segunda-feira, 16 de agosto de 2010

NOSSOS VIZINHOS

Rua Barão de Anadia, número 80. Nossa casa por alguns anos, até o ano de 1970. Casarão antigo, com portas pintadas de verde, com uma sala na frente, que tinha sido o escritório de representação de medicamentos de meu pai Aldo. Em seguida, vinham três quartos, e um longo e escuro corredor, que terminava na sala de jantar. Depois tinha a copa e a cozinha, e um terraço ao lado. Depois da cozinha,um pequeno quarto, e o banheiro escuro, sujo, feio, que tinha um chuveiro com água geladíssima. Eu odiava tomar banho, pela escuridão do banheiro e pela água gelada. Depois do banheiro tinha um outro quarto de tralhas. Ao lado do banheiro, começava o quintal, que lembro era grande. Brincávamos muito lá, eu e meu irmão Abelardo.
Nosso vizinho de lado direito era o seu Eberath, fazendeiro, que vendia leite todos os dias. Eu posso recordar agora a movimentação de carroças com tonéis de alumínio com o leite e de uma velha Pick-up que trazia o leite de sua fazenda. O cheiro de leite que saía de sua casa, posso sentir agora. Do nosso lado esquerdo, ficava a casa de Dona Aristéia Frazão, senhora distinta, sempre bem vestida e muito educada, e seu marido, que possuíam um veículo Volkswagen verde. Depois desta casa, tinha a casa do Marcel Lamenha, nosso amigo, irmão de Marcos, Mercês e Mércia, e filho de Conceição e seu Nilton, senhor espírita sisudo, caladão, metódico, que usava brilhantina no seu cabelo cheio. Era brilhante e cheiroso o cabelo do seu Nilton!
Depois vinha a casa da avó do Zé Márcio, menino de quem eu não simpatizava muito. Era muito chato!
Em frente, do lado da rua, existia a casa da Dona Dalmy, muito amiga de nossa mãe Nercy, que tinha muitos filhos, todos eles formados, bons profissionais. . A casa vizinha era de Seu Maciel, senhor branco, calvo, que possuía carros sempre vistosos, me recordo de um carro amarelo que ele tinha, não sei se era um Ford amarelo, da década de 1950.
Na esquina de nossa rua, tinha a Mercearia dos Irmãos Alves Pinto. Eu me lembro que nesta época, as pessoas ricas compravam lá sua feira, e um rapaz levava os produtos em um tabuleiro de madeira, e ele colocava uma rodinha de pano para segurar este depósito. Neste tabuleiro, dava para ver as latas de Farinha Láctea Nestlé que eram levadas para as casas dos consumidores. Era uma lata alaranjada, um produto caro, e nosso pai não podia comprar. Eu sonhava com a tal da farinha láctea, pois ela era muito gostosa e com o Leite Moça, com uma latinha branca! Só comíamos farinha láctea quando íamos para a casa doTio Aloísio. Sonhos de criança pobre!

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