quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A ALEGRIA DE VIVER - ERMANCE DUFAUX -´PARTE 1

Esses princípios são aplicados com o objetivo único de resgatar a esperança no coração dos internos no Hospital. Homens e mulheres que passaram pela vida sem experimentar a energia da vida ou perderam conexão com essa força, em razão dos testemunhos a que foram chamados nos roteiros da provação. Sem esperança não há caminhos para a legítima liberdade nem força para a expressão do amor.

Por meio de técnicas e dinâmicas, que constituem ferramentas emocionais e psicológicas modeladoras da vida mental, aplicamos a terapia das potências da alma, cujo núcleo é reconhecer a luz que há em cada um de nos.

A grande maioria dos que são acolhidos nas alas recuperativas indaga sobre o porquê de suas provas. Todavia, terapeutas especializados na arte de viver, dotados de larga soma de alegria no coração, desenvolvem técnicas curativas da alma com foco na seguinte pergunta: para que a dor na minha vida? O porquê não cria sentido para a existência e pode remeter a conflitos pavorosos nos sombrios porões do remorso. Saber para que vivemos, para que passamos pelas experiências, para que renascer e lutar é a fonte que vitaliza o ato de viver.

Saber a razão de viver é dar consciência à existência e torná-la mais digna.

Temos inúmeros pacientes que padecem da ausência de sentido de viver. Muitos já não gostavam da vida no plano físico e chegam aqui com uma soma ainda maior de queixas, tais como: vontade de retornar à matéria para a satisfação de certos hábitos, extrema saudade de pessoas e lugares, continuidade de doenças orgânicas, revolta pela interrupção de planos pessoais, indisposição para novas amizades, compulsão para a queixa em razão da inadequação para pequenas tarefas diárias, dificuldade de adaptação ao regime alimentar, apego a bens e utensílios.

Muitos destes atendidos foram iluminados com as bênçãos da Doutrina Espírita. Nutriam larga expectativa de colheita em razão dos movimentos de assistência que prestaram nas fileiras da caridade cristã. Pelos meritórios esforços a que se devotaram foram alvo da mais incondicional proteção e carinho, entretanto, como não poderia ser diferente, não se livraram de si mesmos.

Deslocados de plano, distante de suas creches e obras de solidariedade, sentiram-se sozinhos e desvalorizados. Em verdade, ficaram na superficialidade da caridade. Estavam envolvidos com o dever de ajudar, mas não comprometidos com o ato de amar. Derramaram apoio e suprimiram fome e dor. Esqueceram de si mesmos, não como um ato de renúncia, e sim como uma fuga do enfrentamento pessoal.

Bem-intencionados, porém, descuidados. De boa vontade, contudo, sem a coragem para zelar por suas necessidades mais profundas. Passaram pela vida física fazendo muito bem aos outros e esquecendo-se de realizar o bem próprio, com medo se arremessarem novamente ao egoísmo.

Pela bondade semeada colheram os frutos da amizade e da atenção. Espera-lhes agora a tarefa redentora de se auto-investigarem, de saberem como amar também a si mesmos. Carregam na alma o peso da aflição que negaram. São tratados na mesma linha terapêutica para a recuperação do prazer de viver, porque com raras exceções escapam ao doloroso episódio da depressão depois da morte.

É lamentável constatar que, até mesmo nas linhas de serviço da religião, encontram-se uma multidão de almas que erguem o estandarte do amor e se asilam em fugas complexas em relação ao auto-encontro.

Para todos, porém, há esperança. Se a misericórdia celeste não abandona os vales mais sombrios da maldade, que se dirá daqueles que já se esforçam por realizar algo no bem?

Há tratamento e alívio para todos os casos. Que ninguém no plano físico se exaspere perante tais informes. Cuidem apenas de estar atentos à edificação de valores substanciais no reino da alma cujas bases repousem na mais legítima obra de educação dos sentimentos.

Após entender o para que da vida, surge a mais educativa das questões: como? Como se conduzir diante do labirinto íntimo da vida inconsciente? Como resgatar as pepitas valorosas do bem em meio à escuridão do reino das emoções? Como penetrar nos porões da vida mental para extrair os germens da divindade depositados pelo Pai em nossa intimidade profunda?

Espírito Ermance Dufaux, psicografado por Wanderley Oliveira.

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