Blog de Eugenio Leite Costa Mélo. "Conhecereis a verdade, e a verdade vos fará livres" - JESUS
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
NECESSIDADE DE SOLITUDE - JOANNA DE ÂNGEIS
A falta de tempo para a auto-realização conduz à ansiedade
responsável pela insatisfação, e, posteriormente,
ao transtorno comportamental correspondente. Não somente
se necessita de tempo físico, mas também o de natureza
mental, aquele que proporciona serenidade, que faculta o
discernimento para entender os desafios existenciais e enfrentá-
los com equilíbrio, sem culpa, nem rebeldia.
É no silêncio que se pode encontrar Deus, fruir de
paz, desvendar os enigmas, auto-aprimorar-se.
Nem todos têm facilidade de silenciar aflições e perguntas
pungentes na balbúrdia, na alucinação do cotidiano,
tornando-se preciso buscar um lugar que propicie as
condições ambientais facilitadoras das emocionais.
Como providência terapêutica, todos devem afastarse
por algum tempo do contubernio em que se encontra
detido, refazendo caminhos de pensamentos, revitalizando
disposições para o trabalho, a família e a sociedade,
auto-encontrando-se. Não se trata de buscar um tipo de
repouso entediante, feito de ociosidade, mas de um retorno
às suas origens, à pureza do coração, à simplicidade, à
análise de como é morrer, deixando as inutilidades que
recebem atribuição de valiosos tesouros.
Viver é também uma experiência do morrer, considerando-
se a incessante transformação orgânica operada nas
células e nos departamentos que conformam o corpo. Quando
ocorre o fenômeno final - ou pouco antes - o ser desperta
para o significado real da existência e das suas aquisições,
experimentando frustração e amargura pelo uso
inadequado que deu à jornada ora em encerramento.
Assim sendo, a busca de solitude é uma forma de despojamento
de todos e de tudo, temporariamente, de forma
a entender a vacuidade dos apegos e tormentos pelas posses
de relativo significado.
O maior tesouro é a identificação do Eu, com todos
os conteúdos vitais que conduz, aquisição que somente é
lograda mediante ingentes sacrifícios.
A solitude em um lugar sossegado, ante um céu transparente
e portador de noites estreladas, à beira-mar ou no
bosque, na montanha ou no vale verdejante, no deserto ou
num jardim, longe do bulício e perto do pulsar da Natureza,
oferece forças para a auto-superação, a auto-iluminação,
de forma que o retorno ao cotidiano não produz choque,
não proporciona saudades do vivido, nem tormento
pelo desejo de repeti-lo.
Solitude com reflexão, a fim de viver no tumulto sem
desesperação, saudavelmente, tranqüilamente, eis o impositivo
do momento.
O redespertar para a beleza, deixando-se mimetizar
pela sua contribuição de harmonia e de vida, somente é
possível quando o Eu emerge e passa a comandar as atividades,
tornando-se gestor do prórprio equilíbrio.
Retirado do livro "Despertar do Espírito" de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco, edição LEAL, 2007. Todos os direitos reservados.
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