quinta-feira, 29 de julho de 2010

VAMOS EMBORA!

Todos os dias, pela manhã. Sete horas e quatorze minutos. Papai abria a porta da casa da Rua José de Alencar, e sentava-se em uma das cadeiras de ferro que ficava no terraço da frente da casa.  Imediatamente dizia: Vamos embora!
Sempre com o cenho carregado, falando bem abusado, que era sua característica de personalidade.
Só para chatear, e não ouvir o famoso "Vamos embora"! de nosso pai, eu já estava à postos dentro do carro, e antes que ele gritasse, eu imediatamente ligava o carro!
Ele olhava meio enviesado, e nada mais dizia. Entrava no carro, ele e mamãe, e lá ia eu levá-los para a farmácia.
O mesmo não acontecia com meu irmão Abelardo!
Quando era o dia de meu irmão levar o papai e a mamãe, ele normalmente ficava cochilando no quarto da frente, e aí papai dizia "Vamos embora" uma ou mais vezes!
Abelardo não ouvia, ainda dormindo, e mamãe tinha que cutucá-lo para ele se acordar e sair. Algumas vezes ele levou nossos pais para a farmácia de pijama!
Nosso pai era extremamente sistemático, e eu já sabia de todos os seus horários. Para não lhe dar o prazer de dizer Vamos embora", eu ligava o carro antes dele falar!
Pequenina vingança!
Pedaços de nossas vidas!

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