sexta-feira, 8 de abril de 2011

NOITE DE CHUVA

É noite.
Chove.
Estou em minha casa em Teotonio Vilela.
Recordo dias de minha infância, noites de chuva como esta, na Rua Barão de Anadia.
Pelos olhos de criança, via passar pessoas, ônibus da Viação 1002, verde e vermelho, em noite de chuva, rua mal iluminada. Olhava pelo postigo da porta pintada de verde de nossa casarão, número 80, alugado ao Arcebispado de Maceió.
Tristeza. Pesar. Posso ouvir o rádio do corredor de nossa casa, um rádio com 4 botões, muitas faixas, de madeira clara, da marca Pioneer, onde meu pai ouvia toda noite a Voz do Brasil e escutava seus jogos de futebol pela Rádio Globo.
Ecos de meu passado...
Sentado na porta do casarão, peço ao meu Tio Getúlio o seu óculos de grau.
Coloco-o em meu rosto, e passo a enxergar tudo com mais nitidez!
Era muito míope, e minha mãe não tinha percebido.
Mamãe lutava com enormes dificuldades, quatro filhos para cuidar, casarão velho para limpar, comida  para preparar e receber papai vindo da Farmácia, calado, sisudo, triste...
Noite de chuva em Teotônio. Minha mãe em Maceió, se despedindo da vida.
Heroína anônima. Amor de minha vida!

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