidade e o seu incansável labor em favor dos semelhantes.

Não é crível que a morte física os degenere.

E que a partir dela se tornem rematados desocupados cheios de vícios.

Consequentemente, o paraíso não pode ser um local de ócio e desfrutes.

Na verdade, o céu não é um lugar delimitado.

A evolução científica evidencia a impossibilidade dele se situar no alto das nuvens, como durante certo tempo se concebeu.

O homem gradualmente explora recantos cada vez mais longínquos, sem perigo de encontrá-lo.

Tendo em mente que o que sobrevive à matéria é o Espírito, suas recompensas e penúrias devem ser todas imateriais.

A rigor, o céu é um estado de consciência.

Não é preciso desencarnar para estar no céu ou no inferno.

Cada homem traz, nas profundezas do próprio ser, a grandeza ou a miséria resultantes de seus atos.

Um homem honrado experimenta plenitude interior onde quer que se encontre.

Já um celerado permanece em sobressalto mesmo no mais luxuoso dos palácios.

O céu é um estado de harmonia com as Leis Divinas.

Tais Leis são reveladas pela natureza e encontram-se inscritas na consciência de cada ser.

A semelhança em face da dor, da doença e da morte revela que todos os homens são essencialmente iguais.

As diferenças de caracteres refletem o bom ou mau aproveitamento das anteriores encarnações.

Todos os Espíritos foram criados em estado de total simplicidade.

E todos fatalmente se tornarão anjos de amor e sabedoria.

As desigualdades são transitórias e retratam o esforço individual.

Quem gastou bem o tempo acumulou tesouros intelectuais e morais.

Aquele que se permitiu viver na leviandade ressente-se das oportunidades que desperdiçou.

Os vícios e paixões que porta são a herança que preparou para si.

A igualdade essencial dos seres indica um dever de solidariedade.

O homem mais avançado precisa auxiliar os que seguem na retaguarda.

Trata-se de um dever elementar de Humanidade, não de um favor.

Esse auxílio não se cinge a esmolas, muitas vezes humilhantes.

Nem reflete conivência com equívocos.

A criatura consciente necessita dar exemplos de dignidade e trabalho.

Também precisa demonstrar compaixão com os semelhantes.

Auxiliá-los a perceber os próprios equívocos e a repará-los.

Quem é honesto, trabalhador e solidário realiza a tarefa que lhe cabe no concerto da vida.

Harmoniza-se com sua consciência e vive em estado de plenitude.

Acerta-se com o passado e descobre a alegria que é trazer uma larga faixa de céu no coração.



Por Redação do Momento Espírita. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?

PÁGINA JUVENIL - CASIMIRO CUNHA - CHICO XAVIER

Mocidade Espiritista,
Ergamos a nossa voz.
O mundo clama pôr Cristo
E o Cristo clama pôr nós.

Sigamos desassombrados,
È luz do consolador
A luta de cada dia
é a nossa vinha de amor.

Na companhia sublime
Do amigo Excelso e Imortal,
Nós somos semeadores
Da terra espiritual.

Marginando-nos a estrada
De fé risonha e segura,
Há corações afogados
No pântano da amargura

Ao lado das nossas flores
De doce deslumbramento,
Há soluços desvairados
De angústia e de sofrimento.

Em toda parte, aparecem
Deserto, charco, espinheiro...
Sejamos braços ativos
Do divino Jardineiro.

Plantemos alegremente,
Sob a fé que nós descansa,
Bondade, paz, otimismo,
Consolação e esperança.

Aguardam-nos, vigilantes,
Para a glória do trabalho,
A imprensa, a tribuna e o livro,
A enxada, o tijolo e o malho.

Nós desdenhemos servir.
Em todas as condições.
Espiritismo aplicado
É sol para os corações.

Estendamos sobre a terra
A benção que nos invade,
Multiplicando os domínios
Da santa fraternidade.

Amor que salva e levanta
É a ordem que nos governa.
Na lide em favor de todos,
Teremos a vida eterna.

Mocidade espiritista,
Ergamos a nossa voz.
O mundo clama pôr Cristo
E o Cristo clama pôr nós.


Pelo Espírito Casimiro Cunha - Do livro: Correio Fraterno, Médium: Francisco Cândido Xavier

sábado, 26 de maio de 2018

PARENTES E COMPANHEIROS - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Por mais nos queixemos de familiares ou amigos deficientes que nos causam prejuízo ou decepção, amargura ou desalento, somos forçados a perceber que possuímos neles os reflexos de nós próprios.

Quando afastados da experiência física, por força da desencarnação, encontramos, além do mundo, os resultados de nossos erros, permeando-nos os acertos.

Raramente qualquer de nós encerra o balanço de uma existência terrestre com todos os compromissos equacionados. Desse modo, somos recorporificados no berço humano para retomar o curso dos problemas que desencadeamos no caminho dos outros, a fim de resolvê-los.

Aceita os parentes-enigmas e os companheiros-testes, à feição dos credores com que a Justiça Divina te promove o aperfeiçoamento e a tranqüilidade.

A perda do corpo físico não exonera o espírito imortal das obrigações que haja contraído, tanto quanto o desgaste da veste não apaga a dívida de um homem, dívida que ele assume em plenitude de responsabilidade individual.

A esposa ou a filha desajustadas, via de regra, são as irmãs que, um dia, atiraste ao desrespeito de si próprias e o marido ou o filho que te retalham a alma, a rigor, são aqueles mesmos companheiros que lançaste ao malogro das esperanças mais caras.

A penúria de hoje é a conseqüência da cobiça de ontem.

A doença de agora vem do excesso de antes.

Renteando com qualquer pessoa que te faça sofrer, exerce paciência e compreensão, auxílio e bondade.

Nós mesmos somos induzidos pela própria consciência, sequiosa de felicidade e elevação, a extirpar os espinhos que semeamos no solo bendito do tempo e da vida.

Todo débito tem sistema de resgate e todo resgate solicita execução na forma prevista de pagamento.

Isso é justo.


Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: No Portal da Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier

sábado, 19 de maio de 2018

RESPOSTA DE COMPANHEIRO - IRMÃO X - CHICO XAVIER

Meu amigo, pede você um roteiro de nosso plano, que lhe sirva às incursões no campo mediúnico.

“A região é quase inexplorada, as surpresas imensas” – diz você desalentado.

Como os velhos portugueses do litoral do Brasil, que perdiam longo tempo, antes de enfrentar a selva do continente espiritual, sentindo-se você incapaz do serviço de penetração, na terra maravilhosa dos novos conhecimentos. Observa as possibilidades infinitas de realização à grandeza do serviço a fazer; entretanto, a incerteza impede-lhe a marcha inicial.

Sabe você que os sacrifícios não serão reduzidos. Os bandeirantes antigos, para semearem a civilização no oceano verde, sofreram, muita vez, privações e dificuldades, solidão e angustia indizíveis. Os pioneiros da espiritualidade, nos tempos modernos, para distribuírem a nova luz, na floresta dos sentimentos humanos, não devem nem podem aguardar excursões pacificas e felizes na esfera imediatista. Experimentarão igualmente os choques do meio, sentir-se-ão quase sós, padecerão a sede do espírito e a fome do coração.

Tochas acesas contra as sombras da ignorância e do convencionalismo inferior, sofrem o desgaste natural de suas possibilidades e energias.

Quem se abalance, pois, no ideal de servir, no campo da mediunidade, espere por lutas árduas de purificação.

A técnica da cooperação com a espiritualidade superior não é diferente daquela que norteia as atividades dos realizadores do progresso humano. É razoável que o individualismo ai prepondere, como coloração inalienável da ação pessoal no trabalho a desenvolver; todavia, esse individualismo deve ajustar-se aos imperativos do supremo bem, apagando-se, voluntariamente, com alegria, para que as claridade da vida mais alta se destaquem no quadro penumbroso da atividade terrestre.

Não é o fenômeno desconcertante e indiscutível a base fundamental da obra. È o espírito de boa-vontade, de sacrifício e renunciação. Ser o medianeiro de fatos transcendente, que constituam alicerce de grandes e abençoadas convicções, é admirável tarefa, sem duvida. No entanto, se as demonstrações obedecem a impulsos mecânicos, sem o condimento da compreensão elevada, no setor da responsabilidade, do serviço e do amor fraterno, toda a fenomenologia se reduz o fogo-fátuo. Impressiona e comove, durante a festa, para cair no absoluto esquecimento, nas horas seguintes.

Não basta iniciar a edificação para que o trabalho se realize. É indispensável saber prosseguir e saber terminar. Imprescindível compreender também nesse capitulo que todos os homens do mundo são médiuns, por serem intermediários do bem ou do mal.

As fontes do pensamento procedem de origens excessivamente complexas. E, nesse sentido, cada criatura humana, nos serviços comuns, reflete o núcleo de vida invisível a que se encontra ligada de mente e coração. Não nos cansaremos de repetir que as esferas dos encarnados e desencarnados se interpenetram em toda parte.

Não posso desviar-me, contudo, da linha essencial de sua consulta fraterna.

Você, em suma, deseja informa-se quanto ao processo mais eficiente de atender aos imperativos do bem, no intercambio com o plano invisível e, em face de seu desejo, nada tenho a aconselhar-lhe senão que intensifique sua capacidade receptiva, dilatando conhecimentos, elevando aspirações, purificando propósitos e quebrando a concha do personalismo inferior para poder refletir o infinito.

Mediunidade é sintonia. Cada mente recebe segundo a natureza e extensão da onda de sentimento que lhe é própria.

Subamos desse modo, a montanha do conhecimento e da bondade. Ajustemo-nos à esfera superior da vida, para merecermos a convivência dos Espíritos Superiores. A virtude primordial em semelhante tarefa não consiste, substancialmente, em ser médium, mas ser trabalhador fiel do bem, instrumento do Divino Amor, onde quer que você se encontre.

Na execução desse programa, encontrará continuo engrandecimento de poder espiritual.

Guarde a harmonia de seu vaso físico, faça mais luz em sua mente, intensifique o amor em seu coração e o trabalho será sempre mais lúcido mais sublime.

Quanto às arremetidas dos descrentes e ironistas do mundo, não se prenda ao julgamento que lhes é peculiar. São mais infelizes que perversos. Em todos os tempos, tanto riem como choram, inconscientemente. Não emito semelhante conceito, para envolver-me em fumaças de superioridade; é que também me demorei longo tempo entre eles, e conheço, de experiência própria, os sorrisos e lagrimas do picadeiro da ignorância.

Siga, portanto, seu caminho, estudando com o Mestre Divino e ouvindo a própria consciência.

Não serei eu, pobre amigo do plano espiritual, quem lhe vá traçar diretrizes.

No fundo, o que você deseja é o encontro divino com o Senhor, o ideal que me impulsiona agora o espírito de pecador.

Em vista disso, ouçamos juntos a advertência do Evangelho:

- “Negue cada qual a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.

Tem você suficiente disposição para satisfazer o sagrado apelo? Quanto a mim, esteja certo de que, não obstante a condição de alma do outro mundo é o que estou procurando fazer com toda a sinceridade do coração.


Pelo Espírito Irmão X, Do livro: Pontos e Contos, Médium: Francisco Cândido Xavier.

O ESPIRITISMO PERGUNTA - MILITÃO PACHECO - CHICO XAVIER

Meu irmão, não te permitas impressionar apenas com as alterações que convulsionam hoje todas as frentes de trabalho e descobrimentos na Terra.

Olha para dentro de ti mesmo e mentaliza o futuro .

O teu corpo físico define a atualidade do teu corpo espiritual.

Já viveste, quanto nós mesmos, vidas incontáveis e trazes, no bojo do espírito, as conquistas alcançadas em longo percurso de experiências na ronda de milênios.

Tua mente já possui, nas criptas da memória, recursos enciclopédicos da cultura de todos os grandes centros do Planeta.

Teu perispírito já se revestiu com porções da matéria de todos os continentes.

Tuas irradiações, através das roupas que te serviram, já marcaram todos os salões da a ristocracia e todos os círculos de penúria do plano terrestre.

Tua figura já integrou os quadros do poder e da subalternidade em todas as nações.

Tuas energias genésicas e afetivas já plasmaram corpos na configuração morfológica de todas as raças.

Teus sentidos já foram arrebatados ao torvelinho de todas as diversões.

Tua voz já expressou o bem e o mal em todos os idiomas.

Teu coração já pulsou ao ritmo de todas as paixões.

Teus olhos já se deslumbraram diante de todos os espetáculos conhecidos, das trevas do horrível às magnificências do belo.

Teus ouvidos já registraram todos os tipos de sons e linguagens existentes no mundo.

Teus pulmões já respiraram o ar de todos os climas.

Teu paladar já se banqueteou abusivamente nos acepipes de todos os povos.

Tuas mãos já retiveram e dissiparam fortunas, constituídas por todos os padrões da moeda humana.

Tua pele, em cores diversas, já foi beijada pelo Sol de todas as latitudes.

Tua emoção já passou por todos os transes possíveis de renascimentos e mortes.

Eis por que o Espiritismo te pergunta:

– Não julgas que já é tempo de renovar? Sem renovação, que vale a vida humana?

Se fosse para continuares repetindo aquilo que já foste e o que fizeste, não terias necessidade de novo corpo e de nova existência – prosseguirias de alma jungida à matéria gasta da encarnação precedente, enfeitando um jardim de cadáveres.

Vives novamente na carne para o burilamento de teu espírito.

A reencarnação é o caminho da Grande Luz.

Ama e trabalha. Trabalha e serve.

Perante o bem, quase sempre, temos sido somente constantes na inconstância e fiéis à infidelidade, esquecidos de que tudo se transforma, com exceção da necessidade de transformar.


Pelo Espírito Militão Pacheco- Do livro: O Espírito da Verdade, Médium: Francisco Cândido Xavier

OBSESSÃO E DÍVIDA - IRMÃO X - CHICO XAVIER

Quando surgiam casos de obsessão no grupo, recorria-se, imediatamente, a Sinfrônio Lacerda.

Era ele, sem dúvida, o companheiro ideal para a situação.

Dotado de altas qualidades magnéticas, sabia orientar como ninguém.

Tratava-se, efetivamente, dum amigo generoso e bem-intencionado.

Não regateava a colaboração fraterna aos doentes, nem se inclinava a preferências individuais.

Primava pela delicadeza e pela pontualidade onde fosse convidado a contribuir para o bem.

Por sua clarividência admirável, aliada a firme disposição de servir, atingia as melhores realizações.

Especializara-se, por isso, na assistência aos obsidiados, em que obtinha verdadeiros prodígios a lhe coroarem a dedicação.

Sinfrônio, contudo, não obstante a inteireza de caráter e a bondade ativa em determinados setores do serviço, não se conduzia nas mesmas normas, diante dos desencarnados sofredores ou ignorantes.

Dispensava aos médiuns enfermos ou perseguidos o maior carinho, concentrando, porém, sobre as entidades em desequilíbrio a máxima rispidez.

À maneira de grande número de doutrinadores, via nos obsidiados inocentes vítimas e, nos transviados invisíveis, os verdugos de sempre. Em razão disso, tratava os Espíritos infelizes, desapiedadamente.

Não raro, Jerônimo, um de seus mentores espirituais, se lhe fazia visível e recomendava:

– Meu amigo, não te afastes do entendimento necessário. Não vicies o olhar, no capítulo das obsessões. Nem sempre o perseguido está isento de culpas. Os que exibem a carne doente podem ser grandes devedores. Não desejo furtar-te ao espírito de caridade e serviço aos semelhantes, mas devo esclarecer-te que não nos cabe olvidar a obrigação de repartir os recursos do auxílio com as vítimas e os algozes, em porções iguais. Por vezes, Sinfrônio, o desencarnado desditoso é mais digno de amparo que o encarnado aparentemente sofredor.

As chagas abertas e as necessidades dolorosas permanecem nos dois planos. Não te dirijas, pois, às pobres entidades da sombra, com descabidas exigências. Sê enérgico, porque todo sistema de construir ou restaurar demanda robustez de atitudes; entretanto, não sejas cruel nas palavras. Atende aos perturbados da esfera invisível, com decisão e fortaleza de ânimo;
todavia, não excluas a fraternidade e a compreensão.

Lacerda, contudo, parecia pouco disposto a observar os pareceres.

Não sabia tratar os comunicantes perturbados senão em tom áspero, como quem ordena, sem cogitar dos direitos alheios.

Frequentemente, palestrava sereno e gentil, antes do contacto com os irmãos infelizes; no entanto, tão logo se via à frente dos transviados do Além, assumia diversa posição. Emitia conceituação pesada e agressiva, dentro de francas hostilidades. Desdobrava-se-lhe a experiência sem alterações, quando foi surpreendido por aflitiva ocorrência no próprio lar.

A sua filha Angelina, jovem de quinze anos, revelou perturbações psíquicas muito graves.

Assinalava-se-lhe a enfermidade por desmaios sucessivos e inquietantes. Em plena tranqüilidade doméstica, caía, de súbito, palidíssima, ofegante, perdendo a noção de si
mesma. O pai carinhoso, extremamente impressionado com a situação, iniciou o tratamento, através de passes curativos, sem resultados positivos na cura.

Alarmou-se a família, em virtude dos acessos freqüentes, e movimentaram-se providências diversas.

A esposa de Sinfrônio reclamou a consulta ao psiquiatra, e o companheiro, embora convicto da legitimidade do fenômeno de obsessão, por verificar a presença do perseguidor, com os próprios olhos, foi compelido a valer-se do especialista, que diagnosticou a epilepsia comum.

As injeções e os comprimidos, porém, não resolveram o problema.

A prostração da enferma era cada vez maior.

O genitor, não obstante conhecer centenas de casos daquela natureza, achava-se atônito. A obsessão da filha desconcertava-o. Mobilizara todos os recursos ao seu alcance, sem que se fizesse sentir qualquer resultado satisfatório. Via a entidade perturbadora que lhe minava a tranqüilidade doméstica, anotava as ocasiões em que se aproximava sutilmente da jovem, despendia esforços variados, mas não conseguia deslocar o estranho perseguidor.

As vezes, na intimidade, quando Angelina desfalecia, de súbito, o devotado pai debalde recorria à palavra forte. Acusava o infeliz, asperamente, admoestava-o com rigor.

A filha, contudo, parecia piorar com semelhante prática.

Atormentado pela ineficiência do seu método, Sinfrônio, esperançoso, organizou um programa de reuniões semanais, no próprio ambiente da família, buscando atender ao caso complexo.

As manifestações através da obsidiada começaram imprecisas; entretanto, a entidade perturbadora não conseguia articular palavra. Incorporava-se em Angelina, prostrava-a dolorosamente, mas tanto o comunicante quanto a médium pareciam enfermos espirituais em posição grave.

Sinfrônio, na maioria das vezes, internava-se pela extrema excitação.

– No dia em que eu puder falar a esse obsessor infame, na certeza de ser ouvido – comentava, irritadiço –, expulsá-lo-ei para sempre. Movimentarei todos os meus recursos
magnéticos para enxotá-lo como se fosse um cão.

Depois de dez meses, decorridos sobre as reuniões sistemáticas, certa noite articulou o infeliz as primeiras frases angustiosas.

Sinfrônio escutou-lhe as lamentações, num misto de sentimentos contraditórios, experimentando, acima de tudo, certa satisfação por atingir a presa na esfera verbal.

– Desventurado salteador das trevas – exclamou o doutrinador após ouvi-la –, é chegado o momento de tua rendição! Vai-te daqui! Ouve-me as determinações!... Não mais voltes a esta casa! nunca, nunca mais!...

– Não é possível – gemeu o infortunado –, Angelina e eu estamos ligados, desde muitos séculos... e não somente nós ambos sofremos nesta situação... Você também, Sinfrônio, foi meu perverso inimigo... Algemas de ódio me ligam ao seu lar, muito antes que as paredes de sua casa se levantassem...

Sinfrônio Lacerda, neurastênico, interceptou-lhe a confissão e, concentrando todo o seu potencial magnético, bradou, autoritário :

– Nem mais uma palavra! não desejamos ouvir-te! Retira-te, cruel perseguidor!... Ordeno! afasta-te, afasta-te!...

Como se a mísera entidade fora premida por uma pinça de vastas proporções, desgarrou, de chofre, caindo, porém, Angelina em terrível imobilidade.

Esforçou-se o pai por despertá-la, mas em vão.

Três, quatro, cinco horas escoaram aflitivas.

Agravado assim o problema, foi chamado o médico, que identificou o estado comatoso.

Depois de catorze horas de angústia, Sinfrônio Lacerda, chorando pela primeira vez, convidou alguns irmãos para uma prece de socorro urgente, desfazendo-se em lágrimas na rogativa,de auxílio aos benfeitores espirituais.

Finda a súplica, Jerônimo, o sábio mentor que o acompanhava de perto, falou, conselheirático:

– Meu amigo, todas as obsessões, quanto as moléstias de qualquer procedência, podem ser tratadas, mas nem todas podem ser curadas, segundo os propósitos do homem. No caso de Angelina, temo-la profundamente unida ao obsessor, desde alguns séculos, quase na mesma proporção de tempo em que os dois se encontram intimamente associados ao teu próprio espírito. No passado, perturbaste-lhes o lar e, agora, consoante a Lei Divina, procuram-te ansiosos de equilíbrio no caminho reto.

Com o teu poder magnético, isolaste o perseguidor, violentamente, mas não podes sustentar semelhante medida, sem grave dano para ti mesmo. Não se arranca o carvalho de trezentos anos sem algum trabalho, como não se pode desfazer uma construção milenária, de um minuto para outro, sem ofensa à harmonia geral. Se não buscares a mesma entidade para junto da filha, utilizando o mesmo influxo magnético, por intermédio do qual a afastaste, Angelina desencarnará, em breves horas, para reunir-se ao companheiro.

– Sim, agora compreendo – soluçou o pai aflito.

E, acabrunhado, indagou :

– Jerônimo, meu benfeitor, como proceder então? Ensina-me o caminho da ação por amor de Deus!

O venerável amigo, com serena inflexão de voz, respondeu, comovidamente :

– Esqueceste, Sinfrônio, que há doutrinações pela palavra e doutrinações através do exemplo.

Traze o obsessor e recebe-o no teu santuário doméstico, afetuosamente, qual se o fizesse a um filho.

Cura-lhe as mágoas, orienta-o para o Senhor.

Ama-o, quanto puderes, porque só o amor pode curar o ódio.

E, reparando que Lacerda chorava resignado, copiando a atitude do aprendiz inquieto, quando em dificuldade na lição, Jerônimo concluiu :

– Não te sintas humilhado, meu filho! Tens agora muitos conhecimentos e possibilidades, mas tens igualmente muitas dívidas. E quem deve, Sinfrônio, precisa desembaraçar-se ao débito, a fim de seguir, em paz, na gloriosa e divina jornada para Deus.


Pelo Espírito Irmão X - Do livro: Pontos e Contos, Médium: Francisco Cândido Xavier.

SOMA E BÊNÇÃOS - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Não raro, queixas-te dos contratempos que te cercam; entretanto, não te animarias a isso, caso te dispusesses a relacionar as vantagens que te rodeiam.

Alguns dias de moléstia grave terão surgido, compelindo-te a cuidados especiais; todavia, se somas os dias de saúde relativa que desfrutaste até agora, observarás para logo quão pequena é a faixa dos constrangimentos físicos que te visitam, muitas vezes, à maneira de avisos preciosos, a te preservarem contra males maiores.

Não conseguiste ainda concretizar ideais determinados que te enfeitam as esperanças; mas se anotas os desejos que te pudeste realizar, entenderás sem delonga que a Divina Providência está pronta a te amparar na materialização dos teus sonhos de natureza superior, desde que te decidas ao estudo e ao trabalho nas oportunidades de serviço que se nos descerram a todos.

Sofreste reveses, quedas, prejuízos, desilusões...Antes e depois deles, porém, guardas contigo o tesouro das horas com o emprego criterioso do qual ser-nos-á possível a recuperação ou o refazimento em qualquer circunstância difícil.

Amigos abandonaram-te a área de ação; contudo, não disporás do mínimo ensejo para lastimar-lhes o transitório afastamento, se souberes valorizas os irmãos e cooperadores que Deus te envia ou mantém na co-participação de tuas tarefas e experiências.

Em quaisquer embaraços ou crises do caminho, somas as bênçãos que já possuis e reconhecerá que todo o motivo para desalento é nuvem pequenina a desfazer-se no céu imenso de tuas possibilidades.

Suceda o que suceder nas trilhas da vida, em matéria de amargura ou aflição, ergue a fronte e caminha adiante, trabalha e aprende, abençoa e serve, porquanto, diante de Deus e à frente dos companheiros que se nos conservam fiéis, apalavra desânimo é quase sempre o outro nome da ingratidão.


pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Paz e Renovação, Médium: Francisco Cândido Xavier.

DISCÍPULOS DO CRISTO - JACINTO FAGUNDES - CHICO XAVIER

Somos discípulos do Cristo.
Mas, repetindo com Ele a sublime afirmação: – “Pai nosso que estais no céu”, esperamos que Deus se transforme em nosso escravo particular, atento às nossas ilusões e caprichos.

Somos discípulos do Cristo.
Contudo, redizendo junto a Ele as inesquecíveis palavras de submissão ao Criador: – ”Seja feita a vossa vontade”, assemelhamo-nos a vulcões de imprecações, sempre que nos sintamos contrariados na execução de pequeninos desejos.

Somos discípulos do Cristo.
Entretanto, refazendo com Ele a súplica ao Pai de Infinito Amor:– ”o pão de cada dia dai-nos hoje”, reclamamos a carcaça do boi e a safra do trigo exclusivamente para a nossa casa, esquecendo-nos de que, ao redor de nossa mesa insaciável, milhares de companheiros desfalecem de fome.

Somos discípulos do Cristo.
Todavia, depois de implorar com o Sábio Orientador à Eterna Justiça: – “perdoai as nossas dívidas”, mentalizamos, de imediato, a melhor maneira de cultivar aversões e malquerenças, aperfeiçoando, assim, os métodos de odiar os mais fortes e oprimir os mais fracos.

Somos discípulos do Cristo.
No entanto, mal acabamos de pedir a Deus, em companhia do Grande Benfeitor: – “Não nos deixeis cair em tentação”, procuramos, por nós mesmos, aprisionar o sentimento nas esparrelas do vício.

Somos discípulos do Cristo.
Contudo, rogando ao Todo-Poderoso, junto do Inefável Companheiro: – “livrai-nos de todo mal”, construímos canhões e fabricamos bombas mortíferas para arrasar a vida dos semelhantes.

Somos discípulos do Cristo.
Mas convertemos o próximo em alimária de nossos interesses escusos, olvidando o dever da fraternidade, para desfrutarmos, no mundo, a parte do leão.

É por isso que somos, na atualidade da Terra, os cristãos incrédulos, que ensinam sem crer e pregam sem praticar, trazendo o cérebro luminoso e o coração amargo.

E é assim que, atormentados por dificuldades e crises de toda espécie – aflitiva colheita de velhos males –, cada qual de nós tem necessidade de prosternar-se perante o Mestre Divino, à maneira do escriba do Evangelho, guardando nalma o próprio sonho de felicidade, enfermiço ou semimorto, a exorar em contraditória rogativa:

– ”Senhor, eu creio! Ajuda a minha incredulidade!"


Pelo Espírito Jacinto Fagundes - Do livro: O Espírito de Verdade, Médium: Francisco Cândido Xavier.

A POESIA PERDIDA - MANUEL QUINTÃO - CHICO XAVIER

O consolador é a onipresença de Jesus na Terra.

Ao influxo da Benemerência Celeste, ele asserena os gestos impensados das criaturas que gemem esporeadas pelas provações; aplaca os gritos blasfemos que se elevam de muitas bocas com requintes insaciáveis de orgulho; recompõe os rostos incendiados pelo fogo de multifárias paixões e soergue os proscritos do remorso que se escondem nas dores devoradoras, desmemoriados na retificação que o destino lhes retraça.

O Consolador Prometido!...

Sursum corda!

Res, non verba!...

Seguindo-lhe os ditames, jamais desfeches o alvo em mira, pois os olhos voltívolos não podem fixar os painéis vislumbrados nos cimos.

Recorda que todas as cenas humanas têm seus bastidores espirituais.

Se vives em ânsia de paz interior, sustém o império sobre ti mesmo.

Espaneja em ti a carusma dos preconceitos que te dançam na mente, qual poeira de sombra, entenebrecendo-te a razão.

Recoloque os ideais com novas tintas de alegria, esperança e coragem, no combate aos erros bastas vezes milenares.

Estende um pensamento bom aos cépticos transviados no dédalo das indagações contraditórias, ferretoados no duelo interior da dúvida.

Foge à voz bramidora da censura para que os teus lábios festejem os ouvidos alheios com expressões de conselho e acentos de consolo.

Borda a palavra com doçura e repete mansamente a própria benção quando a tua voz se perca entre os clamores dos que passam a vociferar rebeldia e avançam espavoridos por veredas em chamas.

Socorre a mães desditosas, cujos filhinhos doentes vertem lágrimas a se transmutarem nos livores macilentos da morte.

Afaga, ao calor das frases de fraternidade revigoradora, as têmporas encanecidas e latejantes que te suplicam algum óbolo de carinho.

Desfaze o véu do pranto de agonia de quem chora às ocultas, no sarcófago das trevas de si mesmo.

Derrama preces confortativas entre os peregrinos da morte que não se resguardaram para a Grande Viagem e carreiam o coração em atropelos, de espanto a espanto, ante a perpetuidade da vida.

Em toda estrada vicejam alfombras de sorrisos e chovem lágrimas de aflição, mas o amor, com o Cristo-Jesus, recupera a poesia perdida ao longo do nosso caminho, pois só ele transforma o miasma em perfume, o incêndio em luz, o espinho em flor, o deserto em jardim e a queda em ascensão.


Pelo Espírito Manuel Quintão - Do livro: O Espírito de Verdade, Médium: Francisco Cândido Xavier.


ELES FIZERAM A DIFERENÇA - MOMENTO ESPÍRITA

A vida é um grande patrimônio. Os que nos encontramos na Terra, neste momento, nem sempre nos damos conta de como somos afortunados por viver.

Quando os problemas avolumam, quando o cansaço se estabelece, uma quase desistência da vida parece nos sussurrar aos ouvidos.

No entanto, todos os que nascemos somos pessoas afortunadas. Afortunadas porque alguém nos aceitou e nos permitiu vir ao mundo.

Todos temos o direito de nascer mas nem todos temos essa oportunidade.

Nem podemos imaginar quantas vidas, todos os dias, em todo o mundo, são impedidas de se concretizarem.

Então, quando aplaudimos um astro do futebol, da música, da dança, da tecnologia, alguém que fez ou faz a diferença no mundo, podemos imaginar o que seria o mundo se eles não tivessem nascido?

Podemos imaginar a nossa vida sem um Mac, um iPhone, um iPad?

Pois é. Se Joanne Schieble, aos vinte e dois anos, tivesse desistido de levar a gestação a termo, a tecnologia não seria como a conhecemos hoje.

Universitária, ela engravidou do namorado, também universitário. Seu pai, no entanto, não admitia que ela se casasse, por ele ser de descendência síria.

Joanne poderia ter abortado, naquela circunstância. No entanto, optou por ter a criança e dá-la em adoção.

Terá ela imaginado onde chegaria seu filho? Como venceria na vida?

Um filho que não somente foi o criador da Apple e do estúdio de animação Pixar, mas exemplificou tenacidade, perseverança, superando seus dramas pessoais.

Rejeitado em primeira adoção, por ser do sexo masculino, Steve Jobs foi adotado por um casal de origem humilde.

Sofreu com a pobreza. Frequentava, uma vez na semana, determinado culto religioso em troca de uma refeição.

Recolhia garrafas vazias de Coca-Cola para os depósitos para comprar comida. Não tinha quarto no dormitório na Universidade. Por isso, dormia no chão do quarto de amigos.

Adulto, enfrentou um câncer devastador, numa vitória dramática que lhe deu uma sobrevida ainda mais aplaudida pelos admiradores.

Em discurso aos formandos de Stanford em 2005, afirmou:

Ninguém quer morrer. Mesmo as pessoas que querem chegar ao paraíso não querem morrer para estar lá.

Apesar disso, a morte é o destino de todos nós. Ninguém nunca escapou. E deve ser assim, porque a morte é, provavelmente, a maior invenção da vida.

É o agente de transformação da vida. Ela elimina os antigos e abre caminho para os novos.

Ele partiu em 2011. Um homem que fez a diferença no mundo.

Um mundo que também estaria diferente sem a voz de Celine Dion, a cantora canadense.

Quando engravidou, sua mãe tinha treze filhos e cogitou de não ter essa décima quarta criança.

Contudo, um sacerdote, digno pastor de almas, a aconselhou a levar a termo a gravidez.

Graças a isso, o mundo se extasia com a voz da cantora que, inicialmente, interpretava canções somente em seu idioma pátrio, o francês.

Para alcançar as plateias internacionais, aprendeu inglês, conquistando a admiração do mundo.

Jobs e Celine Dion são testemunhas da vida. Eles puderam cantar, sentir, amar, triunfar porque alguém lhes permitiu vir à luz.

Quem pode imaginar o que virá a ser esse embrião, esse feto que apenas se esboça no ventre materno: um grande estadista? Um cantor? Um poeta? Um cientista?
Somente Deus o sabe...


Por Redação do Momento Espírita, com base e dados biográficos de Steve Jobs e Celine Dion. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=5420&stat=0

DOUTRINAR E TRANSFORMAR - EMMANUEL - CHICO XAVIER

Meus amigos: Em verdade é preciso doutrinar para esclarecer. Mas é imprescindível, igualmente, transformar para redimir. Doutrinação q...