quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

FATALIDADE



Crê-se na Morte o Nada, e, todavia,
A Morte é a própria Vida ativa e intensa,
Fim de toda a amargura da descrença,
Onde a grande certeza principia.

O meu erro, no mundo da Agonia,
Foi crer demais na angústia e na doença
Da alma que luta e sofre, chora e pensa,
Nos labirintos da Filosofia...

E no meio de todas as canseiras
Cheguei, enfim, às dores derradeiras
Que as tormentas de lágrimas desatam!...

Nunca, na Terra, a crença se realiza,
Porque em tudo, no mundo, o homem divisa
A figura das dúvidas que matam.

Antero de Quental, psicografado por Chico Xavier

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