segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

VISÃO DIFERENTE DA DOR



A DOR NUMA VISÃO DIFERENTE
Adésio Alves Machado
Crer que pode fugir da dor, libertar-se da dor, esquecer-se da dor é uma manifestação atavicamente entendida na vida da grande maioria da humanidade. Porque,
também, é uma atitude por demais simplista, acomodatícia que não oferece solução ao
magno problema que assinala o ser humano
Orando, preceituam muitas das religiões vigentes no Cristianismo, encontrar-seiam a liberação das águas tempestuosas do sofrimento. Na prece seria encontrada a
liberação pura e simples da tumultuosa dor, como se a Providência Divina exercesse o
papel de acumular solicitações para de imediato atendê-las indiscriminadamente, longe
de analisar a questão profunda do mérito e do demérito.
Há, ainda, os vinculados às correntes materialistas ou científicas, cujo caráter se
acha entorpecido pela descrença na vida imortal, e assim, julgam-se capacitados a anular o passado culposo e suficientemente fortes para libertar os infratores, dispensando-lhes de responder pelos delitos contra a Perfeita Lei.
Por esses o prazer é buscado avidamente, sem que, no entanto, logrem atender a
sede do gozo, fugindo, então, para os escorregadios labirintos das drogas
enlouquecedoras, procurando, através delas, a exaltação da felicidade a que se julgam
merecedores usufruir.
Contudo, a dor continua imperturbável, ela que é a servidora da alma, sacudindo e
despertando as mentes, no afã de realizar aquilo que é divino - a manutenção do
equilíbrio da Lei.
Emerge ela aqui e ali, com mil aparências, mas sempre mostrada numa identidade
que muitos poucos ousam escutá-la e procuram entendê-la.
Para encará-la surgiu em épocas remotas o estoicismo, tendo como ponto básico
de apoio o desprezo pelos bens terrenos, o qual, aliado ao culto das virtudes promoveria
o equilíbrio do homem, valorizando-o e potencializando-o para vencer a dor, pois desta forma, poderia enfrentá-la com nobreza e fé.
Sócrates foi um exemplo de estoicismo, quando encarcerado após vil julgamento,
preconizava, mesmo da prisão, o cultivo da moral e da virtude como únicos meios para se transpor o acúleo da dor.
O pobrezinho de Assis, Francisco, experimentou zombaria, humilhações mil,
porém manteve a força pulsante do amor em seus atos e palavras exercitando as virtudes cristãs, nunca deixando de bendizer a dor.
As Vozes encarceraram Joana D’Arc, e ela, estimulada pelos Veneráveis amigos
espirituais, que nunca deixaram de conduzi-la pacientemente, suportou a dor do cárcere,
o opróbrio e após infamante julgamento, foi mais uma a morrer queimada, mas
chamando por JESUS, crendo nEle, com isso superando a dor.
Afirma soberana Joanna de Ângelis que a dor é moeda de resgate, exercício para
fixação do bem e alta concessão divina.
Vivesse o homem ausente da dor ignoraria a paz, não levaria em consideração a
necessidade da alegria e maldiria a saúde, perdendo, desta maneira, a inestimável
oportunidade de exercitar lições para que o bem fizesse morada definitiva em sua tela
mental.
Estejamos onde estivermos, na cadeira de rodas; nos tormentos morais; nas
limitações dos objetivos; nas sombrias convivências familiares, sociais e trabalhistas;
diante da dor no corpo, na mente e na alma, onde queime a brasa da dor, esforcemo-nos
por agradecer a DEUS o ensejo de reaprender e reparar. Não deixemos nunca de considerar que, enquanto a dor nos queima, milhares, milhões de irmãos em humanidade lançam-se desabridamente pelos estreitos caminhos da irresponsabilidade, conduzidos pela loucura do gozo insaciável. Acalmemo-nos, mesmo que a dor esteja nos vergastando.
O Amigo Incondicional de todas as horas, JESUS, elegeu a dor como a
companheira de seus dias terrenais e aproveitou, através dela a nos deixar um precioso
ensino, sem nunca recorrer ao verbalismo nem à retórica, mostrando que se pode ser
feliz em todos os instantes, sem nunca deixar de exaltar o amor e a bondade como roteiro de iluminação.
Amesquinhado, com o céu particular carregado de nuvens sombrias, carregando
preocupações, diante de angústias ultrizes levantemos a cabeça e tornemos nossas
mãos em asas de amor e paz e com elas, através do trabalho no bem, louvemos ao
Senhor da Vida, para que, assim, um dia alcemos vôo às Regiões da libertação plena
após resgatarmos as nossas dívidas na contabilidade divina.
Recebamos, pois, a dor com alegria, com amor e nunca desacoraçoemos nem entremos em desvario.
Apoio Joanna de Ângelis - livro “Dimensões da Verdade”, psicografia de Divaldo Pereira
Franco.
(Artigo publicado originalmente no Jornal Espírita de Pernambuco – maio de 1999)

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